No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi
O grupo conheceu o Centro Ambiental Jardim das Florestas, a RPPN Serra do Pitoco e o PNM Mata Atlântica, além de diversas áreas restauradas em Atalanta.
Já ao desembarcar do ônibus, os visitantes foram apresentados as paisagens restauradas no entorno da sede da Apremavi, missão que deverá ser replicada no Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, no município de Major Vieira, uma área ocupada no passado por plantações de pinus e que deverá servir para a prática de agricultura familiar pelos assentados.
Os visitantes aprenderam sobre coleta de sementes, a produção de mudas no sistema Ellepot e os cuidados necessários antes e após o plantio. Edegold Schaffer e Wigold Schaffer, coordenadores das atividades do viveiro, apresentaram diferentes configurações possíveis para um plantio com mudas nativas, visando a produção de alimentos, o manejo sustentável e o retorno econômico. Há décadas, áreas demonstrativas com espécies da Mata Atlântica economicamente valorizadas são implementadas pela Apremavi, que tem alguns dos seus experimentos bem-sucedidos publicados pelo WRI em 2021, confira aqui.
Além das tradicionais áreas destinadas à visitação, como o viveiro de mudas nativas, a ‘Trilha da Restauração’ e o mirante do Centro Ambiental Jardim das Florestas, o grupo esteve em uma área que adotou a metodologia de planejamento de propriedades e paisagens da Apremavi, criando um mosaico benéfico à produção agrícola e preservação ambiental.
+ Saiba mais sobre o Planejamento de Propriedades e Paisagens
“É uma excelente iniciativa, o grupo está exatamente no momento de realizar o planejamento geral do assentamento e incluir a adequação ambiental desde o início, com certeza trará um grande diferencial para o futuro das atividades na região”, avaliou Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi.
Confira alguns registros da visita:
Registros da visita ao Centro Ambiental, viveiro e áreas restauradas na propriedade da Apremavi. Fotos: Miriam Prochnow.
Leandro de Lima, que é um dos integrantes do assentamento, disse: “Foi muito bom poder estar aqui, com quase 30 colegas. Observamos muitas atividades e inovações para preservar a Natureza. Vamos levar e aplicar no assentamento os muitos aprendizados sobre a proteção da água, dos animais e da floresta”.
Após o almoço, o destino foram as Unidades de Conservação de Atalanta: na RPPN Serra do Pitoco os visitantes conheceram parte do trajeto da nascente avistada na Trilha da Restauração. Já no PNM Mata Atlântica, descobriram as belezas das espécies nativas, com a Rainha-do-abismo (Sinningia macropoda), o Xaxim (Dicksonia sellowiana) e o Chal-chal (Allophylus edulis).
“Estamos voltando a Major Vieira conhecendo a Apremavi e suas atividades de perto. Essa parceria é muito importante e é gratificante ver a equipe empenhada em transmitir os conhecimentos muito valiosos para o que queremos fazer no assentamento”, destacou Osni Gorges, coordenador da Frente de Massas, ao final da visita.
Visita ao PNM Mata Atlântica e RPPN Serra do Pitoco, Unidades de Conservação em Atalanta (SC). Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.
Olhar para o futuro
A Apremavi já apoiou o Assentamento Dom Pedro Casaldáliga com a elaboração do mapa de uso do solo e destacando as áreas que necessitam de restauração de acordo com o Código Florestal. Também já foram doadas algumas mudas, para a recuperação de espaços prioritários ao grupo. Inspirados pela visita em Atalanta, os assentados deverão realizar novas atividades para a restauração de áreas na comunidade.
Deverá ser debatido internamente como pretendem continuar com as ações futuras, que deverão integrar a campanha do MST para o plantio de 100 milhões de árvores, já apoiada pela Apremavi em outros assentamentos.
Registros de ações realizadas em assentamentos de Santa Catarina com apoio da Apremavi. Fotos: Arquivo Apremavi.
+ Conheça Jô Santin, liderança do MST SC, na série Mulheres que Restauram
38 anos do MST
O Movimento Sem Terra (MST) foi instituído em 22 de janeiro de 1984, em Cascavel, no interior do estado do Paraná, durante o 1º Encontro Nacional do MST.
No ano seguinte, durante o 1º Congresso Nacional do MST, os integrantes da classe trabalhadora camponesa definiram a sua principal estratégia de ação para os anos seguintes: a ocupação popular de terras improdutivas para Reforma Agrária. Atualmente, o MST é composto por 450 mil famílias assentadas e cerca de 90 mil famílias acampadas, organizadas em 24 estados brasileiros. Essas famílias estão organizadas por meio da agricultura familiar camponesa atuando em 1,9 mil associações comunitárias, 160 cooperativas e 120 agroindústrias, produzindo alimentos saudáveis para o campo e a cidade.
Recentemente, em reação ao aumento nos índices de pobreza no Brasil e avanço da pandemia de Covid-19, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e mais de um milhão de marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.
Saiba mais sobre o Movimento Sem Terra aqui.
Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante a visita. #vacinasim #acreditenaciência
Autores: Vitor Lauro Zanelatto e Miriam Prochnow
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto