Capacitar para conscientizar

Nos meses de maio e junho a equipe da Apremavi esteve bem atarefada, com a realização de diversas reuniões e seminários. Confira alguns deles.

II Seminário Regional do Programa Matas Legais

O II Seminário Regional do Programa Matas Legais realizado no dia 08 de maio, no Parque Mata Atlântica em Atalanta, contou com a presença de mais de 100 pessoas entre secretários de agricultura, técnicos, proprietários rurais e representantes de empresas de 20 municípios da região do Alto Vale do Itajaí. O objetivo da Apremavi e Kabin organizadoras do evento foi apresentar o Programa Matas Legais, que visa o planejamento do plantio de exóticas e o aumento da área de florestas nativas em Santa Catarina.

Walter de Paula Lima discursou sobre “As Florestas plantadas e a água”. Segundo ele, os impactos sobre os recursos hídricos existem em qualquer atividade de uso da terra, o que precisa mudar são as ações de manejo que podem também causar estragos e degradações hidrológicas.

Para a coordenadora de pesquisa e desenvolvimento, qualidade e ambiência florestal da Klabin, Ivone Fier, o fomento florestal é uma oportunidade para que as propriedades rurais dessa reforma possam ter uma oportunidade de diversificação de renda. O percentual da área que pode ser plantada como floresta vai significar um percentual a mais como renda para o proprietário como se fosse uma poupança.

O seminário discutiu também a questão da legislação ambiental. Para Eduardo Piazera, representante, o programa Matas Legais tem demonstrado o respeito ao código florestal. É a primeira vez que uma empresa do setor de base florestal brasileira se une a uma ONG ambientalista para estimular o planejamento da propriedade rural, o cumprimento da legislação ambiental, a recuperação e a conservação das áreas de preservação permanente.

A Legislação que rege as Áreas de Preservação Permanente, sua importância e relação com a biodiversidade foi apresentada pela advogada Rode Martins.

Apremavi e Centro Vianei, realizam Oficina para Elaboração de Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica

Após a capacitação recebida por técnicos da Apremavi e do Centro Vianei em Nazaré Paulista-SP, para elaboração de Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica, foi realizada no dia 23/05/07 uma oficina com agricultores das regiões do Alto Vale do Itajaí e Planalto Serrano, no Parque Mata Atlântica, no município de Atalanta-SC.

O evento teve como objetivo demonstrar várias formas de implementação de Sistemas Agroflorestais na agricultura familiar dentro de um contexto técnico e também divulgar a elaboração do Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica. Segundo os participantes da oficina a idéia do Manual foi bem vinda, visto que, algumas técnicas sobre sistemas agroflorestais são conceitualmente pouco conhecidas na região, embora muitas práticas agroflorestais já são utilizadas pelos agricultores familiares. Como exemplo temos os chamados “faxinais”, onde a cultura de erva-mate sombreada é consorciada com criação de animais de forma coletiva. Leandro Casanova, da Apremavi, afirma que a implementação de SAFs na região ajudará no resgate de algumas práticas culturais utilizadas na agricultura em tempos anteriores, contribuindo para uma agricultura mais sustentável.

Um jeito diferente de construir uma nova agricultura

A Apremavi participou de encontro realizado na localidade de Ribeirão Klauberg, município de Ituporanga-SC no dia 25/05/07, entre agricultores da comunidade, técnicos da Epagri e do projeto microbacias 2, para discutir novas metodologias de plantio, visando o desenvolvimento de uma agricultura sustentável.

O trabalho desenvolvido na comunidade denominado SPDH (Sistema de Plantio Direto de Hortaliças), foi iniciado pelo eng. agrônomo Jamil Abdalla Fayad, da Estação Experimental de Ituporanga/Epagri, e traz como premissa o desenvolvimento de práticas agrícolas não agressivas ao meio ambiente. O processo é de inclusão, ou seja, o agricultor entra no programa de forma espontânea e pode começar no sistema de forma gradativa. De acordo com depoimento de alguns agricultores que já estão avançados no sistema de plantio direto, além da produtividade estar respondendo bem, a vantagem desse tipo de agricultura está na redução de custos, por abrir mão de certos agroquímicos (adubos químicos, herbicidas, inseticidas) bem como também na melhoria da qualidade de vida.

Segundo Urbano Schmitt Júnior, da Apremavi, o evento foi importante para deixar claro que a preservação ambiental e a produção não só podem, como devem andar juntas. Além disso, a produção só será viável no médio e longo prazos, se a preservação ambiental for levada em consideração.

Convidado a palestrar sobre o tema Corredores Ecológicos, o eng. florestal Leandro Casanova procurou relacionar e integrar o papel das florestas nas propriedades rurais. “Considerando o fato dos agricultores terem uma visão positiva sobre a prática de uma agricultura natural, é fácil deles perceberem as vantagens dos corredores ecológicos, como agentes de proteção das águas, em especial as matas ciliares, e também como uma fonte natural de controle biológico para as lavouras. As idéias estão sendo semeadas em campo fértil”, finaliza Leandro.

Palestra sobre o Programa Matas Legais

Em comemoração a semana do Meio Ambiente, o curso de Ciências Biológicas da Uniplac promoveu, no dia 05 de junho, uma série de palestras ligadas à temática ambiental. A Apremavi participou do evento apresentando o Programa Matas Legais. A palestra foi direcionada aos alunos do curso de ciências biológicas e da engenharia da madeira.

A palestra salientou que para o desenvolvimento de uma silvicultura sustentável é preciso que sejam levadas em consideração além das questões sociais e econômicas, os aspectos ambientais, principalmente os que se referem ao respeito às áreas de preservação permanente (beira de riachos, rios e nascentes).

No espaço para perguntas o engenheiro florestal Leandro Casanova foi questionado sobre o avanço das florestas exóticas sobre as áreas de campos naturais. Segundo Casanova, as áreas de campos naturais fazem parte do domínio da Mata Atlântica e estão protegidas pela Lei da Mata Atlântica, sancionada em dezembro de 2006. Os campos naturais merecem muita atenção, pois, são importantes ecossistemas que possuem uma fauna típica associada e a sua conversão em florestas exóticas é o equivalente ao desmatamento de florestas nativas para implantação de reflorestamento com pinus ou eucaliptos.

Sabemos que o estado de Santa Catarina tem uma ótima vocação florestal, em contrapartida a tradição florestal pela agricultura familiar é pequena, mas é possível ser conquistada. O programa matas legais tem como um dos objetivos fazer com que essa tradição florestal a ser alcançada tenha como base os princípios da sustentabilidade.

Semana do Meio Ambiente com conscientização

A Escola de Educação Básica Dr. Frederico Rolla, localizada no município de Atalanta(SC), realizou de 28 de maio a 1º de junho a X Mostra Multidisciplinar e I Mostra do Meio Ambiente. Vários trabalhos dos educandos, falando sobre preservação, meio ambiente, água e lixo, ficaram expostos nos ambientes do colégio.

O objetivo foi promover a conscientização ambiental sobre nosso planeta e repensar práticas que agridem o meio ambiente, partindo da idéia de que todos podem contribuir na busca por um mundo em que haja preocupação com o desenvolvimento sustentável. A X Mostra Multidisciplinar contou com a parceria da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí – APREMAVI, que doou mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e materiais de divulgação sobre os seus programas e ações em prol do meio ambiente.

Foram proferidas inúmeras palestras de educação ambiental e o dia 29 foi marcado pelo “zôo na escola”, quando alguns animais taxidermizados e também vivos do zoológico de Pomerode foram deslocados, para mostrar a importância de se preservar o habitat de cada espécie.

Uma trilha ecológica da vida foi criada, na qual os educandos de olhos vendados e guiados por um educador puderam sentir a natureza de uma forma mais próxima. A sala ambientalizada contou com barulhos de animais, cascata artificial, som de chuva e cheiro de grama molhada, buscando sensibilizar todos os sentidos para a questão ambiental.

Durante estes dias houve o envolvimento de toda a comunidade, que foi convidada a participar dos ciclos de debates e exposições. A Carta da Terra, as oito metas do milênio criadas pela ONU e a Agenda 21 foram alguns dos muitos temas.

Conhecendo nossas paisagens

Um dos lugares mais bonitos de Santa Catarina é a Serra Catarinense. Cidades turísticas, belos campos nativos cercados com florestas de araucárias enchem os olhos de quem passa pela região. Com o objetivo de mostrar essas paisagens naturais e ao mesmo tempo fazer um passeio de confraternização, a diretoria da Apremavi proporcionou aos seus funcionários, acompanhados de suas famílias, uma viagem no último domingo, dia 06 de maio.

Foram visitados os principais pontos turísticos da Serra. O primeiro lugar foi o Parque Nacional de São Joaquim. Dentro do Parque existe a bela Cascata do Véu da Noiva, com aproximadamente 60 metros de altura. Suas águas geladas descem por um paredão de basalto cercado de mata nativa.

Seguindo em frente, no Morro da Igreja, ponto culminante da Serra Geral, com 1822m de altitude, e onde todos os anos no inverno há ocorrência de neve, foi possível avistar a Pedra Furada.

Neste local, em 1996, foi registrada a temperatura mínima recorde no Brasil: 17,8ºC negativos no termômetro, e 40º C negativos na sensação térmica. Ainda no local está instalado o CINDACTA II do Ministério da Aeronáutica, onde é feita o controle do tráfego aéreo do RS e SC.

A Pedra Furada é uma formação rochosa como uma escultura natural em forma de janela, medindo aproximadamente 30 metros de circunferência. O Parque Nacional de São Joaquim foi criado em 1964.

Após pecorrer estradas do município de uribici se chegou a cidade de Bom Jardim das Serra, onde foi possível conhecer a Serra do Rio do Rastro localizada na divisa desse município com Lauro Muller. Do mirante da serra é possível, em dias de sol, avistar o oceano Atlântico. A serra do Rio do Rastro tem uma estrada de 15 km concretada em rocha natural, contornando um “Cânion” profundo de 1.460 metros em relação ao nível do mar.

Para finalizar, uma paradinha no Mirante de São Joaquim localizado a 1.400 metros de altitude, de onde foi possível apreciar outra belíssima vista panorâmica de São Joaquim da paisagem da região.

Para a equipe da Apremavi, que se divertiu e também aprendeu muito, estes passeios são importantes, porque valorizam tanto nossos recursos naturais e cada vez mais fazem com que exista um compromisso grande com a presevração do meio ambiente.

Fotos: Maria Luiza S. Francisco e Luciano Francisco

Agrofloresta terá Manual

Durante os dias 28 a 30 de março de 2007, 18 entidades situadas na Mata Atlântica da região nordeste , sudeste e sul do Brasil, discutiram o conteúdo preliminar para a elaboração de um Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica.

O projeto MANUAL AGROFLORESTAL PARA MATA ATLÂNTICA – “Capacitação participativa de agricultores familiares e formação de agentes de desenvolvimento agroflorestal para difusão de experiências com práticas agroflorestais no bioma da mata atlântica” é financiado pelo MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário e além de proporcionar a elaboração do próprio manual pretende realizar a capacitação participativa de agricultores familiares e a formação de agentes de desenvolvimento agroflorestal nas regiões de abrangência das entidades parceiras.

A Oficina Técnica de Capacitação foi realizada no CBBC – Centro Brasileiro de Biologia da Conservação, centro de capacitação do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, localizado em Nazaré Paulista, no estado de São Paulo.

As 18 entidades colaboradoras deste projeto são: Instituto Floresta Viva, IESB e Centro de Desenvolvimento Terra Viva da Bahia; Fundação Cepema do Ceará; APTA do Espírito Santo; Fundação Rureco do Paraná; Centro Sabiá de Pernambuco; Centro Litoral Norte eEcocitrus do Rio Grande do Sul; GAE/UFRuralRJ, Instituto Ipanema e REBRAF do Rio de Janeiro; Apremavi, Ipereté e Vianei de Santa Catarina e Ipê, Proter e Mutirão Agroflorestal de São Paulo.

Para o Engenheiro Florestal da Apremavi, Leandro Casanova, que participou da oficina, este projeto será muito impotante não só para o conjunto das iniciativas de agrofloresta na Mata Atlântica, mas também para o trabalho da Apremavi, pois será uma grande oportunidade de divulgar e discutir os trabalhos que a instituição vem desenvolvendo ao longo de seus 20 anos de exsistência.

A Apremavi irá abordar os modelos de agrofloresta que desenvolve na região, o enriquecimento de florestas secundárias e também o planejamento de propriedades e paisagens. Além disso, para aumentar a qualidade dos trabalhos, serão envolvidos os proprietários com os quais a Apremavi já trabalha e que já desenvolvem experiências em suas propriedades. Também será oferecida uma capacitação específica em agrofloresta para esses proprietários.

Maiores informações: http://www.rebraf.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=211&sid=10

Foto da oficina: Marcos Copacheski

Capacitação é ferramenta de Educação Ambiental

Para que as pessoas sejam capazes de se desenvolver elas precisam serem capazes de controlar suas próprias atividades dentro da estrutura das suas comunidades. Precisam participar, não apenas do trabalhobraçal, mas também do seu planejamento e da determinação de prioridades.

Nesse sentido a capacitação de setores da sociedade, na questão do planejamento de propriedades e paisagens, é indispensável. Pois para que essa ação aconteça de maneira efetiva é importante toda a família estar envolvida no processo, assim comooutros atores sociais, entre eles: técnicos e professores, que são os principais disseminadores de informações.

Considerando esses fatores a APREMAVI, através do projeto Planejando Propriedades e Paisagens, realizou uma jornada de cursos de capacitação que envolveu estudantes, agricultores, merendeiras, professores e técnicos. Os cursos foram realizados no município de Atalanta (SC).O primeiro curso aconteceu no dia 19/03, e foi realizado nas dependências do Viveiro Jardim das Florestas. Estiveram presentes técnicos de diversas instituições, entre elas ONGs, instituições governamentais e empresas privadas da região. O tema do curso foi Legislação Ambiental e teve como objetivo principalrepassar informações sobre as principais leis e regulamentos em vigorpara que os técnicos possam orientar proprietáriose também terem subsidios para atuarem frente aos crimes ambientais que vem acontecendo na região.

No dia 26, aconteceu na propriedade do Sr. Raimundo Hobus e do Sr. Argemiro Kubiack um dia de campo sobre Permacultura.Num primeiro momento foi discutido qual era o objetivo coletivo do grupo não somente para esse dia, mas também para os próximos anos. A parte prática aconteceu na propriedade do Sr. Argemiro Kubiack. Durante esse momento foram levantados os principais problemas encontrados na propriedade, mas também quais eram as espectativas da familia em curto, médio e longo prazo. Adiscussão possibilitou ao grupo encontrar algumas soluções simples e economicamente viáveis de ações que podem ser realizadas.

Segundo o palestrante Jorge Thimmerman um passo importante no planejamento não é apenas identificar os problemas, mas sim o agricultor identificar o que ele quer para ele e para sua familia.

Um dos objetivos da permacultura é planejar a propriedade de maneira que se tenha qualidade de vida, e segundo o palestrante Hernades Werner a alimentação é a base da nossa saúde, pois o alimento saudável proporciona qualidade de vida. Por isso no dia 27/03 foi feito uma discussão entre agricultores, merendeiras e professoras sobre ocultivo agroecologico de hortaliças, através de um curso no Parque Natural Municipal Mata Atlântica. O objetivo do curso é estimular que as escolas do município possam oferecer uma alimentação saudável para os alunos e que os agricultores passem a utilizar a técnica em suas propriedades.A parte prática do curso foi realizada na propriedade Serra do Pitoco.

Já é fato comprovado, que a prática do paisagismo eleva a alto estima das pessoas, da mesma maneira que os jardins proporcionam um clima harmônico entre as mesmas. Para atingir esse objetivo, foi realizado nos dias 28 e 29 de março um curso de jardinagem em duas comunidades do município: Rio Caçador e Dona Luiza respectivamente. O curso foi marcado por aulas praticas e teóricas, sendo as mesmas realizadas nas escolas das comunidades e em propriedades particulares. Durante os dois dias estiveram participando do evento professoras, agricultores e os grupos de mulheres organizados dentro do Projeto Microbacias 2.

Um dos principais problemas hoje enfrentados na agricultura, é o êxodo rural, principalmente por parte dos jovens, o que nos leva a crer que é necessária uma ação urgente para auxiliar no processo de reversão desse quadro. Como passo inicial foi então realizada também no dia 29 de março, uma palestra no Parque Natural Municipal Mata Atlântica, voltada a jovens agricultores e estudante do ensino médio. O tema abordado durante a palestra foi A importância do agricultor para a sociedade.

A jornada de capacitação foi desenvolvida durante todo o mês de março, com o envolvimento de 150 pessoas. Entre os palestrantes estiveram presentes representantes da Epagri, do Ministério do Meio Ambiente e profissionais autônomos.

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