PARNA das Araucárias elabora Plano de Manejo

Nos meses de julho e agosto de 2009 foram realizados duas importantes oficinas para a implantação do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias. As oficinas integram as atividades do projeto "Elaboração dos Planos de Manejo e Conselhos Consultivos do PARNA das Araucárias e da ESEC da Mata Preta" em execução pela Apremavi, com apoio do PDA e várias instituições parceiras e anuência do Instituto para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

As oficinas também fazem parte do roteiro metodológico utilizado pelo ICMBio na elaboração de planos de manejo de Unidades de Conservação (UCs) federais. As reuniões envolveram públicos distintos e procuraram levantaram subsídios para o manejo do PARNA das Araucárias e seu entorno.

Nos dias 17 e 18 de julho foi realizada no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, em Atalanta (SC) uma reunião com os pesquisadores que trabalharam na área do PARNA, responsáveis pelos levantamentos biótico (flora, invertebrados aquáticos, anfíbios, aves e mamíferos), abiótico (Turismo e uso público, trilhas, acessos, geologia) e socioeconômico. A equipe da Apremavi coordenou os trabalhos, que também contou com a presença de representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Cada pesquisador apresentou os principais resultados obtidos a partir dos trabalhos em campo, enfatizando as espécies de interesse conservacionista, as ameaças e as estratégias para sua conservação. Posteriormente, trabalhando em grupos, discutiu-se o zoneamento da UC, ou seja, quais áreas possuem características inerentes e necessárias à pesquisa científica, educação ambiental, ecoturismo, recuperação, sendo este levantamento preliminar construído com base nas pesquisas realizadas.

Em outro momento, foram discutidas e apontadas ações estratégicas para o Plano de Manejo do PARNA das Araucárias, pensando nos trabalhos com as comunidades, nas atividades de gestão, em sua estrutura, fiscalização, integração com os municípios onde a UC se insere, dentre outros temas que auxiliarão o PARNA no alcance de seus objetivos de criação.

Envolvendo outro público, a APREMAVI e o ICMBio realizaram nos dias 25, 26 e 27 de agosto, na sede da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (ACIX), em Xanxerê (SC) uma Oficina de Planejamento Participativo (OPP).

Esta oficina teve como objetivo o levantamento de informações junto aos diversos representantes de entidades governamentais, sociedade civil, comunidades, assentamentos e proprietários de áreas localizadas na área de abrangência da UC, para subsidiar e acrescentar informações relevantes para o Plano de Manejo da Unidade de Conservação e para sua zona de amortecimento (ZA).

Conduzida por Marcelo Limont e Neluce Soares, a oficina envolveu os diferentes atores e interesses para uma construção conjunta. No primeiro dia de trabalho foram apresentados os objetivos da oficina, metodologia e contexto de inserção no projeto em execução pela Apremavi, tendo em seguida a formação de grupos de trabalho para a identificação dos pontos fortes (aspectos internos da UC), e oportunidades (aspectos externos) que auxiliam o PARNA no alcance de seus objetivos de criação.

No segundo dia houve o debate sobre as fragilidades (aspectos internos) e ameaças (aspectos externos) à gestão da UC. As informações levantadas até o momento foram espacializadas através de tarjetas no mapa do PARNA. Com o diagnóstico da unidade realizado, o último dia foi destinado à definição de ações estratégicas e parcerias institucionais.

Com aproximadamente 28 participantes, foi possível estabelecer nos três dias do evento um retrato da realidade do PARNA das Araucárias, em seu contexto ambiental, social e econômico, e pensar sua base de planejamento sob o olhar de diferentes atores locais, com suas diferentes experiências e sentimentos de pertencimento à região. Segundo Marcos Alexandre Danieli, técnico ambiental da Apremavi, “a oportunidade de termos diferentes representações sociais pensando e trabalhando em conjunto no planejamento do PARNA das Araucárias contribui sobremaneira para que esta UC alcance seus objetivos, sendo esta relação de diálogo fundamental para as ações de implementação da unidade.”

Para o chefe do PARNA das Araucárias, Juliano Rodrigues Oliveira, “estes eventos trouxeram muitas informações importantes e de qualidade para o planejamento, gestão e manejo da unidade. Além disso, demonstraram que é possível, com seriedade, trabalho e boa vontade, superar os problemas relacionados ao processo de criação deste parque nacional.”

Um importante ponto a destacar foi a presença das equipes da Estação Ecológica da Mata Preta e do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, pois pretende-se ter uma gestão integrada das três unidades.
Destaca-se também como resultado final da oficina o processo de construção participativa estabelecido, que propiciou a manifestação de diferentes idéias, sugestões e críticas. A oficina serviu também para o fortalecimento nas relações com as diversas instituições com atuação na região, e para o intercambio e nivelamento de informações relacionadas ao PARNA das Araucárias. 

Fotos: Marcos Danieli e Miriam Prochnow

{%GALERIA%}

Formado Conselho Consultivo do PARNA das Araucárias

Muito diálogo e um processo contínuo de sensibilização e mobilização, tornaram possível que no dia 13 de maio de 2009, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizassem a oficina para a formação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias.

A formação de Conselhos é uma das ferramentas de gestão de uma Unidade de Conservação (UC) e é o espaço propício de articulação e diálogo entre os representantes dos diferentes setores vinculados à unidade em questão.

Realizada no Centro de Convivência do Idoso em Ponte Serrada (SC), a oficina envolveu 36 pessoas, representantes de organizações governamentais e da sociedade civil com atuação nos municípios de abrangência do PARNA das Araucárias e proprietários de terras localizadas no interior da UC.

A oficina foi coordenada por Marcelo Limont e Neluce Maria Arenhart Soares, técnicos do Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura. No período da manhã foram realizados trabalhos em grupo com o objetivo de aproximar os participantes e visualizar a atuação das entidades na região. Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi, fez uma breve contextualização dos passos seguidos até o momento e Juliano Rodrigues Oliveira, analista ambiental do ICMBio e chefe do Parque, falou sobre o perfil e função dos conselheiros e do conselho.

No período da tarde através da técnica conhecida como “Diagrama de Venn” foi feito um estudo da representação de cada organização, criado o perfil do conselheiro e realizada a indicação das organizações conselheiras.

A partir desse trabalho ficou decidido que o Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias teria 21 cadeiras, com dez assentos para organizações governamentais e 11 para a sociedade civil. A indicação das organizações que ocuparão cada uma dessas vagas também foi feita, sendo que em alguns casos organizações diferentes ocuparão as vagas de titular e suplente de uma mesma cadeira. A Apremavi foi indicada como suplente da vaga destinada às organizações não-governamentais ambientalistas.  

Para chegar a essa etapa, de efetiva formação do conselho consultivo da UC, foram necessários quase dois anos de muito trabalho e dedicação dos técnicos da Apremavi, que trabalharam em um primeiro momento na identificação dos potenciais atores para participar do conselho e verificar como a sociedade se organiza na região. Nessa etapa foram realizadas reuniões com representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, poder público local, moradores das comunidades localizadas na zona de amortecimento, entre outros, sendo nesse momento sempre enfatizada a importância do conselho consultivo, da gestão da UC e o papel do conselheiro. Através dessas reuniões foram envolvidas cerca de 200 pessoas.

De outubro de 2008 a março de 2009, foi realizado o processo de mobilização das entidades que tinham interesse em fazer parte do processo de seleção, as quais se cadastraram mediante edital específico que foi divulgado em diversos meios de comunicação e na maioria das vezes entregue em mãos pelos técnicos. Também envolveu a realização de uma oficina no dia 24 de março de 2009, na Câmara de Vereadores de Passos Maia. Todas essas atividades foram realizadas dentro do previsto no projeto apoiado pelo PDA.

Como próximo passo a Apremavi e a chefia da UC irão organizar a documentação e enviar à presidência do ICMBio para análise jurídica e posterior publicação de portaria criando o Conselho Consultivo. Após a publicação dessa portaria, as organizações integrantes do Conselho deverão indicar os nomes das pessoas que as representarão.

A formação do Conselho Consultivo do PARNA das Araucárias é um passo importantíssimo para a sua implantação.

Fotos: Edilaine Dick e Marcos A. Danieli

{%GALERIA%}

Apremavi realiza oficina em Passos Maia

No dia 24 de março de 2009 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) através do projeto “Elaboração dos planos de manejo da ESEC da Mata Preta e do Parna das Araucárias”, deu mais um importante passo no que se refere à formação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias. Nesse dia foi realizada uma oficina visando dar continuidade ao processo de formação do respectivo conselho.

As atividades para a formação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias vêm sendo desenvolvidas desde o início do projeto e no momento se encontram em uma fase importante, que é o cadastramento das entidades com potencial para comporem o conselho, por atuarem na região de abrangência e terem representatividade perante a Unidade de Conservação (UC).

A oficina, que contou com a participação de cerca de 40 representantes da comunidade do entorno do parque, aconteceu na Câmara de Vereadores de Passos Maia, e teve dois momentos principais. No período da manhã contou com a presença de representantes das entidades governamentais com atuação nos municípios de abrangência da UC e proprietários de terras localizadas no interior do Parna e no período da tarde com representantes de entidades organizadas da sociedade civil.

No início do encontro, Edilaine Dick da Apremavi e Juliano Oliveira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), fizeram uma apresentação do projeto desenvolvido pela Apremavi e do PARNA das Araucárias, conduzindo na sequência uma roda de conversa, momento esse que possibilitou que os participantes tirassem suas dúvidas sobre a UC.  

Em seguida Marcos Alexandre Danieli da Apremavi e Marcelo Limont do Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura fizeram uma apresentação sobre o que é, a importância do conselho consultivo, e a fase em que se encontra o processo de formação do conselho do PARNA das Araucárias.
No final da oficina foi entregue o edital de cadastramento para as entidades que apresentaram interesse preencherem e retornarem até o dia 31 de março, prazo esse que finaliza o cadastramento.

A organização da oficina contou ainda com apoio de Neluce Maria Arenhart Soares e Fabiana Prado do Mater Natura e Ezequiel Antonio Moura, estudante de biologia da UFSC.

Segundo Juliano Oliveira “o processo de formação do Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias está evoluindo muito bem. As pessoas e instituições começam a se dar conta da importância do Parque e muitas já apóiam o mesmo abertamente, graças ao processo de mobilização realizado pela APREMAVI. Esperamos que seja o início de uma bela caminhada com destino a um futuro bem melhor para as pessoas e para a bela região onde elas vivem, garantindo a sobrevivência e a preservação da sua rica biodiversidade”.

O edital para cadastramento das entidades interessadas tanto em participar do conselho consultivo do PARNA das Araucárias, como da Estação Ecológica (ESEC) da Mata Preta, encontra-se na página principal da Apremavi e está em vigor até dia 31 de março de 2009.

Veja na galeria fotos do PARNA das Araucárias, feitas em um levantamento de campo.

{%GALERIA%}

Apremavi realiza levantamento turístico no Parque Nacional das Araucárias

No período de 26 a 29 de janeiro de 2009, técnicos da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), estiveram a campo realizando o levantamento turístico e de uso público para compor o Plano de Manejo do Parque Nacional das Araucárias (PARNA das Araucárias), localizado na região oeste de Santa Catarina abrangendo os municípios de Ponte Serrada e Passos Maia. Estas atividades integram o projeto de “Elaboração dos Planos de Manejo do PARNA das Araucárias e da ESEC da Mata Preta”, que em julho de 2008 completou o seu primeiro ano de execução.

O PARNA das Araucárias é uma Unidade de Conservação criada no ano de 2005 por decreto federal, e segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) uma de suas finalidades é o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação e turismo ecológico.

Durante o trabalho de campo foram visitadas áreas localizadas na Zona de Amortecimento do parque. A participação da comunidade local foi imprescindível para a realização dos estudos nas áreas, uma vez que foram os moradores da região que informaram e acompanharam os técnicos até os atrativos potenciais para o uso turístico.

Nas saídas de campo foram catalogados alguns atrativos que já recebem visitantes como a Ponte Baixa e a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, localizadas no município de Passos Maia e a Cachoeira do Vicensi, no município de Ponte Serrada, que conta com aproximadamente 74m de altura. Também foram localizadas potencialidades naturais e culturais que até o presente momento não estão sendo utilizadas para fins turísticos, como a cascata localizada no assentamento Sapateiro I; a formação de uma bela cachoeira no Rio Quebrado com aproximadamente 40m de altura; diversas quedas d’água no rio Chapecó; o trabalho artesanal produzido pelas moradoras dos assentamentos e das comunidades de Passos Maia e Ponte Serrada; o vinho e a cachaça produzidos no alambique no município de Passos Maia, dentre outros locais que futuramente vão diversificar e complementar a oferta turística oferecida no Parque Nacional das Araucárias.

As atividades compreenderam ainda a realização de entrevistas e conversas informais com moradores das comunidades próximas ao PARNA, bem como com representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil, com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento dos entrevistados sobre o que é turismo e as perspectivas dos mesmos com relação ao Parque Nacional das Araucárias. Os resultados das entrevistas serão publicados juntamente com o Plano de Manejo da área.

Assim que consolidado, o Parque Nacional das Araucárias será propulsor do desenvolvimento turístico da região onde está inserido. Nesse sentido, a participação da população no processo é de fundamental importância, uma vez que o turismo pode ser uma possibilidade de geração de renda para as famílias.

As atividades foram conduzidas por Jaqueline Pesenti, graduada em turismo e que atua como funcionária da Apremavi junto à gestão do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, no município de Atalanta. Contou ainda com a colaboração de Marcos Alexandre Danieli, técnico ambiental da Apremavi.

A atividade turística e a criação de unidades de conservação podem ser aliadas para garantir a proteção e conservação de remanescentes naturais, gerando benefícios para a localidade em que está inserida.

{%GALERIA%}

Apremavi desenvolve atividades com comunidades em Abelardo Luz e Clevelândia

Dando continuidade às atividades de Elaboração do Plano de Ação para Conservação da Estação Ecológica da Mata Preta, durante o período de 10 a 13 de novembro de 2008, foram realizadas reuniões com comunidades e conversas com diferentes atores sociais dos municípios de Abelardo Luz (SC) e Clevelândia (PR).

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) está coordenando estes trabalhos, e esteve representada pelo técnico ambiental Marcos Alexandre Danieli.  As reuniões e oficinas foram conduzidas por Larissa Lopes Mellinger e Cecília Brosig representantes da Cinco Reinos – Serviços e Pesquisas Ambientais, empresa que está elaborando o Plano de Ação para a Estação Ecológica (ESEC).

A elaboração deste Plano está sendo feita de forma participativa, junto aos moradores da zona de amortecimento da Unidade de Conservação (UC), dos líderes comunitários, dos representantes dos órgãos governamentais e da sociedade civil dos municípios envolvidos, e demais entidades que contribuam com o estudo.

A metodologia de elaboração do “Plano de Ação” para Unidades de Conservação foi desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC). Este Plano constitui numa importante ferramenta para o monitoramento de áreas de conservação, uma vez que fornece seu zoneamento e é aplicável durante todos os níveis de planejamento. Aliado a estes fatores, fornecerá a base para a posterior elaboração do plano de manejo da ESEC da Mata Preta, documento este que irá orientar a gestão da UC. Auxiliará ainda no estabelecimento de metas e prioridades de conservação, bem como no direcionando dos investimentos a serem aplicados e geridos pelo futuro chefe da unidade.

Nas reuniões com as comunidades, que teve o seguinte slogan: “Venham conversar sobre o que existe e o que precisa ser cuidado nessa mata, quais as principais dificuldades em preservá-la e nos ajude a pensar em como podemos resolver os conflitos relacionados a ela!”,bem como nas conversas com os diferentes atores sociais, foram levantadas informações importantes sobre a Estação Ecológica da Mata Preta, principalmente sobre o que precisa ser conservado nessa mata, quais as principais dificuldades em preservá-la e  de que maneira os conflitos relacionados a ela podem ser resolvidos.

O momento agora é de análise das informações que foram levantadas durante os dias de trabalho, e das informações já existentes sobre a área da UC. Depois deste estudo haverá um outro encontro com as comunidades e diferentes atores sociais para apresentação dos resultados e afinamento das informações.

Pin It on Pinterest