Plano de Manejo da Arie Serra da Abelha é aprovado

Plano de Manejo da Arie Serra da Abelha é aprovado

Plano de Manejo da Arie Serra da Abelha é aprovado

É com imensa alegria e sensação de dever cumprido que a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) informa que o Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha foi aprovado pela Portaria nº 28, de 26 de abril de 2016, publicada no Diário Oficial da União do dia 27 de abril.

A elaboração do plano de manejo da ARIE foi coordenada pela Apremavi, sob a supervisão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e elaborado no âmbito do Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Os trabalhos foram realizados no período de abril de 2013 a dezembro de 2015.

Desde a criação da ARIE, a comunidade local, as autoridades municipais e organizações da sociedade civil como a Apremavi, a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) e a Associação José Valentim Cardoso (Ajovacar), com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), realizaram diversas ações para garantir a conservação dos recursos naturais desta Unidade de Conservação. Com a criação do ICMBio, em 2008, ampliou-se a expectativa pela efetiva implantação dessa importante UC.

Durante o processo de elaboração do plano houve o envolvimento da comunidade local por meio de reuniões de mobilização, entrevistas para elaboração do diagnóstico socioeconômico e ambiental, saídas de campo para realização dos levantamentos de fauna e flora e reunião de planejamento participativo.

Um dos momentos de discussão do Plano de Manejo com a comunidade na Arie Serra da Abelha. Foto: Arquivo Apremavi.

José Guilherme Dias de Oliveira, chefe da ARIE, comenta que chegou para trabalhar na ARIE em setembro de 2013 e que ao longo do processo de elaboração do plano de manejo vários foram os atores que contribuíram na construção do documento: pesquisadores; ONGs, entre elas a Apremavi; representantes de setores da economia e moradores da Arie e vizinhança, além do ICMBio, responsável pela supervisão.

Ele complementa que o processo de formação do conselho consultivo, com aprovação publicada no final do ano passado, paralelamente à elaboração do plano de manejo, propiciou ampla participação da sociedade na elaboração do documento: “acredito que o resultado final é um documento equilibrado, onde se podem identificar os diversos vetores de interesse na gestão da unidade de conservação, observando as possibilidades e limites da legislação pertinente e o grau de importância e influência de cada setor na gestão”, ressalta Oliveira.

No âmbito do mesmo projeto a Apremavi também promoveu a Oficina de Capacitação do Conselho da ARIE, com o objetivo  de discutir o papel do conselho e conselheiro na gestão da ARIE Serra da Abelha e definir as prioridades de ação do conselho.

Oliveira cita que na fase final, de análise pela Diretoria respectiva no ICMBio e Procuradoria Jurídica, foi dado o devido refinamento, visando maior  adequação ao direcionamento institucional e segurança jurídica: “a aprovação do plano de manejo e do conselho consultivo da Arie Serra da Abelha finalizam um ciclo de gestão, de estruturação da unidade de conservação, e iniciam um novo, de implementação, onde o que está previsto no plano de manejo deve ser posto em prática, o que só será possível e legítimo com o apoio, participação e acompanhamento da sociedade”.

Momento de discussão do Plano de Manejo com a comunidade na Arie Serra da Abelha. Foto: Arquivo Apremavi.

Wigold B. Schaffer, conselheiro da Apremavi, comenta que o Plano de Manejo aprovado apresenta as ações prioritárias a serem desenvolvidas nos próximos cinco anos de gestão e que ele não é apenas um documento, é mais um passo para a consolidação definitiva dessa importante Unidade de Conservação: “além de representar uma nova fase para a ARIE, o plano de manejo aprovado abre concretamente o caminho para se buscar a proteção dos importantíssimos remanescentes florestais do seu entorno e para isso o passo seguinte é a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio da Prata, com mais de 30.000 hectares. Conclamo a todos para se empenharem nessa tarefa”, destaca.

A Apremavi agradece a todas as pessoas que participaram e contribuíram com a elaboração do Plano de Manejo da ARIE Serra da Abelha, especialmente aos financiadores do projeto, as instituições parceiras, os moradores da ARIE, pesquisadores e participantes das oficinas e reuniões comunitárias, os quais não mediram esforços para tornar realidade este Plano de Manejo.

A ARIE Serra da Abelha

A ARIE foi criada por motivação da Apremavi, através da Resolução 005 de 17.10.90 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente e referendada por Decreto Presidencial publicado no Diário Oficial da União no dia 28 de maio de 1996.

Localizada no município de Vitor Meirelles, é uma área de 4.251 hectares de Mata Atlântica, que abrange uma zona de transição entre as Florestas Ombrófila Mista e Ombrófila Densa, o que lhe confere grande importância científica, por sua biodiversidade e características fitossociológicas.

Para mais informações, entre em contato com José Guilherme Dias de Oliveira, chefe da ARIE, no telefone (47) 3357-9064 ou e-mail joseguilhermediasoliveira@gmail.com

Confira algumas imagens da Arie. Fotos: Edilaine Dick

Seminário discute Corredores Ecológicos, Pesquisa e Uso Público em UCs

­A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), em parceria com a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e o Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro), promoveu nos dias 02 e 03 de setembro de 2015, no auditório do Parque Estadual das Araucárias, em São Domingos (SC), o Seminário Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação (UCs).

O evento discutiu a temática dos Corredores Ecológicos, Pesquisa e Uso Público em UCs e teve como objetivo a integração, discussão e troca de experiências entre os diversos participantes envolvidos no desenvolvimento do projeto. Participaram os gestores e conselheiros das UCs envolvidas (PARNA das Araucárias, REVIS Campos de Palmas, ARIE Serra da Abelha, PE Araucárias, PE Rio Canoas), além de outras UCs (ESEC Mata Preta, FLONA Chapecó e Três Barras, PE Tabuleiro, REBIO Aguaí), representantes da Rede Gestora (REGE) do Corredor das Araucárias, estudantes e demais interessados nos temas abordados, num público de 75 pessoas.

Mesa 1: Pesquisa para a gestão de Unidade de Conservação ou gestão para a pesquisa? Foto: Arquivo Apremavi.

O primeiro dia foi dedicado a conhecer os Corredores Ecológicos de Santa Catarina, na fala de Pedro de Sá (Fatma), e para debater a relação entre a pesquisa e a gestão de UCs, em uma mesa integrada por Carlos Ribeiro (FLONA Três Barras); Joel Casagrande (REBIO Aguaí); Carlos Eduardo Conte (UFPR); Alexandre Siminski (UFSC/Curitibanos); Angélica Cassol (Unochapecó); Ronei Baldissera (Unochapecó) e Manuela Gazzoni dos Passos (Unoesc Chapecó). 

No segundo dia, a discussão foi sobre o Uso Público em Unidades de Conservação, em uma mesa composta por Carlos Ribeiro (FLONA Três Barras); Juliano Rodrigues Oliveira (PARNA das Araucárias) e Alexandre Sachs (Grimpeiro).

Neste dia os participantes também conheceram o Programa Desmatamento Evitado, na fala de Romulo Cícero da Silva (SPVS), e assistiram aos vídeos “Aguaí – Floresta Atlântica: uma viagem pelo interior da Reserva Biológica do Aguaí” e “Projeto Araucária – Conservando e Recuperando a Mata Atlântica”. Em função da chuva no dia, a trilha no Parque não pôde ser realizada, mas todos os participantes foram convidados para uma nova visita à UC após sua abertura oficial, que deve ocorrer em breve.

A troca de experiências também ocorreu durante a exposição de banners, cartazes, folders, livros, artesanatos e demais materiais relacionados às UCs e temas afins, realizada junto ao café colonial produzido por integrantes do Grimpeiro, e também durante a hospedagem e alimentação, realizada na Vila Milani, comunidade vizinha ao Parque.

Divulgação de materiais relacionados às UCs e temas discutidos. Foto: Eloisa Donna.

Para o analista ambiental do ICMBio, Carlos Ribeiro, gestor da FLONA de Três Barras, o desenvolvimento das pesquisas, o incremento do uso público nas unidades de conservação e os benefícios socioambientais decorrentes estão ligados diretamente à capacidade dos gestores e suas equipes de dialogarem e desenvolverem projetos em parceria com outras instituições, sejam elas públicas e/ou da sociedade civil e ao envolvimento direto das populações do entorno nestes projetos.

“O seminário foi importante pela troca de experiências realizadas. Acreditamos que o diálogo permanente através da gestão participativa, os Conselhos Gestores atuantes, a aproximação e o apoio aos pesquisadores e as parcerias institucionais são instrumentos essenciais para que as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, sejam viabilizadas, atinjam seus objetivos e cumpram seu importante papel na construção do desenvolvimento sustentável e na conservação da nossa biodiversidade”, frisa Ribeiro.

Angelo Milani, presidente do Grimpeiro, cita que foi uma grande satisfação poder receber os participantes do Seminário no Parque, Vila Milani e município de São Domingos. Ele comenta que as unidades de conservação constituem peça-chave para promover a conservação e a provisão dos serviços ambientais, além do seu potencial econômico, desde que haja a devida gestão, por meio do plano de manejo e das pessoas que as administram. “Não há receitas prontas, mas esperamos que o seminário realizado venha a trazer benefícios a todas as unidades de conservação, principalmente o Parque Estadual das Araucárias”, pontua Milani, que representa a instituição que deverá ser responsável pela cogestão do Parque.

Gilberto João Morsch, Gerente de Unidades de Conservação e Estudos Ambientais da Fatma, ressalta que as discussões do Seminário contribuem para a valorização e qualificação da gestão das Unidades, a exemplo do Parque Estadual das Araucárias, que logo vai inaugurar uma nova fase com sua abertura à visitação. “É com prazer que informamos que todas as demandas necessárias já estão adiantadas e que a abertura do Parque se dará no máximo em 90 dias”, destaca Morsch.

Para Edegold Schaffer, presidente da Apremavi, o seminário foi um grande sucesso, pois conseguiu reunir gestores, chefes e conselheiros das UCs que estão inseridas no projeto, além de representantes dos órgãos ambientais e universidades. “A Apremavi, ao longo dos anos, vem apoiando a criação de unidades de conservação em Santa Catariana e esse projeto foi muito importante, tanto para nossa instituição, quanto para as UCs, pois permitiu o apoio às principais ferramentas de gestão das Unidades, como os conselhos e planos de manejo. A Apremavi espera poder continuar apoiando e capacitando os conselhos para que eles possam desenvolver cada vez melhor suas funções dentro das UCs”, conclui Schaffer.

O seminário integra o projeto “Planejamento e Capacitação em UCs”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO). 

UCs da Floresta com Araucárias vão modificar seus conselhos

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que está aberto o processo de modificação na composição dos Conselhos Consultivos do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias e da Estação Ecológica (ESEC) Mata Preta, Unidades de Conservação Federais criadas em 2005 e localizadas no Oeste de Santa Catarina.

Parque Nacional das Araucárias
O PARNA das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada (SC), abrange uma área de 12.841 hectares. Seu objetivo é a preservação de fragmentos de Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucárias) e toda a biodiversidade associada, bem como de seus recursos hídricos (parte da Bacia do Rio Chapecó), proporcionando assim, espaço para o desenvolvimento de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, turismo ecológico e o contato direto com a natureza.

Estação Ecológica Mata Preta
A ESEC Mata Preta, localizada no município de Abelardo Luz (SC), com uma área de aproximadamente 6.563 hectares, tem como objetivos a preservação dos ecossistemas naturais da área, principalmente dos remanescentes de Floresta com Araucárias em diferentes estágios, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental.

Papel do conselho e conselheiro
Cada uma das UCs conta com um Conselho Consultivo, que tem o objetivo principal de auxiliar as Unidades no alcance de seus objetivos. Os conselhos são formados por representantes de instituições governamentais, da sociedade civil ou comunidades, indicados legitimamente e representativos em relação aos grupos de interesse. O conselheiro tem o papel de funcionar como canal de diálogo entre o setor representado e a gestão da Unidade de Conservação.
Para mais informações, acesso o livro“Gestão Participativa em UCs: uma experiência na Mata Atlântica ” e o “Guia para Gestores e Conselheiros de Unidades de Conservação Federais”.

A modificação da composição
Considerando a importância dos conselhos para a gestão participativa das UCs, o PARNA das Araucárias e a ESEC Mata Preta convidam as instituições já integrantes em cada um dos conselhos a manifestar continuidade ou desligamento deste espaço, assim como, convidam demais instituições da sociedade civil, representantes comunitários, dos proprietários de imóveis inseridos na UC e instituições governamentais interessadas e que tenham relação com as UCs a se manifestarem formalmente até o dia 13 de abril de 2015, nos seguintes contatos:

Conselho do Parque: Juliano Rodrigues Oliveira (ICMBio) juliano.oliveira@icmbio.gov.br (46-3262-5099) ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi) marcos@apremavi.org.br (49-8834-8397).

Conselho da ESEC: Antonio de Almeida Correia Junior (ICMBio) esec.matapreta@icmbio.gov.br (46-3262-5099) ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi) marcos@apremavi.org.br (49-8834-8397).

O contato também pode ser por correio, no endereço: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, Caixa Postal 127, CEP 85.555-000, Palmas – PR.

Após o dia 13/04, as instituições interessadas serão convidadas a participar do momento de modificação de cada um dos conselhos, em data e local a serem comunicados. É nesta atividade que serão credenciadas as instituições a serem escolhidas para comporem cada um dos conselhos, por meio de métodos democráticos, levando em conta a paridade, representatividade, equidade na participação e potencial em contribuir com os objetivos da Unidade de Conservação, conforme Instrução Normativa ICMBio Nº 09, de 05 de dezembro de 2014.

Abaixo, você pode fazer o download dos ofícios específicos que convocam para a modificação do conselho do PARNA Araucárias e da ESEC Mata Preta, com os detalhes do processo.

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Intercâmbio entre UCs promove discussão sobre Uso Público

No dia 20 de outubro de 2014 o Conselho Consultivo do Parque Nacional das Araucárias visitou a Floresta Nacional de Chapecó, em Guatambu (SC), e juntos realizaram sua 13º reunião ordinária. O objetivo do intercâmbio foi a discussão e troca de experiências sobre a gestão do Uso Público de Unidades de Conservação (UCs), além da avaliação da atuação do conselho em 2014 e planejamento de atividades para 2015.

Participaram os conselheiros do Parque e uma turma de acadêmicos do Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó. Os visitantes conheceram e avaliaram trilhas da FLONA Chapecó e trocaram experiências com a gestora da área, Fabiana Bertoncini, que conduziu a visita e abordou sobre o tema Uso Público e sobre o trabalho que vem sendo realizado pela UC, conselho e parceiros, pautados principalmente na visitação voltada à educação ambiental, tendo como público as escolas próximas à Unidade.

Céliomar Maier, que no conselho do Parque representa o Sindicato Rural de Ponte Serrada, destaca que a partir da visita à FLONA, pôde perceber e sentir que cada vez mais é importante este contato com outras Unidades de Conservação, pois como visitante observou de que forma está sendo conduzido o trabalho de visitação, desde seus pontos positivos, infraestrutura e o que precisa ser melhorado. “Conseguimos observar o que precisa ser realizado e implantado para planejarmos ações que visem a visitação ao Parque Nacional das Araucárias, especialmente com relação ao objetivo que se busca na abertura de uma Unidade de Conservação para o Uso Público”, frisa Maier.

Juliano Rodrigues Oliveira, chefe do Parque Nacional das Araucárias, destaca que o Conselho Consultivo do Parque, em 2014, teve uma atuação muito focada e decidida no sentido de fazer a Unidade caminhar para a sua abertura ao Uso Público. “Embora nem todos os conselheiros e instituições tenham mantido o ritmo de participação dos anos anteriores, algumas tiveram uma liderança bastante destacada, e apoiaram a gestão da UC nesse trabalho. Pelas indicações recebidas, esse foco será mantido para os trabalhos de 2015, além da necessária modificação da composição do conselho”, ressalta.

Segundo Rodrigues, os próximos passos são a finalização da proposta técnica para uma trilha no parque, a sua implementação, com a ajuda de diversos parceiros e a discussão de como a visitação na Unidade será gerenciada em parceria com a comunidade. “Os parceiros precisam participar desde o planejamento até a operação dessa atividade”, conclui.

Para 2015 também estão previstas uma série de encontros nas instituições e comunidades conselheiras, buscando o fortalecimento da participação, da comunicação e parcerias.

A Apremavi participa do conselho do Parque desde o ano de 2010 e continuará apoiando a implantação desta Unidade e as discussões sobre seu Uso Público.

Fotos: Marcos Alexandre Danieli.

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Capacitação e Posse do Conselho marcam oficina do PE Rio Canoas

No dia 30 de outubro de 2014 foi realizada a 2ª Etapa da Oficina de Capacitação do Conselho Consultivo do Parque Estadual Rio Canoas, que também contou com a posse do conselho e visita ao Parque. O evento foi promovido pela Associação de Preservação do Meio Ambiente (Apremavi) em parceria com a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA). Realizado no Salão Paroquial de Santa Rita, Distrito Ibicuí, Campos Novos (SC), a oficina deu continuidade à 1ª etapa de capacitação do conselho.

O encontro contou com 25 participantes, entre conselheiros e equipe do projeto. O objetivo principal foi aprofundar o conhecimento sobre o Plano de Manejo do Parque Estadual Rio Canoas e aproximar o conselho à área desta Unidade de Conservação (UCs).

Leila Alberti, chefe do Parque Estadual Rio Canoas, falou sobre o Plano de Manejo, citando que este documento orienta a implantação e funcionamento da Unidade. Abordou também sobre a zona de amortecimento do Parque, indicando que ela tem por objetivo amenizar possíveis impactos à área e funcionar como um local estratégico para parcerias. Marcos Eugênio Maes, da CODAM – Coordenadoria de Desenvolvimento Ambiental – Joaçaba, complementou a apresentação, e apresentou o que o plano de manejo prevê de normatização nesta zona.

Além da capacitação, outro destaque do encontro foi a posse do conselho. Ela ocorreu logo após a oficialização da criação do conselho, a partir da Portaria nº 183/2014, que foi publicada no Diário Oficial de Santa Catarina dia 06 de outubro de 2014.

O encontro também contou com uma visita técnica ao Parque. O objetivo foi aproximar o conselho do Parque, aprofundar o conhecimento de suas características gerais e atributos da zona de amortecimento e entorno e promover a integração entre os conselheiros e a gestão da UC. Nesta integração, destaque para o almoço servido na Lanchonete do Tiago, no Distrito do Ibicuí, local de acesso principal ao Parque.

Marcos Alexandre Danieli, coordenador de projetos da Apremavi, destaca que o processo de formação, formalização e capacitação do conselho consultivo do Parque Estadual Rio Canoas representa um importante avanço para a implantação desta Unidade de Conservação Estadual. “O Parque e região onde se insere agora passam a contar com um grupo privilegiado, diversificado e capacitado, com representantes de diversas instituições dispostas a contribuir com gestão da Unidade”, cita. 

Carlos Eduardo Soares, da Gerência de Unidades de Conservação e Estudos Ambientais da Fatma, ressalta a importância das parcerias entre Poder Público e Sociedade Civil para uma agenda comum, que é o apoio às Unidades de Conservação. “A capacitação e oficialização do Conselho Consultivo do Parque Estadual Rio Canoas são etapas essenciais à gestão da Unidade de Conservação e só foram possíveis graças a parceria entre FATMA e Apremavi”, conclui.

O processo de formação, formalização e capacitação do Conselho Consultivo do Parque Estadual Rio Canoas integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

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Pesquisadores apresentam estudos sobre a Serra da Abelha

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) deu mais um importante passo no processo de elaboração do plano de manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Serra da Abelha, no dia 12 de setembro de 2014.

Neste dia foi realizada em Blumenau (SC) a reunião técnica de pesquisadores, aonde 09 pesquisadores da Apremavi e da Bio Teia Estudos Ambientais, realizaram a apresentação e socialização dos resultados das pesquisas realizadas na Arie e que contribuirão na elaboração do plano de manejo da unidade de conservação (UC).

A reunião contou com a presença de Célia Lontra e José Guilherme Dias de Oliveira do Instituto de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

As pesquisas realizadas, mesmo num curto espaço de tempo, revelaram que a floresta encontra-se em geral em bom estado de conservação e com a ocorrência de espécies importantes de fauna e flora, inclusive espécies ameaçadas de extinção. Os grupos da fauna pesquisados foram: mamíferos, anfíbios, répteis, aves, insetos de serapilheira, invertebrados aquáticos e ictiofauna. Também foram identificados potenciais problemas e ameaças a essas espécies e áreas que necessitam ser recuperadas.

Os dados das pesquisas de fauna e flora foram complementados com os resultados do diagnóstico socioambiental realizado através de entrevistas aos moradores da UC. O plano de manejo deve levar em consideração o objetivo principal de existência da Arie que é a compatibilização entre os processos ambientais, sociais e econômicos envolvidos neste território.

Os pesquisadores sugeriram áreas, que do ponto de vista científico, merecem maior atenção para a preservação, áreas que necessitam ser recuperadas, áreas para a realização de pesquisas que visem o desenvolvimento sustentável e também propuseram programas para ser realizados visando garantir e/ou melhorar o status de conservação da área.

Na oportunidade também foi apresentado um histórico de atividades que a Apremavi vem desenvolvendo na área desde 1987. A Apremavi e a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) trabalharam desde o início para a criação da Arie. Miriam Prochnow, Coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi, disse estar muito satisfeita com os resultados das pesquisas: "os resultados mostram que a área continua sendo muito importante para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica e que a Arie continua mantendo as características especiais e únicas que motivaram a criação da UC". Miriam também ressaltou que a Apremavi continuará trabalhando para a implantação plena da Arie Serra da Abelha.

A próxima etapa do plano de manejo será a realização da oficina de planejamento participativo em que será consultada a comunidade através dos seus representantes no conselho consultivo da Arie, que está em processo de formação, a ser realizada no mês de novembro.

A elaboração do plano de manejo da Arie Serrra da Abelha, faz parte do projeto  “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, executado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Funbio.

Aspecto geral da floresta na Arie Serra da Abelha. Foto: Wigold B. Schaffer.

Apremavi participa de feira em São Domingos

No dia 07 de abril de 2014 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) participou em parceria com o Grupo de apoio à gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro) da 4ª Feira Agropecuária, Artesanal, Industrial e Comercial de São Domingos (FAIC), no município de São Domingos (SC).

No estande compartilhado entre as duas ONGs, o público teve acesso a informações sobre diversas atividades, entre elas o Projeto Araucária patrocinado pela Petrobras, e o projeto Gestão Participativa em Unidades de Conservação, financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

A participação na feira propiciou o contato com vários proprietários rurais, moradores no entorno do Parque Estadual (PE) das Araucárias, interessados em participar do Projeto Araucária.

Os visitantes do estande receberam de presente mudas de espécies nativas, cedidas pela Apremavi e pela Universidade Comunitária da Região Oeste de Santa Catarina (Unochapecó).

O Prefeito Municipal de São Domingos, Alcimar de Oliveira, visitou o estande e recebeu uma camiseta do Grimpeiro. Na ocasião, a equipe da Apremavi teve a oportunidade de explicar em detalhes as atividades desenvolvidas no município.

Oficina discute implantação do Parque Estadual das Araucárias

Dias 25 e 26 de março de 2014, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu oficina técnica de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias. O evento foi realizado em Florianópolis (SC) e contou com a presença de representantes da Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro) e da Apremavi.

O evento teve como objetivo nivelar informações entre a equipe do projeto e parceiros, planejar atividades, levantar informações disponíveis e analisar o impacto, resultados e implementação do plano de manejo do Parque, compreendendo o período de setembro de 2007 a março de 2014. Este encontro deu continuidade à oficina realizada em São Domingos em novembro de 2013.

A próxima atividade será a realização das oficinas de Planejamento Participativo e de Pesquisadores, previstas para o primeiro semestre de 2014. Depois de compiladas as informações levantadas, serão realizadas as oficinas de estruturação do plano de manejo, culminando com a submissão para aprovação e divulgação, com término do projeto em março de 2015.

Angelo Milani, presidente do Grimpeiro, fala sobre algumas barreiras que devem ser superadas pelo Parque: “O desafio é a conclusão da obra existente no Parque e a abertura para a visitação do público, pois isso contribuirá para que muitos objetivos sejam realizados”. Sobre a oficina realizada, Milani comenta que ela permitiu uma análise mais aprofundada das atividades realizadas no Parque, especialmente no período da existência dos vigilantes, que atuaram de fevereiro de 2008 a novembro de 2013: “Algumas etapas do plano de manejo foram concluídas, e outras parcialmente, e outras não aconteceram”, cita Milani.

Para Eduardo Mussatto, da Fatma, o Projeto de Revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual das Araucárias possui um contexto ímpar no processo de implantação de uma Unidade de Conservação (UC): "de uma forma geral, as UCs no Brasil carecem até mesmo de um plano de manejo e isto faz deste Projeto um dos poucos exemplos da etapa no processo de implantação de uma Unidade. Também, faz dele um processo ímpar, o fato de estar sendo executado no mesmo momento em que se discute a abertura de uso público na UC. Abertura esta, que é normatizada por um plano distante da realidade encontrada”.

Mussatto comenta também que analisar, reconhecer e entender as modificações ocorridas e estabelecer critérios para as alterações necessárias requer o conhecimento do Plano de Manejo em vigor e a organização e identificação das realizações implantadas ao longo do tempo: "Neste sentido, a oficina realizada em Florianópolis foi fundamental para a continuidade das etapas do Projeto de Revisão. Contudo, as próximas etapas, pautadas nos levantamentos técnicos e informações prestadas na oficina acima referida, serão decisivas para a formatação final do Plano de Manejo revisado. Nelas, serão discutidos e elencados os programas que farão parte do Plano de Manejo e nortearão a implantação da UC até a próxima revisão”, conclui Mussatto.

Esta meta de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Momentos da oficina. Foto: Marcos Alexandre Danieli.

Apremavi realiza reuniões abertas na Arie Serra da Abelha

Entre os dias 19 e 20 de março de 2014 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizou em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) as primeiras reuniões abertas na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, visando a elaboração do Plano de Manejo da área.

Participaram da reunião em torno de 140 pessoas, entre elas representantes das comunidades de Santa Cruz dos Pinhais, Serra da Abelha II, Colônia Sadlowski e Varaneira, além do Prefeito (Lourival Lunelli), Vice-prefeito (Luiz Lúcio Fossa), Secretário de Agricultura e Meio Ambiente (Marcelo Sadlowski) e representantes do INCRA.

Com o objetivo de aproximar a comunidade do processo de construção do plano de manejo da Arie da Serra Abelha, as reuniões foram pautadas no esclarecimento à população, das atividades que vem sendo e ainda serão realizadas na área e da importância que a construção de um plano de manejo bem elaborado pode trazer para a comunidade abrangida pela Unidade de Conservação (UC).

Edilaine Dick, da Apremavi, pontua a importância desse processo quando diz: “um bom plano de manejo deve ter como característica principal a participação da comunidade para que dessa forma sejam apontadas as principais oportunidades e também as soluções para os problemas e contratempos que estão ocorrendo na área”.

José Guilherme Dias de Oliveira, representante do ICMBio recém nomeado gestor da ARIE, esclareceu durante as reuniões qual será o papel do ICMBio na construção do plano de manejo e quais vão ser as características da sua gestão. Além disso, auxiliou a comunidade a se localizar dentro dos limites da Arie e levantou questões relacionadas às atividades que são proibidas dentro dos limites de uma UC.

Quando questionado sobre os contratempos relacionados à questão fundiária, José Guilherme comenta: “acredito que, uma vez que o Conselho Consultivo da Arie seja implementado, a comunidade terá acesso de forma mais rápida e fácil ao INCRA e à prefeitura para resolver problemas relacionados às posses das terras”.

Durante as reuniões o prefeito evidenciou que o povo está bastante apreensivo e preocupado com uma possível saída da rotina em função das propostas que surgirão com elaboração do Plano de Manejo, mas acredita que reuniões vão ajudar no esclarecimento de várias questões: "o trabalho que tem que ser feito é de conscientização e informação e nós estamos cientes do andamento desse processo”, complementa o prefeito.

A deliberação da reunião foi a indicação, por parte das comunidades, dos representantes comunitários para que seja iniciada a criação do Conselho Consultivo que auxiliará a implementar e discutir o plano de manejo da Arie.

Esta meta de elaboração do plano de manejo integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Fotos: Carolina C. Schaffer

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Lançado edital para formação do conselho do PE Rio Canoas

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e a Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) informam que está aberto o processo para formação do Conselho Consultivo do Parque Estadual (PE) Rio Canoas, localizado no município de Campos Novos, em Santa Catarina.

Instituições interessadas devem encaminhar oficio e preencher cadastro específico até o dia 23 de abril de 2014. Os critérios de cadastramento, o cronograma do processo e informações adicionais constam no edital em anexo que também pode ser acessado aqui.

A formação do conselho do PE Rio Canoas envolve atividades de mobilização e capacitação. Iniciou em 2013, durante a identificação de atores interessados, que ocorreu por meio de reuniões de mobilização com moradores, proprietários do entorno do Parque e representantes de instituições do Poder Público e Sociedade Civil.

As reuniões foram um momento importante para esclarecer dúvidas, mostrar a importância do PE Rio Canoas; apresentar as etapas de formação do conselho e para falar sobre o papel do conselheiro no apoio à gestão participativa do Parque.

O conselho será formado por representantes de instituições do Poder Público e Sociedade Civil atuantes na região do PE Rio Canoas. O objetivo do conselho é aproximar a sociedade da gestão deste Parque e funcionar como um fórum de discussão, planejamento e divulgação de atividades. A estrutura do conselho será definida localmente, junto às instituições interessadas, sendo observado o disposto na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Esta meta de formação do conselho integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Apremavi realiza levantamento biótico na ARIE Serra da Abelha

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) coordenou, entre os dias 2 e 9 de fevereiro de 2014, a saída de campo para levantamento dos dados bióticos da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, dando continuidade as atividades do plano de manejo.

Mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes, macroinvertebrados aquáticos e insetos de serapilheira e vegetação foram os grupos amostrados por meio de diferentes metodologias utilizadas pelos pesquisadores da Bio Teia Estudos Ambientais. O trabalho contou com o apoio da coordenadora do plano de manejo Edilaine Dick e do auxiliar de campo Luiz Esser, ambos da Apremavi. Foi também acompanhado pelo gestor da ARIE José Guilherme Dias de Oliveira e moradores locais.

A elaboração deste plano de manejo faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”,  coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Após a análise dos dados será possível indicar com mais precisão o estado de conservação da ARIE Serra da Abelha, no entanto, já foi possível identificar algumas áreas em melhor estado de conservação, e outras que necessitarão de enriquecimento do  sub-bosque para incrementar a biodiversidade. Algumas dessas áreas tem presença de espécies invasoras e também de gado. As principais ameaças à fauna da ARIE são a caça e o tráfico de animais silvestres.

Pesquisadores relatam algumas das espécies registradas e falam da importância do estudo para a ARIE.

Localizada em uma região de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, foram encontradas espécies nobres de árvores nativas como o cedro (Cedrela fissilis), a araucária (Araucaria angustifolia), o sassáfras (Ocotea odorífera) e o pau-óleo (Copaífera trapezifolia).

"Dentre as espécies de aves registradas estão o trinca-ferro (Saltador similis), o jacú (Penelope obscura), o pica-pau (Melanerpes flarifrons), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), e o papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), sendo esta ameaçada de extinção. Próximo ao Rio da Prata também foi registrado o joão-porca (Lochmias nematura), espécie que está associada à ambientes de riachos localizados dentro de florestas", relata a pesquisadora Mariana Santana Schlichting.

O conhecimento da ictiofauna (peixes) e dos macroinvertebrados aquáticos (larvas de insetos, moluscos e crustáceos que alimentam peixes e algumas aves) é um importante indicador da qualidade da água. Segundo Gislaine Otto, "é necessário respeitar o limite das matas ciliares, pois em regiões de relevo acidentado, como na ARIE, principalmente em épocas de chuva, o solo carrega para a água substâncias tóxicas e impurezas".

De acordo com Cintia Gizele Gruenner "foram registrados mamíferos que são predadores do topo da cadeia alimentar. São eles que regulam a população de presas naturais e por isso são significativos na manutenção do equilíbrio ecológico, destacando-se a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato (Leopardus sp.), a irara (Eira barbara) e a lontra (Lontra longicaudis)".

Para Fabiana Dallacorte, "os répteis são importantes da mesma forma, principalmente os anfíbios que são a base da cadeia alimentar e regulam algumas espécies de insetos, além de serem bons indicadores de qualidade ambiental, pois sentem rapidamente os efeitos da utilização de agrotóxicos e poluição aquática e do solo, e a fragmentação de habitats. A espécie Aplastodiscus ehrardt foi registrada próximo a um ribeirão preservado".

"Outro indicador de qualidade ambiental elementar são os insetos encontrados na serapilheira, pois fornecem informações valiosas para a compreensão dos processos ecológicos que ocorrem na restauração de áreas degradadas e ainda podem refletir a composição e qualidade de sua estrutura vertical. Tais informações, são necessárias para o mapeamento da qualidade de áreas sob diferentes usos do solo, se configurando como um indicador biológico destes ambientes", declara o pesquisador Marcelo Diniz Vitorino.

Fotos: Edilaine Dick e Fabiana Dallacorte

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Parque Nacional das Araucárias discute uso público

A visitação para a comunidade local e planejada por ela, direcionada à sensibilização e educação ambiental, será a prioridade do uso público do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias. A orientação foi definida em assembleia extraordinária realizada dia 29 de janeiro, em Passos Maia (SC). O evento teve participação de 35 representantes do Poder Público e Sociedade Civil, entre conselheiros e apoiadores. Pela manhã foram avaliadas duas propostas de trilha no Parque. À tarde a assembleia deu continuidade ao diálogo, planejamento e encaminhamentos.

Juliano Rodrigues Oliveira, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe do PARNA, ressalta que “a visitação vai começar com grupos de educação ambiental, grupos de visitantes da comunidade. A gente pretende incentivar que as pessoas da comunidade de Passos Maia, Ponte Serrada e dos municípios vizinhos, de escolas, trabalhadores, venham conhecer a unidade”, salienta.

Boas vindas aos participantes.

Para Mateus Sônego, da Coordenação Geral de Visitação (CGVIS) do ICMBio/Brasília-DF o Parque e seu conselho acertaram em definir a educação ambiental como tema da visitação. “A Unidade de Conservação (UC) tem que valorizar a comunidade do entorno para que a comunidade do entorno valorize a UC”, frisou Sônego. Nessa relação o ganho é mútuo, pela divulgação da unidade e geração de renda à região, destacou. Segundo o ICMBio, todos os Parques Nacionais receberão esforços de estrutura e investimento até 2020.

A diversidade de atrativos do Parque Nacional das Araucárias destaca seu potencial para o turismo, cita Jaqueline Pesenti, responsável pelo diagnóstico de turismo e uso público do Parque na época da elaboração do plano de manejo. Contudo, “é necessário muito planejamento de longo prazo, passando pela definição do público alvo, estrutura de suporte à visitação e envolvimento direto da comunidade local”, comenta. Um exemplo de envolvimento da comunidade para o turismo foi o almoço preparado pela conselheira Cleusa Gabiatti.

Para Vanessa Kanaan, coordenadora do projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo no Parque, um dos atrativos é a observação de aves. Essa atividade está atraindo pessoas de fora e da própria comunidade local, que já está contribuindo com o monitoramento dos papagaios.

A Prefeitura de Passos Maia esteve representada pelo prefeito em exercício, Leomar Listoni e pelo prefeito licenciado, Ivandre Bocalon (Evandro). O Parque representa “um atrativo exuberante, um potencial enorme, que o município vê como uma grande oportunidade e por isso faz questão de participar do conselho”, observa Bocalon. Ele avalia a reunião como positiva e acrescenta que “a administração municipal está apoiando, vai apoiar e acredita na ideia”.

Fabiana Bertoncini, chefe da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, ressalta que as UCs não devem ser vistas de forma isolada, como historicamente foram percebidas. “É preciso ver o uso público como um aliado da gestão, pois se não há o uso ordenado, há o clandestino”, pontuou. Como exemplo, Fabiana mencionou os projetos de educação e sensibilização ambiental que a unidade vem desenvolvendo junto às escolas e comunidades do entorno, além de atividades diferenciadas, como a recente Pedalada Ambiental, promovida para divulgar a FLONA e incentivar a prática de ciclismo.

De Concórdia a experiência foi compartilhada pela equipe da Equipe Co-Gestora do Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann (ECOPEF). “A gente usou o Parque como um catalisador de parcerias e projetos e hoje a satisfação dos visitantes é avaliada como ótima em mais de 80% das avaliações”, cita Rafael Leão, um dos responsáveis pelo uso público dessa unidade.

Em 2013 os conselheiros do PARNA das Araucárias conheceram de perto o PE Fritz Plaumann, em visita técnica realizada pela Apremavi por meio de projeto apoiado pelo TFCA/Funbio. “A visita propiciou aos conselheiros perceber como é o funcionamento de um Parque, desde as trilhas ao envolvimento com os moradores vizinhos, e essa experiência contribuiu para a discussão sobre o uso público do Parque Nacional das Araucárias”, observa Marcos Alexandre Danieli, coordenador de projetos da Apremavi.

Outra situação foi compartilhada pela equipe do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) de São Domingos (SC). A unidade já teve visitação, mas hoje está fechada e isso tem frustrado a comunidade local. Mesmo assim, o trabalho continua com atividades de educação ambiental nas escolas locais, complementa Angelo Milani, presidente da instituição.

Grimpeiro compartilhando experiência do PE Araucárias.

O uso público do Parque Nacional das Araucárias continuará sendo discutido nas próximas reuniões. A discussão não é recente, mas só pôde avançar após a indenização de algumas áreas. Dentre os encaminhamentos da assembleia, o conselho assinou e encaminhará Moção à presidência do ICMBio solicitando mais analistas ambientais para o Parque, que atualmente possui apenas um servidor lotado.

Fotos: Marcos Alexandre Danieli.

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