Pacari ou Dedaleiro, um remédio por natureza

Pacari ou Dedaleiro, um remédio por natureza

Pacari ou Dedaleiro, um remédio por natureza

Conhecida vulgarmente como pacari, dedaleiro, dedal, mangava-brava, amarelinho, candeia-de-caju, copinho e louro-da-serra, a Lafoensia pacari A. St.-Hil. é uma planta de porte arbóreo, pertencente à família Lythraceae. Esta família é representada por cerca de 600 espécies, distribuídas principalmente nos trópicos.

O pacari ou dedaleiro é encontrado nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul chegando até Santa Catarina, nas florestas de altitude e no cerrado.

Sua madeira é ainda muito utilizada para fazer eixos de carros de boi, principalmente em Goiás, e a base da flor é usada como dedal, daí o nome popular, dedaleiro. De sua casca, madeira e sementes podem ser produzidos corantes para tecidos. A madeira é também utilizada na construção civil, na marcenaria, na produção de cabos para ferramentas e como lenha.

Foi da casca dessa árvore que pesquisadores derivaram um extrato alcoólico que se mostrou eficaz no tratamento e prevenção de alguns sintomas da asma em camundongos. O resultado dessa pesquisa foi publicado no ano passado no periódico científico European Journal of Pharmacology (Vol.580; n.1-2, 2008). Isso abriu a perspectiva para o uso dessa planta no tratamento de processos alérgicos em humanos.

Em Goiás e Mato Grosso a casca do caule do Pacari cozida é usada popularmente como cicatrizante. Outra forma de preparo da planta, para cicatrização, é a maceração, com o macerado sendo utilizado para banhar as feridas. O pó obtido da folha seca também é usado durante as refeições, como recomendação para auxiliar nos processos contra gastrite e úlcera.

A árvore ainda apresenta características ornamentais e pode ser utilizada no paisagismo, principalmente na arborização urbana. É recomendada para reflorestamentos mistos destinados à recuperação da vegetação de áreas degradadas.

Observação importante: A Apremavi reitera que o uso desta espécie deve ser feito com indicação médica e não se responsabiliza por orientações deixadas nos comentários.

Galeria de imagens

Pacari ou Dedaleiro

Nome cientifico: Lafoensia pacari A. St.-Hil.
Família: Lythraceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, fabricação de cabos de ferramentas e tábuas em geral. Espécie utilizada no paisagismo urbano.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época de coleta de sementes: março a abril.
Fruto: marrom, seco. Aproximadamente 6 cm.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

Autora: Tatiana Arruda Correia.
Colaboração: Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:

CALDAS, C. REVISTA COMCIÊNCIA. Disponível em: http://www.ensinosuperior.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=221&c=31. Data de acesso: 11 fev. 2009.
CARVALHO, M.A.C.; ATHAYDE, M.L.F.; SORATTO, R.P. et al. Adubação verde e sistemas de manejo do solo na produtividade do algodoeiro. Pesquisa Agropecúaria Brasileira, Brasilia, v.39, n.12, p. 1205 -1211, 2004.

LORENZI, H. Árvores brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa. Ed. Plantarum. 1992. 352p.

MUNDO, R.S, DUARTE, M.R. Morfoanatomia Foliar e Caulinar de Dedaleiro: Lafoensia pacari A. St.-Hil. (Lythraceae). Disponível em: http://www.latamjpharm.org/trabajos/26/4/LAJOP_26_4_1_6_7R59FL2HOP.pdf  Data de acesso: 07 fev. 2009.

NASCIMENTO, M.V.M. et al.. Avaliação farmacológica do extrato etanólico da casca do caule de Lafoensia Pacari St. Hil (PACARÍ) em modelos de dor e inflamação. Disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R4510-1.html. Data de acesso: 09 fev 2009.

PROENÇA, C.; OLIVEIRA, R.S.; SILVA, A. P. Flores e frutos do cerrado. Brasilia: EdUnB, São Paulo: Imprensa oficial, 2000. 226p.

SANTOS, Laércio Wanderley. Estudos ecológicos e agronômicos de lafoensia pacari St. Hil (LYTHRACEAE) na região de Barra do Garças – MT. Disponível em: http://www.ufmt.br/agriculturatropical/dissert/LaercioWanderleySantos.pdf. Data de acesso: 12 fev. 2009.

Cedro, um nobre da Mata Atlântica

Cedro, um nobre da Mata Atlântica

Cedro, um nobre da Mata Atlântica

Em 1974 a escritora e poeta, Maria Thereza Cavalheiro, em seu belo livro ‘Antologia Brasileira da Árvore’, cita: “O cedro-batata (Cedrela fissillis) é uma árvore bela, de grande desenvolvimento. Atinge até 30 metros de altura. Suas flores são brancas, a madeira é empregada em trabalhos de marcenaria de luxo e obras de entalhe. Muitas imagens são esculpidas em cedro. Os charutos são envolvidos em numa película finíssima de cedro, para tomar-lhe o aroma, e as caixas que os contém são confeccionadas com esta madeira. E ainda, o lenho submetido à destilação, fornece óleo”.

Lendo essa descrição já se pode imaginar, que por conta da versatilidade, a sua exploração foi intensa no passado, como na verdade aconteceu com todas as espécies nobres da Mata Atlântica. Além das utilidades citadas acima, o cedro também possui uma ótima madeira, de cor avermelhada, para a construção civil, naval e aeronáutica.

A ocorrência natural da árvore é do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, porém pode ser encontrado em menor intensidade em todo o país. Em Santa Catarina, ocorria em todo o território do estado e em todos os tipos de formações florestais.

O cedro tem um primo amazônico muito famoso, igualmente muitíssimo explorado, tanto que consta da lista das espécies da flora ameaçada de extinção, que é o mogno (Swietenia macrophylla).

Para quem quiser observar um cedro em toda sua imponência e majestade, deve visitar a Reserva Florestal da Embrapa/Epagri, no município de Caçador (SC), onde se encontra o maior cedro vivo de Santa Catarina, com mais de 300 anos de idade, 28 metros de altura e 3,6 metros de diâmetro. Além do cedro, na reserva podem ser encontradas também araucárias e imbuias centenárias.

O cedro é uma espécie com alto potencial para restauração, seja para restauração de ambientes degradados, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com fins econômicos. É uma das espécies produzidas no Viveiro Jardim das Florestas, desde o seu início, nos idos de 1987. Atualmente existem milhares de mudas disponíveis no viveiro, para quem quiser fazer algum plantio.

O único cuidado que se deve ter no plantio do cedro é não fazer plantios homogêneos, uma vez que esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar esse ataque o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.

Muda de cedro. Foto: Acervo Apremavi.

Cedro

Nome científico: Cedrela fissilis Vell
Nome popular: cedro, cedro rosa, cedro vermelho, cedro branco, cedro batata, cedro-amarelo, cedro-cetim, cedro –da –várzea
Família: Meliaceae
Características Morfológicas: altura de 20-35 m, com o tronco de 60-90 cm de diâmetro. Folhas compostas de 60-100 cm de comprimento, com folíolos de 8-14 cm de comprimento.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto-setembro. Seus frutos amadurecem com a árvore  totalmente desfolhada durante os meses de julho-agosto. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis.
Flor: Branca-amarelada
Fruto: Seco deiscente
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Crescimento da muda: Rápida.
Plantio: Mata Ciliar, área aberta, sub-bosque, solo degradado.
Observação: Espécie frequentemente atacada por broca quando plantada no campo em agrupamentos homogêneos.

Fontes Consultadas

PEROZIM, J.R. As raízes do Cedro. Data de acesso: 27 jan. 2009.

LORENZI, H. Árvores  brasileiras: um manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1, 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

PROCHNOW, M. & SCHAFFER, W.B (org). A Mata Atlântica e Você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Brasília: APREMAVI, 2002. 156p.

PROCHNOW, M. (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.180p.

Apremavi abre 2009 com curiosidades da flora nativa

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) começou o ano de 2009 com força total. No viveiro Jardim das Florestas, entre os dias 05 e 16 de janeiro, já foram produzidas 35.535 novas mudas de árvores nativas. A meta é que o trabalho continue neste ritmo o ano inteiro, em especial após as perdas que ocorreram por conta da tempestade de granizo na virada do ano.

A partir desta semana também, a Apremavi publica um conjunto de informações úteis sobre as espécies da flora brasileira. O objetivo é dar orientações que possam auxiliar as pessoas interessadas em plantar árvores a escolher as espécies adequadas para cada situação.

Árvores grandes e exuberantes sempre exerceram um grande fascínio sobre os seres humanos. Seja de deslumbramento e respeito ou então de cobiça pelo valor de sua madeira. Algumas delas até viraram símbolos, como é o caso do Pau-brasil, que emprestou o nome ao nosso país ou o caso da imbuia, que virou árvore símbolo do Estado de Santa Catarina.

Com isso também queremos estimular as pessoas a cada vez mais plantarem árvores nativas, como uma forma de auxiliar a amenizar os efeitos das mudanças climáticas. O plantio de árvores nativas pode ser feito dentro do programa Clima Legal, que, além do plantio de árvores, desenvolve também ações de educação ambiental.

Estreamos com a espécie que deu o nome ao nosso país, o Pau-brasil.

Pau-brasil

O pau-brasil (Caesalpinia echinata), chamado pelos índios de "ibirapitanga", que significa madeira vermelha, é uma espécie da Mata Atlântica que foi muito explorada na época colonial do país, exatamente por apresentar um corante avermelhado. Hoje sua madeira ainda é utilizada para fabricação de arcos de violino.

A exploração foi tão avassaladora que hoje ele figura na lista das espécies ameaçadas de extinção e praticamente não é mais encontrado nas matas nativas. Estima-se que cerca de 70 milhões de exemplares tenham sido enviados para a Europa.

Por ser uma espécie que  consta da Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, a exploração  do pau-brasil em remanescentes de vegetação nativa natural é proibida pela Lei nº 11.428, de 2006 e pelo Decreto nº  6.660, de 2008.

Em 1978, através da Lei nº 6.607, de 7 de Dezembro, o pau-brasil foi declarado Árvore Nacional do Brasil.

Ocorria naturalmente do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte. Em outros estados, onde a espécie não é autóctone, há plantios de pau-brasil desenvolvidos principalmente por institutos de pesquisas.

Características

Nome popular: Pau-brasil
Nome científico: Caesalpinia echinata Lam.
Família: Leguminosae-Caesalpinoideae
Flor: Amarela.
Fruto: legume verde-amarronzado, apresentando estruturas semelhantes a espinhos em sua parte externa, possuem cerca de 4 sementes por vagem e aproximadamente 7 cm de comprimento.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: Novembro a janeiro. Observação: As sementes precisam ser semeadas imediatamente após a abertura da vagem, pois perdem o poder de germinação.
Germinação: Rápida.
Crescimento da muda: Lento.
Plantio: O plantio de pau-brasil é permitido e recomendado para paisagismo de forma geral e também para enriquecer áreas de vegetação secundária. É atualmente plantada em diversas regiões do Brasil, especialmente em praças e jardins. No entanto, por ser uma espécie pouco tolerante ao clima frio, não suportando geadas, não se recomenda o seu plantio nestas regiões.

Fotos: Miriam Prochnow e arquivo Apremavi

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