Espinheira-santa, um espinho que cura

Espinheira-santa, um espinho que cura

Espinheira-santa, um espinho que cura

A Espinheira Santa é conhecida também como cancerosa, cancorosa, cancorosa-de-sete-espinhos, cancrosa, cangorça, coromilho-do-campo, erva-cancerosa, espinho-de-deus, espinheira-divina, limãozinho, maiteno, marteno, pau-josé, salva-vidas, sombra-de-touro. É uma espécie amplamente utilizada na medicina popular, conhecida pelos índios há muitos anos, ganhou esses nomes justamente pela aparência de suas folhas, que apresentam espinhos nas bordas e por ser um “santo remédio” para tratar vários problemas.

Na medicina popular o chá das folhas, das cascas ou das raízes da espinheira-santa é famoso no combate à úlcera e outros problemas estomacais. Além de indicado contra vários males do aparelho digestivo, era muito usado no passado pelos índios brasileiros com outra finalidade: eles usavam suas folhas no combate a tumores (esse uso pode ter gerado um dos seus nomes populares: erva-cancerosa). Estudos mostram a indicação popular também como depurativo do sangue e no tratamento de diabetes, problemas no sistema urinário e problemas intestinais.

Em uma ampla revisão sobre o uso tradicional da espinheira-santa, Scheffer (2004) cita ainda, como indicação popular, o uso desta espécie como anticonceptivo, abortivo, anti-séptico, anti-espasmódico, diurético, anti-asmático, anti-tumoral, laxativo, cura do vício da bebida e enfermidades do fígado, para tratar a hidropisia devido ao abuso do álcool e para reduzir a produção de leite em quem amamenta.

Atualmente a espinheira santa já é manipulada pela indústria farmacêutica na produção de vários medicamentos e é sempre bom lembrar que sua utilização deve ser feita por indicação médica e não pela auto-medicação.

A espinheira santa e uma árvore pequena, ramificada desde a base, medindo até cerca de cinco metros de altura, com distribuição nos estados do sul do país, nos sub-bosques das florestas de Araucária nas margens dos rios. Ocorre também nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, porém em baixa freqüência. Também no Paraguai, Bolívia e Leste da Argentina.

O número de sementes por fruto varia de um a quatro, tendo sido observada uma variabilidade altamente significativa para este caráter dentro da espécie, é uma planta que produz frutos pequenos e vermelhos.

A espécie prefere solos úmidos em ambientes ciliares e, também, desenvolve-se bem sob luz difusa, no interior de sub-bosques, onde a floresta não é muito densa, bem como a pleno sol.

É uma excelente espécie para o plantio com fins econômicos, visando a extração de suas folhas e pode muito bem ser utilizada em Sistemas Agroflorestais.

Para a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) essa é uma espécie prioritária para ações de conservação e uso sustentável.

Observação importante: A Apremavi reitera que o uso da espinheira santa deve ser feito com indicação médica e não se responsabiliza por orientações deixadas nos comentários.

Aspectos das folhas da espinheira santa. Foto: Acervo Apremavi.
Espinheira Santa 

Nome cientifico: Maytenus ilicifolia (Schrad.)
Família: Celastraceae
Utilização: altamente medicinal e também muito utilizada como paisagismo.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea das árvores.
Época de coleta de sementes: dezembro a fevereiro
Fruto: carnoso (pouca polpa) deiscente
Flor: branca
Crescimento da muda: médio
Germinação: normal
Plantio: mata ciliar, sub bosque, área aberta.

Autora: Tatiana Arruda Correia.
Fontes Consultadas:

BLANCO, R. A. Espinheira-santa. Disponível em: http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A06espinheira.htm   Data de acesso: 10 jun.2009.

CARVALHO-OKANO, R. M. Estudos taxonômicos do gênero Maytenus Mol emend. Mol.(CELASTRACEAE) do Brasil extra-amazônico. Campinas: UNICAMP, 1992. 253p. Tese (Doutorado).

KLEIN, R. M. Árvores nativas da Mata Pluvial da costa atlântica de Santa Catarina. Congresso Florestal Brasileiro – contribuições e trabalhos apresentados e pareceres das comissões. p. 65-103, 1968.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil – Vol 02 – 2. edição. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2002. 384 p.

MARIOT, M.P. et al. Dissimilaridade entre genótipos de Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) de uma população do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE PLANTAS, 2., 2003, Porto Seguro, BA. Anais… Porto Seguro :  Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas, 2003. 1 CD-ROM.

PROCHNOW. M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007, 188p.

SCHEFFER, M.C. Uso Tradicional e atual de espécies de Maytenus. In: REIS, M.S.; SILVA, S.R. (org.). Conservação e uso sustentável de plantas medicinais e aromáticas: Maytenus spp., espinheira-santa. Brasília: IBAMA, 2004. p. 53-66.

Uvaia, super dose de vitamina C

Uvaia, super dose de vitamina C

Uvaia, super dose de vitamina C

O nome uvaia deriva do tupi ubaia ou ybá-ia e quer dizer fruto azedo, ela é típica da Mata Atlântica, e ocorre de São Paulo ao Rio Grande do Sul.

A árvore tem de seis a 13 metros de altura e geralmente tem um tronco único ou bifurcado, com no máximo de 50 centímetros de diâmetro.

A uvaia tem alto teor de vitamina C (cerca de quatro vezes mais do que a laranja). Tem a polpa muito delicada, com a casca bem fina, de um amarelo-ouro ligeiramente aveludado. O aroma é suave e muito agradável. Um dos grandes problemas desse fruto é que amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso não é muito encontrada em supermercados.

A uvaia é utilizada em projetos de reflorestamento (áreas degradadas, preservação permanente e plantios mistos) e paisagismo (ornamental e pomar doméstico). Sua madeira é empregada apenas localmente para moirões, estacas, postes e lenha.

Seus frutos são comestíveis e muito apreciados para o consumo na forma de sucos, razão pela qual é largamente cultivada em pomares domésticos. São também avidamente consumidos por várias espécies de pássaros, o que a torna bastante recomendável para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente.

Muda, folhas e frutos de Uvaia. Foto: Arquivo Apremavi, Jeison Da Costa Cardoso e João Paulo Maçeneiro.

Uvaia

Nome científico:Eugenia pyriformis Cabess.
Família: Myrtaceae.
Utilização: madeira utilizada para moirões, cercas e lenha. Seus frutos são comestíveis e servem de alimento para diversas espécies de aves.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Época de coleta de sementes: dezembro a janeiro.
Fruto: amarelo, arredondado, contendo duas sementes em seu interior, possuindo aproximadamente quatro centímetros de diâmetro.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta.

Fontes consultadas

Uvaia. http://faunaeflora.terradagente.g1.globo.com/flora/arvores-palmeiras/NOT,0,0,1223640,Uvaia.aspx. Acessado em 10 de julho de 2009.

Uvaia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Uvaia. Acessado em 10 de julho de 2009.

Autora: Geraldine Marques Maiochi.

Palmito-juçara, o açaí da Mata Atlântica

Palmito-juçara, o açaí da Mata Atlântica

Palmito-juçara, o açaí da Mata Atlântica

O palmito-juçara (Euterpe edulis) é uma das palmeiras mais características da Mata Atlântica, sendo também o local onde ela tem sua maior ocorrência. Aparece também em algumas áreas no cerrado, perto dos cursos dos rios e das matas úmidas. Essas palmeiras desempenham um papel essencial para a manutenção do ecossistema, uma vez que são vitais para a fauna e ocupam lugar de destaque no sub-bosque.

As palmeiras em geral compreendem um grupo de plantas de grande importância econômica e ornamental, pois podem fornecer cocos, tâmaras, palmito, açúcar, sagu, óleo, cera, fibras e material para a construção de habitações rústicas. Dentre as espécies de sua família, o palmiteiro, é uma das mais importantes sob todos os aspectos. Infelizmente a situação atual das populações naturais dessa espécie é de grande fragmentação e uma reduzida área de ocorrência e, apesar de todo seu potencial de regeneração ou recuperação em áreas naturais, a super-exploração dificulta sua recomposição.

O fato de ter sido explorado ao extremo para a retirada do palmito (cabeça do estipe utilizada em conservas e in natura), que é de altíssima qualidade, fez com que a espécie fosse parar nas listas das espécies ameaçadas de extinção. Diferentemente do açaí, o palmito juçara quando cortado, não rebrota, por isso a sua exploração extrema o levou a essa condição de ameaça. Com o advento da Lei da Mata Atlântica (11.428/2006) o seu corte e manejo está proibido, sendo possível sua exploração somente através de plantios, que podem ser feitos através do enriquecimento ecológico de florestas secundárias, conforme o decreto 6.660 de 2008, ou através de sua utilização em Sistemas Agroflorestais.

O seu efetivo plantio nos sub-bosques da Mata Atlântica pode fazer com que ele saia da lista de espécies ameaçadas de extinção. Infelizmente o palmiteiro ainda hoje tem sido explorado ilegalmente. A ação mais comuns é o roubo do palmito e beneficiamento (fabricação da conserva) na própria floresta, com posterior comercialização, também ilegal, o que coloca em risco inclusive a saúde humana de quem consome um produto dessa natureza. O consumidor tem um papel fundamental no controle desse crime ambiental, consumindo apenas produtos que tenham sua origem certificada.

Considerando a prática do uso sustentável em áreas de palmiteiros plantados, é possível a geração de renda significativa nas propriedades rurais. Além do “palmito” outro produto obtido do palmiteiro é o suco dos frutos, conhecido como polpa de açaí. Está comprovado que a polpa do palmito-juçara é tão saboroso quanto o do palmito-açaí (Euterpe oleraceae Mart.), de ocorrência mais ao norte do Brasil, e tradicionalmente conhecido como vinho de açaí. Confira a receita de polpa de juçara abaixo.

Essa espécie tem também outros atrativos como sua madeira leve, resistente e durável (longe da umidade), muito usada como ripas no telhado das casas do interior do país. Além disso é uma espécie muito ornamental, usada para ajardinamentos.

Detalhes do sub-bosque e do fruto de palmito-juçara. Foto: Carolina Schäffer.

Palmito-juçara

Nome científicoEuterpe edulis Mart.
Família: Arecaceae.
Utilização: madeira pouco utilizada, mas podendo-se fazer ripas, calhas para água e fabricação de compensado e celulose. Sua principal finalidade econômica é a cabeça do estipe, chamada de palmito, que é muito consumida em conserva, podendo ser consumida in natura também. Seus frutos são muito apreciados por animais, principalmente aves, sendo um dos seus principais consumidores os tucanos (Ramphastidae). Da polpa dos frutos também se faz suco.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época de coleta de sementes: outubro a janeiro.
Fruto: coquinhos roxo-escuro, quase pretos, dispostos em cachos, com aproximadamente 2cm cada fruto.
Época de colheita de frutos: abril a agosto.
Germinação: normal.
Flor: amarela disposta em ramos abaixo da copa.
Plantio: sub-bosque, áreas sombreadas, enriquecimento e regeneração de florestas secundárias.
Observação: os frutos deverão ficar imersos em água por três ou quatro dias e depois despolpados. A semeadura desta espécie é feita através de pré germinação em canteiros com serragem.
Status de conservação: Vulnerável segundo a Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção publicada em 2022 pelo MMA

Receita para lá de especial

Polpa do fruto palmiteiro

Os frutos estão maduros quando começarem a cair sozinhos. Colha as hastes e retire os frutos selecionando e retirando os verdes ou estragados, em seguida abane numa peneira para retirar a sujeira. Coloque os frutos selecionados dentro de um recipiente e lave-os com água corrente.

Em seguida encha o recipiente com água potável até cobrir totalmente os frutos e deixe descansar até a casca e a polpa começarem a soltar esfregando os frutos no dedo.

Se quiser acelerar o processo, deixe os frutos imersos em água morna (quanto maior a temperatura, mais rápido a polpa se solta).

Com um pilão (ou pedaço de madeira) aperte os frutos contra o fundo do recipiente. A polpa irá se soltar formando um caldo grosso e os frutos começarão a ficar claros. Pode-se acrescentar um pouco mais de água para afinar a polpa. Passe o caldo por uma peneira bem grossa para retirar as sementes. Peneire novamente o caldo numa peneira fina para a retirada da casca exterior. Coloque a polpa dentro de sacos plásticos.

Depois de passar pela peneira fina ele está pronto para consumir como suco, podendo se adicionar um pouco mais de água e adoçar a gosto. Se consumir como polpa, como o açaí na tigela, congele a polpa e depois bata com banana, guaraná em xarope ou mel.

As sementes que foram separadas da polpa podem ser utilizadas para o plantio.

Fontes consultadas

ALVES, M.R.P.; DEMATTÊ, M.E.S.P. Palmeiras: características botânicas e evolução. Campinas: Fundação Cargill, 1987. 129p.

LORENZI, H. Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2004.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Autores: Geraldine Marques Maiochi, Leandro Casanova e Tatiana Arruda Correia.
Colaboração: Miriam Prochnow.

Jaboticaba, uma fruta nota mil

Jaboticaba, uma fruta nota mil

Jaboticaba, uma fruta nota mil

A jabuticabeira (Myrciaria trunciflora) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, que ocorre do sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.

É conhecida por seus deliciosos frutos. Seu tronco é bastante ramificado e tem a casca lisa, que se renova anualmente após a frutificação. Durante a primavera surgem em seu tronco numerosas flores brancas. Este processo ocorre simultaneamente à substituição das folhas, modificando completamente a aparência da árvore. Após a polinização, as flores gradativamente são substituídas por pequenos frutos verdes, esféricos, que se tornam vermelhos e depois negros, quando completamente amadurecidos. Assim, a jaboticaba fica com cor de jaboticaba.

Os frutos são do tipo baga, apresentando casca brilhante e fina, que se rompe facilmente quando se morde a fruta. Os frutos geralmente são consumidos in natura, devido ao seu ótimo paladar. Podem também ser utilizadas para preparar sucos, licores, aguardentes, vinagres e doces.

A jabuticabeira é uma planta elegante de folhas pequenas e atinge seu “auge” como planta ornamental durante a floração e frutificação. É uma planta própria para o quintal ou pomar. Seu cultivo em grandes pomares é mais difícil de ser conduzido.

A jabuticabeira é uma árvore de crescimento lento, demora aproximadamente dez anos para sua primeira frutificação. Mas quando começa não pára mais e sua produtividade cresce a cada ano. Quando adulta ela pode alcançar cerca de 15 metros de altura e apresenta copa em formato piramidal. Sua floração abundante, se torna um grande atrativo para as abelhas.

A época da frutificação é uma verdadeira festa para adultos e crianças que quando começam a comer os frutos do pé, só param de comer quando as mães chegam e dizem: “cuidado menino que vai entupir o ralo”.

Como toda boa frutífera nativa a jabuticabeira também é ótima como alimento para a fauna e deve ser plantada nos projetos de restauração florestal. A Apremavi tem produzido muitas mudas, que são usadas em suas atividades.

Atendendo a vários pedidos que recebemos, seguem algumas orientações de como lidar com a ferrugem da jaboticabeira. As dicas são do Engenheiro Agrônomo Rainer Prochnow:

1) Não deixar faltar água para o pé: uma sugestão é uma lata grande, tambor, etc com um pequeno furo para ficar gotejando água, e assim, não causar déficit hídrico;
2) Adubar com esterco curtido ou cama-de-aviário bem decomposto.

Frutos de Jaboticaba. Foto: Acervo Apremavi.

Jabuticabeira

Nome científicoMyrciaria trunciflora O. Berg.
Família: Myrtaceae.
Utilização: madeira utilizada para construção civil, tábuas, lenha e fabricação de móveis. Seus frutos são comestíveis e muito utilizados na fabricação de geléias e doces. Servem de alimentação para várias espécies de animais.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Época de coleta de sementes: outubro a dezembro.
Fruto: roxo escuro, arredondado, contendo no máximo três sementes, possuindo aproximadamente 3cm.
Flor: branca rente ao caule.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, aberta.
Observação: espécie frequentemente atacada por fungo causador da ferrugem.

Hora da Receita:

Geléia de Jaboticaba

Ingredientes
1kg de jaboticabas
Água
Açúcar

Modo de Preparo
Levar as jaboticabas ao fogo com água que dê para cobrir. Deixar ferver dez minutos. Passar por uma peneira, para se ter apenas o caldo. Não é necessário espremer as frutas. Para cada medida de caldo acrescentar uma medida igual de açúcar. Levar ao fogo baixo. Deixe ferver sem mexer. Para se saber o ponto é só inclinar a panela e se a geléia despregar do fundo, está pronta.

Licor de jaboticaba

Ingredientes
1kg de jaboticabas
1kg de açúcar
1 litro de cachaça

Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes em um vidro de boca larga. Deixe macerar durante 15 dias, mexendo com colher de pau duas vezes ao dia. Depois é só coar em um pano fino e guardar numa linda garrafa de licor.

Autora: Geraldine Marques Maiochi.
Fontes Consultadas:

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

http://www.e-jardim.com/produto_completo.asp?IDProduto=24 Acessado em 03.06.2009.

http://www.jardineiro.net/br/banco/myrciaria_cauliflora.php Acessado em 03.06.2009.

Sassafrás, um óleo muito especial

Sassafrás, um óleo muito especial

Sassafrás, um óleo muito especial

O sassafrás (Ocotea odorifera), também conhecido como canela sassafrás, casca cheirosa ou sassafrás amarelo, ocorre na Mata Atlântica nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

É uma das espécies ameaçadas de extinção no Brasil.  Foi explorada ao extremo porque dela pode ser extraído um óleo, conhecido como óleo de sassafrás ou safrol, de grande importância para as indústrias química, alimentícia e farmacêutica. Em Santa Catarina, centenas de milhares de árvores foram abatidas, picadas e transformadas em óleo num processo a vapor, entre os anos de 1940 e 1980, nas famosas fábricas de óleo de sassafrás. A maioria da produção era exportada, inclusive para a NASA, por ser um óleo que só congela a temperaturas menores que 18 graus centígrados negativos.

Sua exploração foi tal que quando praticamente não sobraram mais as árvores, houve uma corrida para buscar as raízes que haviam ficado na terra e que também tem concentração de safrol. Sua madeira nobre também era utilizada para a fabricação de móveis de luxo.

Os nativos americanos utilizavam um óleo similar para controlar a febre.  Na medicina popular ele é indicado para purificar o sangue, estimulando o fígado a remover as toxinas do corpo, entretanto essas propriedades ainda precisam ser estudadas, pela própria toxicidade do óleo.

O alto valor do óleo de sassafrás fez com que fossem realizadas pesquisas com espécies da família piperaceae, popularmente conhecidas como piper. São arbustos que tem um óleo essencial do qual se extrai o safrol estocado em suas folhas e ramos.

A mais conhecida no momento é a pimenta longa (Piper hispidinervum), uma planta invasora encontrada no Vale do Acre (AC). Ela é arbustiva, rústica, muito exigente em luz e água, encontrada com freqüência em áreas de capoeira. Seu uso já está sendo feito de forma comercial.

Entretanto uma outra espécie, a Piper mikanianum, está sendo estuda nas florestas de Atalanta (SC), pelo professor do Departamento de Química da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Ricardo Rebelo e promete trazer grandes novidades para esta área. Numa pesquisa que está sendo realizada com exemplares existentes dentro de um módulo experimental da Apremavi, os índices encontrados mostram que essa espécie possui 82% de safrol na composição química do óleo extraído de suas folhas.

Os estudos e usos desses arbustos, que podem ser plantados comercialmente, são muito importantes porque mostram uma outra forma de se obter esse óleo essencial, dando assim uma chance de sobrevivência para a canela sassafrás. O sassafrás é uma das espécies produzidas no Viveiro Jardim das Florestas e utilizado nos projetos de recuperação e restauração florestal da Apremavi.

A piperácea (Piper mikanianum) que está sendo estudada em Atalanta (SC). Foto: Acervo Apremavi.

Sassafrás

Nome cientificoOcotea odorifera (Vellozo) Rohwer.
Família: Lauraceae.
Utilização: madeira utilizada para fabricação de móveis, caixas, caibros, ripas e rodapés. Muito explorada para obtenção do óleo “safrol” que serve de base para fabricação de perfumes e outros óleos para máquinas pesadas e de grande precisão.
Coleta de sementes: no chão após a queda ou diretamente da árvores quando os frutos estiverem maduros.
Época de coleta de sementes: abril a junho.
Fruto: baga oval, com pouca polpa, contendo uma única semente por fruto, possuindo aproximadamente 2,5cm de comprimento.
Flor: amarela clara (creme).
Crescimento da muda: lento.
Germinação: rápida.
Plantio: sub-bosque.
Observação: espécie atualmente ameaçada de extinção. A freqüência de produção de frutos de sassafrás tem se observado em períodos cíclicos de aproximadamente três anos.

Fontes consultadas

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Nativas da Mata Atlântica. http://www.ipef.br/identificacao/nativas/detalhes.asp?codigo=39. Acessado em 14 de maio de 2009.

Sassafrás. http://pt.azarius.net/healthshop/herb_bags/sassafras_wood/. Acessado em 14 de maio de 2009.

Autora: Miriam Prochnow.

Tarumã, a azeitona do mato

Tarumã, a azeitona do mato

Tarumã, a azeitona do mato

O Tarumã (Vitex montevidensis) também conhecido como azeitona do mato, tem nome de origem Tupi-guarani, que significa “fruta escura de fazer vinho”. Provavelmente os frutos eram utilizados pelos indígenas para fazer algum tipo de bebida fermentada.

Ocorre de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, Uruguai, Paraguai e Argentina, especialmente nas florestas estacionais e nas florestas com araucárias, predominando nas beiras de rios, as chamadas matas ciliares. O tarumã mede de quatro a 12 metros de altura quando isolado e chega a 20 metros de altura quando no meio da floresta. Tem uma copa em forma de taça com bordas arredondadas e sua casca é de um tom cinza escuro.

As suas flores são melíferas. Os frutos são comestíveis, tendo um gosto adocicado, podendo ser consumidos in-natura ou usados para fazer doces tipo “goiabada” ou licores. Também são muito procurados e apreciados por macacos, pássaros e outras espécies da fauna. Chegam a ser usados até como isca para pescaria. Na medicina popular, as folhas em infusão são usadas como diurético e depurativo do sangue.

Além de ser uma espécie importante para uso em projetos de restauração florestal, é também uma espécie boa para uso em projetos de paisagismo, por conta do seu potencial ornamental. Para fazer mudas dessa espécie, os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea ou recolhidos do chão e em seguida despolpados manualmente em peneira sob água corrente. As sementes podem então ser secadas e semeadas em um ambiente semi-sombreado.

O seu crescimento de rápido a médio, resistindo a baixas temperaturas e em altitudes acima de 400 metros. Sua madeira é muito valorizada.

Muda de tarumã. Foto: Acervo Apremavi.

Tarumã

Nome científico: Vitex montevidensis Cham.
Família
: Verbanaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, fabricação de dormentes, postes e tonéis. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento também para diversas espécies de animais, como macacos. Espécie utilizada para paisagismo urbano.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Época de coleta de sementes: fevereiro a março.
Fruto: baga marrom escura, arredondada, com uma única semente no seu interior, possuindo aproximadamente 2cm de diâmetro.
Flor: branca rosada.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta.

Fontes consultadas

Frutas Raras. Disponível em: http://frutasraras.sites.uol.com.br/vitexmontevidensis.html. Acessado em 06 de maio de 2009.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Autoras: Geraldine Marques Maiochi e Miriam Prochnow.

Baga-de-macaco, uma fruta prá bicho nenhum botar defeito

Baga-de-macaco, uma fruta prá bicho nenhum botar defeito

Baga-de-macaco, uma fruta prá bicho nenhum botar defeito

A baga-de-macaco, também conhecida popularmente como laranja-de-macaco ou bacupari-miúdo, tem seu nome científico “Posoqueira acutifolia” com origem indígena. Posoqueria em tupi-guarani quer dizer “bebida forte”, porque os índios usavam as suas sementes para fazer café.

Ocorre na Mata Atlântica, a partir da Bahia em direção ao Sul do Brasil, mas também tem registros no Pantanal e na Amazônia. É uma árvore pequena de 4 a 8 metros, cuja copa pode ter até 3 metros de diâmetro, com folhas perenes. Normalmente é encontrada em terrenos férteis e úmidos.

Seus frutos, quando maduros, são bagas amarelas recheadas de sementes de cor creme, translúcidas e poliedrais (que tem muitas faces), sem muita polpa. Quando semeadas, normalmente germinam entre 30 a 90 dias e o crescimento da muda é um pouco lento. Como é uma fruta muito apreciada pelos animais, em especial os macacos, é comum encontrar na mata, vestígios de frutos comidos e ao lado deles sementes germinando e já formando novas plantinhas.

O fato da baga-de-macaco ter suas frutas tão apreciadas pelos animais, faz com que essa espécie seja muito importante nos plantios de recuperação e restauração florestal. Atrair a fauna em áreas em recuperação é um fator importante para a dispersão de sementes de outras espécies. A planta também é uma espécie que pode ser utilizada para fins ornamentais.

A Apremavi tem utilizado muito essa espécie nos seus projetos de recuperação ambiental. A coleta dos frutos da baga-de-macaco e a separação de suas sementes costuma ser uma atividade bastante divertida no viveiro Jardim das Florestas.

A baga-de-macaco é também uma planta com potencial medicinal*. Popularmente seus galhos e folhas são utilizadas como antimicrobianas, cicatrizantes e antiinflamatórias. Já foram realizadas pesquisas para testar essas propriedades e os resultados são bastante promissores, indicando que a espécie tem de fato um grande potencial para o desenvolvimento de produtos medicinais.

Baga-de-macaco

Nome cientifico: Posoqueira acutifolia Mart.
Família: Rubiacea.
Utilização: madeira utilizada para lenha e fabricação de cabos de ferramentas e serviços de marcenaria em geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Fruto: amarelo carnoso.
Flor: branca.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: demorada.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Época de coleta de sementes: junho a fevereiro.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.

Fontes consultadas

Frutas Raras. Disponível em: http://frutasraras.sites.uol.com.br/posoqueriaacutifolia.htm. Acesso em 16 de abril de 2009.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Propriedades Farmacológicas. Disponível em:
http://serv- bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/345/330. Acesso em 16 de abril de 2009.

Bracatinga, rapidez em crescimento é com ela

Bracatinga, rapidez em crescimento é com ela

Bracatinga, rapidez em crescimento é com ela

A bracatinga (Mimosa scabrella) é considerada uma das espécies de crescimento inicial mais rápido do Sul do Brasil. Conhecida popularmente também como, abracaatinga, bracatinho e paracaatinga, destaca-se principalmente pela alta capacidade de colonizar terrenos totalmente descobertos. É uma árvore semidecídua, heliófila e pioneira, de crescimento rápido, características estas que a tornam excelente para a recuperação de áreas degradadas.

Pode ter de 5 a 15 m de altura e 30 a 40 cm de diâmetro. Seu tronco é reto e alto, quando em maciços ou curto e ramificado, quando isolada.

Quando jovem, a casca externa é marrom-acastanhada, com o crescimento passa a castanho-acinzentada, áspera, verrugosa e com separação em fendas com orientação longitudinal. A casca interna é de coloração bege-rosada a rosada.

Sua ocorrência é de São Paulo ao Rio Grande do Sul em regiões de altitudes nas florestas com araucárias.

O aparecimento dos botões florais da bracatinga dá-se em longo período do ano, porém com maior intensidade a partir do mês de junho, prolongando-se até agosto. Os frutos são do tipo vagem e amadurecem de novembro a janeiro. A floração e a frutificação iniciam a partir de dois anos em plantios.

Nos meses de frio no sul, essa leguminosa, é a única espécie que fornece pólen e néctar em abundância, sendo portanto de grande utilidade para apicultura.

Por serem altamente melíferas são muito visitadas por abelhas dos gêneros Apis e Trigona, que polinizam suas flores na busca de mel. O mel da flor de bracatinga é raro e de paladar amargo, porém extremamente medicinal. Age sobre o estômago, fígado e intestinos. Ajuda a equilibrar a taxa de açúcar no sangue. Pode ser usado por diabéticos e hipoglicêmicos.

A árvore é bastante ornamental, principalmente quando há presença de flores. Pode ser empregada, com sucesso, no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas. Como restrição, apresenta baixa longevidade.

Ela também é recomendada para a conservação de solos e na recuperação e reabilitação de solos degradados. Por regeneração natural ou sendo plantada, recobre rapidamente terrenos descobertos, inibindo a vegetação herbáceo-arbustiva e criando condições de micro clima favoráveis para espécies tolerantes ao sombreamento. A espécie é também recomendada para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação.

Em seu ciclo de regeneração, numa dada fase de sucessão secundária, a bracatinga pode formar característicos maciços homogêneos. Nessas circunstâncias é possível fazer sua exploração, com base na lei 11.428 de 2006 (a lei da Mata Atlântica) e no decreto 6.660 de 2008, pelo fato da bracatinga se caracterizar como uma espécie pioneira (vide capítulo XI do decreto e portaria em anexo). Sua exploração nesse caso depende de autorização prévia dos órgãos competentes.

A madeira de bracatinga pode ser usada, em vigamentos, escoras em construção civil, para partes não aparentes de móveis, caixotaria, embalagens leves, compensados, laminados e aglomerados, para cabos de ferramentas e utensílios domésticos, além de peças para artesanato e marcenaria em geral.

Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina, usam a casca do caule da bracatinga para combater coceiras.

Flor de bracatinga. Foto: Acervo Apremavi.

Bracatinga

Nome científico: Mimosa scabrella Benth.
Família: Fabaceae
Utilização: Madeira muito utilizada para lenha, construção civil e caixotaria. Utilizada também para paisagismo.
Época de coleta de sementes: Novembro a dezembro.
Coleta de sementes: Coleta das vagens diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea ou através da colocação de lonas sob as árvores nas horas mais quentes do dia com posterior recolhimento das sementes.
Fruto: Legume amarelo (vagens).
Flor: Amarela.
Crescimento da muda: Rápido.
Germinação: Rápida.
Plantio: Mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Observação: Antes da semeadura as sementes devem passar por processo de quebra de dormência através de água fervente.

Fontes consultadas

BRACATINGA. In: Embrapa Florestas. Disponível em: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm. Data de acesso: 11 mar. 2009.

LORENZI, H. Mimosa scabrella Benth. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 262.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

PROPRIEDADES do Mel: flor de bracatinga.In: Edições Natureza. Disponível em: http://www.ednatureza.com.br/mel.htm. Data de acesso: 26 mar. 2009.

Autoras: Tatiana Arruda Correia e Miriam Prochnow.

Pitanga, a fruta do azedinho doce

Pitanga, a fruta do azedinho doce

Pitanga, a fruta do azedinho doce

A pitanga, espécie nativa da Mata Atlântica, tem em seu nome origem tupi-guarani – “pyrang” que significa “vermelha”. A fruta carnosa e aquosa, de cor vermelha (mais comum), amarela ou preta, tem sabor agridoce e já era apreciada pelos indígenas, bem como pelos primeiros colonizadores do Brasil.

Pertencente a família botânica das Myrtaceae, a pitanga (Eugenia uniflora L.) é uma das mais importantes frutas nativas da Mata Atlântica com grandes potencialidades para o cultivo comercial. De seus frutos, que contém vitaminas A, C, do complexo B, cálcio, ferro e fósforo, além do consumo in natura, podem ser obtidos sucos, sorvetes, geléias, doces, licores e vinhos. Além desses usos, mais comuns, algumas indústrias de cosméticos já têm utilizado seu extrato para a fabricação de sabonetes e shampoos.

As folhas da pitangueira contém o alcalóide denominado pitanguina (sucedâneo de quinino); bastante utilizada na medicina popular através de chás, indicada contra diarréias persistentes, contra afecções do fígado, em gargarejos nas infecções da garganta, contra reumatismos e gota.  Tem ação calmante, antiinflamatória, diurética, combate a obesidade e também possui atividade antioxidante.

A pitangueira é uma espécie de ampla distribuição geográfica natural ocupando regiões de clima tropical e subtropical, indo de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.

Atualmente as plantações comerciais significativas da fruta estão no nordeste brasileiro, onde o estado que se destaca é Pernambuco.

A pitanga é indicada para recuperação de áreas degradadas e também na implantação de sistemas agroflorestais, além de possuir boa potencialidade para consumo e processamento da polpa, é atrativa principalmente a avifauna, tornando-se uma espécie chave para indução na regeneração natural de florestas. Também é utilizada como espécie ornamental em muitas cidades brasileiras.

A pitanga, assim como outras dezenas de frutas nativas da Mata Atlântica, são pouco consumidas quando comparada a frutas exóticas (maçã, pêra, laranja, ameixa, etc). Cabe salientar que as nossas espécies frutíferas nativas são incomparáveis quanto a sabor e teor de vitaminas. A Apremavi tem um trabalho que tem por objetivo promover o resgate dessas espécies, através da produção de mudas, plantio e divulgação de suas potencialidades.

 

Receitas para testar

Licor de Pitanga
Ingredientes
1 e ½ litros de água filtrada
1 quilo de pitangas maduras
1 quilo de açúcar
1 litro de álcool 40

Modo de Preparo
Colocar numa vasilha de vidro, o álcool, o açúcar e as pitangas, deixando por um espaço de 4 dias, tendo porém, a precaução de mexer com uma colher de pau duas vezes ao dia. Passado esse tempo, misturar 1 e ½ litros de água filtrada, e, em seguida, filtrar e engarrafar. Este licor deve ser feito em vasilhame de vidro, louça ou cristal.

Geléia de Pitanga
Ingredientes
1 litro de pitangas
1/2 litro de água
Açúcar

Modo de Preparo
Retire o caroço da pitanga e ferva com água.
Retire do fogo e passe na peneira sem a água, junte o açúcar no mesmo peso da pitanga.
Cozinhe até dar o ponto.

Muda de pitanga. Foto: Acervo Apremavi.

Pitanga

Nome científico: Eugenia uniflora L.
Família: Myrtaceae
Utilização: madeira utilizada para a fabricação de cabo de ferramentas e outros componentes agrícolas. Seus frutos são comestíveis e servem de alimento para diversas espécies de aves.
Época de coleta de sementes: junho a janeiro.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Fruto: vermelho, laranja ou roxo, arredondado, contendo uma semente por fruto, possuindo aproximadamente 1,5 cm de diâmetro.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta.

Autor: Leandro Casanova.
Fontes Consultadas:

LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 262.

LICOR DE PITANGA. Disponível em: http://www.portaldasreceitas.com.br/ver_receita.php?c=4364. Data de acesso: 11 mar. de 2009.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

PITANGA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pitanga.  Data de acesso: 11 mar. de 2009.

EMBRAPA. Pitanga: Uma fruta especial.Disponível em: http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2008/pitanga-uma-fruta-especial-2/?searchterm=pitanga . Data de acesso: 11 de mar de 2009.

Cortiça-lisa, a fruta da criançada

Cortiça-lisa, a fruta da criançada

Cortiça-lisa, a fruta da criançada

A Cortiça-Lisa (Rollinia rugulosa), também conhecida como Araticum-de-porco ou Araticum-verde, é uma árvore nativa do Brasil, de até 12m de altura e 40 cm de diâmetro. Ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo mais frequente nas áreas da Floresta Ombrófila Mista, a Floresta com Araucárias.

Antigamente sua madeira era usada para fazer bóias para redes de pesca dos pescadores do litoral de Santa Catarina, daí vem o nome de “cortiça”.

Além de ser considerada uma espécie ornamental, a cortiça produz frutos comestíveis pelo homem, parecidos com a fruta-do-conde ou anona. O fruto é globoso, contendo numerosas sementes presas a uma polpa branca aquosa, mole e de sabor levemente ácido. É envolvido por uma casca amarelo-esverdeada. A cortiça-lisa tem uma prima conhecida como cortiça-crespa ou araticum-amarelo, que tem propriedades parecidas, mas seu fruto é mais doce e com menos polpa.

Sua madeira tem utilidade reduzida, mas a casca fornece fibras que podem ser utilizadas na fabricação de cordas. Seus galhos eram utilizados pelos índios para fazer flechas. As sementes tem propriedades medicinais, sendo popularmente utilizadas como anti-diarréicas.

A espécie é indicada para recuperação de ecossistemas degradados, particularmente as áreas de preservação permanente (APPs) por apresentar desenvolvimento rápido, além de produzir frutos muito procurados por pássaros e animais. A Apremavi tem produzido muitas mudas que são utilizadas nos projetos de restauração florestal.

Nos municípios do interior, onde a criançada ainda tem o privilégio de poder correr solta pelo mato e pelas roças, a cortiça-lisa é muito apreciada e às vezes é difícil controlar a gurizada enquanto não “detonarem” todos os frutos da corticeira.

Esse comportamento na verdade é herdado das gerações mais velhas. É comum ouvir adultos contando histórias de infância onde a cortiça-lisa aparece como a atriz-coadjuvante. Histórias que nos fazem lembrar o famoso Chico Bento que passa parte do seu tempo roubando as goiabas do vizinho, só que neste caso, as frutas cobiçadas são as cortiças. E tem também histórias bem pitorescas de adultos que colhiam as cortiças ainda verdes e as escondiam numa espécie de ninho de capim, para amadurecem longe do olhar e das mãos da gurizada. Mal sabiam eles que a criançada realizava verdadeiras competições para achar os tais “ninhos de cortiça”, que uma vez encontrados tornavam-se um verdadeiro troféu a ser exibido como motivo de grande orgulho.

O fato é que essa fruta típica do Brasil, merece uma atenção maior para seu potencial de uso comercial, seja na produção e comercialização “in natura”, seja na extração de sua polpa para produção de sucos e sorvetes.

Muda de Cortiça-lisa. Foto: Acervo Apremavi.

Cortiça-lisa

Nome científico: Rollinia rugulosa Schltdll
Família: Annonaceae
Utilização: madeira e paisagismo. Os frutos são comestíveis.
Coleta de sementes: diretamente do chão, ou coletando os frutos nos galhos.
Época de coleta de semente: fevereiro a março.
Fruto: carnoso com bastante polpa.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

Fontes consultadas

PINTO, L.S. et al. Indução do enraizamento de estacas de araticum-de-porco pela aplicação de  fitorreguladores. Scientia Agraria, v.4, n.1-2, p.41-45, 2003.

LORENZI, H. Caesalpinia peltophoroides Benth. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 148.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Autoras: Miriam Prochnow e Tatiana Arruda Correia.

Sibipiruna, uma dama de ouro

Sibipiruna, uma dama de ouro

Sibipiruna, uma dama de ouro

Originária da Mata Atlântica, a sibipiruna é uma espécie da família das leguminosas e atinge altura de 08 a 16 metros, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro. Costuma viver por mais de um século, pela semelhança da folhagem, muitas vezes é confundida com o pau-brasil e o pau-ferro. Também é conhecida como coração-de-negro, pela semelhança da semente com um coração. Os frutos, que surgem após a floração, são de cor bege, achatados, medem cerca de 3 cm de comprimento e permanecem na árvore até março.

A sibipiruna perde parcialmente suas folhas no inverno e a floração ocorre de setembro a novembro, Suas flores amarelas são dispostas em cachos cônicos e eretos, onde primeiro abrem todas as flores da metade de baixo, depois as da metade de cima. Devido à grande beleza, imponência e por ter rápido desenvolvimento é uma árvore muito utilizada em paisagismo urbano, se prestando muito bem para condução de crescimento e convivência com a fiação elétrica.

Adapta-se muito bem ao clima sub-tropical e tropical em sol pleno, não é muito exigente, mas prefere o ligeiramente ácido, a propagação é por semente. Pelo seu rápido crescimento e grande poder germinativo, é indicada também para projetos de reflorestamento, inclusive com potencial madeireiro. Sua madeira é pesada, dura e de média durabilidade, sendo utilizada na construção civil e na produção de móveis em geral.

Se você perguntar a uma pessoa que benefícios para o meio ambiente trazem as árvores, como por exemplo uma Sibipiruna, rapidamente ela lembrará da sua sombra e de sua beleza paisagística. Realmente essas características são altamente relevantes especialmente em dias muito quentes, quando se deseja uma boa sombra.

Mas além dessas, outras vantagens como diminuição de enxurradas e enchentes, resultado da maior  infiltração da água da chuva no solo, devido ao efeito de agregação e aumento da porosidade que as raízes das árvores proporcionam.

Outro benefício das árvores para o meio ambiente é a absorção do carbono emitido pelos veículos e demais atividades humanas, ajudando a amenizar os efeitos do aquecimento global para a conservação da biodiversidade.

O aumento da diversidade animal, proteção de rios e nascentes também são resultados do plantio e conservação de árvores, entre os inúmeros benefícios que podem trazer para o meio ambiente.

A Apremavi disponibiliza informações para toda a população sobre as mudas produzidas no Viveiro Jardim das Florestas, e sobre os vários Programas que desenvolve, como o Clima Legal, de forma clara e interessante, através de ações de educação ambiental.

Muda de sibipiruna. Foto: Acervo Apremavi.
Sibipiruna 

Nome científico:Caesalpinia peltophoroides Benth.
Família: Fabaceae
Utilização: madeira utilizada na construção civil, fabricação de móveis e caixotes. Espécie muito utilizada no paisagismo urbano.
Época de coleta de sementes: setembro a outubro.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Fruto: legume preto azulado, contendo cerca de 3 a 4 sementes cada vagem, com aproximadamente 8 cm de comprimento.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: rápida.
Plantio:
mata ciliar, área aberta.

Autoras: Tatiana Arruda Correia e Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:

Caesalpinia peltophoroides. Disponível em: http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A21sibipiruna.htm. Acesso: 03 mar. 2009.

LORENZI, H. Caesalpinia peltophoroides Benth. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 148.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

SIBIPIRUNA. Disponível em: http://www.viveirosomacal.com.br/muda.aspx?id=67. Acesso: 03 mar. 2009.

Timbaúva, a árvore que tem orelhas

Timbaúva, a árvore que tem orelhas

Timbaúva, a árvore que tem orelhas

É uma árvore de crescimento rápido que fornece boa sombra na primavera e verão e perde suas folhas no inverno, deixando a luz do sol passar. Desta forma ela é bastante apropriada para arborização de regiões com estações bem marcadas.

A Timbaúva pode medir de 20 a 35 metros de altura e de 80 a 160 de diâmetros de tronco. Está dispersa em várias formações florestais, com ocorrência nos estados do Pará, e Piauí até o Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

As inflorescências surgem na primavera com cerca de 10 a 20 flores brancas. Os frutos que se seguem são vagens, recurvadas e semilenhosas, em formato de rim ou de orelha, o que rendeu a esta espécie diversos nomes populares, como: orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-preto, árvore-das-patacas, orelha-de-onça, etc.

Eles surgem verdes e se tornam pretos em junho e julho, quando amadurecem. Cada fruto pode conter de 2 a 12 sementes, brilhantes e de cor marrom. Uma das características dessa espécie, é a disparidade na produção de sementes de ano para ano.

As saponinas, substâncias que se caracterizam pela formação de espuma encontradas nos frutos e na casca, são aproveitadas para produção de sabões. Estas saponinas dos frutos, também são responsáveis por intoxicações em herbívoros, que ocorrem geralmente durante a escassez de alimentos.

Essa espécie deve ser cultivada sob pleno sol, em solo fértil, preferencialmente úmido e irrigado no primeiro ano de implantação. Multiplica-se por sementes. Elas devem ser semeadas em saquinhos preparados com solo adubado. Após quatro meses em viveiro, sob meia-sombra as mudas já podem ser plantadas no local definitivo.

É uma espécie pioneira, de rápido crescimento inicial e muito rústica, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), tem produzido muitas mudas de Timbaúva no Viveiro Jardim das Florestas, pois é uma espécie muito indicada para restauração. Sua madeira é leve, macia, pouco resistente e utilizada para a fabricação de canoas, caixotaria em geral, brinquedos, compensados, etc.

Muda de Timbaúva. Foto: Acervo Apremavi.

Timbaúva

Nome científico: Enterolobium contorstisiliquum (Vell.) Morong.
Família: Leguminosae – Mimosoideae.
Utilização: madeira utilizada para fabricação de pequenos barcos e canoas, compensados e caixas.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época de coleta de sementes: abril a agosto.
Fruto: preto, seco indeiscente, com forma de orelha ou rim, contendo várias sementes por frutos, possuindo 8 cm de comprimento.
Flor: branca .
Crescimento da muda: rápido.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Observação: as sementes desta espécie necessitam de quebra de dormência em água fervente.

Fontes consultadas

CIT – Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Timbaúva. Disponível em: <http://www.cit.rs.gov.br/v2/nova/?p=p_148.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. 352p.

PROCHNOW. M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007, 188p.

Autores: Tatiane Arruda e Edinho Pedro Schäffer.

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