Seminário Estadual enfatiza importância das Unidades de Conservação

O Seminário Estadual “Planejando Propriedades e Paisagens” que aconteceu nos dias 08 e 09 de dezembro, no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, em Atalanta (SC), contou com a expressiva participação de 90 pessoas, entre estudantes, agricultores, professores, empresários e técnicos de vários municípios de Santa Catarina.

O assunto de maior destaque foi a conservação da biodiversidade, principalmente através da criação e consolidação de Unidades de Conservação, sejam elas públicas ou privadas.

Alexandre Martinez, presidente da Confederação Nacional de RPPNs, explicou aos presentes os procedimentos necessários para se criar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural e a contribuição fundamental que o conjunto de RPPNs já criadas tem dado para a preservação da Mata Atlântica. Fez ainda um apelo para que mais proprietários transformem suas propriedades, em áreas protegidas. Cláudio Klems da TNC completou falando sobre como proteger o meio ambiente em propriedades privadas. Veja como criar uma RPPN no site: www.rppncatarinense.org.br

A ecologista Miriam Prochnow falou sobre as metas da convenção da biodiversidade e de como ainda temos trabalho pela frente para atingir os 10% do território transformados em Parques e Reservas, índice necessário, segundo a convenção, para que se tenha uma efetiva garantia da conservação da rica biodiversidade brasileira.

Lauro Eduardo Bacca da Acaprena e Nélcio Lidner do Parque das Nascentes, falaram sobre a importância e a relação das florestas com a conservação da água e do balanço hídrico, enquanto que Edilaine Dick, bióloga da Apremavi e Alessandro Ângelo, professor da UFPR, abordaram a questão do planejamento de propriedades e paisagens e a interação da fauna e flora com a recuperação de áreas degradadas.

O evento faz parte do Projeto Planejando Propriedades e Paisagens, realizado pela APREMAVI em parceria com a Fundação O Boticário de Proteção a Natureza e a Fundação Interamericana e apoio da Prefeitura Municipal de Atalanta e da TNC. O seminário contou ainda com o apoio do Projeto Piava e da Epagri. No dia 08, após a realização das palestras aconteceu uma visita às trilhas do Parque Mata Atlântica , com o objetivo de mostrar a importância da criação de Unidades de Conservação Municipais e no dia 09 os participantes do seminário visitaram o viveiro Jardim das Florestas e a propriedade modelo da APREMAVI, onde puderam verificaram “in loco” que é possível aliar produção com conservação da natureza.

Os participantes ainda aprovaram dois manifestos, um aos Deputados Estaduais da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, pedindo a imediata aprovação do Projeto de Lei que cria o ICMS Ecológico, por se tratar de uma ferramenta fundamental para a conservação ambiental no Estado e o outro à Ministra Marina Silva apoiando e pedindo a criação do Parque Nacional do Campo dos Padres, cujas consultas públicas aconteceram também nos dias 08 e 09 de dezembro.

Fotos: Miriam Prochnow e Edilaine Dick

APREMAVI e Escola Agrotécnica realizam dia de campo

No dia 20 de novembro de 2006, foi realizado em Atalanta, um dia de campo sobre planejamento de propriedades e paisagens; no qual estiveram presentes alunos e professores do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), da escola Agrotécnica Federal do município de Rio do Sul/SC.

O primeiro modulo do PROEJA, é definido como "fundamentos básicos" e apresenta uma matriz curricular integrada, envolve assim, uma equipe multidisciplinar de professores; entre eles; das disciplinas de geografia, matemática, português e zootecnia.

Para a efetivação do trabalho a equipe no decorrer do 2º semestre de 2006, desenvolveu um projeto no qual, os alunos deveriam ter como base a leitura de uma novela de Charles Kiefer “O pêndulo do relógio”, onde o personagem principal vai a falência com a monocultura em seus 10 hectares de terra e a partir dessa história o trabalho final do projeto é construir uma proposta de propriedade sustentável para o personagem em questão.

Nesse sentido o dia de campo teve como objetivo mostrar que na prática e a partir do planejamento da propriedade é possível chegar ao resultado esperado, que é a sustentabilidade do meio rural.

Nesse dia inicialmente os alunos participaram de uma palestra, que foi realizada no Parque Mata Atlântica. Durante a palestra foi apresentado o Projeto Planejando Propriedades e Paisagens, com enfoque aos resultados já alcançados; aos princípios básicos que envolvem o planejamento de propriedades, entre eles os aspectos que devem ser observados na propriedade; quais são os objetivos principais do planejamento, sua importância e resultados esperados; a importância do conhecimento e do entrosamento do proprietário com o local em que vive; a importância da microbacia dentro do planejamento; entre outros assuntos.

Logo após foi realizada uma caminhada pelas trilhas do parque, e falado sobre as unidades de conservação municipais e o seu papel na conservação.

Os alunos visitaram também experiências já implantadas pela APREMAVI e por agricultores do município. Dentre elas: reflorestamento de araucárias consorciada com palmito; recuperação de áreas de preservação permanente, enriquecimento de florestas secundarias, planejamento da propriedade para o desenvolvimento do ecoturismo.

Para encerrar as atividades do dia, o público visitou o a propriedade modelo da APREMAVI, o qual é um exemplo real de que é possível conciliar conservação com produção agrícola.

Fotos: Edilaine Dick

Apremavi lança hotsite sobre Propriedade Legal

Na semana da primavera Apremavi lança hotsite sobre Propriedades Legais. Os materiais de educação ambiental produzidos pela Apremavi para a implantação de “Propriedades Legais” agora estão acessíveis de forma fácil, clara e moderna, num hotsite especialmente produzido para esta finalidade, através do projeto Planejando Propriedades e Paisagens.

Tendo como objetivo a conservação da mata atlântica, a melhoria da qualidade de vida e o incremento de renda, através da adoção e difusão de alternativas econômicas ambientalmente sustentáveis em propriedades rurais, o projeto desenvolvido pela Apremavi, desde 2004, no município de Atalanta (SC), tem apresentado excelentes resultados e já passa seus conceitos para outros municípios no país.

O projeto tem apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e da Fundação Interamericana, em parceria com a Prefeitura Municipal de Atalanta, a Epagri e a TNC. Tendo como ferramenta principal a implantação da “Propriedade Legal – legal porque cumpre a lei e legal porque é um lugar bom se viver” – o projeto que inicialmente pretendia envolver 15 propriedades, conta hoje com a participação efetiva de 35 famílias, localizadas em 7 comunidades.

O conceito de propriedade legal foi desenvolvido pela Apremavi com base na experiência acumulada desde 1987 e hoje tem como âncoras algumas propriedades modelo, o viveiro de produção de mudas nativas “Jardim das Florestas” e os materiais educativos que são utilizados nos cursos e seminários.

Entre as atividades desenvolvidas nas propriedades estão: recuperação de matas ciliares, enriquecimento de florestas secundárias, paisagismo, implantação de pomares frutíferos e hortas, recuperação de reservas legais, formação de corredores ecológicos, além de apoio à agricultura orgânica e à coleta seletiva de lixo.

Para a realização dessas atividades os proprietários recebem alguns insumos, como por exemplo: arames para construção de cercas, mudas frutíferas para os pomares, sementes de hortaliças, mudas nativas para recuperação e também fertilizantes orgânicos. Além dos insumos o projeto prevê também todo assessoramento técnico necessário, além de vários cursos específicos e seminários. São também feitas visitas periódicas às propriedades, para a realização dos diagnósticos e o planejamento em conjunto com a família, sobre o tipo de atividade a ser realizada.

Em dezembro de 2005 foi realizado um seminário estadual tratando de assuntos relacionados ao planejamento de propriedades e para este final de ano está sendo programado um seminário que vai discutir a questão da implantação de RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Nacional.

Não deixe de conferir o hotsite.

Fotos: Miriam Prochnow, Leandro Casanova e Edilaine Dick.

Jogo gingante

Cerca de 2 mil jovens de todo o país e também de algumas delegações internacionais estão acampados desde o dia 16 de julho, no Parque da Cidade de Brasília, no Distrito Federal. Eles são os protagonistas do III Jamboree Nacional, o encontro nacional dos escoteiros.

Várias atividades educativas e recreativas estão sendo realizadas neste encontro que dá início, no Brasil, às comemorações do centenário do movimento escoteiro, que será celebrado em 2007 na Inglaterra, com o Jamboree mundial. Milhões de escoteiros fazem parte deste movimento voluntário de ação educativa, que é um dos maiores e mais antigos do mundo.

Um dos temas mais fortes deste jamboree que acontece no cerrado é a preservação da natureza. O personagem de destaque é o lobo guará, os sub- campos do acampamento tem nomes de árvores nativas e um dos roteiros de visitas em Brasília é o Jardim Botânico. Vários estandes e oficinas estão desenvolvendo suas atividades em torno da conscientização ambiental.

A Apremavi participa de forma destacada deste evento, montou uma oficina com um tabuleiro gigante do jogo “Fique Legal”, um dos materiais de educação ambiental do projeto “Planejando Propriedades e Paisagens”. Nesta tarefa a Apremavi conta com a parceria da Rede de ONGs da Mata Atlântica – RMA (www.rma.org.br) e da União dos Escoteiros do Brasil – UEB ( www.escoteiros.org.br ).

As atividades no tabuleiro gigante são coordenadas por uma sócia da Apremavi, a escoteira Carolina Schaffer, juntamente com os também escoteiros Luisa Pimentel e Felipe Castro. Eles passam aos outros jovens não somente as instruções de como se movimentar e se divertir no tabuleiro mas sim, e o que é mais importante, conceitos sobre como preservar a Mata Atlântica e como tornar uma propriedade mais agradável de se viver, cumprindo a legislação ambiental.

Em outra parte do Jamboree, está montado o estande que a Apremavi compartilha com a RMA. Neste espaço comandado pelos escoteiros Carolina Kairala, Felipe Mazzaro e Guilherme Mazaro, são dadas informações sobre as atividades das duas instituições e coletadas assinaturas em prol do Projeto de Lei da Mata Atlântica.

As atividades se encerram no próximo domingo e até lá muita discussão ambiental deve ter acontecido. São os jovens dando o exemplo e como diz o lema dos escoteiros: SEMPRE ALERTA!

Sempre Alerta para combater a destruição da natureza
Sempre Alerta para fazer ações em prol do meio ambiente
Sempre Alerta pela qualidade de vida
Sempre Alerta pela solidariedade
Sempre Alerta pela paz

Seminário para repensar a paisagem

Experiências de recuperação de matas ciliares e de áreas degradadas, planejamento de paisagens e alternativas de geração de renda foram alguns dos assuntos do seminário Planejando Propriedades e Paisagens que começou hoje e vai até amanhã, dia 3 de dezembro, em Atalanta, município no Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina.

O evento, uma promoção da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi ) lotou o auditório do Parque Mata Atlântica. Está reunindo especialistas em biodiversidade e conservação, estudantes de escolas técnicas e comunidade da região. Conta ainda com a participação de integrantes do Grupo de Trabalho de Áreas de Proteção Permanente e Reserva Legal da Rede de ONGs da Mata Atlântica.

Na abertura dos trabalhos foram lançados materiais de educação ambiental. Em conjunto com a Apremavi, a Empresa de Pesquisa e Extenção Rural de Santa Catarina (Epagri), dentro do projeto Micro Bacias 2 do Governo do Estado de Santa Catarina, foi lançada a cartilha "Gota D’Água". A publicação congrega idéias e conceitos desenvolvidos em escolas públicas de Atalanta e Rio do Sul. Há histórias contadas por crianças, dados sobre a situação das águas, ilustrações em vários formas de linguagens.

Miriam Prochnow, presidente do Conselho da Apremavi, apresentou três peças gráficas do projeto Planejando Propriedades e Paisagens: folder, cartaz e cartilha ilustrada. Os materiais trazem informações que são fruto do trabalho de quase 19 anos da entidade "a cartilha é mais um cardápio para o produtor rural ver o que é possível fazer na sua propriedade", comenta Miriam, que na semana passada recebeu o Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental na categoria conquista individual. Miriam também anunciou a reedição dos vídeos da Apremavi em formato dvd.

O projeto Planejando Propriedades e Paisagens, visa implantar modelos rurais sustentáveis. Pretende recuperar e conservar o que ainda resta de Mata Atlântica, mas com geração de renda, através da adoação de alternativas econômicas ambientalmente corretas, e da melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Interamericana, com parceria com a Prefeitura Municipal de Atalanta, a Epagri e The Nature Conservancy (TNC), a Apremavi está propondo para as comunidades da região uma série de possibilidades de uso da terra como sistemas agroflorestais (SAF), piscicultura, agricultura orgânica, enriquecimento de florestas secundárias, a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs), o plantio de árvores nativas e exóticas com fins econômicos, entre outros.

Um dos pontos destacados pelo programa é a importância de se ver a propriedade como um todo. A manutenção das APPs, da Reserva Legal – que é de 20% da área da propriedade no caso da Mata Atlântica no sul do Brasil – e a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) são considerados dentro do contexto particular de cada agricultor. De uma forma planejada, a Apremavi mostra através de exemplos práticos qual a função de cada elemento, isto é, do bosque reflorestado, do lago com peixes, da horta, etc, dentro da propriedade.

A iniciativa é considerada excelente pela professora Eliana Santos da Silva, da Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul, onde estudam cerca de 600 alunos em regime de internato. A professora explica que é muito bom para os alunos terem contato com este conhecimento, por que está se vivendo um processo de transição. "O retorno que a natureza tem dado com secas, com enchentes, entre outros desastres, é a maior prova de que é necessário uma transformação das nossas relações com o meio ambiente".

Para os alunos as propostas são viáveis para a realidade regional. Os estudantes, todos filhos de proprietários rurais do interior de Santa Catarina, estão tendo aulas de como integrar plantações, criações de animais com qualidade de vida para suas famílias. Dentro desse aprendizado, o seminário trouxe muitas novidades, como a palestra "Corredores Florestais – unindo espécies, habitat e pessoas na área do Mico-leão-dourado" com Rosan Valter Fernandes, ecólogo e coordenador do Programa Conservação em Áreas Privadas da Associação Mico-Leão-Dourado (RJ).

* Silvia Marcuzzo é assessora de comunicação da Rede de ONGs da Mata Atlântica, Philipp Stumpe foi assessor de comunicação da Apremavi

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