Enriquecimento de florestas é demonstrado em dia de campo

No dia 29 de julho de 2014 o Projeto Araucária, executado pela a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), realizou um dia de campo no município de Santa Terezinha, com o objetivo de demonstrar aos produtores rurais a metodologia do enriquecimento ecológico de florestas secundárias.

O enriquecimento de florestas secundárias é uma ideia pioneira da Apremavi e tem sido utilizado como uma forma de acelerar os processos naturais de regeneração destas florestas, que se encontram presentes na maioria das propriedades rurais da Mata Atlântica.

Florestas secundárias, também chamadas de capoeiras ou capoeirões, são matas resultantes de um processo de regeneração natural da vegetação, em áreas que já haviam sido totalmente desmatadas e usadas para agricultura ou pastagens. Também são conhecidas como secundárias as florestas descaracterizadas por intensa e irracional exploração madeireira.

Enriquecer florestas secundárias é aumentar, através do plantio, a quantidade de espécies de árvores e outras plantas em determinada área, contribuindo para o incremento da biodiversidade e para a aceleração na regeneração da floresta. A técnica pode trazer também inúmeras vantagens, como o retorno econômico através da retirada de lenha e uso de espécies como o palmito e a erva-mate.

Dentro do Projeto Araucária está sendo estimulado o plantio de erva-mate para o enriquecimento de florestas secundárias. Foto: Morgana Freitas.

O enriquecimento de florestas secundárias em um primeiro momento prevê a roçada de cipós, samambaias e taquaras a fim de proporcionar condições para posterior corte seletivo de árvores pioneiras, exóticas, árvores secas, quebradas e em toiças, bastante comuns em remanescentes secundários. Essa intervenção tem como resultado imediato a produção de lenha. É importante lembrar que de acordo com a Lei da Mata Atlântica, o limite permitido é 15 m³ de lenha a cada ano por propriedade, para uso doméstico. É vedado o corte de espécies ameaçadas de extinção.

Como resultados de médio prazo das atividades de enriquecimento de florestas secundárias, existem várias espécies a serem aproveitadas, entre elas o palmito, a erva-mate, a espinheira santa, bem como árvores nobres como a araucária, cedro, canafístula e outras. O modelo a ser utilizado em cada propriedade dependerá das características da região.

O enriquecimento ecológico de florestas secundárias está normatizado pelo Decreto 6660 de novembro de 2008.

O dia de campo foi realizado na propriedade do Sr. Demétrio Bossy e foram realizadas as seguintes atividades: corte de cipós, taquaras e samambaias de chão; seleção e corte das espécies arbóreas pioneiras; recorte das árvores derrubadas em pedaços de um metro para lenha; e medição do volume de lenha retirada. O material retirado deve ser usado na propriedade. Na área trabalhada o proprietário fará o plantio de erva-mate com espaçamento recomendado de 3m entre linhas e 1,5m entre plantas.

De acordo com a legislação ambiental não é permitida a eliminação ou supressão total de nenhuma espécie e em áreas de preservação permanente não podem ser subtraídas plantas de qualquer espécies e nem introduzir espécies exóticas. 

O dia de campo fez parte das atividades do Projeto Araucária, executado pela Apremavi, com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

Educação Ambiental nas Escolas

Julho é o mês do aniversário da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi). Em 2014 a associação completa 27 anos de fundação.  A educação ambiental tem sido uma das ferramentas mais usadas pela Apremavi visando desenvolver a conscientização ambiental da população. Para comemorar a data, a Apremavi compartilha algumas das ações que realizou nos meses de junho e julho, em parceria com escolas de Atalanta, mostrando exemplos que podem ser seguidos e replicados.

As escolas da rede municipal e estadual do município de Atalanta são grandes parceiras dos trabalhos da Apremavi. Os alunos das 5ª séries do ensino fundamental da Escola de Ensino Básico Dr. Frederico Rolla visitaram o Centro Ambeintal Jardim das Florestas e participaram de uma roda de conversa sobre “mudanças climáticas” e “a importância da recuperação de áreas degradadas”.

A escola Ribeirão Matilde foi parceira nas atividades em comemoração a Semana do Meio Ambiente. Os conhecimentos adquiridos foram aplicados nos trabalhos para a XII Feira Municipal de Matemática e de Ciências que foi realizada no dia 19 de julho em Atalanta.

Dentro do projeto “Um novo olhar sobre o bosque”, onde a escola trabalha com as árvore nativas de um bosque implantado nas dependências da escola há 15 anos, foram criados dois grupos ambientais, RM Ambiental e Patrulha das Sementes. Do trabalho dos grupos surgiram duas pesquisas científicas. A primeira com os alunos do 7º ano com o tema “Propriedade Rural: Organizar pra Fica Legal”, que trabalhou as questões da mata ciliar, reserva legal, corredor ecológico, erosão, etc. Para a apresentação na Feira foi montada uma maquete com uma propriedade rural dentro dos padrões legais e ambientais para uma agricultura sustentável. Para chegar neste resultado os alunos tiveram aulas práticas de restauração de mata ciliar numa propriedade da comunidade e realizaram estudos sobre a sucessão ecológica e espécies indicadas para o plantio.

A outra pesquisa científica foi denominada de “Plantando Sementes: Relembrando o Passado” com os alunos do 5º ano. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de explorar as características das diversas espécies nativas existentes no bosque da escola. Estas duas pesquisas foram apresentadas na XII Feira Municipal de Matemática e de Ciências sendo que ambos os trabalhos receberam a premiação “Destaque” e irão representar a escola na XIV Feira de Matemática e XIV Feira de Ciências da região de Ituporanga (FEMACRI) em agosto.

A Escola Municipal Vila Gropp, que também é parceira da Apremavi de longa data, também expôs trabalhos ambientais na Feira Municipal: Coopermática – Cooperativismo para a Sustentabilidade; O Solo Nosso de Cada Dia; e Belezas Cênicas da Nossa Terra: Beija-flor

A Escola Municipal Vila Gropp também organizou um passeio ciclístico no dia 25 de julho, data em que se comemorou o Dia do Colono e do Motorista. O passeio ciclístico é uma forma de conscientizar as pessoas da importância da prática de atividades físicas e chamar a atenção para a diminuição do uso de combustíveis fósseis.

Muitas das atividades de educação ambiental da Apremavi são desenvolvidas através do Projeto Araucária, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

Esta matéria foi publicada no Jornal Diário do Alto Vale no dia 29 de julho de 2014. O Espaço Apremavi é publicado quinzenalmente.

Projeto Araucária da Apremavi realizou seminário regional

No dia 22 de julho de 2014 foi realizado, através do Projeto Araucária, o Seminário Regional sobre Conservação Ambiental e Cultivo de Erva-Mate em Santa Terezinha – SC.

O projeto Araucária é executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), com patrocínio da Petrobras, através do programa Petrobras Socioambiental.

O Seminário teve como objetivo repassar informações aos agricultores visando o uso sustentável dos recursos naturais, a preservação da mata ciliar em torno de rios e nascentes e o incremento na geração de renda a partir da estruturação da cadeia produtiva da erva-mate: “a ideia é capacitar os agricultores para melhor forma de plantio e manejo desta cultura dentro de suas propriedades rurais”, diz Edilaine Dick, coordenadora do Projeto Araucária.

Cerca de 100 pessoas, entre agricultores, técnicos e estudantes, participaram do evento, que foi considerado por Davi Kubchen, secretário da agricultura uma iniciativa muito importante aos munícipes de Santa Terezinha. 

Foram realizadas 04 palestras: Nelcio Lindner falou sobre a importância da floresta na produção de alimentos e erva-mate; Paulo Floss discorreu sobre sistemas de plantio e cultivo de erva-mate em sistemas agroflorestais; Rafael Kamke relatou sobre a erva-mate como alternativa a agricultura familiar; e, Salesiano Durigon orientou sobre a legislação trabalhista referente ao cultivo da erva-mate.

O evento foi encerrado com uma visita ao Viveiro Florestal do Projeto que está localizado na comunidade de Ouro Verde em Santa Terezinha.

O seminário foi realizado com apoio dos agricultores que participam do projeto Araucária e do grupo de mulheres da comunidade e fez parte da programação da semana do agricultor organizada pela Epagri, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Prefeitura Municipal de Santa Terezinha SC.

O cultivo da erva-mate e o seminário foram destaque na programação da RBA Notícias. Assista a reportagem.

Fotos: Marcos Alexandre Danieli e Edegold Schaffer.

Projeto Araucária promove seminário sobre erva-mate

O Projeto Araucária, executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), convida agricultores e técnicos para o Seminário Regional Conservação Ambiental e Cultivo da Erva-mate.

O Seminário será realizado no dia 22 de julho de 2014 das 08:30 às 16:30 horas nas dependências do Salão da Igreja Ucraniana do Colorado, no município de Santa Terezinha (SC).

O Projeto Araucária é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

A iniciativa faz parte da programação da semana do agricultor organizada pela Epagri, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Prefeitura Municipal de Santa Terezinha.

A foto ao lado mostra um pouco sobre a cultura do chimarrão na região (Foto: Marcos Alexandre Danieli) .

Os interessados devem confirmar presença até o dia 16/07/2014, através do telefone da Apremavi 35350119, Epagri de Santa Terezinha com Lucimari ou Jean, ou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vitor Meireles.

Programação do Seminário

08h30min – Cadastramento e mesa de abertura

09h15min – Palestras

  • Importância da Floresta na produção de alimentos e erva-mate
  • Sistemas de plantio e cultivo de erva-mate em sistemas agroflorestais

12h00min – Palestra

  • Erva-mate como alternativa a agricultura familiar

13h00min – Almoço

14h30min – Palestra

  • Legislação ambiental e trabalhista ao cultivo da erva-mate

15h30min – Visita ao viveiro florestal do projeto

Ministério do Meio Ambiente reconhece sistema CAR da Amavi

No dia 08 de julho de 2014 foi realizado o Seminário Técnico sobre a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Alto Vale do Itajaí, organizado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), em parceria com o Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina. O evento aconteceu nas dependências do Centro Ambiental Jardim das Florestas da Apremavi, localizado em Alto Dona Luiza – Atalanta-SC.

O Seminário, teve como objetivo discutir a integração do Sistema de Cadastro Ambiental Rural – CAR desenvolvido pela Amavi e o SICAR – Sistema de Cadastro Ambiental Nacional e definir formas de apoio técnico aos proprietários rurais na implementação do CAR e dos Planos de Recuperação Ambiental (PRAs).

Os organizadores iniciaram com uma apresentação destacando as implicações da revisão do Código Florestal e o desafio de implementar o CAR, configurando-o como verdadeiro instrumento de gestão ambiental, ressaltando a importância da participação da sociedade civil organizada no processo, assim como a relevância do CAR no aprimoramento de politicas de conservação da biodiversidade, notadamente quanto a possibilidade de utilização do CAR como ferramenta para criação de corredores de biodiversidade.

O representante do MMA, Hélio Pereira, fez uma detalhada apresentação do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), explicando suas distintas funcionalidades e as possibilidades de integração de informações. Destacou a importância de ampliar a participação de diferentes atores na implementação do CAR e a necessidade de operacionalizar a entrada de dados no sistema de forma integrada, buscando aproveitar ao máximo as iniciativas já implementadas, e colocando a equipe técnica do SICAR a disposição para orientação e treinamento dos técnicos envolvidos para, se necessário, promover ajustes que viabilizem a migração de dados para o SICAR.

Helio dos Santos Pereira afirmou que o Sistema de Cadastro Ambiental Rural – CAR desenvolvido pela Amavi deverá ser integrado ao SICAR Nacional e para isso já deixou com os técnicos da Amavi o Manual de Integração dos sistemas. Segundo Hélio, o próximo passo vai ser a ida de técnicos da Amavi até a Universidade Federal de Lavras em Minas Gerais, responsável pelo desenvolvimento do SICAR, para fazer a integração dos sistemas e tão logo isso seja feito, a Amavi poderá transmitir diretamente os dados dos imóveis já cadastrados para o cadastro nacional. Depois da integração dos sistemas, os proprietários de terra que fizerem seu cadastramento nas prefeituras do Alto Vale, terão os dados imediatamente transferidos para o SICAR Nacional.

Representantes da AMAVI e da Prefeitura de Atalanta fizeram a exposição das experiências já acumuladas na região do Alto Vale, destacando que o trabalho já desenvolvido na região pode agilizar bastante o processo de cadastramento.

São diversas as vantagens do Sistema CAR da Amavi para os proprietários e também para as prefeituras:
a) o agricultor será atendido no seu município, perto de sua casa e por pessoas que ele conhece;
b) eventuais dificuldades ou problemas no cadastramento serão resolvidos diretamente na prefeitura, evitando assim perda de tempo e gastos;
c) as prefeituras, por força da Lei 12.651/12, prestarão, de forma gratuita, toda assistência técnica e jurídica aos proprietários ou posseiros com até 4 módulos fiscais;
d) para as prefeituras a maior vantagem do CAR da Amavi é que elas ficarão com a base de dados e poderão com isso desenvolver inúmeras políticas públicas nas áreas de agricultura, meio ambiente, saúde, infraestrutura, etc;

A atuação do Governo do Estado de Santa Catarina na implementação do CAR foi apresentada pelo Diretor de Saneamento e Meio Ambiente, Luiz Antônio Garcia Corrêa e por Bruno Henrique Beilfuss, ambos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Na apresentação destacaram o investimento feito na configuração de parcerias e no treinamento de multiplicadores e facilitadores para implementação do CAR no estado.

Na avaliação de João de Deus Medeiros, Diretor do Departamento de Botânica da UFSC, o evento, que contou a participação de cerca de 80 pessoas, incluindo prefeitos, vereadores, técnicos, ambientalistas, estudantes e proprietários rurais, foi bastante proativo: “foram tirados encaminhamentos oportunos, capitalizando a participação das diferentes esferas do governo, e indicando alternativas para que dados já cadastrados no sistema da AMAVI possam migrar para o SICAR, formas de aproveitamento das imagens disponibilizadas pelo Governo de Santa Catarina para a operacionalização dos cadastros, bem como indicação objetiva de dialogo entre técnicos das instituições para viabilização da operação colaborativa e integrada, o que por certo resultará em maior eficácia e ganho de escala no processo de registro dos imóveis rurais no CAR”.

O prefeito de Agrolândia e Presidente da Amavi, José Constante, lembrou que os prefeitos dos 28 municípios do Alto Vale deliberaram por unanimidade que a Amavi deveria desenvolver um Sistema de Cadastro Ambiental Rural para auxiliar os agricultores e proprietários rurais na região na regularização ambiental de seus imóveis. Constante também falou que o Governo do Estado repassou para a Amavi e para as prefeituras as imagens de alta resolução (aerofotografias) que vão ajudar muito nos trabalhos.

Já o Prefeito de Atalanta Tarcisio Polastri disse que as imagens cedidas pelo Governo do Estado estão com muito melhor resolução e do que as imagens disponibilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente, por isso ele defende que o CAR da Amavi utilize as imagens do Governo do Estado. Polastri também destacou que os técnicos da Prefeitura de Atalanta já fizeram diversos trabalhos com ajuda das imagens cedidas pelo Governo do Estado como por exemplo o mapeamento de toda a vegetação nativa do município e de todos os reflorestamentos, o mapeamento de todos os lotes urbanos e o mapeamento das nascentes e cursos d’água que são utilizadas por mais de uma família no meio rural, este último por exigência de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado no Ministério Público.

O representante do MMA esclareceu que as imagens disponibilizadas pelo Governo Federal tem resolução espacial de 5 metros, que é inferior à resolução das imagens do Governo do Estado de Santa Catarina. Isso se deve em função de que foram as únicas imagens disponíveis para todo o território nacional. Segundo Pereira, é perfeitamente possível e desejável, como no caso do Alto Vale de do Estado de SC, que tem imagens de melhor resolução, que estas sejam utilizadas no CAR. Para isso, solicitou, durante o Seminário, que a Amavi e o Governo do Estado enviem técnicos para Lavras e lá façam a compatibilização das imagens com o SICAR Nacional.

Wigold Schaffer, Coodernador do Conselho Consultivo da Apremavi avalia que o seminário foi um sucesso e que possibilitou o encaminhamento de ações que podem de fato transformar o CAR em realidade no Alto Vale do Itajaí e em outras regiões de Santa Catarina e disse que a Apremavi vai continuar trabalhando para que isso aconteça no menor prazo possível.

A Apremavi também irá desenvolver atividades relacionadas ao CAR, junto aos proprietários rurais parceiros do Programa Matas Legais e do Projeto Araucária.

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