ICMBio fiscaliza soja transgênica no entorno da Esec Mata Preta

Gestores da Estação Ecológica (Esec) Mata Preta realizaram, em fevereiro, uma operação de fiscalização com o objetivo de verificar o cumprimento da legislação, que não permite o plantio de soja geneticamente modificada em uma faixa de 500 metros em torno de unidades de conservação (UCs). Foi a terceira operação desse tipo realizada na Esec nos últimos quatro anos.

A proibição é prevista no Decreto 5.950, de 31 de outubro de 2006 e na Lei 11.460, de 21 de março de 2007. É uma medida de precaução tomada pelo Governo Federal para evitar que genes novos, que foram introduzidos nessa variedade de soja, contaminem espécies de plantas aparentadas, que fazem parte da flora das UCs.

A equipe de fiscalização do ICMBio, após a fase de reconhecimento de campo, coletou 27 amostras nos plantios de soja localizados no entorno da ESEC. Com os resultados da operação de fiscalização ficou evidente o respeito à legislação por parte dos proprietários: nos 27 plantios fiscalizados, apenas um apresentou soja transgênica. “Comparando-se com as operações anteriores percebe-se o aumento da conscientização, pois em 2011 foram nove plantios e em 2012 apenas três com detecção de soja transgênica”, comenta Antonio de Almeida Correia Jr., analista ambiental do ICMBio envolvido na operação de fiscalização.

Os técnicos do ICMBio, havendo solicitação dos proprietários, fazem visitas às propriedades para indicar as áreas com restrição de plantio de soja transgênica. Para maiores informações, procure o escritório do ICMBio em Palmas-PR, localizado na rua Dr. Bevilaqua nº 863, Centro, ou entre em contato pelo telefone (46) 3262-5099.

Juntamente com as ações de fiscalização, a equipe da Esec Mata Preta vem divulgando informações sobre a unidade de conservação e normas ambientais: “Desde 2009 são feitas visitas, conversando e distribuindo material de divulgação entre proprietários de terras, produtores rurais, cooperativas, sindicatos e bancos financiadores com objetivo de conscientizar os envolvidos na cadeia produtiva da soja sobre as áreas onde há proibição de plantio de soja transgênica e sobre a importância da Estação Ecológica Mata Preta”, frisou Correia Jr.

Outro momento para conscientização ambiental está sendo realizado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) no âmbito do Projeto Araucária, patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Ambiental com apoio do Governo Federal. O objetivo é a conservação e recuperação da Floresta com Araucária.

Segundo Edilaine Dick, coordenadora do projeto, ao final do ano passado foram promovidas reuniões de planejamento na região da ESEC: “Ao longo de 2014 será realizada a recuperação de áreas degradadas do interior da UC, em áreas já indenizadas; o planejamento ambiental de propriedades da zona de amortecimento; o plantio de mudas nativas para recuperação e/ou enriquecimento de áreas e atividades voltadas à educação ambiental”, complementou Edilaine.

Agente de fiscalização coletando soja no entorno da ESEC. Foto: Fabio Moreira Corrêa.

Apremavi realiza levantamento biótico na ARIE Serra da Abelha

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) coordenou, entre os dias 2 e 9 de fevereiro de 2014, a saída de campo para levantamento dos dados bióticos da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, dando continuidade as atividades do plano de manejo.

Mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes, macroinvertebrados aquáticos e insetos de serapilheira e vegetação foram os grupos amostrados por meio de diferentes metodologias utilizadas pelos pesquisadores da Bio Teia Estudos Ambientais. O trabalho contou com o apoio da coordenadora do plano de manejo Edilaine Dick e do auxiliar de campo Luiz Esser, ambos da Apremavi. Foi também acompanhado pelo gestor da ARIE José Guilherme Dias de Oliveira e moradores locais.

A elaboração deste plano de manejo faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”,  coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Após a análise dos dados será possível indicar com mais precisão o estado de conservação da ARIE Serra da Abelha, no entanto, já foi possível identificar algumas áreas em melhor estado de conservação, e outras que necessitarão de enriquecimento do  sub-bosque para incrementar a biodiversidade. Algumas dessas áreas tem presença de espécies invasoras e também de gado. As principais ameaças à fauna da ARIE são a caça e o tráfico de animais silvestres.

Pesquisadores relatam algumas das espécies registradas e falam da importância do estudo para a ARIE.

Localizada em uma região de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, foram encontradas espécies nobres de árvores nativas como o cedro (Cedrela fissilis), a araucária (Araucaria angustifolia), o sassáfras (Ocotea odorífera) e o pau-óleo (Copaífera trapezifolia).

"Dentre as espécies de aves registradas estão o trinca-ferro (Saltador similis), o jacú (Penelope obscura), o pica-pau (Melanerpes flarifrons), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), e o papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), sendo esta ameaçada de extinção. Próximo ao Rio da Prata também foi registrado o joão-porca (Lochmias nematura), espécie que está associada à ambientes de riachos localizados dentro de florestas", relata a pesquisadora Mariana Santana Schlichting.

O conhecimento da ictiofauna (peixes) e dos macroinvertebrados aquáticos (larvas de insetos, moluscos e crustáceos que alimentam peixes e algumas aves) é um importante indicador da qualidade da água. Segundo Gislaine Otto, "é necessário respeitar o limite das matas ciliares, pois em regiões de relevo acidentado, como na ARIE, principalmente em épocas de chuva, o solo carrega para a água substâncias tóxicas e impurezas".

De acordo com Cintia Gizele Gruenner "foram registrados mamíferos que são predadores do topo da cadeia alimentar. São eles que regulam a população de presas naturais e por isso são significativos na manutenção do equilíbrio ecológico, destacando-se a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato (Leopardus sp.), a irara (Eira barbara) e a lontra (Lontra longicaudis)".

Para Fabiana Dallacorte, "os répteis são importantes da mesma forma, principalmente os anfíbios que são a base da cadeia alimentar e regulam algumas espécies de insetos, além de serem bons indicadores de qualidade ambiental, pois sentem rapidamente os efeitos da utilização de agrotóxicos e poluição aquática e do solo, e a fragmentação de habitats. A espécie Aplastodiscus ehrardt foi registrada próximo a um ribeirão preservado".

"Outro indicador de qualidade ambiental elementar são os insetos encontrados na serapilheira, pois fornecem informações valiosas para a compreensão dos processos ecológicos que ocorrem na restauração de áreas degradadas e ainda podem refletir a composição e qualidade de sua estrutura vertical. Tais informações, são necessárias para o mapeamento da qualidade de áreas sob diferentes usos do solo, se configurando como um indicador biológico destes ambientes", declara o pesquisador Marcelo Diniz Vitorino.

Fotos: Edilaine Dick e Fabiana Dallacorte

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Parque Nacional das Araucárias discute uso público

A visitação para a comunidade local e planejada por ela, direcionada à sensibilização e educação ambiental, será a prioridade do uso público do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias. A orientação foi definida em assembleia extraordinária realizada dia 29 de janeiro, em Passos Maia (SC). O evento teve participação de 35 representantes do Poder Público e Sociedade Civil, entre conselheiros e apoiadores. Pela manhã foram avaliadas duas propostas de trilha no Parque. À tarde a assembleia deu continuidade ao diálogo, planejamento e encaminhamentos.

Juliano Rodrigues Oliveira, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe do PARNA, ressalta que “a visitação vai começar com grupos de educação ambiental, grupos de visitantes da comunidade. A gente pretende incentivar que as pessoas da comunidade de Passos Maia, Ponte Serrada e dos municípios vizinhos, de escolas, trabalhadores, venham conhecer a unidade”, salienta.

Boas vindas aos participantes.

Para Mateus Sônego, da Coordenação Geral de Visitação (CGVIS) do ICMBio/Brasília-DF o Parque e seu conselho acertaram em definir a educação ambiental como tema da visitação. “A Unidade de Conservação (UC) tem que valorizar a comunidade do entorno para que a comunidade do entorno valorize a UC”, frisou Sônego. Nessa relação o ganho é mútuo, pela divulgação da unidade e geração de renda à região, destacou. Segundo o ICMBio, todos os Parques Nacionais receberão esforços de estrutura e investimento até 2020.

A diversidade de atrativos do Parque Nacional das Araucárias destaca seu potencial para o turismo, cita Jaqueline Pesenti, responsável pelo diagnóstico de turismo e uso público do Parque na época da elaboração do plano de manejo. Contudo, “é necessário muito planejamento de longo prazo, passando pela definição do público alvo, estrutura de suporte à visitação e envolvimento direto da comunidade local”, comenta. Um exemplo de envolvimento da comunidade para o turismo foi o almoço preparado pela conselheira Cleusa Gabiatti.

Para Vanessa Kanaan, coordenadora do projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo no Parque, um dos atrativos é a observação de aves. Essa atividade está atraindo pessoas de fora e da própria comunidade local, que já está contribuindo com o monitoramento dos papagaios.

A Prefeitura de Passos Maia esteve representada pelo prefeito em exercício, Leomar Listoni e pelo prefeito licenciado, Ivandre Bocalon (Evandro). O Parque representa “um atrativo exuberante, um potencial enorme, que o município vê como uma grande oportunidade e por isso faz questão de participar do conselho”, observa Bocalon. Ele avalia a reunião como positiva e acrescenta que “a administração municipal está apoiando, vai apoiar e acredita na ideia”.

Fabiana Bertoncini, chefe da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, ressalta que as UCs não devem ser vistas de forma isolada, como historicamente foram percebidas. “É preciso ver o uso público como um aliado da gestão, pois se não há o uso ordenado, há o clandestino”, pontuou. Como exemplo, Fabiana mencionou os projetos de educação e sensibilização ambiental que a unidade vem desenvolvendo junto às escolas e comunidades do entorno, além de atividades diferenciadas, como a recente Pedalada Ambiental, promovida para divulgar a FLONA e incentivar a prática de ciclismo.

De Concórdia a experiência foi compartilhada pela equipe da Equipe Co-Gestora do Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann (ECOPEF). “A gente usou o Parque como um catalisador de parcerias e projetos e hoje a satisfação dos visitantes é avaliada como ótima em mais de 80% das avaliações”, cita Rafael Leão, um dos responsáveis pelo uso público dessa unidade.

Em 2013 os conselheiros do PARNA das Araucárias conheceram de perto o PE Fritz Plaumann, em visita técnica realizada pela Apremavi por meio de projeto apoiado pelo TFCA/Funbio. “A visita propiciou aos conselheiros perceber como é o funcionamento de um Parque, desde as trilhas ao envolvimento com os moradores vizinhos, e essa experiência contribuiu para a discussão sobre o uso público do Parque Nacional das Araucárias”, observa Marcos Alexandre Danieli, coordenador de projetos da Apremavi.

Outra situação foi compartilhada pela equipe do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) de São Domingos (SC). A unidade já teve visitação, mas hoje está fechada e isso tem frustrado a comunidade local. Mesmo assim, o trabalho continua com atividades de educação ambiental nas escolas locais, complementa Angelo Milani, presidente da instituição.

Grimpeiro compartilhando experiência do PE Araucárias.

O uso público do Parque Nacional das Araucárias continuará sendo discutido nas próximas reuniões. A discussão não é recente, mas só pôde avançar após a indenização de algumas áreas. Dentre os encaminhamentos da assembleia, o conselho assinou e encaminhará Moção à presidência do ICMBio solicitando mais analistas ambientais para o Parque, que atualmente possui apenas um servidor lotado.

Fotos: Marcos Alexandre Danieli.

Notícias relacionadas: Portal Oeste Mais.

Apremavi inicia novos trabalhos na ARIE da Serra da Abelha

Durante os dias 26 a 28 de novembro de 2013, técnicos e pesquisadores da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Bio Teia Estudos Ambientais realizaram saída de campo na Área de Relevante Interesse (ARIE) Ecológico da Serra da Abelha , localizada no município de Vitor Meireles (SC).

A atividade teve como objetivo identificar pontos positivos e negativos que afetam a Unidade de Conservação (UC). Foram visitados diversos locais, procurando identificar diferentes situações de uso do solo e estágios de conservação da floresta, definindo também os pontos de amostragem para a realização do diagnóstico biótico da UC, que será realizado em janeiro de 2014.

Foram também realizadas visitas a alguns moradores da UC e instituições que atuam no interior e entorno da ARIE, com o objetivo de informar sobre os trabalhos do plano de manejo, identificar os melhores locais, organizar e convidá-los a participar das reuniões comunitárias que serão realizadas em março de 2014.

A realização desta saída de campo contou com o apoio de Vanderlei Cardoso e Faustino Cardoso moradores da ARIE da Serra da Abelha. Ambos destacaram a importância de através do plano de manejo serem discutidas formas de conciliar a produção agrícola existente na UC, com a conservação da floresta e identificação de novas formas de produção mais sustentável. Acreditam ser essencial a formação de um conselho gestor para a área que envolva diferentes organizações locais.

O Plano de Manejo será elaborado através de um processo dinâmico e interativo, uma vez que a comunidade participará diretamente, ou por intermédio de seus representantes nas reuniões e oficinas a serem realizadas. Será um importante instrumento para discussão com a comunidade e consolidação de formas de uso do solo e conservação dos recursos naturais da ARIE da Serra da Abelha.

A elaboração do plano de manejo da Arie da Serra da Abelha será realizado no período de outubro de 2013 a dezembro de 2014 através do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”,  coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Fotos: Edilaine Dick

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Realizada oficina sobre Plano de Manejo no Parque Estadual das Araucárias

A Apremavi realizou no dia 19 de novembro de 2013, em São Domingos (SC), uma oficina para discussão sobre o Plano de Manejo do Parque Estadual (PE) das Araucárias.

O objetivo principal da reunião foi apresentar a situação atual do Parque, o projeto para revisão do seu plano de manejo e analisar o impacto gerado por esta Unidade de Conservação Estadual.

O evento faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO). Uma das metas do projeto é a revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias.

A Oficina contou com a participação dos conselheiros do Parque e colaboradores, abrangendo 22 pessoas, entre representantes da FATMA, Polícia Ambiental, Grimpeiro, Epagri, Prefeitura Municipal de São Domingos, moradores de comunidades próximas ao parque, Companhia Elétrica de Chapecó, Unochapecó e representantes de Escolas.

No início da oficina os participantes se apresentaram e apontaram a visão de cada um sobre o Parque, onde a maioria gostaria de vê-lo aberto para visitação pública, podendo, dessa forma, trabalhar a educação ambiental.

A situação atual do Parque foi apresentada por Alexandre Simioni, Diretor de Ecossistemas da FATMA e Arno Gesser Filho, Gerente de Unidades de Conservação da FATMA, que esclareceram as dúvidas gerais dos conselheiros. Mencionaram o histórico de conflitos relacionados a infraestrutura do Parque, que ainda continua fechado, mas afirmaram que as obras serão retomadas e a previsão é ver o Parque aberto em 2014.

Alexandre Simioni, Diretor de Ecossistemas da FATMA explicando a situação atual do Parque. Foto: Aline Mayer

Angelo Milani, presidente do Grupo de Apoio a Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) leu uma carta do conselho com sugestões ao Governo do Estado de Santa Catarina e à FATMA. O documento foi assinado pelos componentes do Conselho Consultivo do Parque e apoiadores e busca principalmente o fortalecimento do PE Araucárias.

Marcos Alexandre Danieli apresentou o projeto e a meta de revisão do plano de manejo do Parque. Destacou que esta revisão pode ser entendida como uma etapa de monitoramento e atualização do Plano, que busca agregar novos conhecimentos ao planejamento da unidade e dar continuidade do processo de mobilização do conselho e valorização do Parque.

No final da Oficina, foi realizado um trabalho em grupo para responder questões sobre o parque, visando analisar o impacto gerado pela Unidade de Conservação desde sua criação. Na avaliação do conselho, o Parque tem contribuído para a conservação da biodiversidade, mas carece de uma gestão adequada para efetivar seu uso público e incentivar atividades de educação ambiental, pesquisa e integração com o entorno.

Apremavi aproxima Parques e Conselhos

No dia 25 de setembro de 2013 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu visita técnica ao Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann, tendo como visitantes os conselheiros do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, nessa atividade que integra o projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, aprovado pelo TCFA/Funbio.

Entre os conselheiros do PARNA, estavam representantes do poder público municipal (executivo e legislativo), órgãos ambientais, de assistência técnica, universidades, representantes comunitários e gestores de Unidades de Conservação (UCs) próximas. Pela manhã o foco a visita ao Centro de Visitantes e trilhas do Parque e a tarde às iniciativas em andamento no Parque e região.

O evento retribui o convite do conselho do PE Fritz, feito durante sua visita ao PARNA das Araucárias em maio de 2012. Teve como objetivo aproximar o conselho do PARNA das Araucárias com a experiência do PE Fritz Plaumann, focando em sua atuação na conservação, gestão e envolvimento comunitário. Mas o objetivo foi além. Multiplicou-se nas rodas de conversa dos momentos mais "formais", previstos em pauta, e nos momentos de bastidores, formando pelo diálogo vínculos estratégicos para projetos e parcerias.

Essa foi a concepção do Projeto Filó “um projeto que iniciou pelo diálogo”, destacou Claudio Rocha de Miranda, pesquisador da Embrapa e convidado para o evento.  “Pra que lugar melhor para conciliar produção e conservação que o entorno do parque” ressaltou aos conselheiros do PARNA, trazendo o histórico desse projeto de agricultura familiar, o processo de envolvimento com os moradores vizinhos e as oportunidades que surgem quando as iniciativas são planejadas em conjunto. O desafio agora é a continuidade, ampliado a rede de parcerias e dividindo responsabilidades, tendo com um dos focos o Pagamento por Serviços Ambientais aos agricultores envolvidos.

Continuando a roda de conversa, representantes do conselho do PARNA das Araucárias trouxeram sua visão sobre essa Unidade de Conservação. Cleusa Gabiatti, da Comunidade Bela Planície de Passos Maia destacou “grande parte das pessoas que eram contrárias ao Parque hoje são defensoras dele”, evidenciando as mudanças ao longo do tempo e o envolvimento no conselho. “O Parque não é só feito de árvores, mas de pessoas que tem raízes na região”, complementou, trazendo a importância da valorização da cultura local e do envolvimento das pessoas na discussão das temáticas ambientais. Para o Prefeito de Passos Maia, Evandre Bocalon, o “Parque pode ser uma grande oportunidade para o município e região”. “O desafio é a comunidade ver o parque com olhos diferentes”, destacou Célio Maier, representando o Sindicato Rural de Ponte Serrada.

Algumas iniciativas visitadas pelos conselheiros do PARNA das Araucárias mostraram como esse “olhar” da comunidade mudou mediante parcerias e aproximação com o Parque. Prova disso é a agroindústria familiar do Sr. Evandro Macagnan e família, local do saboroso almoço da visita, onde em aproximadamente quarenta hectares produzem verduras, cítricos, nogueiras, gado leiteiro, pastagens, uva, mel, tudo com muita vontade e disposição. Destaque também para uma unidade familiar de produção de erva-mate, a ervateira Gheno, que planta e comercializa esse produto em propriedade vizinha ao Parque. Esses locais, além do Parque, são um atrativo para quem vem conhecer a região.

O Projeto Restauração e Conservação da Mata Ciliar do Lajeado Cruzeiro, realizado pela Ecopef, trouxe outra possibilidade de parceria com as seis propriedades de agricultura familiar envolvidas no trabalho. As instituições e agricultores trabalharam juntos, mostrando que essa relação de parceria entre o Parque e seus vizinhos é um dos caminhos para a conservação da biodiversidade.

Fazendo do PE Fritz Plaumann uma área de referência na gestão do uso público, a Ecopef é quem mantém a unidade viva, recepciona os visitantes e conquista novos admiradores e parceiros, como os conselheiros do PARNA, que acompanharam de perto o trabalho feito nessa área. “O parque precisa valorizar as pessoas, porque elas é que vão falar da unidade”, destacou Rafael Leão, da Ecopef.

A visita aproximou dois Parques e dois conselhos e proporcionou o diálogo e a troca de experiências. Esse é um dos papeis dos conselhos de Unidades de Conservação, enquanto espaço para discutir estratégias de valorização da cultura local, divulgação de informações, parcerias e projetos relacionados às UCs e sua região de inserção. É a “oportunidade do conselho de reunir diferentes instituições para discutir gestão do espaço, pontuou Juliano Rodrigues Oliveira, gestor do PARNA das Araucárias”, fazendo menção ao potencial e a responsabilidade desses conselhos.

Certamente os conselheiros do Parque Nacional das Araucárias voltaram pra casa com novas ideias e uma rede de contatos ampliada, numa experiência que será tema de uma reunião extraordinária, prevista para novembro, como encaminhamento da atividade realizada, para qualificar a atuação do conselho e propor ações para ao Parque.

Conhecendo o PE Fritz Plaumann. Foto: Marcos A. Danieli.

ESEC Mata Preta tem novo Conselho Consultivo

A 6ª reunião ordinária do conselho consultivo da Estação Ecológica (ESEC) Mata Preta foi realizada no dia 24 de julho de 2013, na Câmara Municipal de Clevelândia (PR). O evento deu posse ao novo conselho, que atuará no biênio 2013/2014.

O conselho é o espaço de participação da sociedade na gestão da Unidade de Conservação. Assim, os conselheiros devem ser o canal de comunicação entre a UC e suas representações.

No atual conselho da ESEC, representam o poder público o ICMBio,  órgão gestor da unidade, além do INCRA, Epagri, Câmara Municipal de Clevelândia (PR) e prefeituras de Abelardo Luz (SC) e Clevelândia. Da sociedade civil, há representantes dos sindicatos Rural de Abelardo Luz e dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Abelardo Luz e Ouro Verde, do Lions Club de Abelardo Luz, do Rotary Club de Abelardo Luz, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Abelardo Luz, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), da Associação de Preservação do Meio Ambiente e Vida (Apremavi), da Cooperativa de Crédito Rural de Abelardo Luz, do Colegiado de Proprietários rurais do interior da Unidade, da  Madeiras do Paraná (Madepar S.A) e da comunidade Sítio Barrichelo e Moradores do Rincão Torcido.

Durante a reunião, também foram discutidos outros temas relacionados à gestão da ESEC Mata Preta:

Indenizações

Seguem em andamento alguns processos de indenização de imóveis particulares inseridos no interior da unidade. Aproximadamente 5% das áreas da UC estão em posse do Governo Federal, parte dessa área adquirida com recursos de compensação ambiental, com perspectiva de aumento em 2014.

Projetos e Pesquisa

O Projeto Mazana nana está sendo realizado pela UNESP para avaliar e estimar a população deste cervídeo na ESEC Mata Preta. Outro projeto, financiado pelo BNDES e coordenado pela SPVS, atuará na restauração de áreas degradadas de propriedades da região. Também será iniciado em 2013 o projeto da Apremavi aprovado no Programa Petrobrás Ambiental, que tem como objetivo a restauração e conservação de remanesces florestais, incluindo a ESEC e entorno na área de abrangência do projeto.

Fiscalização da caça

A ESEC Mata Preta iniciou em 2013 ações efetivas de combate à caça. Além de ser crime ambiental, a caça clandestina geralmente vem associada a outros crimes, como invasão de propriedade particular, invasão de UC, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e atentado à vida da população local, em autuações que estão sendo realizadas pelos valores máximos, destacou Fábio, gestor da unidade. Estão previstas ações de inteligência para combater esse tipo de crime, com o apoio da Polícia Federal.

Andamento da ação pela caducidade do decreto de criação
Ao contrário do que tem sido veiculado em algumas páginas da internet, Fábio informou que a ESEC Mata Preta continua existindo e que decisões definitivas só devem ocorrer após julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Ressaltou que decisões recentes ferem a legislação nacional (SNUC e decreto de criação da ESEC), tendo em vista que somente uma lei pode anular um decreto presidencial.

Plano de manejo

Assim como um plano diretor de um município, o plano de manejo da ESEC Mata Preta vai estabelecer as atividades que podem ou não ser realizadas dentro da UC e no seu entorno, como por exemplo, a utilização da soja transgênica na zona de amortecimento, atualmente proibida por legislação federal, o que tem gerado insatisfação de representações do conselho ligadas ao setor produtivo. O termo de referência para elaboração deste documento foi submetido em 2012 à coordenação do ICMBio em Brasília e aguarda definição institucional para início da elaboração.

Demarcação e sinalização
Como resultado do monitoramento da fauna atropelada na ESEC e entorno, placas de sinalização foram colocadas em locais estratégicos e outras devem ser inseridas nas propriedades já adquiridas pelo ICMBio e nas comunidades vizinhas da unidade, buscando a divulgação e minimização dos impactos à biodiversidade.

Serão enviados aos conselheiros informativos mensais sobre as atividades realizadas pela ESEC Mata Preta. Ainda, os conselheiros devem analisar o regimento interno do conselho e enviar sugestões à ESEC para adiantar a revisão deste documento na próxima reunião ordinária, prevista para o final de 2013.

Abaixo, exemplo de placa de sinalização em rodovia de acesso à ESEC Mata Preta. Foto: Marcos A. Danieli

Apremavi inicia atividades nos PEs das Araucárias e Rio Canoas

De 14 a 16 de maio de 2013 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizou as primeiras reuniões do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação (UCs)“. O projeto foi aprovado na Chamada 04/2012 do TFCA – Tropical Forests Conservation Act, realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), na linha de Ação Temática Manutenção de Áreas Protegidas.

As reuniões tiveram por objetivo a apresentação das atividades previstas no projeto, focando neste momento em duas das quatro metas, sendo: Revisão do plano de manejo do Parque Estadual (PE) das Araucárias e Formação e capacitação do conselho consultivo do PE Rio Canoas. As atividades foram conduzidas pelos técnicos da Apremavi, Marcos Alexandre Danieli e Edilaine Dick.  

Para a revisão do plano de manejo do PE Araucárias, destaca-se a realização da “Oficina de integração com a equipe do projeto e parceiros”, realizada na Prefeitura de São Domingos, com representantes desta Prefeitura, Apremavi, Grupo de Apoio à Gestão do PE Araucárias (GRIMPEIRO) e Unoesc. Fez parte da pauta da reunião a apresentação do cenário atual da UC pelos representantes da Fundação de Meio Ambiente (FATMA), Eduardo Mussatto e João Luiz Godinho, seguido da apresentação do projeto e planejamento das atividades previstas.

Nas “Oficinas de Integração com as Comunidades” vizinhas ao PE Araucárias, foram envolvidos moradores da Vila Milani e Nova Limeira, de São Domingos e em outra reunião moradores da Linha Manfroi, Valendorff e Berthier, de São Domingos e Linha Divino, do município de Galvão. Nestes contatos foi realizada apresentação do cenário do Parque e dos objetivos e metas previstas na revisão do plano de manejo. Representantes da ONG GRIMPEIRO também estiveram presentes, os quais destacaram seu objetivo principal de apoiar a implantação do Parque, por meio da fala do presidente desta instituição, Angelo Milani. Foi um encontro para tirar dúvidas, ouvir as expectativas dos moradores sobre o Parque, sobre o projeto e, amparado pelas representações comunitárias que fazem parte do conselho, reforçar a importância deste no acompanhamento das etapas de revisão do plano de manejo.

O conselho consultivo do PE Araucárias tomou posse na semana em que ocorreram estas reuniões e nesse momento foram identificados demais representantes que participarão mais ativamente do processo de revisão do plano de manejo.

Para a formação e capacitação do conselho consultivo do PE Rio Canoas, foi realizada reunião no município de Campos Novos (SC) para apresentação do projeto e meta específica, contando com a presença da Apremavi, FATMA e Associação de Preservação Ambiental Leão Baio, em processo de criação, e que entre os seus objetivos visa apoiar a implantação do Parque.

No Oeste de Santa Catarina, a Apremavi possui sede regional na Unochapecó, local onde foi realizada reunião com representantes do Curso de Ciências Biológicas e do Mestrado em Ciências Ambientais para fortalecimento da parceria e onde foi selecionada acadêmica de biologia que atuará no projeto.

Apremavi inicia novo projeto com unidades de conservação

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) iniciou, em abril de 2013, o projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação (UCs)”, que terá dois anos de duração. O projeto foi aprovado na Chamada 04/2012 do TFCA – Tropical Forests Conservation Act, realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), na linha de Ação Temática Manutenção de Áreas Protegidas.

O projeto tem como objetivo principal contribuir com a implementação, manutenção e gestão participativa de Unidades de Conservação, através do apoio aos seus principais instrumentos de gestão, como o plano de manejo, plano de ação para conservação e o conselho consultivo. Tem como público alvo os gestores dos órgãos ambientais, conselheiros e comunidades vizinhas das UCs e a sociedade em geral interessada em contribuir com as UCs e com o projeto.

A área de atuação abrange oito municípios de Santa Catarina, localizados nas regiões do Alto Vale do Itajaí, Meio Oeste e Oeste e dois municípios do Centro Sul do Paraná, tendo como foco três UCs Federais e duas Estaduais, que juntas conservam significativos remanescentes de Floresta com Araucárias, alguns em transição com Campos Nativos ou Floresta Ombrófila Densa.

A motivação para este novo projeto reflete a necessidade de ações que ampliem os esforços de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, por meio do apoio às UCs. Dá continuidade ainda às atividades que vem sendo realizadas pela Apremavi na região, visando o apoio à criação, planejamento e gestão participativa de UCs.

As atividades previstas no projeto envolvem a revisão do plano de manejo do Parque Estadual (PE) das Araucárias; formação e capacitação do conselho consultivo do PE Rio Canoas; elaboração do plano de ação para conservação da Área de Relevante Interesse da Serra da Abelha e apoio à gestão do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e do Parque Nacional das Araucárias.

O projeto conta com a anuência e parceria da Fundação de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e parceria do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) a Prefeitura Municipal de Vitor Meireles e a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÒ).

Salvando o papagaio-de-peito-roxo

Não faz muito tempo que os papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) cruzavam os ares de nossas matas em bandos calculados em dezenas de exemplares. Essas inteligentes aves vivem em grupo. Alimentam-se de frutos, folhas, sementes e flores, contribuindo na dispersão de uma grande variedade de sementes. Podem viver até 30 anos.

O papagaio-de-peito-roxo é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, e prefere florestas e campos onde ocorre a araucária. O pinhão é um dos alimentos consumidos por esse papagaio!

Mas as coisas mudaram muito nos últimos anos. A caça para o comércio ilegal de animais silvestres, o desmatamento e a coleta exagerada de pinhão são alguns dos motivos que levaram ao desaparecimento dessa incrível ave de grande parte das regiões que habitava. A espécie se tornou ameaçada de extinção no Brasil e no mundo.

Mas existe um projeto para reintroduzir o papagaio-de-peito-roxo no Parque Nacional das Araucárias, situado em Passos Maia e Ponte Serrada (SC), local onde essa espécie foi extinta! Este projeto coloca em prática ações previstas no Plano de Manejo do Parque, elaborado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) com anuência do ICMBio e apoio do PDA Mata Atlântica e contribui para o conhecimento desta Unidade de Conservação.

Iniciado em 2010 com a soltura e monitoramento de um lote de 13 animais na região, o projeto traz novidades para o segundo semestre. Um novo lote de 34 papagaios já passou por mais de 20 exames clínicos e laboratoriais e estão nos últimos estágios da preparação comportamental pré-soltura, onde estão sendo treinados à procurar alimentos naturais, evitar humanos e voar diariamente. Todos os animais possuem anilhas metálicas do  Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres e rádio-colares que auxiliam a identificação e o monitoramento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e do Espaço Silvestre-Instituto Carijós. A soltura está prevista para o segundo semestre de 2012.

A ajuda de toda a comunidade é fundamental para que os papagaios sobrevivam e possam se reproduzir e formar uma nova população! Assim o papagaio-de-peito-roxo poderá ser considerado parte integrante do Parque novamente!

Caso encontre um papagaio-de-peito-roxo:

Não ofereça comida. Eles estão aptos à procurarem seus próprios alimentos.
Evite contato direto com o animal.
Se possível fotografe, anote a data e o local e entre em contato com a equipe do Parque e os pesquisadores do projeto: Juliano Rodrigues Oliveira juliano.oliveira@icmbio.gov.br, (46) 3262-5099, Palmas (PR); Vanessa T. Kanaan vanessakanaan@gmail.com, (48) 8424-8590, Florianópolis (SC).

Lembre-se que é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar, ter a posse ou manter em cativeiro espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.

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REVIS dos Campos de Palmas elabora seu Plano de Manejo

O Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) dos Campos de Palmas é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, situada nos municípios de Palmas e General Carneiro (PR), criada em 2006, abrangendo uma área de 16.582 hectares.

A elaboração do seu Plano de Manejo (PM) iniciou em abril de 2012, com previsão de finalização em julho de 2013. Este será o primeiro Plano de Manejo de um Refúgio de Vida Silvestre federal, demonstrando o empenho de toda a equipe envolvida para o efetivo planejamento e implementação desta UC.

Como parte das atividades de elaboração do PM, nos dias 09 a 13 de abril de 2012, foi realizada a Primeira Reunião Técnica entre a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Palmas e Brasília (DF), empresa de consultoria contratada e representante dos proprietários de áreas, com o objetivo de organizar o planejamento para a elaboração do PM.

Os trabalhos de campo referentes aos dados socioeconômicos foram realizados de 11 a 21 de junho de 2012, envolvendo o diagnóstico da área e reuniões abertas com as comunidades dos assentamentos Colina Verde e Recanto Bonito, e proprietários do entorno e interior da UC.

Outro importante evento foi a Oficina de Planejamento Participativo (OPP), realizada em Palmas nos dias 26 e 27 de junho de 2012. O evento reuniu representantes do conselho, proprietários e demais representantes de entidades governamentais e da sociedade civil interessadas em contribuir com o planejamento da UC.

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) participa do conselho consultivo do REVIS e esteve representada na OPP pelo técnico ambiental Marcos Alexandre Danieli. Além da participação no conselho, outras ações vem sendo desenvolvidas pela Apremavi no apoio à implementação desta UC, como as atividades do projeto de Gestão Participativa em UCs, focadas no fortalecimento de seu conselho e apoio à elaboração do Plano de Manejo.

No âmbito do conselho consultivo do REVIS, a Apremavi também participa da Câmara Técnica (CT) sobre o Uso do Fogo em Campos, que tem por objetivo discutir e propor ações a esta atividade adotada nas propriedades inseridas na UC, considerando a categoria de manejo. A primeira reunião desta CT será realizada no dia 11 de julho de 2012, na sede do ICMBio em Palmas, e além dos conselheiros que a integram, contará com a apoio técnico e científico de pesquisadores externos com amplo conhecimento no tema.

Segundo a equipe do REVIS, o “Refúgio de Vida Silvestre” é uma categoria complexa de Unidade de Conservação. Ela tem, basicamente, a missão de conciliar a proteção integral do ambiente no interior de propriedades privadas que possuem atividades econômicas diversas – sendo este o grande desafio da gestão do REVIS dos Campos de Palmas.

Veja outras informações no blog do REVIS

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FLONA de Chapecó resgata sua história

Vamos fazer um Fogo de Chão,
com mateada e pinhão…
Pra ouvir dos mais antigos
as histórias da FLONA de Chapecó,
a intenção de seu começo
e desenvolvimento na região
Prá fechar, um carreteiro…
Contamos com sua participação!

O convite acima resume o sentimento do encontro promovido pela gestão da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, neste dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

O encontro foi realizado na sede desta Unidade de
Conservação (UC), em Guatambu (SC), e teve como objetivo reunir seu conselho consultivo, moradores da comunidade e funcionários mais antigos, proporcionando um momento de integração e aproximação com a história da FLONA, contada por quem ajudou a construí-la.

Entre conversas e contação de histórias, em volta de um Fogo de Chão acompanhado de pinhão e chimarrão, em referência à cultura local e para amenizar o frio, os participantes puderam “viver e reviver” a história da FLONA em seus momentos iniciais, a partir de “causos” contados pelos Srs. Oscar Ribeiro de Melo, José Celias Vaz, e Alcides Machado da Silva, primeiros funcionários da FLONA, e Sr. Onório Heuko e João Chaves que trabalham na área desde a criação da FLONA, em 1968, e tem profundo conhecimento desta.

Dentre as histórias, contaram sobre o período em que parte da mata nativa existente na área foi cortada para dar lugar aos plantios experimentais de pinus, eucalipto e araucária, por motivação governamental em testá-los sob diferentes condições de cultivo, pois na época (década de 1960), quando a área passou pela administração do Instituto Nacional do Pinho (INP) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), havia a intenção e preocupação com o abastecimento florestal do país.

Relataram que nesta época, o desenvolvimento e instalação das serrarias na região intensificou significativamente a exploração da madeira disponível na mata nativa, com destaque para o pinheiro brasileiro (araucária), que então poderia ser processada, gerando a necessidade de desenvolver espécies de rápido crescimento, num contexto de crescente demanda por madeira, identificando um vínculo com a questão ambiental para FLONA à época.

Partilharam que a produção desenvolvida na FLONA não foi só dos plantios para produção de madeira, mas também a produção de mudas que abastecia a própria FLONA e o mercado da região, e, em alguns períodos a produção de erva mate.

Os plantios de pinus ainda podem ser vistos na FLONA, como os localizados às margens da rodovia SC 283, em sua entrada principal. É importante, contudo, o entendimento de que a existência dessas espécies exóticas na UC está relacionada ao seu contexto histórico, e que atualmente, a FLONA possui outros objetivos, pautados no uso múltiplo dos recursos florestais, na pesquisa científica, com ênfase em métodos de manejo florestal sustentável, além do fomento à educação ambiental e ao uso público.

Esses relatos em roda de conversas, além de outras entrevistas realizadas no dia, foram registrados e farão parte do vídeo que está sendo produzido para contar um pouco da história desta UC, de suas características gerais e importância para a região. O vídeo está sendo produzido pela Sombrero Filmes, no âmbito do projeto de Gestão Participativa em UCs, conduzido pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), tendo como objetivo a divulgação da FLONA para a sociedade em geral, especialmente aos moradores das comunidades vizinhas, escolas e demais pessoas que possuem relação com a UC.

O encontro promovido entrou para a história da FLONA e certamente para as pessoas que participaram do evento, representando a intenção da gestão desta UC em valorizar a história desta área, das pessoas que fizeram parte de sua história e da disponibilidade em ser parceira dos moradores da região onde se insere.

Para Fabiana Bertoncini, gestora da FLONA de Chapecó, a ideia da realização do evento se fundou na oportunidade imperdível que representa a disposição de servidores que acompanharam a FLONA desde o seu início, para socializar suas experiências e vivências, diante dos mais de 50 anos da UC. O Conselho Gestor da FLONA, na busca do entendimento do legado existente na UC e das perspectivas de sua gestão, demandou este entendimento do histórico.

Destaca ainda que o evento possibilitou de maneira fácil e agradável esta apropriação da história, o entendimento de sua missão/vocação desenvolvida ao longo do tempo, frente a diversos contextos políticos e mesmo históricos. O resgate e a valorização da história oral da FLONA nos dá este sentido de realidade dinâmica, não a partir da renegação do passado, mas de sua incorporação num processo de desenvolvimento contínuo de adaptação e aprimoramento diante das mudanças da sociedade e do ambiente.  Esta história partilhada se constitui em bagagem que não representa um fardo, mas sim experiência que nos habilita ao presente e futuro.   

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