Jardim das Florestas começa bem o ano de 2008

O ano de 2008 começou bem para o viveiro “Jardim das Florestas” da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi). Em janeiro foram produzidas 62.190 mudas de 29 espécies nativas da Mata Atlântica, entre elas a canafístula, o ipê-amarelo, o guamirim-branco, o camboatá-vermelho, a guabiroba-crespa, o ingá-macaco, a uvaia, a canjarana e a bracatinga. Este é o maior viveiro de mudas de árvores nativas de Santa Catarina e localiza-se em Atalanta, no Alto Vale do Itajaí.

Em 2007, foram produzidas mais de 500 mil mudas de 120 espécies da Mata Atlântica. Entre as produzidas, estão algumas em extinção na Mata Atlântica, como araucária, canela-preta, canela-sassafrás e imbuia. Já as mais procuradas são os ipês e as frutíferas como pitangueira, cerejeira, jabuticabeira e araçazeiro. Na produção de mudas, não são utilizados fertilizantes químicos nem venenos para o combate de pragas e doenças.

A meta de produção de mudas para 2008 é ultrapassar 600 mil mudas e para isso deverá ser implantada no viveiro uma área para produção de mudas em tubetes. Todos os passos da produção de mudas no viveiro são registrados em um banco de dados, desde a coleta das sementes, a semeadura, a repicagem e a ida para os canteiros. Este controle é feito pela equipe do viveiro e registrada pelo técnico florestal Edinho Schäffer, que considera esse registro fundamental para a atividade. “Através deste controle é possível monitorar em detalhes a quantidade e a qualidade das mudas produzidas e também programar a demanda de saída de mudas do viveiro”, fala Edinho.

Cerca de 30% das mudas produzidas são adquiridas por prefeituras, empresas e pessoas físicas. Os outros 70% são utilizadas em programas da Apremavi como o Matas Legais, executado em parceria com a Klabin, o Planejando Propriedades e Paisagens e o Clima Legal. A maioria das mudas é plantada em Santa Catarina, estado que infelizmente tem batido recorde de desmatamento no Bioma Mata Atlântica, nos últimos anos e onde ações de reflorestamento, aliadas ao controle do desmatamento, são fundamentais.

Maiores informações sobre o viveiro podem ser obtidas através do fone: (47) 35350119 ou email: viveiro@apremavi.org.br

Fotos de Miriam Prochnow

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Estagiários em ação na Apremavi

Janeiro, o mês do verão, das férias escolares, da vida boa e da curtição. Para muitos com certeza é assim que o verão começa e termina, mas, por incrível que pareça, nesse mês de férias na APREMAVI se trabalha muito. Além de ser uma boa época para a coleta de muitas sementes que se abrem e caem das árvores, de ser o mês para se aproveitar o calor e fazer muitas mudinhas germinarem, janeiro é também o mês que a APREMAVI recebe em suas dependências muitos estagiários que vem em busca dos mais variados objetivos.

Maicon Diego Duffecky e seu colega, Lauro William Ptrentchuk, ambos estudantes de Engenharia Florestal da Universidade do Contestado (UNC), são dois quase formandos que vieram à APREMAVI em busca de algum material para seus projetos para os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). Maicon, diz que também pretende colaborar com a instituição avaliando a eficácia do processo de produção de mudas nativas do viveiro, visando a eficiência da coleta e da germinação de algumas espécies e, também, fazer uma comparação do processo de germinação de duas sementes de mesma espécie que estão sujeitas a influência da Floresta Ombrófila Mista e da Floresta Ombrófila Densa. Já Lauro, diz que quer contribuir com a APREMAVI construindo um banco de dados com informações estatísticas relevantes relacionadas ao processo de produção das mudas do viveiro.

Marcos Ricardo Hummel, também estudante de Engenharia Florestal, da FURB, diz que veio à APREMAVI pois queria entender um pouco mais sobre o trabalho que é feito em um viveiro de mudas nativas, para futuramente trabalhar com projetos de recuperação de áreas degradadas. Já os estudantes de biologia de Brasília, André Luis Rodrigues e Carolina Schäffer, procuraram a APREMAVI pelo interesse de conhecer as diferentes oportunidades que a área ambiental oferece.

Além desses planos e idéias, a APREMAVI ainda vai receber, nesse mês de janeiro, um outro estagiário, Uilson Moacir Schena Junior, estudante de engenharia florestal da Universidade Federal do Paraná. Mas, enquanto ele não chega, os cinco que estão na lida já participaram de inúmeras atividades que um viveiro de mudas pode oferecer.Desde a coleta de sementes como Espinheira Santa, Aroeira, e Camboatá Branco, à limpeza de espécies como Canjarana, Baga de Macaco, Uvaia, Aroeira e o semeio dessas mesmas sementes, até a preparação do barro, a repicagem de outras tantas espécies, a preparação de algumas mudas de Imbuia, Sassafrás e Canela Garuva no sacão e a participação em um plantio, onde foram plantadas em torno de 10 espécies diferentes de algumas mudas nativas da região, como o Tarumã e a Tucaneira, são algumas das atividades que tem sido realizadas pelos estagiários de plantão. Eles também já tiveram oportunidade de discutir temas ambientais com o ambientalista Wigold Schäffer, coordenador dos Núcleos da Mata Atlântica e Pampa no Ministério do Meio Ambiente, que estava visitando o viveiro.

Como em todos os lugares, na APREMAVI, os funcionários também não perdoam os estagiários…e a primeira brincadeira, já logo no segundo dia cedinho de trabalho, foi um tal de Sidnei Prochnow quem preparou. Ele pegou umas folhas de Pau Amargo e disse que se todos mastigassem um pedacinho eles iriam sentir um delicioso sabor, muito parecido com o da Framboesa. Não deu outra, estagiário que é estagiário obedece bem, e lá estavam todos os curiosos com um gosto amargo na boca poporcionado pela Quina e é claro, já programando um jeito de sacanear com o tal funcionário bem humorado do viveiro, começando por apelidá-lo de Cidquina.

Enfim, entre amargos e doces, fica a certeza de que todos estão aproveitando bem as boas horas de serviço, aprendizado, relação e diversão que a instituição está proporcionando.

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Universitários visitam Apremavi

A Apremavi recebeu no último sábado a visita de 90 acadêmicos da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajai – UNIDAVI.Os alunos fazem parte do Curso de Formação de Agentes para o Desenvolvimento Regional, que integra acadêmicos dos mais diversos cursos oferecidos pela Universidade. A visita à Apremavi teve por objetivo a verificação "in loco" de práticas integradas de desenvolvimento regional.

A viagem foi organizada pela professora Marilei Kroetz, e devido ao grande número de alunos o grupo foi dividido em duas turmas. Enquanto uma turma visitava o Parque Mata Atlântica, onde foram recepcionados pelos acadêmicos e funcionários da Apremavi, Edinho e Jaqueline, a outra turma foi recepcionada no viveiro da Apremavi, pelo presidente da entidade Edegold Schäffer. No período da tarde houve o revesamento das turmas.

Os alunos ouviram do presidente da Apremavi um breve histórico da entidade, em seguida uma explanação sobre o Programa de Planejamento de Propriedades e Paisagens e o conceito de Propriedade Legal desenvolvidos pela Apremavi.
Após a explanação os alunos foram convidados a conhecer a propriedade piloto onde está localizada a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Serra do Pitoco- onde puderam ver na prática que, se bem planejada, uma pequena propriedade pode respeitar a legislação e ser produtiva ao mesmo tempo.

Em seguida os estudantes dirigiram-se à propriedade conhecida como Paraíso das Trutas, onde tiveram a oportunidade de conhecer umas das mais importantes nascentes d’água do município de Atalanta, como também viram na prática que quando os recursos naturais são preservados, podem fornecer além de qualidade de vida, renda para o produtor rural.
Ao meio dia um grupo almoçou na Propriedade Paraíso das Trutas e o outro grupo na Propriedade Kuchen Haus Conservas Agroecológicas.

Nas propriedades visitadas, o principal aspecto observado pelos estudantes foi a harmonia e integração entre homem e natureza e uma grande preocupação com o meio ambiente e os aspectos paisagísticos.

Na visita ao Parque Mata Atlântica, os acadêmicos receberam informações sobre o histórico da área, o processo de implantação do projeto no município, as atividades que vem sendo desenvolvidas no Parque e foram alertados sobre a importância da criação de Unidades de Conservação e da preservação/conservação da biodiversidade no planeta Terra.

Os grupos percorreram a trilha principal do Parque, denominada “Trilha da Lontra”, podendo observar ao longo do percurso a mata preservada e algumas árvores com identificação, sendo a maioria delas já ameaçadas de extinção como o Pinheiro Araucária e a Canela Sassáfras.

O Parque é um grande exemplo, de que muitas vezes nossos municípios dispõem de belos e riquíssimos recursos naturais, que não estão sendo explorados de uma forma correta, e que poderiam estar sendo utilizados como forma de alavancar o turismo municipal e regional como também servir de centro de referência em Educação Ambiental.

Um dos objetivos do Parque é fazer com que os visitantes retornem para seus municípios de origem e desenvolvam ações em prol da conservação dos recursos naturais lá existentes. Vários alunos demonstraram um profundo encantamento com o que viram e ouviram no municipio de Atalanta, fazendo elogios e comentários muito positivos a respeito do modelo de desenvolvimento sustentavel pregado pela Apremavi e que vem sendo praticado nas propriedades visitadas por eles.
Ao final da visita o presidente da Apremavi fez a doação de dois exemplares do livro “No Jardim da Florestas” para ser sorteado entre os estudantes.

Acadêmicos no Parque Mata Atlântica
Foto: Janilde Maria Lenzi

Mudas para o PR

Desta vez não foi apenas em meio a uma núvem de pó que partiram 10.000 mudas de cerca de 30 espécies de árvores nativas. "E se foram numa nuvem de buzinada", observa Vilson enquanto o caminhão faz a curva, passando junto às estufas, buzinando como que dando com isso início à viagem. Na verdade é apenas a lona por cima da carga que está faltando, já que é para longe que vão essas plantinhas todas.

O Viveiro Jardim das Florestas da Apremavi produz no interior de Santa Catarina, na cidade de Atalanta, mudas de 100 espécies de árvores nativas. E isso há mais de 10 anos, mas é agora que se está tornando um hábito enviar tantas mudas seguidas, e para tão longe. Semana passada, foram 15.000 ao Rio de Janeiro, as de hoje seguem a Maringá (PR).

Estado que precisa com urgência dessas árvores, uma vez que a cobertura vegetal do Paraná foi tão reduzida que parece ser quase inexistente, olhando-se para o mapa de 2002 da SEMA (Secretari de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná).

Mapa da cobertura florestal
do Paraná
"Não há mais nem 1% de nossa floresta de araucária em pé. Em outras palavras, aniquilamos 99% daquelas a quem, hipocritamente, chamamos árvore-símbolo", diz o Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado Paraná Luiz Eduardo Cheida, citando o exemplo do Pinheiro-do-Paraná, a Araucaria angustifolia.

E é por isso mesmo, que araucárias não poderiam deixar de serem enviadas junto com as demais espécies, nessa manhã de 4a feira, dia 01 de dezembro. Uma viagem longa, são lá seus 1.000 km até o oeste do Paraná.

Na manhã do dia seguinte, chegaram provavelmente um pouco sonolentas ainda, essas mais de 10.000 plantas que se encontram agora sob um sombrite de 15%. Mais do que bem-vindas e bem acolhidas, hospedadas estão as plantas lá, até que sejam plantadas na região, dando mais uma contribuição à reposição de uma das florestas de maior biodiversidade do planeta: a Mata Atlântica.

Mudas nativas pegam estrada

Partiram numa nuvem de pó 15.000 mudas de árvores de espécies nativas, com rumo ao estado do Rio de Janeiro.

"Mas oooolha! Nunca mandamos mudas para tão longe!", comenta Vilson com seu sotaque de Atalantense, de dentro de uma de suas incontáveis camisetas de listras. Aliás, cursa um comentário entre seus colegas, de que ele não usa outras que não essas de linhas horizontais, a sua marca registrada.

A Apremavi produz mudas de mais de 100 espécies de árvores no seu viveiro de mudas Jardim das Florestas. É em Atalanta, coração do estado de Santa Catarina, a região é conhecida como "Alto Vale do Itajaí".

Bacia do Rio Itajaí. Fora do estado de SC, é no Rio Itajaí-açú que se pensa ao ouvir a palavra "Itajaí". O rio das enchentes, não por último também ocasionadas pelo desmatamento das últimas décadas. Os rios estão assoreados… a erosão faz com que milhares de toneladas de sedimentos, terra boa, fértil, e areia, pedras, acabem parando no leito dos rios a cada chuva. As florestas protegiam o solo, outrora, impedindo a erosão. O solo da floresta absorvia a água, que aflorava em outros lugares em nascentes e vertentes de córregos, ribeirões, juntando-se uns aos outros davam por fim num rio… dos mirins, pequenos, passavam aos grandes, açús.

Muitas dessas nascentes se foram, secaram. E a Floresta, a Mata Atlântica também se foi, desapareceu em quase todo o estado. A menos de 7% da sua área original reduzido, este bioma de enorme biodiversidade continua sob pressão. Das suas fitofisionomias, é a Floresta Ombrófila Mista, a Floresta de Araucárias, a mais ameaçada. E as poucas áreas remanescentes desta floresta tão característica para o sul do Brasil são cortadas por madeireiros inescrupulosos, ou então colocadas em terceiro plano pelos poderes executivos e judiciários do Brasil, a exemplo da fraude de Barra Grande.

Portanto, repor o que se foi: "cada árvore plantada conta!", uma frase que se ouve com frequência no Jardim das Florestas. Hoje foram contadas um bocado delas, Edegold Schäffer que o diga. Controlando a ficha, assegura-se de que todas as plantinhas encomendadas estejam alinhadas à espera do caminhão, uma carreta que entusiasma alguns pelo tamanho, outros pelo conteúdo… guabirobas, araçás, ingás, perobas, angicos, sibipirunas, ipês, uvaias, são algumas das mais de 30 espécies de árvores, ainda plantinhas, que foram alinhadas nesta 5a feira de pouco sol dentro da carreta.

Quase duas horas para empilhar tudo, todo cuidado é pouco, o motorista puxa e amarra a lona, Sidnei aproveita para dar uma olhada minuciosa na cabine dessa máquina toda, "o volante gira pra esquerda e direita! Não é diferente do que num carro, não!" chisteia, comenta com cara de malandro ao voltar aos demais do grupo (Geraldo, Leandro e Ivo), e juntos se despedem do caminhoneiro, caminhão e carga, que partem por fim pela estrada de chão, levantando uma nuvem de pó, com rumo ao Rio de Janeiro…

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