Dia da Terra e a urgência por ações concretas

Dia da Terra e a urgência por ações concretas

Dia da Terra e a urgência por ações concretas

A data ganhou peso internacional na década de 1990, e desde então é utilizada para destacar os desafios socioambientais que o Planeta enfrenta e as demandas por ações concretas em todos os dias do ano.

Há muito, datas como este 22 de abril devem ser encaradas como momentos para além da conscientização sobre ações para a preservação do meio ambiente. São tempos de ativismo, de reivindicar posicionamento e, principalmente, mudanças concretas para a mitigação das crises que se aprofundam em nosso tempo.

Neste ano, o debate deve considerar as novas conclusões do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em março deste ano. O documento apresenta as contribuições do Grupo de Trabalho 3 do painel do clima, que trata da mitigação da crise climática. Mais de 8.000 publicações científicas foram revisadas nesta etapa.

Entre as conclusões, fica clara a insuficiência das medidas adaptativas promovidas até o presente. As políticas públicas de clima adotadas no mundo até 2020 levarão a Terra a um aquecimento de 3,2ºC, mais do que o dobro do limite do Acordo de Paris. Outro destaque é o potencial de mudança do uso da terra (restauração ecológica) para neutralizar os impactos dos gases de efeito estufa: até 14 bilhões de toneladas por ano até 2050 a custos de US$ 100 ou menos por tonelada.

Em rede, e com ajuda dos inúmeros parceiros, estamos promovendo ações para observar e cuidar da Terra e das formas de vida que deveriam coexistir em harmonia. Confira:

Projeto da Apremavi é destaque em publicação sobre restauração

Lançado na última semana, o mais novo volume dos Cadernos do Diálogo, publicação do Diálogo Florestal, trouxe à luz o tema da restauração no contexto da Década das Nações Unidas para Restauração de Ecossistemas 2021–2030. A publicação “Desafios para Ganhar Escala na Restauração e o Papel da Sociedade Civil”, que analisa a importância do viés social da restauração, é considerada uma ferramenta de trabalho alinhada aos compromissos assumidos pelos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2019, quando criada a Década da Restauração.

De acordo com a secretária executiva do Diálogo Florestal, Fernanda Rodrigues, o objetivo com o lançamento do caderno é mobilizar esforços de cooperação e ampliar as ações para recuperar serviços ecossistêmicos nos diversos biomas do país. O caderno apresenta a importância da construção de um novo pacto social para além de plantar árvores, considerando gênero, respeito à diversidade e proteção dos recursos naturais no contexto da emergência climática e das perdas de ecossistemas. Somado a isso, a necessidade de olhar para a soluções baseadas na natureza, a escuta ativa, a dignidade humana e os direitos dos povos tradicionais e indígenas.

O Restaura Alto Vale foi selecionado para a publicação na categoria ‘Pequenas Áreas, Grandes Impactos’. Desenvolvido em duas regiões do Estado de Santa Catarina, o projeto teve como objetivo principal a restauração de 320 ha de APPs degradadas, atuando maioritariamente em pequenas propriedades rurais. Confira algumas conquistas do Projeto:

・733 propriedades da agricultura familiar beneficiadas;
・Aproximadamente 1040 proprietárias(os) envolvidas(os) nas atividades;
・320,87 hectares restaurados através do projeto;
・Mais de 450.000 mudas produzidas e entregues para a restauração;
・Reconhecimento através dos Prêmios Expressão de Ecologia e Fritz Müller (2020).

Edilaine Dick, que atuou como coordenadora do Restaura Alto Vale, destaca a importância de atuar junto aos territórios da agricultura familiar: “É uma honra para a Apremavi ser reconhecida como um Caso de Sucesso e dividir essa premiação com outras iniciativas inovadoras Brasil afora. O projeto é um exemplo de que pequenas áreas e iniciativas podem se somar e dar escala para a restauração, bem como unir pessoas e parceiros em busca de um objetivo comum”. 

O Restaura Alto Vale foi concluído em março deste ano. Edilaine salienta que isso não significa o fim das parcerias ou interrupção dos trabalhos na agenda da restauração: “As atividades não vão parar e a Apremavi continuará promovendo, cada vez mais intensamente, a restauração através de outros projetos”.

Registro de atividades realizadas no âmbito do projeto Restaura Alto Vale. Fotos: Arquivo Apremavi.

Conservador das Araucárias lança vídeo institucional

A ambiciosa parceria entre a Tetra Pak, líder mundial de produção de embalagens longa vida, e a Apremavi, apresentou nesta semana um filmete com alguns dos resultados previstos para os próximos dez anos e detalhes sobre as metodologias e atividades previstas para restaurar sete mil hectares nos estados de Santa Catarina e no Paraná.

Em entrevista recente para o jornal Valor Econômico Marco Dorna, presidente da Tetra Pak no Brasil, comenta que o projeto promoverá benefícios para todos os envolvidos, e vai muito além de uma estratégia para a neutralização de emissões da companhia: “A intenção é desenvolver um modelo que junte a restauração ambiental ao pagamento de serviços ambientais por créditos de carbono e biodiversidade a proprietários rurais”. 

Já Miriam Prochnow, co-fundadora da Apremavi, destaca a valorização da biodiversidade da área onde o trabalho irá acontecer: “O território que estamos chamando de ‘Conservador das Araucárias’ é o espaço onde faremos o estudo completo de uso do solo, remanescentes de florestas, populações que vivem ali”.

Matas Legais e Sociais SC amplia área de atuação

O projeto da Apremavi em parceria com a Klabin para o planejamento ambiental e recuperação de áreas degradadas em Santa Catarina vai incluir em seu território de atuação dois municípios do Planalto Catarinense. A partir de agora, propriedades rurais de Palmeira e de Ponte Alta poderão contar com a Apremavi para, entre outras atividades, realizar:

・A diversificação das atividades produtivas a partir de orientações da equipe;
・O desenvolvimento de estratégias para a conservação da biodiversidade;
・A proteção de nascentes que existem na propriedade através de plantios;
・O intercâmbio de conhecimentos sobre a produção orgânica de alimentos;
・A adequação da propriedade à legislação ambiental.

Registros de atividades desenvolvidas pelo projeto Matas Legais. Fotos: Arquivo Apremavi.

+ Confira mais detalhes sobre o Matas Legais

Autor: Vitor L. Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer

Diálogo Florestal lança vídeo animado: Dialogando a Gente se Entende

Diálogo Florestal lança vídeo animado: Dialogando a Gente se Entende

Diálogo Florestal lança vídeo animado: Dialogando a Gente se Entende

Será lançada nas redes sociais, nesta terça-feira, 02 de agosto de 2016, a animação “Dialogando a gente se entende” que conta a história do Diálogo Florestal – uma das mais inovadoras iniciativas na construção de soluções de consenso e resolução de conflitos, tanto no Brasil como no exterior.

O Diálogo Florestal foi criado em 2005, no auge do confronto entre a indústria de papel e celulose, comunidades e ambientalistas. O ambiente tenso dos encontros iniciais, não desanimou os participantes a buscar uma metodologia que conseguisse dar voz e transparência aos processos de negociação. “As decisões são tomadas por consenso mesmo que isso demore mais tempo. Mas quando se chega a um acordo, ele reflete o processo de maturidade do grupo e por isso funciona”, explica Miriam Prochnow, secretária executiva do Diálogo Florestal.

A animação foi a técnica escolhida para contar essa história por permitir que um público mais amplo possa conhecer a metodologia desenvolvida pelo Dialogo Florestal. O vídeo mostra dois dos mais emblemáticos acordos realizados pelos parceiros da iniciativa: o afastamento dos plantios de pinus e eucalipto de núcleos urbanos e a rota das barcaças que mudou o trajeto transporte de celulose para não afetar os pescadores e a vida marinha no Sul da Bahia.

“Temos inspirado muitas iniciativas com a nossa metodologia como, por exemplo, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e vários diálogos regionais” conta Miriam. O Diálogo Florestal começou na Mata Atlântica mas já se espalhou por outros biomas brasileiros e está presente em 10 estados. “Ninguém poderia imaginar que isso aconteceria quando tivemos o nosso primeiro encontro. Isso nos faz acreditar mesmo que “dialogando a gente se entende” e que a “tecnologia do diálogo” pode ser muito útil neste momento da vida brasileira”, completa ela.

Para Ivone Namikawa, representante da Klabin e integrante do Conselho de Coordenação do Diálogo Florestal, o vídeo será uma importante ferramenta de divulgação: “durante o evento paralelo da COFO 23, na FAO em Roma, onde aconteceu o pré-lançamento do vídeo, ficou claro que o exemplo do diálogo será muito importante para outros setores”.

Momento do pré-lançamento realizado na Conferência da FAO. Foto: Arquivo Diálogo Florestal.

No Alto Vale do Itajaí o pré-lançamento do vídeo aconteceu no dia 20 de julho de 2016, durante o evento do Diálogo do Uso do Solo – Planejando Propriedades Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí, que contou com a presença de 70 representantes de vários setores da região. Confira abaixo um dos momentos do evento.

A animação “ Dialogando a gente se entende” poderá ser acessada nas seguintes páginas das redes sociais:

Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=LcCEs_pwLSM&feature=youtu.be 

Facebook:
https://www.facebook.com/DialogoFlorestal/ 

O vídeo tem uma versão em inglês, que pode ser acessada aqui.

Em anexo (no final da matéria) arquivos com vários formatos do vídeo para download.

Ficha Técnica:
Animação: “Dialogando a gente se entende” – 2’20”
Produção: Mandra Filmes
Roteiro e Coordenação: Maria Zulmira de Souza, Miriam Prochnow e Maura Campanili.
Informações para a imprensa:
(47) 8840-7072
miriam@dialogoflorestal.org.br
www.dialogoflorestal.org.br

O que é o Diálogo Florestal

Iniciativa que reúne organizações, empresas, ambientalistas e moradores para implementar uma nova maneira de dialogar, com o objetivo de executar ações conjuntas de sustentabilidade entre setores historicamente antagônicos no país: a indústria de base florestal e organizações da sociedade civil.
Criado em 2005, foi inspirado no modelo da iniciativa internacional The Forests Dialogue (TFD). Está presente em dez estados brasileiros e trabalha a partir de fóruns e grupos de tra­balho voltados para a cooperação, resolução de problemas e consolidação de oportunidades.

Vídeo sobre Diáogo do Uso do Solo será lançado no dia 20 de julho

Vídeo sobre Diáogo do Uso do Solo será lançado no dia 20 de julho

Vídeo sobre Diáogo do Uso do Solo será lançado no dia 20 de julho

DIÁLOGO DO USO DO SOLO

Apresentação de Projeto e Lançamento de Vídeo

Temos a honra de convidar V. Sra. para o lançamento do vídeo Diálogo do Uso do Solo – Planejando Paisagens Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí”a ser realizado no dia 20 de julho de 2016, às 19h, no auditório do Parque Universitário UNIDAVI, em Rio do Sul (SC).

O vídeo mostra os resultados do Seminário Internacional sobre o mesmo tema, realizado no período de 25 a 28 de abril de 2016, no Centro Ambiental Jardim das Florestas da Apremavi em Atalanta-SC.

O evento é uma realização conjunta da Associação de Preservação do Meio Ambiente (Apremavi), Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Cooperativa Regional Agropecuária Alto Vale do Itajaí (Cravil), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Diálogo Florestal, Universidade do Alto Vale do Itajaí (Unidavi) e Faculdade Metropolilana de Rio do Sul (Uniasselvi/Famesul).

Juntamente com o lançamento do vídeo haveráuma apresentação sobre o projeto Diálogo do Uso do Solo (LUD), a ser desenvolvido nos próximos 12 meses na região do Alto Vale do Itajaí. O objetivo desta iniciativa éreunir conhecimento existente sobre a região, nos diversos setores que atuam na paisagem, e a partir disso oportunizar processos de envolvimento da sociedade e seus diversos segmentos para definir cenários e ações que permitam uma melhor governança, em busca do desenvolvimento sustentável.

O Alto Vale do Itajaífoi escolhido para esse projeto em razão do reconhecimento de que o uso do solo na região jáatende em grande medida aos preceitos do que se entende como paisagens sustentáveis. Trata-se, portanto, de uma grande oportunidade para trocar ideias e experiências que podem contribuir para melhorar o uso do solo na região e também para divulgar a região como exemplo para outras regiões do Brasil e outros países.

Programação:

19:00 – Abertura – Apresentação do Grupo de Trabalho: Diálogo do Uso do Solo – Alto Vale do Itajaí

19:30 – Diálogo do Uso do Solo –Perspectiva Internacional, Nacional e Regional.

Miriam Prochnow – Secretária Executiva do Diálogo Florestal Brasileiro.

Carlos Roxo – Conselho de Sustentabilidade da Fibria e do Land Use Dialogue.
20:00 – Lançamento do vídeo.

20:20 – Próximos passos do Projeto no Alto Vale do Itajaí e debate.

20:45 – Café de encerramento.

Contamos com sua participação neste importante evento para o Alto Vale do Itajaí e ficamos à disposição para informações adicionais.

Confirmar presença até o dia 18 de julho, com Maria Luiza, na Apremavi pelo email administrativo@apremavi.org.br ou fone 3521-0326.

Diálogo do Uso do Solo é realizado com sucesso em Atalanta

Diálogo do Uso do Solo é realizado com sucesso em Atalanta

Diálogo do Uso do Solo é realizado com sucesso em Atalanta

O Seminário Internacional Diálogo do Uso do Solo – Planejando Paisagens Sustentáveis no Alto Vale do Itajaí, realizado de 25 a 28 de abril de 2016, no Centro Ambiental Jardim das Florestas da Apremavi, em Atalanta (SC), reuniu mais de 40 participantes.  Representantes de ONGs, agricultores, empresas privadas e públicas, governos locais, cooperativas e associações de produtores e universidades de diferentes países e de vários estados brasileiros e da região tiveram a oportunidade de debater a importância de se pensar na paisagem de forma integrada.

O evento é a primeira atividade de um projeto de iniciativa do Diálogo Florestal Internacional (The Forests Dialogue), do Diálogo Florestal Brasileiro e da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), com apoio da União Internacional para a Conservação da Natureza e do Profor-Banco Mundial, a ser realizado no Alto Vale do Itajaí. O seminário contou também com o apoio da Associação do Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), da Prefeitura Municipal de Atalanta e da Klabin.

Uma amostra da importância do evento pode ser conferido na reportagem produzida pela RBA TV.

O projeto pretende mobilizar os diversos setores que atuam na região e promover o diálogo e trocar experiências sobre uso sustentável do solo e da paisagem, conservação da biodiversidade e da água, conservação do solo, correlação entre produção agropecuária, silvicultura e ecossistemas, restauração de áreas frágeis ou degradadas, mitigação de riscos das mudanças climáticas e criação de mosaicos de áreas protegidas e corredores ecológicos.

Os participantes do evento visitaram e falaram com os produtores de propriedades rurais onde conheceram a realidade rural de Atalanta, conheceram também o Parque Natural Municipal Mata Atlântica, a empresa Scheller Madeiras, e as experiências de produção de mudas e restauração florestal da Apremavi, junto ao Centro Ambiental Jardim das Florestas.

Os resultados serão difundidos para outras regiões do Brasil e para outros países na América Latina, África e Asia.

E por que precisamos dialogar sobre uso do solo e planejamento de paisagens sustentáveis?

Em dezembro de 2015, todos os países do mundo aprovaram o acordo de Paris, e concordaram que as mudanças climáticas já estão em curso e precisam ser combatidas e esse é o maior desafio da humanidade. Como minimizar os efeitos dos eventos extremos cada vez mais frequentes como furacões, enchentes, tornados, secas, degelo das calotas polares e aumento do nível dos oceanos?

Outros problemas ambientais igualmente dramáticos são a perda da biodiversidade causada pelo desmatamento e pela captura e caça de animais silvestres, a escassez e diminuição da qualidade da água, necessária aos processos agrícolas, industriais, energéticos e de abastecimento público, a erosão dos solos e a desertificação.

Grupo visitando uma das propriedades. Foto: Arquivo Apremavi

Tudo isso está na paisagem e depende dela. Mas afinal, o que é uma Paisagem?

Paisagem é tudo o que nos cerca: a nossa casa, o quintal, a pastagem, a roça, os rios, os lagos, a floresta, o reflorestamento… Num olhar mais amplo é a vizinhança, a microbacia, o município, a bacia hidrográfica…incluindo as casas, as cidades, os rios, os lagos, as montanhas e as serras e até os mares.

Planejar paisagens sustentáveis começa em casa, no terreno de cada um…mas tem que levar em conta os vizinhos próximos e os não tão próximos, pois os rios, o ar, os animais silvestres e as sementes das plantas, ultrapassam as divisas dos imóveis, das microbacias, dos municípios e até dos estados e países.

Quando pensamos em paisagens sustentáveis e uso sustentável do solo temos que levar em conta tudo o que nos une. Todos precisamos de água limpa, ar puro, solo conservado. Todos gostamos de um ambiente agradável cheio de animais silvestres e pássaros cantando. Todos sofremos com os efeitos das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade, do mau uso da água. Todos temos que cumprir as leis como o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica.

Por que precisamos prestar atenção à paisagem do Alto Vale do Itajaí?

No Alto Vale as frequentes enchentes são motivos que levam à necessidade de promover o uso sustentável do solo e da paisagem, e proteger e recuperar a Mata Atlântica.

Os 28 municípios do Alto Vale do Itajaí tem 7.500 Km², onde vivem aproximadamente 250.000 pessoas. 58% moram nas cidades e 42% no meio rural.

A região tem 43 mil imóveis rurais, mais de 90% são propriedades com até 50 hectares, onde se destaca a agricultura familiar de arroz, milho, soja, fumo, cebola, hortaliças, a pecuária leiteira, a suinocultura e a piscicultura. Muitos imóveis rurais tem pequenas plantações florestais de pinus e eucalipto que complementam a renda e permitem a manutenção de indústrias madeireiras e outras atividades como é o caso da fumicultura.

Cerca de 40% da região é coberta por remanescentes de Mata Atlântica em diferentes estágios de regeneração, que protegem milhares de nascentes e riachos formadores do rio Itajaí-açu.

A região também abriga a Terra Indígena Ibirama onde vivem índios Xokleng, Kaingang e Guarani e algumas unidades de conservação Federais, Estaduais, municipais e particulares.

A erosão do solo e o lançamento de efluentes domésticos, dejetos animais e efluentes industriais não suficientemente tratados ainda afetam a qualidade das águas da bacia do rio Itajaí.

Conversando com proprietários rurais. Foto: Arquivo Apremavi
Para conservar a biodiversidade da região no longo prazo é necessário evitar o desmatamento e criar novos parques e reservas. É também fundamental restaurar as Reservas Legais e as Áreas de Preservação Permanente degradadas, para a formação de corredores ecológicos para a fauna e flora e manutenção dos serviços ambientais.

Uma importante contribuição vem da AMAVI, que criou e implantou um sistema de Cadastro Ambiental Rural, integrado ao SICAR Nacional do Ministério do Meio Ambiente. Através desse sistema, técnicos das prefeituras auxiliam os proprietários de terra a identificar e mapear as Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente dos imóveis rurais.

A titulo de exemplo, em Atalanta, praticamente 100% das propriedades rurais já foram mapeados e cadastrados no CAR. O cadastro é uma importante ferramenta para o planejamento das propriedades e da paisagem.

Um dos próximos passos na região será identificar um conjunto de propriedades que já adotam ou se disponham a implementar ações de uso sustentável do solo e da paisagem e que possam servir como fonte de difusão dessas boas práticas, tais como: cumprimento da legislação ambiental; proteção das nascentes e cursos d’água; respeito aos animais silvestres; controle da erosão e conservação do solo; embelezamento da propriedade com espécies ornamentais e frutíferas; e incremento da diversidade e produtiva agrícola.

Diálogo sobre uso do solo será realizado no Alto Vale do Itajaí

Diálogo sobre uso do solo será realizado no Alto Vale do Itajaí

Diálogo sobre uso do solo será realizado no Alto Vale do Itajaí

O Diálogo do Uso do Solo, conhecido em inglês pela sigla LUD (Land Use Dialogue), a ser desenvolvido no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, é uma iniciativa da parceria entre o Diálogo Florestal Internacional (TFD – The Forests Dialogue), o Diálogo Florestal Brasileiro, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Assista o vídeo.

A ideia é discutir cenários sustentáveis no longo prazo para a Mata Atlântica, levando em conta a paisagem e as diferentes formas de uso do solo. A proposta é reunir o conhecimento existente e envolver os diversos setores da sociedade para discutir cenários que permitam uma melhor governança e o desenvolvimento inclusivo em paisagens em risco de destruição, como é o caso da Mata Atlântica.

O projeto faz parte da iniciativa internacional do TFD, que pretende estimular diálogos sobre uso do solo e planejamento de paisagens sustentáveis, em diversos países.

A primeira reunião está prevista para ser realizada no final de abril de 2016, no Centro Ambiental Jardim das Florestas, em Atalanta (SC). A reunião contará com a participação de representantes de organizações internacionais, nacionais e locais, vindos de vários setores.

O projeto como um todo, que desenvolverá várias atividades até o final do ano, espera como resultados: ações diretas de planejamento de paisagens sustentáveis na região do Alto Vale do Itajaí, uma avaliação de oportunidades de restauração na região, o estabelecimento de intercâmbio com o Diálogo Florestal, visando a aplicação do aprendizado em outras regiões do Brasil, que também apresentem paisagens de risco e o intercâmbio com as outras iniciativas do TFD nos outros países.

Visita de Gary à Associação dos municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI). Foto: Wigold Schaffer.

Para Gary Dunning, secretário Executivo do TFD, que visitou a região no início de março, o objetivo é que se possa construir um banco de dados de como o planejamento de paisagens funciona no solo, com pessoas reais e situações reais, não somente um professor em algum lugar escrevendo sobre o conceito de planejamento de paisagens: “para mim, estar nesse lugar nos fornece inspiração e esperança. Você pode ver com seus olhos e sentir com suas mãos como, com o tempo, uma paisagem que provavelmente era sem vida e de alguma forma danificada, pode ser restaurada. Quando pensamos em planejar paisagens, estamos pensando em restauração, pensando em uso do solo, pensando em todas as coisas que irão nos ajudar a restaurar o meio ambiente, mas também criar meios de sustento e acarretar em desenvolvimento sustentável.”

Visita ao Centro Ambiental Jardim das Florestas. Foto: Wigold Schaffer.

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