Avança elaboração do Plano de Manejo da Serra da Abelha

Durante o período de 07 a 09 de julho de 2014 a equipe da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) iniciou o processo de elaboração do diagnóstico socioeconômico e socioambiental da Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Serra da Abelha.

Durante os três dias foram entrevistados 60 moradores das comunidades de Colônia Sadlowki e Varaneira, com o objetivo de caracterizar a comunidade local quanto ao seu modo de vida, caracterização da propriedade frente aos aspectos econômicos e ambientais, organização e percepção dos moradores sobre a unidade de conservação e potencialidade turística da área.

Entrevista sendo realizada. Foto: Edilaine Dick.

O diagnóstico dos aspectos turísticos também foi realizado com moradores da comunidade Santa Cruz dos Pinhais, nas propriedades aonde já existe visitação em pontos de relevante beleza cênica, ou pousadas rurais. Os demais dados desta comunidade serão levantados posteriormente.

Esta etapa de campo faz parte da metodologia para elaboração do plano de manejo da Arie, para o qual já foram realizadas as etapas de levantamento primário e secundário de dados bióticos e abióticos, bem como reuniões abertas com as comunidades.

A elaboração do Plano de Manejo da ARIE Serra da Abelha integra o projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Funbio.

Atividade de fumicultura na Arie Serra da Abelha. Foto: Edilaine Dick

Os moradores entrevistados também foram convidados a participar do Seminário Regional Conservação Ambiental e Cultivo de Erva-mate a ser realizado pelo Projeto Araucária desenvolvido pela Apremavi no dia 22 de julho de 2014 em Santa Terezinha.

Oficinas atualizam cenário do Parque Estadual das Araucárias

Visando a revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual das Araucárias (PEA), foram realizadas várias oficinas, com diversos públicos, nos municípios de São Domingos e Chapecó.

Em junho de 2014 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizou a Oficina de Planejamento Participativo e a Oficina de Pesquisadores do Parque, localizado nos município de São Domingos e Galvão.

A Oficina de Planejamento Participativo foi realizada dia 10, na Câmara Municipal de Vereadores de São Domingos, com o objetivo de revisar aspectos do  Plano de Manejo do PEA, especialmente de diagnóstico do ambiente interno (pontos fortes e pontos fracos) e externo (ameaças e oportunidades) do Parque. O evento reuniu lideranças comunitárias e conselheiros do parque.

Grupo de trabalho na Oficina de Planejamento Participativo. Foto: Marculi Pozzan.

Já no período de 24 a 26 aconteceu a Oficina de Pesquisadores do PEA, em Chapecó. O evento foi promovido em parceria com o Projeto “Qual o status de conservação da biodiversidade em Unidades de Conservação na região Oeste do Estado de Santa Catarina?”, desenvolvido pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), em parceria com a Fundação do Meio Ambiente (Fatma).

Essa oficina teve como objetivo socializar as pesquisas realizadas no PEA pela Unochapecó (Macroinvertebrados aquáticos; peixes; aves; anfíbios, educação e comunicação ambiental e percepção ambiental) e pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc – (Vegetação) e revisar aspectos do seu Plano de Manejo com embasamento nos dados apresentados no evento.

Os três dias do evento reuniram 55 participantes, principalmente conselheiros do parque, pesquisadores que realizam trabalhos na Unidade de Conservação, comunidade acadêmica e representantes do Grimpeiro (Grupo de Gestão de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias).

Grupo de trabalho na Oficina dos Pesquisadores. Foto: Marcos Alexandre Danieli.

Segundo Marcos Alexandre Danieli, coordenador de Projetos da Apremavi, a oficina de planejamento participativo e a oficina de pesquisadores constituíram momentos fundamentais para subsidiar o processo de revisão do plano de manejo: "as discussões foram especialmente importantes pela valorização do Parque Estadual das Araucárias e a atualização dos cenários”, complementa Marcos.

Para Elaine M. Lucas Gonsales, vinculada ao curso de Ciências Biológicas e mestrado em Ciências Ambientais da Unochapecó, a oficina de pesquisadores foi bastante positiva: "foi um momento de discussão e de socialização sobre um assunto de interesse comum: a conservação da biodiversidade. Nesses momentos, percebemos a importância dos estudos que realizamos e como eles podem contribuir com a definição de políticas públicas e estratégias de conservação. Por outro lado, percebemos a complexidade envolvida na criação e implementação de unidades de conservação, e o quanto precisamos avançar para que esta seja uma estratégia realmente efetiva para a conservação da biodiversidade no Brasil

A oficina de pesquisadores também foi marcada pela visita de monitoria da gestora de Programas no Fundo Brasileiro de Biodiversidade (Funbio), Maria Rita Olyntho Machado.
Para Maria Rita, a oficina foi muito importante: "serviu para embasar as decisões referentes à gestão do PEA. A troca de informações entre os pesquisadores contribui para a otimização dos esforços voltados à conservação dessa área. Parabéns a toda equipe da Apremavi e a seus parceiros na construção do evento”.

As oficinas integram o processo de revisão do Plano de Manejo do PEA, realizado no âmbito do Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Funbio.

Parque Nacional da Serra do Itajaí 10 anos no coração do Vale

Parque Nacional da Serra do Itajaí 10 anos no coração do Vale

Parque Nacional da Serra do Itajaí 10 anos no coração do Vale

Poucos moradores do Vale do Itajaí sabem que em junho de 2004, há 10 anos, foi criado na região, o Parque Nacional da Serra do Itajaí. Abrangendo parte de nove municípios: Presidente Nereu, Vidal Ramos, Botuverá, Guabiruba, Gaspar, Blumenau, Indaial, Apiúna e Ascurra, o parque tem 57.374 hectares, ou seja, 570 km2, ocupando 0,59% do estado de Santa Catarina.

Trata-se de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

O Parque Nacional da Serra do Itajaí abriga mais de 500 espécies de árvores e arbustos, 350 espécies de aves e mamíferos, algumas delas ameaçadas de extinção, que necessitam de proteção contra exploradores e caçadores, e que ali encontram local propício para sua reprodução e vivência, podendo aumentar suas populações e recolonizar áreas degradadas e pobres em vida silvestre. A floresta do parque representa a melhor mancha de Mata Atlântica do estado de Santa Catarina.

Apesar da grande área que abarca, segundo o seu Plano de Manejo, residiam no interior do parque 14 famílias, cinco das quais já tiveram suas terras indenizadas e, portanto ali não mais habitam. Outras nove, bem como os demais proprietários de terras serão ao longo do tempo também indenizados.

Na criação deste parque estiveram à frente entidades como a Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena), a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), a Universidade Regional de Blumenau (FURB), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Parque das Nascentes (Ipan), dentre outras muitas instituições e pessoas que não mediram esforços, por décadas,  para dotar o Vale do Itajaí  com a  valiosa Pérola Verde.

O parque apresenta muitos locais de visitação, com possibilidade de caminhada e pedaladas em trilhas e estradas, banhos de rio e cachoeiras, piqueniques, favorecendo o contato saudável dos visitantes com a natureza. Pesquisas científicas mostram que 30 minutos no interior de uma floresta diminuem as taxas de colesterol, diabetes, estresse, depressão e seus efeitos permanecem ao longo de quase um mês. Visite áreas florestais do seu município e as proteja, visite o Parque Nacional da Serra do Itajaí.

O Parque é o lugar ideal para pesquisas científicas sobre a vegetação, os animais e os micro-organismos, bem como para o entendimento dos ecossistemas e seus serviços e funções ambientais.

Local também privilegiado para levar estudantes de todas as idades, do ensino fundamental até à universidade, para ali fazer educação ambiental e lazer.

As visitas devem ser agendadas com antecedência via e-mail: parnaserradoitajai.sc@icmbio.gov.br ou pelo fone: 47 33261527 (em Blumenau). Os outros municípios também têm entradas para o parque, o ideal é buscar informações nas respectivas prefeituras.

Para os municípios que abrigam o parque, e também para os demais, os serviços ambientais providos pelo parque são de alta relevância:

  • proteção dos mananciais de água que abastecem mais de 800 mil habitantes da Bacia do Itajaí, especialmente de Blumenau, Indaial, Brusque e Itajaí;
  • proteção contra extremos climáticos (secas, chuvas excessivas, calor e frio extremos, vendavais);
  • abrigo de rica biodiversidade (de animais, de plantas, de micro-organismos);
  • local de lazer e turismo ecológico;
  • fonte de bem estar e saúde;
  • abrigo de plantas e de animais de grande importância econômica (banco de sementes no presente e para o futuro);
  • local de pesquisa científica e educação ambiental.

Esta matéria foi publicada no Jornal Diário do Alto Vale no dia 03 de junho de 2014. O Espaço Apremavi é publicado quinzenalmente.

Oficina discute implantação do Parque Estadual das Araucárias

Dias 25 e 26 de março de 2014, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu oficina técnica de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias. O evento foi realizado em Florianópolis (SC) e contou com a presença de representantes da Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (Grimpeiro) e da Apremavi.

O evento teve como objetivo nivelar informações entre a equipe do projeto e parceiros, planejar atividades, levantar informações disponíveis e analisar o impacto, resultados e implementação do plano de manejo do Parque, compreendendo o período de setembro de 2007 a março de 2014. Este encontro deu continuidade à oficina realizada em São Domingos em novembro de 2013.

A próxima atividade será a realização das oficinas de Planejamento Participativo e de Pesquisadores, previstas para o primeiro semestre de 2014. Depois de compiladas as informações levantadas, serão realizadas as oficinas de estruturação do plano de manejo, culminando com a submissão para aprovação e divulgação, com término do projeto em março de 2015.

Angelo Milani, presidente do Grimpeiro, fala sobre algumas barreiras que devem ser superadas pelo Parque: “O desafio é a conclusão da obra existente no Parque e a abertura para a visitação do público, pois isso contribuirá para que muitos objetivos sejam realizados”. Sobre a oficina realizada, Milani comenta que ela permitiu uma análise mais aprofundada das atividades realizadas no Parque, especialmente no período da existência dos vigilantes, que atuaram de fevereiro de 2008 a novembro de 2013: “Algumas etapas do plano de manejo foram concluídas, e outras parcialmente, e outras não aconteceram”, cita Milani.

Para Eduardo Mussatto, da Fatma, o Projeto de Revisão do Plano de Manejo do Parque Estadual das Araucárias possui um contexto ímpar no processo de implantação de uma Unidade de Conservação (UC): "de uma forma geral, as UCs no Brasil carecem até mesmo de um plano de manejo e isto faz deste Projeto um dos poucos exemplos da etapa no processo de implantação de uma Unidade. Também, faz dele um processo ímpar, o fato de estar sendo executado no mesmo momento em que se discute a abertura de uso público na UC. Abertura esta, que é normatizada por um plano distante da realidade encontrada”.

Mussatto comenta também que analisar, reconhecer e entender as modificações ocorridas e estabelecer critérios para as alterações necessárias requer o conhecimento do Plano de Manejo em vigor e a organização e identificação das realizações implantadas ao longo do tempo: "Neste sentido, a oficina realizada em Florianópolis foi fundamental para a continuidade das etapas do Projeto de Revisão. Contudo, as próximas etapas, pautadas nos levantamentos técnicos e informações prestadas na oficina acima referida, serão decisivas para a formatação final do Plano de Manejo revisado. Nelas, serão discutidos e elencados os programas que farão parte do Plano de Manejo e nortearão a implantação da UC até a próxima revisão”, conclui Mussatto.

Esta meta de revisão do plano de manejo do Parque Estadual das Araucárias integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Momentos da oficina. Foto: Marcos Alexandre Danieli.

Apremavi realiza reuniões abertas na Arie Serra da Abelha

Entre os dias 19 e 20 de março de 2014 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizou em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) as primeiras reuniões abertas na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, visando a elaboração do Plano de Manejo da área.

Participaram da reunião em torno de 140 pessoas, entre elas representantes das comunidades de Santa Cruz dos Pinhais, Serra da Abelha II, Colônia Sadlowski e Varaneira, além do Prefeito (Lourival Lunelli), Vice-prefeito (Luiz Lúcio Fossa), Secretário de Agricultura e Meio Ambiente (Marcelo Sadlowski) e representantes do INCRA.

Com o objetivo de aproximar a comunidade do processo de construção do plano de manejo da Arie da Serra Abelha, as reuniões foram pautadas no esclarecimento à população, das atividades que vem sendo e ainda serão realizadas na área e da importância que a construção de um plano de manejo bem elaborado pode trazer para a comunidade abrangida pela Unidade de Conservação (UC).

Edilaine Dick, da Apremavi, pontua a importância desse processo quando diz: “um bom plano de manejo deve ter como característica principal a participação da comunidade para que dessa forma sejam apontadas as principais oportunidades e também as soluções para os problemas e contratempos que estão ocorrendo na área”.

José Guilherme Dias de Oliveira, representante do ICMBio recém nomeado gestor da ARIE, esclareceu durante as reuniões qual será o papel do ICMBio na construção do plano de manejo e quais vão ser as características da sua gestão. Além disso, auxiliou a comunidade a se localizar dentro dos limites da Arie e levantou questões relacionadas às atividades que são proibidas dentro dos limites de uma UC.

Quando questionado sobre os contratempos relacionados à questão fundiária, José Guilherme comenta: “acredito que, uma vez que o Conselho Consultivo da Arie seja implementado, a comunidade terá acesso de forma mais rápida e fácil ao INCRA e à prefeitura para resolver problemas relacionados às posses das terras”.

Durante as reuniões o prefeito evidenciou que o povo está bastante apreensivo e preocupado com uma possível saída da rotina em função das propostas que surgirão com elaboração do Plano de Manejo, mas acredita que reuniões vão ajudar no esclarecimento de várias questões: "o trabalho que tem que ser feito é de conscientização e informação e nós estamos cientes do andamento desse processo”, complementa o prefeito.

A deliberação da reunião foi a indicação, por parte das comunidades, dos representantes comunitários para que seja iniciada a criação do Conselho Consultivo que auxiliará a implementar e discutir o plano de manejo da Arie.

Esta meta de elaboração do plano de manejo integra o Projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA), por meio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Fotos: Carolina C. Schaffer

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