Grupo Marista visita a Apremavi

Grupo Marista visita a Apremavi

Grupo Marista visita a Apremavi

No último dia 07 de fevereiro a Apremavi recebeu a visita de um grupo de colaboradores e professores do Centro Social Marista de Pouso Redondo (SC).

A visita iniciou com uma palestra sobre Consumo Consciente e Sustentabilidade, ministrada pelo vice-presidente da Apremavi Urbano Schmitt Jr.

Palestra no Centro Ambiental da Apremavi. Foto: Arquivo Apremavi

Em seguida visitaram o viveiro Jardim das Florestas, onde conheceram todo o processo de produção de mudas nativas. Após a visita ao viveiro, o grupo foi conhecer algumas áreas demonstrativas de restauro florestal.

No período da tarde visitaram a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN Serra Pitôco) e encerraram o dia de visita ao município de Atalanta, conhecendo o Parque Natural Municipal Mata Atlântica, principal atrativo turístico da região.

No Mirante do Parque Mata Atlântica. Foto: Arquivo Apremavi

O Centro Social Marista Pouso Redondo, pertence a Rede Marista de Solidariedade. Atende 200 crianças e adolescentes de 05 a 15 anos, com o principal foco de atuação a promoção, a defesa e a garantia de direitos.

Segundo o professor e assistente de Pastoral Francisco Decezaro, a visita dos colaboradores a APREMAVI, teve como principal objetivo o estudo sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2017: Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida. Sendo a APREMAVI uma instituição com 30 anos de atuação no cuidado e defesa do meio ambiente e da vida, é o local ideal para discutir o tema da Campanha da Fraternidade 2017, comentou Francisco.

 

Na trilha em meio a Mata Atlântica. Foto: Arquivo Apremavi

O professor Francisco comentou ainda que o Centro Social Marista desenvolverá junto aos educandos três projetos com os seguintes temas: Solidariedade, Diversidade e sobre o Território de Pouso Redondo. O tema da CF 2017 é transversal, propício e nos dá subsídios para a discussão em todos os projetos.

A Apremavi está cada vez mais se tornando uma referência para visitas técnicas e de estudos, não só para acadêmicos, mas também para agricultores, professores, técnicos e profissionais de diferentes áreas. Ao longo dos quase 30 anos, a instituição já recebeu a visita de milhares de pessoas de diferentes estados do Brasil e exterior.

Autor: Miriam Prochnow

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Projeto Araucária desenvolve ações de educação ambiental

Projeto Araucária desenvolve ações de educação ambiental

Projeto Araucária desenvolve ações de educação ambiental

Durante dois anos de execução do Projeto Araucária, diversas foram as atividades de educação ambiental desenvolvidas na região Oeste e Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina. Atividades essas que deram maior consistência as diversas outras atividades desenvolvidas pelo Projeto Araucária, junto com agricultores e seus familiares, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e aptos a tomar decisões sobre questões ambientais envolvidas na sua propriedade ou comunidade local.

Uma das alternativas para a inclusão da temática ambiental no meio escolar é a aprendizagem em forma de projetos e percebeu-se que em diversas escolas o Projeto Araucária foi incorporado ao ambiente escolar.

Exemplo disso foram os trabalhos desenvolvidos pelas escolas das comunidades Ribeirão Matilde e Vila Groop, de Atalanta. E as escolas Escola de Educação Básica Lindo Sardagna de Dona Emma e Escola de Educação Básica Padre João Kominek de Santa Terezinha.

Atividade realizada com escola de Dona Emma. Foto: Arquivo Apremavi

Essas escolas participaram ativamente de plantios educativos, visitaram o viveiro de mudas nativas Jardim das Florestas, participaram de palestras, entre outras ações que mereceram destaque na apresentação realizada nos seminários de encerramento do projeto realizados em outubro e novembro/2015.

Diretamente nas duas regiões foram envolvidas cerca de 2.300 pessoas entre reuniões de mobilizações, participações em palestras e plantios educativos, visitas de campo, cursos de capacitação, intercâmbios e seminários. E foram nesses momentos que muitos agricultores relataram ter aprimorado o seu conhecimento sobre legislação ambiental e outras temáticas ambientais.

O projeto também incentivou e apoiou a criação e reativação de grupos ambientais mirins, que auxiliaram na identificação e mobilização de agricultores interessados em participar do projeto e realizar a recuperação de áreas de APPs e nascentes.

Atividade desenvolvida na escola Ribeirão Matilde em Atalanta. Foto: Arquivo Apremavi

Materiais didáticos foram produzidos, como a cartilha e vídeo “Projeto Araucária conservação e recuperação a Mata Atlântica” e o Jogo da memória “Biodiversidade na Mata Atlântica”, certamente importantes ferramentas que podem não apenas levar conhecimento, mas entretenimento ao publico envolvido.

31.275 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica foram doadas para escolas, instituições ou empresas que promoveram alguma ação visando a conscientização e preservação do meio ambiente.

Daiana Tânia Barth, técnica do projeto destaca que “Essas e outras atividades visam demonstrar na prática que ações de recuperação ambiental são necessárias e possíveis. Que agindo de maneira consciente cada um pode fazer a diferença para se chegar ao patamar de sustentabilidade necessário”.

O projeto Araucária foi executado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), patrocinado pela Petrobras, Governo Federal, por meio do programa Petrobras Socioambiental.

Para acompanhar os resultados do projeto clique aqui.

Fotos: Arquivos Projeto Araucária.

A grande família amiga da natureza

Marcos Odorizzi, agrônomo de profissão, mora com sua família num sítio, do qual tiram o sustento, em Ribeirão Varginha, no município de Dona Emma (SC). Adepto da agricultura natural, Marcos explica que em sua propriedade procura o máximo possível evitar a dependência de insumos externos.

Visitando a propriedade é possível observar esse fato, começando pela adubação. O processo é bastante interessante. As galinhas poedeiras são servidas com húmus de minhocas (adoram o petisco) assim, acrescentam esterco nitrogenado ao já decomposto húmus. O resultado disso é um excelente adubo que é aplicado na propriedade. Cabe lembrar que a matéria prima do húmus é o esterco de gado proveniente da produção leiteira, que é a principal fonte de renda da propriedade.

Culturas agrícolas como milho, feijão, batata-doce, abóboras, morangas, mandioca, batatinha, beringelas e tomates, são exemplos de alimentos que servem à mesa da família.

Cerca de 70% da propriedade está coberta com floresta nativa. Uma parte foi restaurada com apoio da Apremavi. Em termos convencionais alguns diriam que ele está “perdendo área agrícola”, mas com uma forte convicção Marcos e sua família sabem que estão conduzindo a propriedade de forma a respeitar os limites da natureza, ganhando em produtividade e na produção saudável de alimentos.

As conversas nas visitas ao Marcos e sua família sempre se alongam. São vários assuntos, muitas coisas a serem vistas, o tempo parece voar. Uma vez, contando histórias sobre caçadas clandestinas feitas das quais o sítio é alvo constantemente, Marcos entrou em um galpão e nos disse: – Venham aqui quero mostrar algo para vocês!

A cena era inacreditável. Enormes armadilhas confeccionadas com ferros de construção soldados para capturar tatus, pacas, cutias e outros animais silvestres. Marcos mostrou uma que pesava uns 25 kg aproximadamente. Sem dúvida o que estava armazenado em seu galpão era um verdadeiro arsenal de captura de animais silvestres. Ele informou que as armadilhas de madeira ele as destrói no mato, como é impossível destruir as de ferro ele as coleciona para que jamais possam ser utilizadas novamente. Segundo ele, ainda existe na região um verdadeiro comércio ilegal de espécies nativas, que se não for banido continuará a estimular a caça e a destruição da fauna.

Além da virtude de ser um protetor isolado da fauna na localidade, Marcos também é um exímio parceiro na restauração da Mata Atlântica. Com sua esposa Ruth, 10 filhos e um netinho contribuem a cada dia no plantio de árvores nativas na propriedade.

Os primeiros plantios foram feitos há 3 anos, hoje já se vêem frutíferas como araçás, pitangas produzindo frutos, e canafístulas e paus-cigarras embelezando a propriedade com lindas florações. Ipês, louros, cedros, perobas, uvaias, guabirobas, canelas, bracatingas, entre outras fazem parte da diversidade da flora restaurada. Algumas árvores já atingem 5 metros de altura.

A família estruturou e mantém um pequeno viveiro de mudas nativas, com cerca de 10.000 mudas, que são doadas para alunos quando escolas visitam a propriedade e também para venda. Outra beleza mantida na propriedade é uma coleção de orquídeas, que recebe o cuidado especial da Dona Ruth. O mais interessante da coleção é que a maior parte dos exemplares foi resgatada de árvores caídas, nos desmatamentos para plantio de exóticas, ainda de certa forma comuns na região do Vale Norte.

Como todo ser humano tem sonhos e planos, a família do Marcos, dentre vários planos, pensa em um futuro próximo poder trabalhar com o turismo rural na propriedade. Os elementos para fazer isso eles já tem: uma propriedade bonita, onde a natureza é bem tratada e uma família hospitaleira e acolhedora e diga-se de passagem, uma grande família Amiga da natureza.

Fotos: Leandro Casanova e Tatiana Arruda Correia

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Seu Isonil. Um presente de natal para a natureza

Seu Isonil. Um presente de natal para a natureza

Seu Isonil. Um presente de natal para a natureza

A dedicação com que o Seu Isonil cuida das mudas de árvores nativas plantadas em sua propriedade, deve servir de exemplo para todos nós. É desse tipo de atitude que o planeta Terra precisa para continuar existindo de forma sustentável.

Há pouco mais de dois anos, em meio ao agito da organização de um seminário, toca o telefone. Na linha uma pessoa querendo ver a possibilidade de receber a doação de mudas nativas para plantar na sua propriedade. Marcamos uma visita para saber das intenções do proprietário e as possibilidades para a realização do plantio. Lembramos dessa visita como se fosse hoje: conversas sobre os cuidados e manutenção do plantio, o semblante um pouco surpreso do proprietário, que logo recebeu a doação de 1.600 mudas.

O agricultor  é Isonil Gonçalves, que juntamente com sua esposa Elaine e seus filhos Diego e Iasmim, residentes no município de Taió, implantaram um bosque que soma hoje em torno de 3.000 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. Mas voltando ao passado, segundo o Isonil, a área do atual bosque estava plantada com alguns eucaliptos, ele queria fazer algo diferente ali…Plantar árvores nativas. Mas o problema era onde conseguir mudas nativas da Mata Atlântica com muita diversidade. Numa conversa com um técnico da Epagri, ficou sabendo da Apremavi.

Assim começou mais do que uma parceria. Começou uma amizade. Foi cultivada uma semente que está produzindo bons frutos.O admirador da natureza tinha muita preocupação, lembramos de suas inquietações e perguntas: “demora muito a crescer essas árvores?” E nós respondíamos: “Calma Isonil, é cuidar que o resultado vem…. “.

Nas constantes visitas que fizemos em sua propriedade nos surpreendemos. Onde há 2 anos não existia vegetação, hoje se anda na sombra no meio de uma floresta. Árvores como paineiras, ingás, aroeiras, ipês, guapuruvus, bracatingas, atingem 4 metros de altura, perobas com aproximadamente 1,70, e as frutíferas já começaram a produzir, a exemplo do araçá vermelho, da guabiroba, da cortiça e do ingá anão.

A ansiedade de saber se as árvores nativas crescem rápido para ele está respondida. Os cuidados que a família tem com a floresta, demonstram um verdadeiro caso de amor à natureza. Quando visitamos a propriedade não são raros comentários como esse: “se no limpar as mudas eu corto uma sem querer, nem comento com a minha esposa, se não é briga na certa”.

Mas falando em comentário o melhor é esse: de acordo com o Isonil, no início quando os amigos e parentes iam lhe visitar eram comum conversas do tipo: “não plante essas coisas porque depois você não vai poder cortar mais” e ele respondia: “que bom, é por isso mesmo que eu planto, para que ninguém mais possa cortar”. Todos sabem que cortar árvores nativas plantadas, um vez que não sejam plantadas em áreas de preservação permanente, é permitido, mas essa disposição de plantar para mantê-la na floresta não se encontra em todo mundo.

Freqüente por lá são as nossas visitas nas quais sempre levamos estagiários como a belga Valerie, e os espanhóis Mila e Antônio. Sempre contente e orgulhoso, no final da visitas Isonil reaviva o convite para novas visitas. Isonil e sua família são um exemplo que nos faz acreditar que a restauração da Mata Atlântica é possível, e por isso é um amigo da natureza e  um presente de natal para o meio ambiente. Que possamos nos inspirar no seu exemplo.

Autor: Leandro Casanova.

Mauri. O conhecedor de sementes e árvores

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), desde sua criação, sempre teve como missão demonstrar que a recuperação da Mata Atlântica é possível. Uma das primeiras idéias foi a criação de um viveiro de mudas nativas que viesse a atender essa demanda. Isso começou com a produção simbólica de 18 mudinhas em fundo de quintal no município de Ibirama (SC) no ano de 1987.

Por questões de logística o viveiro de mudas nativas da Apremavi foi transferido para Atalanta e, para estruturar todo esse trabalho, houve a necessidade de contratar mão-de-obra. Era necessário encontrar alguém que conhecesse as árvores nativas, épocas de floração e frutificação, que soubesse sobre beneficiamento de sementes nativas, como fazer sementeiras, enfim, tudo o que é necessário para produzir mudas nativas. Até aí tudo certo, mas a questão era encontrar uma pessoa. Quem teria sensibilidade e algum conhecimento prático para começar tal trabalho? Haveria alguém com essas aptidões? É aí que entra em cena o nosso personagem desse mês: Mauri da Luz.

Mauri foi contratado em 1991 pelo casal Wigold Schaffer e Miriam Prochnow, para cuidar da sua propriedade, em Atalanta. Antes disso, ele já havia trabalhado na agricultura e também como auxiliar de mateiro. Ele conta que sempre que tinha tempo vago, aproveitava para andar pela floresta. Começou aí um laço de amor e respeito com a natureza. Em suas caminhadas pelos remanescentes de mata nativa da região sempre trazia sacolas cheias de sementes de cedro, peroba, sassafrás, pitanga, ipê, canela, enfim, sementes das mais diversas espécies. Estas sementes, a partir de 1992, ele próprio ajudava a semear no Viveiro Jardim das Florestas que a Apremavi acabara de implantar em Atalanta.

Mauri fala que no início não tinha conhecimento sobre a atividade de coletar sementes e produzir mudas nativas, “o meu trabalho era cuidar da propriedade, mas quando sobrava um tempinho eu saía pelos matos atrás de sementes”.

Mais forte que o conhecimento, ainda então pouco, considerando a falta de experiência nessa atividade, foi a dedicação e persistência demonstrados por ele no singelo trabalho de reproduzir as árvores nativas da Mata Atlântica.

Desde logo, entusiasta com o trabalho, envolvia também a sua família nas tarefas de coleta de sementes, enchimento de saquinhos, construção de sementeiras, canteiros e nos cuidados com as mudinhas plantadas.

Leandro, técnico da Apremavi, lembra que certa vez quando foi acompanhar o Mauri em uma de suas coletas de sementes ficou impressionado com o olho clínico dele para enxergar as sementes de canela-preta, “eu olhava, olhava e não conseguia achar as sementes”, em pouco tempo no semblante do Mauri um sorriso largo, mostrando que já estava com seu baldinho cheio de sementes.

Sem sombra de dúvida o Mauri é um pioneiro na produção de mudas nativas. A sua dedicação e obstinação por esse trabalho fez dele um profundo conhecedor e profissional experiente na arte de promover o ressurgimento das florestas.

Perdeu-se as conta de quantas vezes o Mauri pediu para sair da Apremavi, sem exagero umas seis vezes. Seis vezes saiu, mas seis vezes retornou. Não adianta, está no sangue das veias o amor por essa arte singela: coletar sementes e produzir mudas nativas, o que intuitivamente significa “promover a vida” e perpetuar a biodiversidade da Mata Atlântica.

Profissionalismo a parte, o Mauri é uma “figura” dessas televisivas. Tristeza é uma palavra que não existe em seu vocabulário, que o digam seus colegas de trabalho. Trabalhar com Mauri garante uma rotina sem estresse. É claro que é difícil algum colega escapar de suas piadas.

Para a Apremavi é importante contar com uma pessoa que há tantos anos tem colaborado para preservação e recuperação da natureza. A Mata Atlântica e as futuras gerações agradecem….

Por isso tudo, Mauri da Luz é um Amigo da Natureza.

Fotos: Miriam Prochnow e arquivo da Apremavi.

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