19/02/2017 | Amigo da Natureza, Centro Ambiental Jardim das Florestas, Educação Ambiental e Informação, Notícias, Viveiro Jardim das Florestas
Grupo Marista visita a Apremavi
No último dia 07 de fevereiro a Apremavi recebeu a visita de um grupo de colaboradores e professores do Centro Social Marista de Pouso Redondo (SC).
A visita iniciou com uma palestra sobre Consumo Consciente e Sustentabilidade, ministrada pelo vice-presidente da Apremavi Urbano Schmitt Jr.
Palestra no Centro Ambiental da Apremavi. Foto: Arquivo Apremavi
Em seguida visitaram o viveiro Jardim das Florestas, onde conheceram todo o processo de produção de mudas nativas. Após a visita ao viveiro, o grupo foi conhecer algumas áreas demonstrativas de restauro florestal.
No período da tarde visitaram a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN Serra Pitôco) e encerraram o dia de visita ao município de Atalanta, conhecendo o Parque Natural Municipal Mata Atlântica, principal atrativo turístico da região.
No Mirante do Parque Mata Atlântica. Foto: Arquivo Apremavi
O Centro Social Marista Pouso Redondo, pertence a Rede Marista de Solidariedade. Atende 200 crianças e adolescentes de 05 a 15 anos, com o principal foco de atuação a promoção, a defesa e a garantia de direitos.
Segundo o professor e assistente de Pastoral Francisco Decezaro, a visita dos colaboradores a APREMAVI, teve como principal objetivo o estudo sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2017: Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida. Sendo a APREMAVI uma instituição com 30 anos de atuação no cuidado e defesa do meio ambiente e da vida, é o local ideal para discutir o tema da Campanha da Fraternidade 2017, comentou Francisco.
Na trilha em meio a Mata Atlântica. Foto: Arquivo Apremavi
O professor Francisco comentou ainda que o Centro Social Marista desenvolverá junto aos educandos três projetos com os seguintes temas: Solidariedade, Diversidade e sobre o Território de Pouso Redondo. O tema da CF 2017 é transversal, propício e nos dá subsídios para a discussão em todos os projetos.
A Apremavi está cada vez mais se tornando uma referência para visitas técnicas e de estudos, não só para acadêmicos, mas também para agricultores, professores, técnicos e profissionais de diferentes áreas. Ao longo dos quase 30 anos, a instituição já recebeu a visita de milhares de pessoas de diferentes estados do Brasil e exterior.
05/03/2010 | Notícias
Marcos Odorizzi, agrônomo de profissão, mora com sua família num sítio, do qual tiram o sustento, em Ribeirão Varginha, no município de Dona Emma (SC). Adepto da agricultura natural, Marcos explica que em sua propriedade procura o máximo possível evitar a dependência de insumos externos.
Visitando a propriedade é possível observar esse fato, começando pela adubação. O processo é bastante interessante. As galinhas poedeiras são servidas com húmus de minhocas (adoram o petisco) assim, acrescentam esterco nitrogenado ao já decomposto húmus. O resultado disso é um excelente adubo que é aplicado na propriedade. Cabe lembrar que a matéria prima do húmus é o esterco de gado proveniente da produção leiteira, que é a principal fonte de renda da propriedade.
Culturas agrícolas como milho, feijão, batata-doce, abóboras, morangas, mandioca, batatinha, beringelas e tomates, são exemplos de alimentos que servem à mesa da família.
Cerca de 70% da propriedade está coberta com floresta nativa. Uma parte foi restaurada com apoio da Apremavi. Em termos convencionais alguns diriam que ele está perdendo área agrícola, mas com uma forte convicção Marcos e sua família sabem que estão conduzindo a propriedade de forma a respeitar os limites da natureza, ganhando em produtividade e na produção saudável de alimentos.
As conversas nas visitas ao Marcos e sua família sempre se alongam. São vários assuntos, muitas coisas a serem vistas, o tempo parece voar. Uma vez, contando histórias sobre caçadas clandestinas feitas das quais o sítio é alvo constantemente, Marcos entrou em um galpão e nos disse: – Venham aqui quero mostrar algo para vocês!
A cena era inacreditável. Enormes armadilhas confeccionadas com ferros de construção soldados para capturar tatus, pacas, cutias e outros animais silvestres. Marcos mostrou uma que pesava uns 25 kg aproximadamente. Sem dúvida o que estava armazenado em seu galpão era um verdadeiro arsenal de captura de animais silvestres. Ele informou que as armadilhas de madeira ele as destrói no mato, como é impossível destruir as de ferro ele as coleciona para que jamais possam ser utilizadas novamente. Segundo ele, ainda existe na região um verdadeiro comércio ilegal de espécies nativas, que se não for banido continuará a estimular a caça e a destruição da fauna.
Além da virtude de ser um protetor isolado da fauna na localidade, Marcos também é um exímio parceiro na restauração da Mata Atlântica. Com sua esposa Ruth, 10 filhos e um netinho contribuem a cada dia no plantio de árvores nativas na propriedade.
Os primeiros plantios foram feitos há 3 anos, hoje já se vêem frutíferas como araçás, pitangas produzindo frutos, e canafístulas e paus-cigarras embelezando a propriedade com lindas florações. Ipês, louros, cedros, perobas, uvaias, guabirobas, canelas, bracatingas, entre outras fazem parte da diversidade da flora restaurada. Algumas árvores já atingem 5 metros de altura.
A família estruturou e mantém um pequeno viveiro de mudas nativas, com cerca de 10.000 mudas, que são doadas para alunos quando escolas visitam a propriedade e também para venda. Outra beleza mantida na propriedade é uma coleção de orquídeas, que recebe o cuidado especial da Dona Ruth. O mais interessante da coleção é que a maior parte dos exemplares foi resgatada de árvores caídas, nos desmatamentos para plantio de exóticas, ainda de certa forma comuns na região do Vale Norte.
Como todo ser humano tem sonhos e planos, a família do Marcos, dentre vários planos, pensa em um futuro próximo poder trabalhar com o turismo rural na propriedade. Os elementos para fazer isso eles já tem: uma propriedade bonita, onde a natureza é bem tratada e uma família hospitaleira e acolhedora e diga-se de passagem, uma grande família Amiga da natureza.
Fotos: Leandro Casanova e Tatiana Arruda Correia
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12/08/2009 | Notícias
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), desde sua criação, sempre teve como missão demonstrar que a recuperação da Mata Atlântica é possível. Uma das primeiras idéias foi a criação de um viveiro de mudas nativas que viesse a atender essa demanda. Isso começou com a produção simbólica de 18 mudinhas em fundo de quintal no município de Ibirama (SC) no ano de 1987.
Por questões de logística o viveiro de mudas nativas da Apremavi foi transferido para Atalanta e, para estruturar todo esse trabalho, houve a necessidade de contratar mão-de-obra. Era necessário encontrar alguém que conhecesse as árvores nativas, épocas de floração e frutificação, que soubesse sobre beneficiamento de sementes nativas, como fazer sementeiras, enfim, tudo o que é necessário para produzir mudas nativas. Até aí tudo certo, mas a questão era encontrar uma pessoa. Quem teria sensibilidade e algum conhecimento prático para começar tal trabalho? Haveria alguém com essas aptidões? É aí que entra em cena o nosso personagem desse mês: Mauri da Luz.
Mauri foi contratado em 1991 pelo casal Wigold Schaffer e Miriam Prochnow, para cuidar da sua propriedade, em Atalanta. Antes disso, ele já havia trabalhado na agricultura e também como auxiliar de mateiro. Ele conta que sempre que tinha tempo vago, aproveitava para andar pela floresta. Começou aí um laço de amor e respeito com a natureza. Em suas caminhadas pelos remanescentes de mata nativa da região sempre trazia sacolas cheias de sementes de cedro, peroba, sassafrás, pitanga, ipê, canela, enfim, sementes das mais diversas espécies. Estas sementes, a partir de 1992, ele próprio ajudava a semear no Viveiro Jardim das Florestas que a Apremavi acabara de implantar em Atalanta.
Mauri fala que no início não tinha conhecimento sobre a atividade de coletar sementes e produzir mudas nativas, o meu trabalho era cuidar da propriedade, mas quando sobrava um tempinho eu saía pelos matos atrás de sementes.
Mais forte que o conhecimento, ainda então pouco, considerando a falta de experiência nessa atividade, foi a dedicação e persistência demonstrados por ele no singelo trabalho de reproduzir as árvores nativas da Mata Atlântica.
Desde logo, entusiasta com o trabalho, envolvia também a sua família nas tarefas de coleta de sementes, enchimento de saquinhos, construção de sementeiras, canteiros e nos cuidados com as mudinhas plantadas.
Leandro, técnico da Apremavi, lembra que certa vez quando foi acompanhar o Mauri em uma de suas coletas de sementes ficou impressionado com o olho clínico dele para enxergar as sementes de canela-preta, eu olhava, olhava e não conseguia achar as sementes, em pouco tempo no semblante do Mauri um sorriso largo, mostrando que já estava com seu baldinho cheio de sementes.
Sem sombra de dúvida o Mauri é um pioneiro na produção de mudas nativas. A sua dedicação e obstinação por esse trabalho fez dele um profundo conhecedor e profissional experiente na arte de promover o ressurgimento das florestas.
Perdeu-se as conta de quantas vezes o Mauri pediu para sair da Apremavi, sem exagero umas seis vezes. Seis vezes saiu, mas seis vezes retornou. Não adianta, está no sangue das veias o amor por essa arte singela: coletar sementes e produzir mudas nativas, o que intuitivamente significa promover a vida e perpetuar a biodiversidade da Mata Atlântica.
Profissionalismo a parte, o Mauri é uma figura dessas televisivas. Tristeza é uma palavra que não existe em seu vocabulário, que o digam seus colegas de trabalho. Trabalhar com Mauri garante uma rotina sem estresse. É claro que é difícil algum colega escapar de suas piadas.
Para a Apremavi é importante contar com uma pessoa que há tantos anos tem colaborado para preservação e recuperação da natureza. A Mata Atlântica e as futuras gerações agradecem….
Por isso tudo, Mauri da Luz é um Amigo da Natureza.
Fotos: Miriam Prochnow e arquivo da Apremavi.
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