Mais de 80 participantes, entre prefeitos, vices, secretários e técnicos de 23 municípios do Alto Vale do Itajaí participaram hoje, 13 de setembro, do encontro “O Papel dos Municípios no Desenvolvimento Sustentável e Preservação Ambiental”, em Atalanta. A promoção da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi) foi a primeira atividade do Centro Ambiental Jardim das Florestas, que será inaugurado oficialmente amanhã, 14 de setembro, às 9h30.

A reunião serviu para uma inusitada consulta. “A Apremavi quer saber se os municípios teriam interesse de participar de um programa de capacitação ambiental, a ser desenvolvido por nós em conjunto com os municípios”, indagou a coordenadora de políticas públicas da entidade Miriam Prochnow. “Quais seriam os temas prioritários, quais as formas de colocar em prática?” perguntou. De imediato, o presidente da Amavi e prefeito de Taió Hugo Lembecke, adiantou: a associação tem todo interesse em participar e auxiliar na construção de um projeto.

As duas associações já fizeram muitas ações em conjunto. A Amavi congrega 28 municípios de uma região com 300 mil habitantes, onde estão localizadas as nascentes do rio Itajaí-açú. O presidente da União das Câmaras de Vereadores do Alto Vale do Itajaí (Ucavi) Dimas Becker também manifestou interesse em incluir os 254 legisladores da região no projeto.

O evento teve uma expressiva participação da plateia, que fez diversas perguntas e colocações para os painelistas João Paulo Capobianco e João de Deus Medeiros, ambos com experiência no executivo federal na área ambiental. Estiveram presentes representantes de Atalanta, Agrolândia, Agronômica, Aurora, Braço de Trombudo, Chapadão do Lageado, Dona Emma, Ibirama, Imbuia, Ituporanga, José Boiteux, Laurentino, Lontras, Presidente Getúlio, Rio do Campo, Rio do Oeste, Rio do Sul, Salete, Taió, Trombudo Central, Witmarsum e Vitor Meireles.

Capobianco parabenizou a Apremavi pela iniciativa, ainda mais dentro da programação de abertura do Centro Ambiental. Confessou estar impressionado com a estrutura do espaço, construído apenas com recursos da iniciativa privada e de colaboradores. Ele afirmou não conhecer nenhuma outra organização no Brasil ou no exterior que tenha conseguido essa façanha – erguer um prédio de três pavimentos com amplas instalações nessas condições.  

O biólogo, que foi secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, falou sobre os atributos de uma boa governança e citou o programa Cidades Sustentáveis, desenvolvido pelo movimento Nossa São Paulo e PUCSP, como um exemplo a ser seguido. E sugeriu aos participantes a se perguntarem: “O que eu quero deixar como legado? Quero ser lembrado pelo quê?” Com essa reflexão, ele acredita que os governantes compreenderiam mais o quanto é necessário se pensar enquanto parte de uma rede, em busca de soluções efetivas para problemas coletivos.

Já João de Deus explicou a importância da implementação dos Planos Municipais da Mata Atlântica, já que a região está na vanguarda de iniciativas ambientais em relação a outras do país. Para se ter uma ideia, muito antes do novo Código Florestal, a Amavi já realizava o Cadastro Ambiental Rural (CAR), inclusive veio dessa experiência a introdução do CAR na legislação. O professor da UFSC salientou que a região é a única do país em que os dados ambientais estão sistematizados. Devido ao trabalho da Amavi, “já se tem meio caminho andado”, assegurou.

Para ele é necessário difundir o quanto os remanescentes podem melhorar a qualidade de vida do município. Com a elaboração dos planos municipais, será possível saber a situação de áreas críticas – tanto de inundação e deslizamentos, exemplificou. Para serem viabilizados, conforme manda a legislação, os planos podem ser elaborados em parceria com organizações da sociedade civil e deverão ser aprovados pelos Conselhos Municipais de Meio Ambiente.

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