O Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, localizado em Atalanta (SC), é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral. Possui uma área de 54 hectares, foi criado no ano de 2000 e é administrado pela Apremavi, através de um Termo de Parceria com a Prefeitura Municipal de Atalanta.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) determina que cada UC deve ter um Plano de Manejo, que é o documento técnico que estabelece o zoneamento e os usos e atividades que poderão ser realizadas na área. O Parque Mata Atlântica teve seu primeiro Plano de Manejo elaborado logo após sua criação. Foi este plano que determinou as áreas a serem utilizadas para visitação, conservação, pesquisa e recuperação, além de estabelecer normas para cada atividade. Os planos de manejo devem ser revisados e atualizados periodicamente e é esta atualização que esta sendo feita no Parque. Até o momento foram realizadas as seguintes pesquisas na área: levantamento florístico, realizado por Leandro da Rosa Casanova e Geraldo Sauer, levantamento de anfíbios, realizado por João Carlos Marocco e levantamento de peixes, realizado por Cristiano Ilha. Também foi elaborado, sob a coordenação de Edinho Schaffer, um novo mapa da UC, através do uso do sistema de coordenadas geográficas. Os trabalhos foram acompanhados por Jaqueline Pesenti, Edilaine Dick e Marcos Alexandre Danieli.
No levantamento florístico foram identificadas 100 espécies florestais nativas, pertencentes a 41 famílias botânicas, compreendendo 75 gêneros. Além disso, houve o registro da espécie Sinningia macropoda, popularmente conhecida como rainha-do-abismo, uma planta que vegeta em habitats de paredões rochosos e úmidos. Trata-se do segundo registro dessa planta para Santa Catarina.
O Parque é cortado pelo rio Dona Luiza, responsável pela formação da cachoeira Perau do Gropp, principal atrativo turístico com 41 metros de queda livre. No rio Dona Luiza foram identificadas espécies de peixes como o lambari (Astyanax gr. Scabripinnis), a traíra (Hoplias malabaricus), o barrigudinho (Phalloceros caudimaculatus), o cará (Geophagus brasiliensis), o jundiá (Rhamdia quelen), o cascudo (Hypostomus isbrueckerii) e o cascudo-violinha (Rineloricaria sp.).
Dentre os anfíbios, foram identificadas as seguintes espécies indicativas de ambientes em bom estado de conservação: o sapo-de-chifres (Proceratophrys boiei), a perereca (Hypsiboas bischoffi) e a perereca-de-olhos-vermelhos (Aplastodiscus perviridis).
O levantamento de aves e mamíferos ainda precisa ser aprofundado, mas já foram encontradas várias espécies popularmente conhecidas como o macaco prego, a lontra, o tatu, a coruja murucututu-de-barriga-amarela, o tangará-dançador e o jacu.
Para a conclusão da nova versão do Plano de Manejo existe a necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas no parque relativas à fauna, flora, recursos hídricos, geologia e geomorfologia, dentre outros.
A Apremavi está em busca de parcerias com instituições de ensino e pesquisadores que tenham interesse em realizar estudos na área do parque. Para maiores informações e interesse em pesquisas no Parque Mata Atlântica entre em contato através dos emails: jaque@apremavi.org.br ou edilaine@apremavi.org.br ou do fone (47) 3535-0229.