Os serviços ambientais são os benefícios que a natureza presta de forma gratuita, silenciosa e permanente. Muitas vezes as pessoas se apropriam e utilizam desses benefícios da natureza mesmo sem notar ou saber que isso são serviços ambientais.

A água que bebemos, a madeira que usamos, os alimentos que consumimos são serviços ambientais. Outros serviços ambientais são a paisagem que apreciamos, a regulação climática, a purificação do ar, a captura do carbono pelas plantas, a polinização das plantas, entre muitos outros. Proteger e preservar esses serviços prestados pela natureza é fundamental para o equilíbrio do planeta e para a sobrevivência da espécie humana.

Em Santa Catarina, uma das iniciativas de pagamento pela proteção das florestas e dos serviços ambientais associados é do Projeto Corredores Ecológicos, implementado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), no âmbito do programa SC Rural.

O projeto prevê um apoio financeiro aos proprietários que participam do programa SC Rural e se dispõe a manter as florestas nativas ou a recuperar áreas degradadas como as matas ciliares. São priorizados proprietários rurais que residem em áreas importantes para manter ou aumentar a conectividade entre remanescentes de vegetação nativa.

Para participar do projeto, as propriedades passam por uma vistoria técnica onde são avaliadas as características e os critérios de elegibilidade e é feito o cadastramento pela Fatma. Nesta primeira etapa foram selecionadas seis propriedades rurais.

Programa de PSA ajuda a presevar a Floresta com Araucárias. Foto Wigold Bertoldo Schaffer.

Os primeiros três pagamentos foram feitos aos irmãos Dorival, Lídia e Maria Goretti Schiessl, agricultores familiares do município de Bela Vista do Toldo, localizado no Corredor Ecológico Timbó, garantindo a conservação de 9 hectares de Floresta com Araucárias. Cada um vai receber R$1.023,75 por ano (renovável por três anos) para cuidar e manter três hectares de matas nativas em cada uma de suas propriedades. Os outros três agricultores já contemplados são Nelson Jesus dos Santos, Vilmar dos Santos Nascimento e Adão Antônio de Sá, do município de Passos Maia, localizado no Corredor Ecológico Chapecó, resultando na conservação de mais 7 hectares de floresta nativa. Na região de Passos Maia o projeto conta com a participação da Cooperativa dos Trabalhadores da Reforma Agrária de Santa Catarina (COOPTRASC) e da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi). 

Segundo Shigueko Ishy, coordenadora do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais dos Corredores Ecológicos da Fatma, o objetivo é unir a conservação da natureza ao desenvolvimento local e regional, integrando o desenvolvimento econômico à conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos.

Os três beneficiários do município de Bela Vista do Toldo foram homenageados durante o seminário de capacitação sobre Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), ocorrido em Canoinhas, no dia primeiro de abril de 2015. Na oportunidade, Wigold Bertoldo Schaffer, Coordenador do Conselho Consultivo da Apremavi, proferiu uma palestra sobre a situação ambiental atual e a metodologia do enriquecimento ecológico de florestas secundárias da Mata Atlântica.

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