A Mata Atlântica é uma das regiões ecológicas mais ricas em biodiversidade do planeta. Originalmente estava presente em 17 estados, ocupando 15% do território brasileiro.

Atualmente, restam aproximadamente 8% da área original em fragmentos florestais acima de 100 hectares e bem conservados. Quando considerados os fragmentos de floresta natural acima de três hectares, em todos os estágios de conservação, este índice chega a 14%.??Cerca de 70% dos brasileiros moram em região de ocorrência da Mata Atlântica e dependem da sua conservação para a manutenção de diversos serviços ambientais, como a regulação do clima, da temperatura, das chuvas e a fertilidade dos solos, além de auxiliarem na proteção de escarpas e morros e na manutenção de nascentes e mananciais de água.

Santa Catarina encontra-se 100% em área pertencente à Mata Atlântica, compreendendo as diferentes regiões, desde a floresta do litoral até a floresta com araucárias e as florestas semideciduais do oeste, incluindo ainda manguezais, restingas e campos de altitude.

De acordo com levantamentos realizados pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Santa Catarina possui 23% de remanescentes da Mata Atlântica. Os novos dados do desmatamento, que mostram que SC continua entre os estados que mais desmatam, podem ser acessados aqui.

Conheça também a Carta da Mata Atlântica 2014, que aponta as medidas emergenciais para o Bioma.

O intenso histórico de desmatamento provocou a fragmentação das florestas e a acentuada perda qualitativa nas florestas catarinenses. Muitas espécies tornaram-se raras e várias já não são mais encontradas em áreas que estão em regeneração. Destaca-se também um acentuado processo de erosão genética, de espécies como canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-sassafrás (Ocotea odorifera), imbuia (Ocotea porosa), araucária (Araucaria angustifolia) e palmito (Euterpe edulis), as quais encontram-se na lista de espécies ameaçadas de extinção.

No Alto Vale do Itajaí, colonizado a partir do século XX, em menos de 100 anos de “crescimento econômico” foram destruídas aproximadamente 80% das florestas da região, reduzindo também várias espécies de animais e extinguindo outras localmente, como a onça-pintada e a anta.

As enchentes, fenômeno secular na região, passaram a ocorrer cada vez com mais freqüência. Isso pode ser explicado pela diminuição da infiltração da água no solo e o assoreamento dos rios, resultado direto da falta de cobertura florestal – especialmente matas ciliares, do não controle de erosão e da construção sem o planejamento adequado de estradas e cidades.

A conservação da Mata Atlântica na nossa região depende da ampliação de áreas protegidas, através de ações para evitar o desmatamento, a recomposição da Reserva Legal, a restauração de Áreas de Preservação Permanente, além da criação de novas Unidades de Conservação. Estas ações são essenciais para a conservação dos remanescentes da Mata Atlântica e a formação de mosaicos e corredores ecológicos.

É fundamental que se dê uma chance para que a Mata Atlântica retome seu lugar e assim possa desempenhar seu papel maior que é o de prover os serviços ambientais que garantem o bem-estar das populações e a conservação da biodiversidade.

Neste dia 27 de maio, dê uma atenção especial à floresta em que vivemos e ajude a preservar este precioso bem comum.

A biodiversidade da Mata Atlântica
20.000 espécies vegetais.
8 mil espécies de plantas endêmicas (aquelas que não ocorrem em nenhum outro lugar do planeta).
1,6 milhões de espécies de animais, incluindo os insetos e demais invertebrados.
120 milhões de brasileiros dependem da água que nascem em seu interior.

O Espaço Apremavi é publicado quinzenalmente no Jornal Diário do Alto Vale.

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