Quem transita pela PRC 280 entre Palmas e Clevelândia se depara com sinalização diferenciada na pista da rodovia nas proximidades da Erva Mate Pagliosa e Trevo do Rincão. Numa extensão de 600 metros foram aplicadas faixas sonorizadoras e instaladas placas chamando atenção dos motoristas para a necessidade de redução da velocidade no local. O objetivo é proteger os animais silvestres oriundos da Estação Ecológica Mata Preta, no município de Abelardo Luz (SC) de atropelamento por veículos.

Conforme o Analista Ambiental, Antonio de Almeida Correia Júnior, a ação foi desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), unidade de Palmas, DER – Departamento de Estradas de Rodagem e Ministério Publico Federal que há dois anos buscam reduzir o número de mortes de animais nas rodovias e estradas localizadas no entorno da Unidade de Conservação Federal (UC). O projeto prevê, além da  sinalização nas áreas mais críticas, a promoção de campanhas educativas através do meios de comunicação, centros de formação de condutores e escolas.

Conforme Correia Junior, o monitoramento vem sendo feito desde 2009, quando foram selecionados três trechos das rodovias PRC-280 e SC-155 e dois trechos de estradas rurais, totalizando 78 quilômetros de extensão entre Palmas, Clevelândia e Abelardo Luz.  “Ainda estamos aguardando um posicionamento do Deinfra – Departamento de Infraestrutura para implantação de sistemas também na rodovia que liga o trevo do Rincão ao município de Abelardo Luz”, disse ele. Durante o período já foram registrados aproximadamente 600 atropelamentos de animais.


Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) atropelado na região da ESEC (forma melanística). Foto: Antonio de Almeida Correia Junior.

Explicou que os trechos são percorridos com o veículo da unidade de conservação uma vez por dia semanalmente e havendo possibilidade, mais de uma vez por semana. Os atropelamentos são localizados e georreferenciados e os animais são identificados. Com estas e outras informações é montado um banco de dados sobre fauna que inclui fotografias dos atropelamentos, dos avistamentos e de rastros.

As espécies mais afetadas são o graxaim, o gambá, o tamanduá-mirim, o tatu galinha, tatu peludo e gato do mato pequeno. Foram também registradas cinco espécies ameaçadas de extinção, como a jaguatirica, gato do mato pequeno, gato palheiro, onça parda e papagaio do peito roxo.

Conforme ele o redutor instalado está em fase experimental e será feito monitoramento dos veículos para verificar a velocidade e o impacto na redução dos atropelamentos da fauna e em breve serão instalados de pelo menos mais três trechos de sinalizadores na PRC 280, sendo mais um entre Palmas e Trevo do Rincão e outros dois até Clevelândia. Também será revitalizada uma passagem subterrânea de fauna que está localizada na rodovia na altura do município de Clevelândia. “A passagem já existe, mas está alagada e agora o DER deve promover a reabertura”, salientou Correia Junior.

O atropelamento de fauna nativa nas estradas da região da ESEC Mata Preta é uma das ameaças diagnosticadas em seu Plano de Ação para Conservação (PCA), que indica como ação estratégica a sinalização da existência e limites da ESEC nas estradas e área do entorno, bem como, o alerta sobre a presença de fauna nativa. Este documento foi elaborado pela Apremavi e Cinco Reinos Pesquisas e Serviços Ambientais, com anuência e parceria do ICMBio e pode ser acessado aqui: PCA ESEC Mata Preta.

Link da matéria original, aqui.

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