FLONA de Chapecó resgata sua história

Vamos fazer um Fogo de Chão,
com mateada e pinhão…
Pra ouvir dos mais antigos
as histórias da FLONA de Chapecó,
a intenção de seu começo
e desenvolvimento na região
Prá fechar, um carreteiro…
Contamos com sua participação!

O convite acima resume o sentimento do encontro promovido pela gestão da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, neste dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

O encontro foi realizado na sede desta Unidade de
Conservação (UC), em Guatambu (SC), e teve como objetivo reunir seu conselho consultivo, moradores da comunidade e funcionários mais antigos, proporcionando um momento de integração e aproximação com a história da FLONA, contada por quem ajudou a construí-la.

Entre conversas e contação de histórias, em volta de um Fogo de Chão acompanhado de pinhão e chimarrão, em referência à cultura local e para amenizar o frio, os participantes puderam “viver e reviver” a história da FLONA em seus momentos iniciais, a partir de “causos” contados pelos Srs. Oscar Ribeiro de Melo, José Celias Vaz, e Alcides Machado da Silva, primeiros funcionários da FLONA, e Sr. Onório Heuko e João Chaves que trabalham na área desde a criação da FLONA, em 1968, e tem profundo conhecimento desta.

Dentre as histórias, contaram sobre o período em que parte da mata nativa existente na área foi cortada para dar lugar aos plantios experimentais de pinus, eucalipto e araucária, por motivação governamental em testá-los sob diferentes condições de cultivo, pois na época (década de 1960), quando a área passou pela administração do Instituto Nacional do Pinho (INP) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), havia a intenção e preocupação com o abastecimento florestal do país.

Relataram que nesta época, o desenvolvimento e instalação das serrarias na região intensificou significativamente a exploração da madeira disponível na mata nativa, com destaque para o pinheiro brasileiro (araucária), que então poderia ser processada, gerando a necessidade de desenvolver espécies de rápido crescimento, num contexto de crescente demanda por madeira, identificando um vínculo com a questão ambiental para FLONA à época.

Partilharam que a produção desenvolvida na FLONA não foi só dos plantios para produção de madeira, mas também a produção de mudas que abastecia a própria FLONA e o mercado da região, e, em alguns períodos a produção de erva mate.

Os plantios de pinus ainda podem ser vistos na FLONA, como os localizados às margens da rodovia SC 283, em sua entrada principal. É importante, contudo, o entendimento de que a existência dessas espécies exóticas na UC está relacionada ao seu contexto histórico, e que atualmente, a FLONA possui outros objetivos, pautados no uso múltiplo dos recursos florestais, na pesquisa científica, com ênfase em métodos de manejo florestal sustentável, além do fomento à educação ambiental e ao uso público.

Esses relatos em roda de conversas, além de outras entrevistas realizadas no dia, foram registrados e farão parte do vídeo que está sendo produzido para contar um pouco da história desta UC, de suas características gerais e importância para a região. O vídeo está sendo produzido pela Sombrero Filmes, no âmbito do projeto de Gestão Participativa em UCs, conduzido pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), tendo como objetivo a divulgação da FLONA para a sociedade em geral, especialmente aos moradores das comunidades vizinhas, escolas e demais pessoas que possuem relação com a UC.

O encontro promovido entrou para a história da FLONA e certamente para as pessoas que participaram do evento, representando a intenção da gestão desta UC em valorizar a história desta área, das pessoas que fizeram parte de sua história e da disponibilidade em ser parceira dos moradores da região onde se insere.

Para Fabiana Bertoncini, gestora da FLONA de Chapecó, a ideia da realização do evento se fundou na oportunidade imperdível que representa a disposição de servidores que acompanharam a FLONA desde o seu início, para socializar suas experiências e vivências, diante dos mais de 50 anos da UC. O Conselho Gestor da FLONA, na busca do entendimento do legado existente na UC e das perspectivas de sua gestão, demandou este entendimento do histórico.

Destaca ainda que o evento possibilitou de maneira fácil e agradável esta apropriação da história, o entendimento de sua missão/vocação desenvolvida ao longo do tempo, frente a diversos contextos políticos e mesmo históricos. O resgate e a valorização da história oral da FLONA nos dá este sentido de realidade dinâmica, não a partir da renegação do passado, mas de sua incorporação num processo de desenvolvimento contínuo de adaptação e aprimoramento diante das mudanças da sociedade e do ambiente.  Esta história partilhada se constitui em bagagem que não representa um fardo, mas sim experiência que nos habilita ao presente e futuro.   

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Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

O Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada (SC), é uma Unidade de Conservação (UC) criada através do Decreto Federal de 19 de outubro de 2005, abrangendo uma área aproximada de 12.841 hectares.

Esta UC tem como principal objetivo a preservação de importantes remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucárias) e toda a biodiversidade que nela existe, bem como de seus recursos hídricos, que formam a Bacia Hidrográfica do Rio Chapecó, proporcionando assim, espaço para o desenvolvimento de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, turismo ecológico e o contato direto com a natureza.

O PARNA das Araucárias conta com um conselho consultivo, criado com o objetivo de auxiliá-lo no alcance de seus objetivos. Este conselho é formado por entidades governamentais e da sociedade civil, sendo realizadas três reuniões ordinárias por ano, e extraordinárias sempre que solicitadas, de acordo com seu regimento interno.

Atualmente, encontra-se aberto o processo de renovação do conselho do Parque, no período de 01/05/2012 a 13/07/2012.

Como parte deste processo de renovação, nos dias 09 e 10 de maio de 2012, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveram reuniões com as comunidades vizinhas ao Parque Nacional das Araucárias, para falar sobre este processo de renovação do conselho, bem como, socializar informações sobre a gestão do Parque e esclarecer as dúvidas dos proprietários.

Participaram das reuniões proprietários e moradores das comunidades Santo Antonio, Rio do Poço e assentamentos Conquista dos Palmares, Sapateiro, Zumbi dos Palmares e 29 de Junho, de Passos Maia, e comunidade Granja Berté e Linha Caratuva, de Ponte Serrada.

No convite para participar do processo de renovação do conselho, alguns moradores demonstraram interesse em representar as comunidades, assumindo uma importante responsabilidade, de servir de elo de ligação entre a UC e seu grupo ou entidade de representação.

Desta forma, a Apremavi e o ICMBio convidam as instituições já integrantes do conselho a manifestarem continuidade ou desligamento deste espaço, assim como, convidam demais instituições da sociedade civil, representantes comunitários, dos proprietários de imóveis inseridos na UC e entidades governamentais interessadas e que tenham relação com o Parque a se manifestarem formalmente até o dia 13 de julho de 2012, com Ricardo Castelli Vieira (ICMBio), ricardo.vieira@icmbio.gov.br / (48) 3282-9002; ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi), marcos@apremavi.org.br / (49) 8834-8397.

Os representantes das entidades interessadas em integrar o conselho serão convidados a participar da oficina de renovação do conselho, em data e local a serem comunicados, sendo necessário o comprometimento e participação destes nas diversas atividades relacionadas ao conselho e Parque.

Autor: Marcos Alexandre Danieli.
Contribuição: Edilaine Dick e Alanza Mara Zanini.

Apremavi promove visita à região do Parque Nacional das Araucárias

No dia 11 de maio de 2011, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu a visita do conselho consultivo do Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann à região do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada.

A visita teve como objetivo promover a aproximação entre Unidades de Conservação (UCs), a partir do conhecimento das características gerais do Parque Nacional das Araucárias e sua zona de amortecimento, ação prevista no projeto de Gestão Participativa que está sendo desenvolvido pela Apremavi.

O Parque Nacional das Araucárias foi criado em outubro de 2005 e seu Plano de Manejo e Conselho Consultivo oficializados em 2010. Contudo, o parque ainda não está aberto à visitação, pois ainda não foi realizada a devida indenização da área. A visita em questão, de caráter educacional, foi realizada a partir de contatos aos proprietários de áreas situadas no interior do parque e lideranças locais.

O evento contou com a participação de conselheiros do PE Fritz Plaumann, equipe da Apremavi, representantes do Projeto Filó e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão da UC. Outra convidada inesperada foi a chuva, que acompanhou todo o trajeto e não permitiu a visita ao interior do Parque.

Os visitantes foram recepcionados em Ponte Serrada com um café colonial. Na sequência, Edilaine Dick, da Apremavi, e Antonio de Almeida Correia Jr, do ICMBio, deram as boas vindas e apresentaram os objetivos da visita e o contexto da UC, numa fala enriquecida com o vídeo “O Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica Mata Preta”, passado aos participantes contando um pouco da história da UC.

A visita iniciou na comunidade Linha Caratuva, em Ponte Serrada, área que integra a Zona de Amortecimento do Parque. Neste local pode-se ter uma vista do Parque, e discutiu-se principalmente os impactos que os javalis estão causando na área a UC e aos cultivos agrícolas dos moradores das comunidades vizinhas.

Em seguida, o grupo foi recepcionado pelo Sr. Amarildo Zanchett e sua esposa Neuza C. Zanchett, agricultores de Passos Maia que compartilharam suas histórias de vida, relação com a região e sobre a diversidade de produtos de sua propriedade, que abastecem a merenda escolar, moradores da região e a Casa Colonial deste município, a partir da Associação de Agricultores e Produtores Familiares de Passos Maia.

O almoço foi servido pela Associação Amigos do Cavalo, de Passos Maia. O Sr. José Arcari, representando a associação, contou a história de formação da entidade e ressaltou a importância da amizade e companheirismo entre os associados para a garantia de sua existência e continuidade.

À tarde, a visita prosseguiu com a visita ao centro de Passos Maia, especialmente a Praça Municipal e a Igreja São Jorge, toda construída em madeira, finalizando com a visita à Casa Colonial de Passos Maia, que comercializa diversos produtos dos agricultores do município.

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Parque Estadual das Araucárias vai renovar seu conselho

O Parque Estadual (PE) das Araucárias é uma Unidade de Conservação (UC) estadual criada pelo Decreto nº 293 de 30 de maio de 2003 e localiza-se nos municípios de São Domingos e Galvão (SC), abrangendo uma área de 625,11 hectares.  

Tem como objetivo conservar uma amostra de Floresta com Araucárias, bem como, promover atividades de educação ambiental com a comunidade do entorno, pesquisas científicas e extensão e contribuir para a proteção dos recursos hídricos da bacia do Rio Jacutinga. O parque também objetiva contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico da região, apesar de oficialmente ainda não estar aberto para visitação.

O conselho consultivo do PE Araucárias foi formado em 2008, sendo composto por diversas instituições governamentais e da sociedade civil com atuação na região do Parque. O conselho é principalmente um espaço de participação da sociedade na gestão da UC, tendo como objetivo principal auxiliar o Parque no cumprimento de seus objetivos de criação.

Atualmente, encontra-se aberto o processo de renovação do conselho do Parque, no período de 01/03/2012 a 20/03/2012.  Dessa maneira, convidamos as instituições já integrantes do conselho a manifestar continuidade ou desligamento deste espaço, assim como, convidamos demais instituições da sociedade civil, representantes comunitários, dos proprietários de imóveis inseridos na UC e governamentais interessadas e que tenham relação com o Parque a se manifestarem formalmente até o dia 20 de março de 2012, entrando em contato diretamente com a representante da FATMA e chefe do PE Araucárias, Patrícia Maria Soliani, através do telefone (48) 3216-1755 ou e-mail: patricia@fatma.sc.gov.br ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi) marcos@apremavi.org.br (49) 8834-8397.

Ressaltamos que as entidades interessadas em integrar o conselho deverão indicar dois representantes, sendo necessário o comprometimento e participação destes nas diversas atividades relacionadas ao conselho e Parque, bem como, da oficina de renovação do conselho, a ser realizada no dia 28 de março de 2012, em local a ser informado.

Esse processo de renovação do conselho está sendo conduzido pela Fundação do Meio Ambiente de SC (FATMA) em parceria com a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), por meio do projeto “Integração de Conselhos e Comunidades na Gestão Participativa de UCs ”, que tem como objetivo principal o fortalecimento dos conselhos consultivos envolvidos.

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Pesquisas aumentam conhecimento sobre o PARNA das Araucárias

De 06 a 10 de fevereiro de 2012, pesquisadores da Unochapecó e analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estiveram no Parque Nacional das Araucárias para mais uma etapa de pesquisas.

Dentre as pesquisas, destaca-se o inédito inventário da comunidade de peixes dos corpos d’água do PARNA e o estudo de composição, abundância e diversidade de macroinvertebrados aquáticos, com ênfase em odonatofauna, as conhecidas libélulas, conduzidos, respectivamente, pelos mestrandos Jerri Andre Berto e Bruna Laís Turra, ambos orientados da Profª Dra. Gilza Maria de Souza Franco, do programa de Mestrado em Ciências Ambientais da Unochapecó.

Segundo Jerri Andre Berto, as pesquisas com peixes são importantes, pois poucos são os estudos para a região, onde em grande parte, o conhecimento se deve a inventários superficiais realizado por empreendimentos hidrelétricos. Conhecer a diversidade de peixes, sua distribuição e sua abundância é importante, pois se podem sugerir ações para preservação e recuperação da fauna íctica.

De acordo com Bruna Laís Turra, pesquisas com macroinvertebrados aquáticos são de extrema importância por serem bioindicadores de qualidade ambiental, ou seja, através deles podemos avaliar a saúde biológica dos corpos d’água. Concomitante às análises biológicas, estão sendo medidas as variáveis físicas e químicas, assim será possível um levantamento detalhado da situação dos ambientes aquáticos do Parque. Devido à carência de estudo no local, esperam-se ótimas contribuições quanto ao conhecimento de diversidade da Odonatofauna (libélulas) e demais macroinvertebrados aquáticos, tanto para o Parque, como para Santa Catarina.

Além destas, destacam-se as pesquisas realizadas durante o projeto de elaboração do Plano de Manejo do PARNA das Araucárias, realizado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) no período de julho de 2007 a março de 2010, com apoio do Subprograma Projetos Demonstrativos – PDA Mata Atlântica. O plano de manejo do Parque foi aprovado em outubro de 2010, sendo uma importante ferramenta de planejamento da Unidade de Conservação (UC), pois traz, inclusive, uma lista de pesquisas prioritárias para o Parque.

Durante a elaboração do plano de manejo foram estudados diversos grupos da fauna e flora (invertebrados aquáticos, anfíbios, aves e mamíferos), contexto socioeconômico da região e potencial turístico, além de informações sobre clima, geologia, geomorfologia, solos e hidrografia.  Estes estudos permitiram verificar a importância do Parque para a conservação da biodiversidade, e da necessidade de novos estudos que aprofundem o conhecimento desta área e auxiliem no planejamento e implementação de estratégias de conservação. Acesse aqui os relatórios destas pesquisas

Em continuidade às prioridades apontadas pelos estudos do plano de manejo, outras pesquisas estão em andamento, como o projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea). Este papagaio não possui registros recentes no Parque, e está ameaçado de extinção.

Segundo Adrian Eisen Rupp, biólogo responsável pelo levantamento de aves para o plano de manejo, a ausência desta espécie no PARNA é atribuída aos impactos causados pela atividade humana, relacionados principalmente à caça, captura, coleta desordenada de pinhões e desmatamentos, fatores que comprometem a viabilidade da manutenção de sua população.

O projeto de reintrodução iniciado em 2010 na R3 Animal, é executado pelo Espaço Silvestre- Instituto Carijós desde 2011 em parceria com ICMBio, IBAMA, Policia Militar Ambiental de Santa Catarina, UFSC e Fundação O Boticário

Destaca-se também a pesquisa relacionada aos javalis (Sus scrofa), que objetiva fornecer subsídios para o manejo destas populações em Santa Catarina, e outra relacionada à identificação de espécies exóticas aquáticas presentes no PARNA.

Segundo Juliano Rodrigues Oliveira, analista ambiental do ICMBio e chefe do PARNA das Araucárias, a expectativa é que mais pesquisas sejam realizadas na área, pois é por meio delas que se aprofundará o conhecimento que se tem desta UC, de sua biodiversidade, da sua importância no contexto da conservação da biodiversidade, de seus potenciais e de estratégias que podem ser implementadas para possibilitar sua conservação a longo prazo.

Contato para interessados em fazer pesquisas no PARNA das Araucárias, através do e-mail juliano.oliveira@icmbio.gov.br, ou pelo fone (46) 3262-5099, em Palmas (PR).

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