A busca por uma alimentação mais saudável tem sido a principal causa do crescimento na procura por produtos orgânicos. A agricultura orgânica tem conquistado cada vez mais espaço no mercado e na vida das pessoas.

Tanto o consumidor quanto o produtor têm visto a agricultura orgânica com bons olhos, pois esse modelo de agricultura não visa apenas a produção de alimentos sem agrotóxicos, mas tem como base o comprometimento em oferecer alimentos saudáveis, manejando de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais. A agricultura cumpre assim, a tarefa de proporcionar segurança alimentar e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Entre os impactos ambientais causados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos estão: a degradação do solo, a contaminação das águas, a perturbação dos processos ecológicos e a perda da biodiversidade. Em relação à saúde humana, a ingestão de alimentos com agrotóxicos pode causar problemas hormonais, vulnerabilidade do sistema imunológico, além de outros distúrbios associados a possíveis substâncias cancerígenas existentes nos defensivos agrícolas.

Para ser considerado orgânico, o produto deve ser produzido sem a utilização de fertilizantes químicos, agrotóxicos ou pesticidas em geral. Na agricultura orgânica são utilizados fertilizantes naturais como, esterco animal, adubação verde e pós de rochas. Também são adotadas práticas como rotação de culturas,  implantação de sistemas agroflorestais, compostagem e controle biológico de pragas, sempre visando o desenvolvimento sustentável da propriedade.

Outra vantagem é que o agricultor consegue produzir um alimento com maior qualidade, mais nutritivo e mais saboroso. A organização dos agricultores para esse novo modelo de agricultura, no entanto, ainda é um empecilho para o sucesso.
Em Atalanta, a Associação de Produtores Agroecológicos Semente do Futuro, fundada em 1999, destaca-se por ser uma das primeiras associações de agricultura orgânica da região do Alto Vale do Itajaí.

Algumas famílias das comunidades de Alto Dona Luiza e Santo Antônio foram as pioneiras nesta área. Apesar dos medos e incertezas, resolveram apostar na agricultura orgânica e hoje colhem os frutos do seu trabalho. Produzem legumes, frutas, verduras, grãos, sucos e geleias, e semanalmente participam de feiras livres nas cidades de Rio do Sul e Blumenau.

Dentre as incertezas da época estavam as dificuldades e dúvidas em relação à transição do sistema tradicional para o agroecológico, a questão da comercialização e a falta de informação e orientação. A Associação de Preservação do Meio Ambiente (Apremavi) foi uma das estimuladoras da iniciativa.

Para o casal Emil e Ursula Berschinock, participantes da associação, ter mudado do sistema tradicional para o agroecológico foi muito bom: “foi uma opção para se ter uma renda melhor, a alternativa para abolir o uso de agrotóxicos da produção e assim melhorar e zelar pela qualidade de vida de nossos familiares. Temos um bom relacionamento com todas as pessoas de todos os locais que frequentamos e a troca de ideias e experiências faz com que tenhamos sempre mais vontade de inovar e buscar novas possibilidades”, afirma Ursula.

Segundo Ana Barth, uma das produtoras, ainda há muito trabalho a ser feito: “o desafio é ampliar e multiplicar nosso leque de produção, bem como influenciar mais agricultores e receptores para este tipo de mercado” conclui Ana.

A Semente do Futuro possui selo de certificação da Rede Ecovida de Agroecologia. A Rede Ecovida atua em mais de 170 municípios, articulando a promoção da agroecologia, o estímulo ao trabalho associativo, a geração de um processo de certificação participativa e a valorização dos mercados locais e da venda direta.

Esta matéria foi publicada no Jornal Diário do Alto Vale no dia 01 de julho de 2014. O Espaço Apremavi é publicado quinzenalmente.

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