Nos dias 24 e 25 de junho de 2015 foi realizada a 4ª Oficina da Rede Gestora (REGE) do Corredor das Araucárias, na sede do Parque Estadual do Guartelá, no Município de Tibagi, na região dos Campos Gerais do Paraná. O evento discutiu a temática “Bacias hidrográficas e pagamento por serviços ambientais (PSA)”.

O objetivo foi a integração entre os participantes, a aproximação das agendas das Unidades de Conservação (UCs) e dos Comitês de Bacia, com os programas de PSA dos Governos dos estados do Paraná e Santa Catarina e iniciativas do terceiro setor. Isso, além proporcionar aos participantes a visita a uma Unidade de Conservação inserida nos limites do Corredor das Araucárias. A oficina foi moderada por Dailey Fischer, mobilizadora da REGE.

O primeiro dia foi dedicado a conhecer a atuação de alguns Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH) e Fóruns inseridos no Corredor, nas falas de Alessandro do Amaral e Silva (CBH Chapecó e Irani/SC); Arnaldo Giovani Rech (CBH Rio Ivaí/PR); Galdino Andrade Filho (CBH Rio Tibagi/PR) e Henrique Simão Pontes (Fórum das Águas dos Campos Gerais).

Para Alessandro do Amaral e Silva, representante CBH dos Rios Chapecó e Irani e Bacias Contíguas e do Fórum da Agenda 21 de Xanxerê, o evento foi muito positivo ao reforçar a importância dos colegiados que atuam na área de recursos hídricos estarem próximos das UCs, melhorando e ampliando as ações dos projetos dentro das áreas da bacia, tendo com isto a otimização dos recursos humanos e financeiros. “Este processo nos proporcionará  condições  de atingir os objetivos propostos na  preservação destas áreas e de novas através dos corredores ecológicos, além de se ter instrumentos, como Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), na qual teremos condições de valorizar os agricultores familiares pelo cuidado que tem eles com suas propriedades”.

Alessandro menciona ainda que o documento que embasa os projetos do Comitê é o Plano de Bacia, na qual o PSA deverá ser inserido para facilitar a implementação  e  atividades nas áreas ameaçadas  e de conflitos pela escassez da água. “Esta ação melhorará e dará condições  de atingir um público maior da sociedade e com isto as  Unidades de Conservação terão grande importância para apoiar a capacitação deste público e contribuir com projetos de Educação Ambiental”, finaliza.

Outro aspecto abordado na oficina foi a necessidade de diversificação dos setores representados nos Comitês para contribuir com a discussão sobre a gestão da água.

No segundo dia, os participantes tiveram acesso a um panorama geral da implantação do PSA nos estados do Paraná e Santa Catarina, na perspectiva da atuação do poder público, nas falas de Shigueko T. Ishiy/Fatma/SC Rural e Sueli Ota/SEMA/PR; e da Sociedade Civil, pela experiência compartilhada por Marília Borgo/TNC, sobre o PSA como instrumento de apoio à conservação e restauração da Floresta com Araucária, e Carolina Ximenes de Macedo/Fundação Grupo Boticário, que abordou a metodologia e relatou os avanços na implantação do Projeto Oásis, uma iniciativa pioneira que estimula a conservação da natureza por meio do PSA. As falas das palestrantes ressaltaram principalmente a importância das parcerias para viabilizar e fortalecer as ações de PSA em andamento.

Após as palestras, em grupos, os participantes discutiram e apontaram encaminhamentos sobre possibilidade de integração das ações de Pagamento por Serviços Ambientais dos governos estaduais e do terceiro setor com os planos de bacia hidrográfica, para promover a conexão física entre as Unidades de Conservação.

Para Antonio de Almeida Correia Junior, promover a conexão entre as unidades de conservação do Corredor das Araucárias e das outras diversas áreas protegidas pela legislação é imprescindível para a conservação da Mata Atlântica, pois a fragmentação talvez seja a principal ameaça para a biodiversidade desse bioma atualmente. “As ideias e sugestões debatidas na Oficina do REGE apontam que é possível articular os diversos atores e instituições para um planejamento e uma gestão mais compartilhada e integrada. Surgiram muitas propostas interessantes neste encontro", enfatiza Correia Junior.

Ao final, foi realizada uma visita técnica em trilha do Parque Estadual do Guartelá, gerenciado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). A visita foi guiada por Cristovam Sabino Queiroz, gerente do Parque, e por Guilherme de Camargo Vasconcellos, Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, que levaram os participantes para conhecer o Canyon do Rio Iapó, o sexto maior em extensão do planeta, a cachoeira Ponte de Pedra e os panelões do Arroio Pedregulho. Para mais informações: peguartela@iap.pr.gov.br ou acesse o site www.iap.pr.gov.br.

O funcionamento da REGE (fase 2014/2015) conta com o apoio da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), por meio do “Projeto Araucária”, patrocinado pela Petrobrás, por meio do Programa Petrobrás Socioambiental, e apoio do Governo Federal.

A próxima oficina da Rede Gestora será realizada no mês de julho no Centro Ambiental Jardim das Florestas, sede da Apremavi em Atalanta (SC). Para mais informações, entre em contato com Dailey Fischer pelo e-mail corredor.araucarias@gmail.com.

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