Apremavi inicia novo projeto com unidades de conservação

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) iniciou, em abril de 2013, o projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação (UCs)”, que terá dois anos de duração. O projeto foi aprovado na Chamada 04/2012 do TFCA – Tropical Forests Conservation Act, realizada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), na linha de Ação Temática Manutenção de Áreas Protegidas.

O projeto tem como objetivo principal contribuir com a implementação, manutenção e gestão participativa de Unidades de Conservação, através do apoio aos seus principais instrumentos de gestão, como o plano de manejo, plano de ação para conservação e o conselho consultivo. Tem como público alvo os gestores dos órgãos ambientais, conselheiros e comunidades vizinhas das UCs e a sociedade em geral interessada em contribuir com as UCs e com o projeto.

A área de atuação abrange oito municípios de Santa Catarina, localizados nas regiões do Alto Vale do Itajaí, Meio Oeste e Oeste e dois municípios do Centro Sul do Paraná, tendo como foco três UCs Federais e duas Estaduais, que juntas conservam significativos remanescentes de Floresta com Araucárias, alguns em transição com Campos Nativos ou Floresta Ombrófila Densa.

A motivação para este novo projeto reflete a necessidade de ações que ampliem os esforços de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, por meio do apoio às UCs. Dá continuidade ainda às atividades que vem sendo realizadas pela Apremavi na região, visando o apoio à criação, planejamento e gestão participativa de UCs.

As atividades previstas no projeto envolvem a revisão do plano de manejo do Parque Estadual (PE) das Araucárias; formação e capacitação do conselho consultivo do PE Rio Canoas; elaboração do plano de ação para conservação da Área de Relevante Interesse da Serra da Abelha e apoio à gestão do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e do Parque Nacional das Araucárias.

O projeto conta com a anuência e parceria da Fundação de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e parceria do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) a Prefeitura Municipal de Vitor Meireles e a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÒ).

Salvando o papagaio-de-peito-roxo

Não faz muito tempo que os papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea) cruzavam os ares de nossas matas em bandos calculados em dezenas de exemplares. Essas inteligentes aves vivem em grupo. Alimentam-se de frutos, folhas, sementes e flores, contribuindo na dispersão de uma grande variedade de sementes. Podem viver até 30 anos.

O papagaio-de-peito-roxo é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, e prefere florestas e campos onde ocorre a araucária. O pinhão é um dos alimentos consumidos por esse papagaio!

Mas as coisas mudaram muito nos últimos anos. A caça para o comércio ilegal de animais silvestres, o desmatamento e a coleta exagerada de pinhão são alguns dos motivos que levaram ao desaparecimento dessa incrível ave de grande parte das regiões que habitava. A espécie se tornou ameaçada de extinção no Brasil e no mundo.

Mas existe um projeto para reintroduzir o papagaio-de-peito-roxo no Parque Nacional das Araucárias, situado em Passos Maia e Ponte Serrada (SC), local onde essa espécie foi extinta! Este projeto coloca em prática ações previstas no Plano de Manejo do Parque, elaborado pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) com anuência do ICMBio e apoio do PDA Mata Atlântica e contribui para o conhecimento desta Unidade de Conservação.

Iniciado em 2010 com a soltura e monitoramento de um lote de 13 animais na região, o projeto traz novidades para o segundo semestre. Um novo lote de 34 papagaios já passou por mais de 20 exames clínicos e laboratoriais e estão nos últimos estágios da preparação comportamental pré-soltura, onde estão sendo treinados à procurar alimentos naturais, evitar humanos e voar diariamente. Todos os animais possuem anilhas metálicas do  Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres e rádio-colares que auxiliam a identificação e o monitoramento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina e do Espaço Silvestre-Instituto Carijós. A soltura está prevista para o segundo semestre de 2012.

A ajuda de toda a comunidade é fundamental para que os papagaios sobrevivam e possam se reproduzir e formar uma nova população! Assim o papagaio-de-peito-roxo poderá ser considerado parte integrante do Parque novamente!

Caso encontre um papagaio-de-peito-roxo:

Não ofereça comida. Eles estão aptos à procurarem seus próprios alimentos.
Evite contato direto com o animal.
Se possível fotografe, anote a data e o local e entre em contato com a equipe do Parque e os pesquisadores do projeto: Juliano Rodrigues Oliveira juliano.oliveira@icmbio.gov.br, (46) 3262-5099, Palmas (PR); Vanessa T. Kanaan vanessakanaan@gmail.com, (48) 8424-8590, Florianópolis (SC).

Lembre-se que é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar, ter a posse ou manter em cativeiro espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida.

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REVIS dos Campos de Palmas elabora seu Plano de Manejo

O Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) dos Campos de Palmas é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, situada nos municípios de Palmas e General Carneiro (PR), criada em 2006, abrangendo uma área de 16.582 hectares.

A elaboração do seu Plano de Manejo (PM) iniciou em abril de 2012, com previsão de finalização em julho de 2013. Este será o primeiro Plano de Manejo de um Refúgio de Vida Silvestre federal, demonstrando o empenho de toda a equipe envolvida para o efetivo planejamento e implementação desta UC.

Como parte das atividades de elaboração do PM, nos dias 09 a 13 de abril de 2012, foi realizada a Primeira Reunião Técnica entre a equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Palmas e Brasília (DF), empresa de consultoria contratada e representante dos proprietários de áreas, com o objetivo de organizar o planejamento para a elaboração do PM.

Os trabalhos de campo referentes aos dados socioeconômicos foram realizados de 11 a 21 de junho de 2012, envolvendo o diagnóstico da área e reuniões abertas com as comunidades dos assentamentos Colina Verde e Recanto Bonito, e proprietários do entorno e interior da UC.

Outro importante evento foi a Oficina de Planejamento Participativo (OPP), realizada em Palmas nos dias 26 e 27 de junho de 2012. O evento reuniu representantes do conselho, proprietários e demais representantes de entidades governamentais e da sociedade civil interessadas em contribuir com o planejamento da UC.

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) participa do conselho consultivo do REVIS e esteve representada na OPP pelo técnico ambiental Marcos Alexandre Danieli. Além da participação no conselho, outras ações vem sendo desenvolvidas pela Apremavi no apoio à implementação desta UC, como as atividades do projeto de Gestão Participativa em UCs, focadas no fortalecimento de seu conselho e apoio à elaboração do Plano de Manejo.

No âmbito do conselho consultivo do REVIS, a Apremavi também participa da Câmara Técnica (CT) sobre o Uso do Fogo em Campos, que tem por objetivo discutir e propor ações a esta atividade adotada nas propriedades inseridas na UC, considerando a categoria de manejo. A primeira reunião desta CT será realizada no dia 11 de julho de 2012, na sede do ICMBio em Palmas, e além dos conselheiros que a integram, contará com a apoio técnico e científico de pesquisadores externos com amplo conhecimento no tema.

Segundo a equipe do REVIS, o “Refúgio de Vida Silvestre” é uma categoria complexa de Unidade de Conservação. Ela tem, basicamente, a missão de conciliar a proteção integral do ambiente no interior de propriedades privadas que possuem atividades econômicas diversas – sendo este o grande desafio da gestão do REVIS dos Campos de Palmas.

Veja outras informações no blog do REVIS

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FLONA de Chapecó resgata sua história

Vamos fazer um Fogo de Chão,
com mateada e pinhão…
Pra ouvir dos mais antigos
as histórias da FLONA de Chapecó,
a intenção de seu começo
e desenvolvimento na região
Prá fechar, um carreteiro…
Contamos com sua participação!

O convite acima resume o sentimento do encontro promovido pela gestão da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, neste dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

O encontro foi realizado na sede desta Unidade de
Conservação (UC), em Guatambu (SC), e teve como objetivo reunir seu conselho consultivo, moradores da comunidade e funcionários mais antigos, proporcionando um momento de integração e aproximação com a história da FLONA, contada por quem ajudou a construí-la.

Entre conversas e contação de histórias, em volta de um Fogo de Chão acompanhado de pinhão e chimarrão, em referência à cultura local e para amenizar o frio, os participantes puderam “viver e reviver” a história da FLONA em seus momentos iniciais, a partir de “causos” contados pelos Srs. Oscar Ribeiro de Melo, José Celias Vaz, e Alcides Machado da Silva, primeiros funcionários da FLONA, e Sr. Onório Heuko e João Chaves que trabalham na área desde a criação da FLONA, em 1968, e tem profundo conhecimento desta.

Dentre as histórias, contaram sobre o período em que parte da mata nativa existente na área foi cortada para dar lugar aos plantios experimentais de pinus, eucalipto e araucária, por motivação governamental em testá-los sob diferentes condições de cultivo, pois na época (década de 1960), quando a área passou pela administração do Instituto Nacional do Pinho (INP) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), havia a intenção e preocupação com o abastecimento florestal do país.

Relataram que nesta época, o desenvolvimento e instalação das serrarias na região intensificou significativamente a exploração da madeira disponível na mata nativa, com destaque para o pinheiro brasileiro (araucária), que então poderia ser processada, gerando a necessidade de desenvolver espécies de rápido crescimento, num contexto de crescente demanda por madeira, identificando um vínculo com a questão ambiental para FLONA à época.

Partilharam que a produção desenvolvida na FLONA não foi só dos plantios para produção de madeira, mas também a produção de mudas que abastecia a própria FLONA e o mercado da região, e, em alguns períodos a produção de erva mate.

Os plantios de pinus ainda podem ser vistos na FLONA, como os localizados às margens da rodovia SC 283, em sua entrada principal. É importante, contudo, o entendimento de que a existência dessas espécies exóticas na UC está relacionada ao seu contexto histórico, e que atualmente, a FLONA possui outros objetivos, pautados no uso múltiplo dos recursos florestais, na pesquisa científica, com ênfase em métodos de manejo florestal sustentável, além do fomento à educação ambiental e ao uso público.

Esses relatos em roda de conversas, além de outras entrevistas realizadas no dia, foram registrados e farão parte do vídeo que está sendo produzido para contar um pouco da história desta UC, de suas características gerais e importância para a região. O vídeo está sendo produzido pela Sombrero Filmes, no âmbito do projeto de Gestão Participativa em UCs, conduzido pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), tendo como objetivo a divulgação da FLONA para a sociedade em geral, especialmente aos moradores das comunidades vizinhas, escolas e demais pessoas que possuem relação com a UC.

O encontro promovido entrou para a história da FLONA e certamente para as pessoas que participaram do evento, representando a intenção da gestão desta UC em valorizar a história desta área, das pessoas que fizeram parte de sua história e da disponibilidade em ser parceira dos moradores da região onde se insere.

Para Fabiana Bertoncini, gestora da FLONA de Chapecó, a ideia da realização do evento se fundou na oportunidade imperdível que representa a disposição de servidores que acompanharam a FLONA desde o seu início, para socializar suas experiências e vivências, diante dos mais de 50 anos da UC. O Conselho Gestor da FLONA, na busca do entendimento do legado existente na UC e das perspectivas de sua gestão, demandou este entendimento do histórico.

Destaca ainda que o evento possibilitou de maneira fácil e agradável esta apropriação da história, o entendimento de sua missão/vocação desenvolvida ao longo do tempo, frente a diversos contextos políticos e mesmo históricos. O resgate e a valorização da história oral da FLONA nos dá este sentido de realidade dinâmica, não a partir da renegação do passado, mas de sua incorporação num processo de desenvolvimento contínuo de adaptação e aprimoramento diante das mudanças da sociedade e do ambiente.  Esta história partilhada se constitui em bagagem que não representa um fardo, mas sim experiência que nos habilita ao presente e futuro.   

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Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho

O Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada (SC), é uma Unidade de Conservação (UC) criada através do Decreto Federal de 19 de outubro de 2005, abrangendo uma área aproximada de 12.841 hectares.

Esta UC tem como principal objetivo a preservação de importantes remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucárias) e toda a biodiversidade que nela existe, bem como de seus recursos hídricos, que formam a Bacia Hidrográfica do Rio Chapecó, proporcionando assim, espaço para o desenvolvimento de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, turismo ecológico e o contato direto com a natureza.

O PARNA das Araucárias conta com um conselho consultivo, criado com o objetivo de auxiliá-lo no alcance de seus objetivos. Este conselho é formado por entidades governamentais e da sociedade civil, sendo realizadas três reuniões ordinárias por ano, e extraordinárias sempre que solicitadas, de acordo com seu regimento interno.

Atualmente, encontra-se aberto o processo de renovação do conselho do Parque, no período de 01/05/2012 a 13/07/2012.

Como parte deste processo de renovação, nos dias 09 e 10 de maio de 2012, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveram reuniões com as comunidades vizinhas ao Parque Nacional das Araucárias, para falar sobre este processo de renovação do conselho, bem como, socializar informações sobre a gestão do Parque e esclarecer as dúvidas dos proprietários.

Participaram das reuniões proprietários e moradores das comunidades Santo Antonio, Rio do Poço e assentamentos Conquista dos Palmares, Sapateiro, Zumbi dos Palmares e 29 de Junho, de Passos Maia, e comunidade Granja Berté e Linha Caratuva, de Ponte Serrada.

No convite para participar do processo de renovação do conselho, alguns moradores demonstraram interesse em representar as comunidades, assumindo uma importante responsabilidade, de servir de elo de ligação entre a UC e seu grupo ou entidade de representação.

Desta forma, a Apremavi e o ICMBio convidam as instituições já integrantes do conselho a manifestarem continuidade ou desligamento deste espaço, assim como, convidam demais instituições da sociedade civil, representantes comunitários, dos proprietários de imóveis inseridos na UC e entidades governamentais interessadas e que tenham relação com o Parque a se manifestarem formalmente até o dia 13 de julho de 2012, com Ricardo Castelli Vieira (ICMBio), ricardo.vieira@icmbio.gov.br / (48) 3282-9002; ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi), marcos@apremavi.org.br / (49) 8834-8397.

Os representantes das entidades interessadas em integrar o conselho serão convidados a participar da oficina de renovação do conselho, em data e local a serem comunicados, sendo necessário o comprometimento e participação destes nas diversas atividades relacionadas ao conselho e Parque.

Autor: Marcos Alexandre Danieli.
Contribuição: Edilaine Dick e Alanza Mara Zanini.

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