Apremavi realiza levantamento biótico na ARIE Serra da Abelha

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) coordenou, entre os dias 2 e 9 de fevereiro de 2014, a saída de campo para levantamento dos dados bióticos da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Serra da Abelha, dando continuidade as atividades do plano de manejo.

Mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes, macroinvertebrados aquáticos e insetos de serapilheira e vegetação foram os grupos amostrados por meio de diferentes metodologias utilizadas pelos pesquisadores da Bio Teia Estudos Ambientais. O trabalho contou com o apoio da coordenadora do plano de manejo Edilaine Dick e do auxiliar de campo Luiz Esser, ambos da Apremavi. Foi também acompanhado pelo gestor da ARIE José Guilherme Dias de Oliveira e moradores locais.

A elaboração deste plano de manejo faz parte do projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”,  coordenado pela Apremavi e financiado pelo Tropical Forest Conservation Act (TFCA) por meio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO).

Após a análise dos dados será possível indicar com mais precisão o estado de conservação da ARIE Serra da Abelha, no entanto, já foi possível identificar algumas áreas em melhor estado de conservação, e outras que necessitarão de enriquecimento do  sub-bosque para incrementar a biodiversidade. Algumas dessas áreas tem presença de espécies invasoras e também de gado. As principais ameaças à fauna da ARIE são a caça e o tráfico de animais silvestres.

Pesquisadores relatam algumas das espécies registradas e falam da importância do estudo para a ARIE.

Localizada em uma região de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e a Floresta Ombrófila Densa, foram encontradas espécies nobres de árvores nativas como o cedro (Cedrela fissilis), a araucária (Araucaria angustifolia), o sassáfras (Ocotea odorífera) e o pau-óleo (Copaífera trapezifolia).

"Dentre as espécies de aves registradas estão o trinca-ferro (Saltador similis), o jacú (Penelope obscura), o pica-pau (Melanerpes flarifrons), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), e o papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinacea), sendo esta ameaçada de extinção. Próximo ao Rio da Prata também foi registrado o joão-porca (Lochmias nematura), espécie que está associada à ambientes de riachos localizados dentro de florestas", relata a pesquisadora Mariana Santana Schlichting.

O conhecimento da ictiofauna (peixes) e dos macroinvertebrados aquáticos (larvas de insetos, moluscos e crustáceos que alimentam peixes e algumas aves) é um importante indicador da qualidade da água. Segundo Gislaine Otto, "é necessário respeitar o limite das matas ciliares, pois em regiões de relevo acidentado, como na ARIE, principalmente em épocas de chuva, o solo carrega para a água substâncias tóxicas e impurezas".

De acordo com Cintia Gizele Gruenner "foram registrados mamíferos que são predadores do topo da cadeia alimentar. São eles que regulam a população de presas naturais e por isso são significativos na manutenção do equilíbrio ecológico, destacando-se a jaguatirica (Leopardus pardalis), o gato-do-mato (Leopardus sp.), a irara (Eira barbara) e a lontra (Lontra longicaudis)".

Para Fabiana Dallacorte, "os répteis são importantes da mesma forma, principalmente os anfíbios que são a base da cadeia alimentar e regulam algumas espécies de insetos, além de serem bons indicadores de qualidade ambiental, pois sentem rapidamente os efeitos da utilização de agrotóxicos e poluição aquática e do solo, e a fragmentação de habitats. A espécie Aplastodiscus ehrardt foi registrada próximo a um ribeirão preservado".

"Outro indicador de qualidade ambiental elementar são os insetos encontrados na serapilheira, pois fornecem informações valiosas para a compreensão dos processos ecológicos que ocorrem na restauração de áreas degradadas e ainda podem refletir a composição e qualidade de sua estrutura vertical. Tais informações, são necessárias para o mapeamento da qualidade de áreas sob diferentes usos do solo, se configurando como um indicador biológico destes ambientes", declara o pesquisador Marcelo Diniz Vitorino.

Fotos: Edilaine Dick e Fabiana Dallacorte

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Parque Nacional das Araucárias discute uso público

A visitação para a comunidade local e planejada por ela, direcionada à sensibilização e educação ambiental, será a prioridade do uso público do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias. A orientação foi definida em assembleia extraordinária realizada dia 29 de janeiro, em Passos Maia (SC). O evento teve participação de 35 representantes do Poder Público e Sociedade Civil, entre conselheiros e apoiadores. Pela manhã foram avaliadas duas propostas de trilha no Parque. À tarde a assembleia deu continuidade ao diálogo, planejamento e encaminhamentos.

Juliano Rodrigues Oliveira, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe do PARNA, ressalta que “a visitação vai começar com grupos de educação ambiental, grupos de visitantes da comunidade. A gente pretende incentivar que as pessoas da comunidade de Passos Maia, Ponte Serrada e dos municípios vizinhos, de escolas, trabalhadores, venham conhecer a unidade”, salienta.

Boas vindas aos participantes.

Para Mateus Sônego, da Coordenação Geral de Visitação (CGVIS) do ICMBio/Brasília-DF o Parque e seu conselho acertaram em definir a educação ambiental como tema da visitação. “A Unidade de Conservação (UC) tem que valorizar a comunidade do entorno para que a comunidade do entorno valorize a UC”, frisou Sônego. Nessa relação o ganho é mútuo, pela divulgação da unidade e geração de renda à região, destacou. Segundo o ICMBio, todos os Parques Nacionais receberão esforços de estrutura e investimento até 2020.

A diversidade de atrativos do Parque Nacional das Araucárias destaca seu potencial para o turismo, cita Jaqueline Pesenti, responsável pelo diagnóstico de turismo e uso público do Parque na época da elaboração do plano de manejo. Contudo, “é necessário muito planejamento de longo prazo, passando pela definição do público alvo, estrutura de suporte à visitação e envolvimento direto da comunidade local”, comenta. Um exemplo de envolvimento da comunidade para o turismo foi o almoço preparado pela conselheira Cleusa Gabiatti.

Para Vanessa Kanaan, coordenadora do projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo no Parque, um dos atrativos é a observação de aves. Essa atividade está atraindo pessoas de fora e da própria comunidade local, que já está contribuindo com o monitoramento dos papagaios.

A Prefeitura de Passos Maia esteve representada pelo prefeito em exercício, Leomar Listoni e pelo prefeito licenciado, Ivandre Bocalon (Evandro). O Parque representa “um atrativo exuberante, um potencial enorme, que o município vê como uma grande oportunidade e por isso faz questão de participar do conselho”, observa Bocalon. Ele avalia a reunião como positiva e acrescenta que “a administração municipal está apoiando, vai apoiar e acredita na ideia”.

Fabiana Bertoncini, chefe da Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, ressalta que as UCs não devem ser vistas de forma isolada, como historicamente foram percebidas. “É preciso ver o uso público como um aliado da gestão, pois se não há o uso ordenado, há o clandestino”, pontuou. Como exemplo, Fabiana mencionou os projetos de educação e sensibilização ambiental que a unidade vem desenvolvendo junto às escolas e comunidades do entorno, além de atividades diferenciadas, como a recente Pedalada Ambiental, promovida para divulgar a FLONA e incentivar a prática de ciclismo.

De Concórdia a experiência foi compartilhada pela equipe da Equipe Co-Gestora do Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann (ECOPEF). “A gente usou o Parque como um catalisador de parcerias e projetos e hoje a satisfação dos visitantes é avaliada como ótima em mais de 80% das avaliações”, cita Rafael Leão, um dos responsáveis pelo uso público dessa unidade.

Em 2013 os conselheiros do PARNA das Araucárias conheceram de perto o PE Fritz Plaumann, em visita técnica realizada pela Apremavi por meio de projeto apoiado pelo TFCA/Funbio. “A visita propiciou aos conselheiros perceber como é o funcionamento de um Parque, desde as trilhas ao envolvimento com os moradores vizinhos, e essa experiência contribuiu para a discussão sobre o uso público do Parque Nacional das Araucárias”, observa Marcos Alexandre Danieli, coordenador de projetos da Apremavi.

Outra situação foi compartilhada pela equipe do Grupo de Apoio à Gestão do Parque Estadual das Araucárias (GRIMPEIRO) de São Domingos (SC). A unidade já teve visitação, mas hoje está fechada e isso tem frustrado a comunidade local. Mesmo assim, o trabalho continua com atividades de educação ambiental nas escolas locais, complementa Angelo Milani, presidente da instituição.

Grimpeiro compartilhando experiência do PE Araucárias.

O uso público do Parque Nacional das Araucárias continuará sendo discutido nas próximas reuniões. A discussão não é recente, mas só pôde avançar após a indenização de algumas áreas. Dentre os encaminhamentos da assembleia, o conselho assinou e encaminhará Moção à presidência do ICMBio solicitando mais analistas ambientais para o Parque, que atualmente possui apenas um servidor lotado.

Fotos: Marcos Alexandre Danieli.

Notícias relacionadas: Portal Oeste Mais.

Apremavi aproxima Parques e Conselhos

No dia 25 de setembro de 2013 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu visita técnica ao Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann, tendo como visitantes os conselheiros do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, nessa atividade que integra o projeto “Planejamento e Capacitação em Unidades de Conservação”, aprovado pelo TCFA/Funbio.

Entre os conselheiros do PARNA, estavam representantes do poder público municipal (executivo e legislativo), órgãos ambientais, de assistência técnica, universidades, representantes comunitários e gestores de Unidades de Conservação (UCs) próximas. Pela manhã o foco a visita ao Centro de Visitantes e trilhas do Parque e a tarde às iniciativas em andamento no Parque e região.

O evento retribui o convite do conselho do PE Fritz, feito durante sua visita ao PARNA das Araucárias em maio de 2012. Teve como objetivo aproximar o conselho do PARNA das Araucárias com a experiência do PE Fritz Plaumann, focando em sua atuação na conservação, gestão e envolvimento comunitário. Mas o objetivo foi além. Multiplicou-se nas rodas de conversa dos momentos mais "formais", previstos em pauta, e nos momentos de bastidores, formando pelo diálogo vínculos estratégicos para projetos e parcerias.

Essa foi a concepção do Projeto Filó “um projeto que iniciou pelo diálogo”, destacou Claudio Rocha de Miranda, pesquisador da Embrapa e convidado para o evento.  “Pra que lugar melhor para conciliar produção e conservação que o entorno do parque” ressaltou aos conselheiros do PARNA, trazendo o histórico desse projeto de agricultura familiar, o processo de envolvimento com os moradores vizinhos e as oportunidades que surgem quando as iniciativas são planejadas em conjunto. O desafio agora é a continuidade, ampliado a rede de parcerias e dividindo responsabilidades, tendo com um dos focos o Pagamento por Serviços Ambientais aos agricultores envolvidos.

Continuando a roda de conversa, representantes do conselho do PARNA das Araucárias trouxeram sua visão sobre essa Unidade de Conservação. Cleusa Gabiatti, da Comunidade Bela Planície de Passos Maia destacou “grande parte das pessoas que eram contrárias ao Parque hoje são defensoras dele”, evidenciando as mudanças ao longo do tempo e o envolvimento no conselho. “O Parque não é só feito de árvores, mas de pessoas que tem raízes na região”, complementou, trazendo a importância da valorização da cultura local e do envolvimento das pessoas na discussão das temáticas ambientais. Para o Prefeito de Passos Maia, Evandre Bocalon, o “Parque pode ser uma grande oportunidade para o município e região”. “O desafio é a comunidade ver o parque com olhos diferentes”, destacou Célio Maier, representando o Sindicato Rural de Ponte Serrada.

Algumas iniciativas visitadas pelos conselheiros do PARNA das Araucárias mostraram como esse “olhar” da comunidade mudou mediante parcerias e aproximação com o Parque. Prova disso é a agroindústria familiar do Sr. Evandro Macagnan e família, local do saboroso almoço da visita, onde em aproximadamente quarenta hectares produzem verduras, cítricos, nogueiras, gado leiteiro, pastagens, uva, mel, tudo com muita vontade e disposição. Destaque também para uma unidade familiar de produção de erva-mate, a ervateira Gheno, que planta e comercializa esse produto em propriedade vizinha ao Parque. Esses locais, além do Parque, são um atrativo para quem vem conhecer a região.

O Projeto Restauração e Conservação da Mata Ciliar do Lajeado Cruzeiro, realizado pela Ecopef, trouxe outra possibilidade de parceria com as seis propriedades de agricultura familiar envolvidas no trabalho. As instituições e agricultores trabalharam juntos, mostrando que essa relação de parceria entre o Parque e seus vizinhos é um dos caminhos para a conservação da biodiversidade.

Fazendo do PE Fritz Plaumann uma área de referência na gestão do uso público, a Ecopef é quem mantém a unidade viva, recepciona os visitantes e conquista novos admiradores e parceiros, como os conselheiros do PARNA, que acompanharam de perto o trabalho feito nessa área. “O parque precisa valorizar as pessoas, porque elas é que vão falar da unidade”, destacou Rafael Leão, da Ecopef.

A visita aproximou dois Parques e dois conselhos e proporcionou o diálogo e a troca de experiências. Esse é um dos papeis dos conselhos de Unidades de Conservação, enquanto espaço para discutir estratégias de valorização da cultura local, divulgação de informações, parcerias e projetos relacionados às UCs e sua região de inserção. É a “oportunidade do conselho de reunir diferentes instituições para discutir gestão do espaço, pontuou Juliano Rodrigues Oliveira, gestor do PARNA das Araucárias”, fazendo menção ao potencial e a responsabilidade desses conselhos.

Certamente os conselheiros do Parque Nacional das Araucárias voltaram pra casa com novas ideias e uma rede de contatos ampliada, numa experiência que será tema de uma reunião extraordinária, prevista para novembro, como encaminhamento da atividade realizada, para qualificar a atuação do conselho e propor ações para ao Parque.

Conhecendo o PE Fritz Plaumann. Foto: Marcos A. Danieli.

Apremavi recebe Expressão de Ecologia pela quinta vez

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) recebeu pela quinta vez o Prêmio Expressão de Ecologia, a maior premiação ambiental do Sul do país, que nesse ano completa a sua 20ª edição.

O Troféu “Onda verde”, símbolo do Prêmio Expressão de Ecologia, foi entregue durante o Fórum de Gestão Sustentável, realizado na FIESC, em Florianópolis (SC), no dia 16 de agosto de 2013, reunindo representantes de empresas, ONGs e setor público. 

Além da entrega do Prêmio Expressão de Ecologia também foram entregues  os  Certificados de Sustentabilidade para os destaques, na região Sul do Brasil, da Pesquisa de Gestão Sustentável.  Os vencedores do Prêmio Expressão, as iniciativas de destaque, bem como 250 ações sustentáveis que melhoram o Sul do Brasil estão retratadas no Guia de Sustentabilidade 2013,  lançado durante o evento. O Guia traz também dados e uma reflexão sobre a questão das mudanças climáticas, apontando para o perigoso recorde do CO2, a herança maldita do caos climático e as guerras futuras pela água.

Durante o evento também foi lançado o livro “Caminhos do Sul”, do jornalista Wladimir Brandão, que descreve oito caminhos históricos que foram usados para ocupação e desenvolvimento do Sul do Brasil.

Uma peça de teatro com tema ambiental, apresentada por funcionários da empresa Tupy, retratando os problemas que a falta de conscientização ambiental provoca na vida das pessoas, fechou a programação do evento.

A Apremavi conquistou o prêmio na categoria Conservação de Recursos Naturais, com o projeto Integração e Capacitação de Conselhos e Comunidades na Gestão Participativa de Unidades de Conservação Federais e Estaduais – Oeste de SC e Centro-Sul do PR.

O projeto foi desenvolvido de fevereiro de 2011 a novembro de 2012, e envolveu a participação de comunidades, conselheiros e gestores de 04 Unidades de Conservação federais e 02 estaduais.

Cerca de 850 pessoas foram envolvidas nas atividades do projeto, com destaque para  a capacitação dos conselhos das Unidades de Conservação (UCs) envolvidas, renovação dos conselhos consultivos do Parque Nacional das Araucárias e Parque Estadual das Araucárias, cursos, seminários e intercâmbios. O projeto também editou um vídeo com a história da Floresta Nacional de Chapecó e publicou o livro "Gestão Participativa em Unidades de Conservação – uma experiência na Mata Atlântica".

O projeto teve a anuência e parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA), teve o apoio do PDA Mata Atlântica e parceria de diversas instituições.

A Apremavi recebeu outras 04 edições do prêmio com os projetos Agroecoeducação (1998), Conservando a Mata Atlântica através do Enriquecimento de Florestas Secundárias (2002), Planejando Propriedades e Paisagens (2007) e Programa Matas Legais (2008).

O Instituto Carijós, parceiro da Apremavi nas atividades realizadas no Parque Nacional das Araucárias, recebeu o prêmio na categoria Conservação da Vida Silvestre,  com o projeto de Reintrodução do Papagaio-de-peito-roxo no parque.

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ESEC Mata Preta tem novo Conselho Consultivo

A 6ª reunião ordinária do conselho consultivo da Estação Ecológica (ESEC) Mata Preta foi realizada no dia 24 de julho de 2013, na Câmara Municipal de Clevelândia (PR). O evento deu posse ao novo conselho, que atuará no biênio 2013/2014.

O conselho é o espaço de participação da sociedade na gestão da Unidade de Conservação. Assim, os conselheiros devem ser o canal de comunicação entre a UC e suas representações.

No atual conselho da ESEC, representam o poder público o ICMBio,  órgão gestor da unidade, além do INCRA, Epagri, Câmara Municipal de Clevelândia (PR) e prefeituras de Abelardo Luz (SC) e Clevelândia. Da sociedade civil, há representantes dos sindicatos Rural de Abelardo Luz e dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Abelardo Luz e Ouro Verde, do Lions Club de Abelardo Luz, do Rotary Club de Abelardo Luz, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Abelardo Luz, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), da Associação de Preservação do Meio Ambiente e Vida (Apremavi), da Cooperativa de Crédito Rural de Abelardo Luz, do Colegiado de Proprietários rurais do interior da Unidade, da  Madeiras do Paraná (Madepar S.A) e da comunidade Sítio Barrichelo e Moradores do Rincão Torcido.

Durante a reunião, também foram discutidos outros temas relacionados à gestão da ESEC Mata Preta:

Indenizações

Seguem em andamento alguns processos de indenização de imóveis particulares inseridos no interior da unidade. Aproximadamente 5% das áreas da UC estão em posse do Governo Federal, parte dessa área adquirida com recursos de compensação ambiental, com perspectiva de aumento em 2014.

Projetos e Pesquisa

O Projeto Mazana nana está sendo realizado pela UNESP para avaliar e estimar a população deste cervídeo na ESEC Mata Preta. Outro projeto, financiado pelo BNDES e coordenado pela SPVS, atuará na restauração de áreas degradadas de propriedades da região. Também será iniciado em 2013 o projeto da Apremavi aprovado no Programa Petrobrás Ambiental, que tem como objetivo a restauração e conservação de remanesces florestais, incluindo a ESEC e entorno na área de abrangência do projeto.

Fiscalização da caça

A ESEC Mata Preta iniciou em 2013 ações efetivas de combate à caça. Além de ser crime ambiental, a caça clandestina geralmente vem associada a outros crimes, como invasão de propriedade particular, invasão de UC, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e atentado à vida da população local, em autuações que estão sendo realizadas pelos valores máximos, destacou Fábio, gestor da unidade. Estão previstas ações de inteligência para combater esse tipo de crime, com o apoio da Polícia Federal.

Andamento da ação pela caducidade do decreto de criação
Ao contrário do que tem sido veiculado em algumas páginas da internet, Fábio informou que a ESEC Mata Preta continua existindo e que decisões definitivas só devem ocorrer após julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Ressaltou que decisões recentes ferem a legislação nacional (SNUC e decreto de criação da ESEC), tendo em vista que somente uma lei pode anular um decreto presidencial.

Plano de manejo

Assim como um plano diretor de um município, o plano de manejo da ESEC Mata Preta vai estabelecer as atividades que podem ou não ser realizadas dentro da UC e no seu entorno, como por exemplo, a utilização da soja transgênica na zona de amortecimento, atualmente proibida por legislação federal, o que tem gerado insatisfação de representações do conselho ligadas ao setor produtivo. O termo de referência para elaboração deste documento foi submetido em 2012 à coordenação do ICMBio em Brasília e aguarda definição institucional para início da elaboração.

Demarcação e sinalização
Como resultado do monitoramento da fauna atropelada na ESEC e entorno, placas de sinalização foram colocadas em locais estratégicos e outras devem ser inseridas nas propriedades já adquiridas pelo ICMBio e nas comunidades vizinhas da unidade, buscando a divulgação e minimização dos impactos à biodiversidade.

Serão enviados aos conselheiros informativos mensais sobre as atividades realizadas pela ESEC Mata Preta. Ainda, os conselheiros devem analisar o regimento interno do conselho e enviar sugestões à ESEC para adiantar a revisão deste documento na próxima reunião ordinária, prevista para o final de 2013.

Abaixo, exemplo de placa de sinalização em rodovia de acesso à ESEC Mata Preta. Foto: Marcos A. Danieli

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