11/08/2010 | Notícias
O Programa Matas Legais, parceria da Klabin e Apremavi tem como objetivo ajudar os agricultores a obter maior rendimento a partir das terras que já usam, de maneira que não necessitem cortar os remanescentes florestais de suas propriedades para expandirem a sua produção, além de não plantar espécies exóticas (reflorestamento) nas Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Os técnicos do Programa tem auxiliado nessa tarefa de planejamento através de visitas nas propriedades, seminários e reuniões itinerantes.
Com esse compromisso tem-se intensificado as reuniões junto aos produtores rurais na região do Alto Vale do Itajaí. Uma das dificuldades enfrentadas para trabalhar com os agricultores nesse sentido, era conseguir reuní-los. Uma estratégia adotada foi a realização de reuniões nas casas onde residem os produtores e salões comunitários dos municípios. Foram aproximadamente 15 reuniões desde o início deste ano de 2010.
Os técnicos da Apremavi e da Klabin falam das diretrizes do fomento florestal e do Programa Matas Legais e o que se observa, de maneira geral, é que os fomentados conquistados a partir desses encontros, têm tido um melhor entendimento dos critérios ambientais estabelecidos pela legislação florestal.
Um exemplo é o agricultor Paulo da Silva do município de Rio do Campo. Paulo produz arroz, fumo e ainda tem umas vaquinhas de leite na sua propriedade. Ele diz que quer diversificar cada vez mais, por isso plantou eucalipto e ainda esse ano deseja plantar árvores nativas para restauração de áreas degradadas na propriedade.
Outro exemplo é o Sr. Ney Stolf e sua esposa Marlene. Professores aposentados, entusiastas pela natureza, possuem uma propriedade na comunidade de Campo das Flores, no município de Imbuia. Possuem algumas vaquinhas de leite para consumo próprio, galinhas, áreas plantadas de eucalipto, pomar onde dona Marlene colhe frutos e faz geléias maravilhosas, além da lavoura recheada de moranguinhos, physalis, tudo natural, sem agrotóxicos.
A nossa meta é plantar 5.000 árvores nativas da Mata Atlântica, contribuindo para a manutenção dos serviços ambientais no município de Imbuia, ou seja, que o ambiente tenha capacidade de manter suas condições apropriadas, e isso depende das boas práticas humanas, diz o Sr. Ney.
Com esses exemplos, acreditamos que é possível fazer pequenas mudanças nas práticas agrícolas. Com planejamento e força de vontade, é possível contribuir para a conservação dos recursos naturais e ter uma propriedade legal e economicamente viável.
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08/07/2010 | Notícias
No último dia 21 de junho de 2010, o Presidente da Apremavi e a Secretária Executiva da instituição estiveram em Canoinhas (SC) para fazer a averbação da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Serra do Lucindo no cartório de registro de imóveis daquela comarca. A RPPN possui 316 hectares e é a primeira reserva particular da Apremavi. Além dessa RPPN, a Apremavi já iniciou o processo para a criação de uma outra RPPN de 182 hectares no município de Papanduva (SC).
Aproveitaram também a oportunidade para fazer uma visita ao terreno, recém transformado em RPPN em Bela Vista do Toldo (SC) com o objetivo de verificar a evolução do plantio, fruto da parceria entre a Apremavi e a Fundació Natura. O crescimento das árvores é fantástico.
O plantio foi iniciado em maio de 2009 e até o momento já foram recuperados aproximadamente 10 hectares de áreas de preservação permanente, anteriormente usados para agricultura.
O desenvolvimento das árvores é surpreendente, principalmente as espécies pioneiras, que são fundamentais para que as espécies nobres possam se desenvolver à sua sombra.
A RPPN já conta com uma sede, que tem como objetivo principal servir de alojamento para a equipe da Apremavi que faz a manutenção da área, bem como para técnicos, pesquisadores, estagiários e observadores da fauna.
O próximo passo será o reconhecimento oficial da RPPN por parte do ICMBio e após isso, a elaboração do Plano de Manejo da área.
21/06/2010 | Notícias
Quanto maiores são as pressões danosas da sociedade sobre o ambiente, mais rigorosos e mais eficazes devem ser os mecanismos de controle, como é o caso do Código Florestal Brasileiro. Sem isso, continuaremos a matar a galinha dos ovos de ouro que são nossos recursos naturais, dos quais todos nós dependemos para sobreviver, inclusive a Economia, que sofre um prejuízo mundial anual de até 4,5 trilhões de dólares, só por conta dos desmatamentos e a degradação florestal, sem contar todo o resto. Economia e Ecologia são indissociáveis. A primeira depende visceralmente da segunda. Como dizia José Lutzenberger, a Economia é um mero capítulo da Ecologia.
Se quisermos sobreviver à atual crise ambiental e garantir um futuro com boa qualidade de vida para nossos filhos e netos, está mais que na hora de enfrentarmos de vez essa situação e tomarmos os remédios necessários, mesmo que sejam amargos.
O Código Florestal Brasileiro, mesmo com alguns defeitos, é um desses remédios, que naturalmente ainda precisam ser aperfeiçoados, visando o máximo de benefícios para a maioria com um mínimo de efeitos colaterais.
Ao contrário do que aconteceu recentemente em Santa Catarina, as discussões sobre o assunto necessitam ser profundas, de alto nível e com base em dados científicos e técnicos, buscando o indispensável equilíbrio entre o social, o econômico e o ambiental, todos no mesmo patamar de importância e sem o predomínio da emoção sobre a razão.
No dia da votação do código ambiental catarinense, centenas de agricultores lotaram o plenário da Assembléia Legislativa. Muitos gritavam palavras de ordem e aplaudiam deputados oradores contra as leis opressoras, que não deixam o agricultor trabalhar em paz. Fala-se agora numa marcha de milhares de agricultores sobre Brasília. Emoção ofuscando a razão, o bom senso.
Atalanta, um dos municípios mais agrícolas do Vale do Itajaí, 2009. Auditório lotado de agricultores, com gente em pé nas laterais e nos fundos. Em discussão, o mesmo assunto que fez centenas de agricultores marcharem sobre Florianópolis, bradando contra o Código Florestal. Só que em Atalanta, ao invés de discursos fáceis e frases de efeito de políticos desinformados e eleitoreiros, predominou um ambiente de serena apresentação e discussão técnica de aspectos ligados à essa lei, em linguagem acessível, principalmente no que diz respeito às reservas legais e APP, que são as áreas de preservação permanente.
Imagens de casos concretos de como seria a aplicação da lei em propriedades agrícolas de Atalanta ou em propriedades com rizicultura da vizinha Agronômica foram projetadas com os limites de propriedades sobrepostos a fotos aéreas de ambos os municípios, que todos ali conheciam. Reunião tranqüila e tranqüilizadora, mas não parou aí. A Apremavi, ONG promotora do evento, apoiando e apoiada pelos municípios, passou então a orientar secretários e técnicos de todas as 28 prefeituras do Alto Vale do Itajaí em como proceder para auxiliar seus agricultores a se adequar, ao invés de simplesmente incitá-los contra a lei, como fizeram os políticos. Na continuação, seminários em inúmeras comunidades multiplicam hoje o conhecimento e os aspectos práticos diretamente aos agricultores, que participam e tiram dúvidas, ativamente.
Se em Brasília, como no Alto Vale da pequena Atalanta, predominar a objetividade e a razão sobre a emoção, todos sairemos ganhando.
Artigo publicado no Jornal A Notícia, dia 19 de junho de 2010.
15/06/2010 | Notícias
Consulta aberta aos candidatos à Presidência da República sobre o Código Florestal Brasileiro
A Câmara dos Deputados criou em 2009 a Comissão Especial para propor a revisão do Código Florestal, presidida pelo deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), tendo como vice-presidente o deputado Anselmo de Jesus (PT-RO) e relator o deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP). O relatório final do deputado Aldo Rebelo foi apresentado no dia 9 de junho.
Entre vários retrocessos identificados na proposta como, por exemplo, contrariar o princípio constitucional da função social da propriedade (rural e urbana), o relatório propõe anistia nos cerrados e florestas da Amazônia a mais de 40 milhões de hectares de desmatamentos ilegais verificados depois de 1996. Essa anistia corresponde a 14,6 bilhões de toneladas de CO2 emitidas ilegalmente.
O relatório propõe ainda que cada estado brasileiro possa, a seu critério, reduzir em até 50% os limites definidos pela legislação federal nas áreas de preservação permanente, que correspondem às matas protetoras dos cursos dágua em margens de rios, lagos e nascentes. Estes mesmo espaços territoriais, não por acaso, são considerados pela Defesa Civil como áreas de risco em função dos eventos climáticos extremos, tais como cheias e trombas dágua, que já desalojaram milhares de famílias, principalmente na região Sul e Sudeste do país, nos últimos anos.
Outra medida grave proposta no relatório é a isenção da exigência de reserva legal para imóveis de até quatro módulos fiscais em todo território do país. Isso pode significar, somente na floresta Amazônica, a eliminação da reserva legal em até 70 milhões de hectares. Supondo que metade dessas áreas já esteja desmatada, ainda assim o projeto de lei retira a proteção legal de pelo menos 35 milhões de hectares de florestas.
Se aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República, estarão liberados legalmente cerca de 12,8 bilhões de toneladas de CO2 hoje estocados nas florestas da Amazônia. Isso corresponde a três vezes a meta brasileira de redução de emissões por desmatamento apresentada em dezembro de 2009 pelo Brasil em Copenhague.
A conclusão é que a proposta em debate praticamente anula os esforços da Lei de Política Nacional de Mudanças Climáticas (Lei Federal 12.187), aprovada em dezembro de 2009. A legislação estabelece uma meta nacional voluntária de redução de CO2 estimada entre 36,1% e 38,9 % das emissões projetadas até 2020, além de praticamente revogar por completo o código florestal.
Nesta terça, 15 de junho, foi concedida vista coletiva ao relatório a deputados membros da Comissão Especial do Código Florestal. O relatório será colocado em votação no próximo dia 21 de junho na comissão, onde parlamentares ruralistas têm ampla maioria.
Diante do exposto as organizações da sociedade civil abaixo signatárias solicitam um posicionamento conclusivo e público dos candidatos à Presidência da República a respeito do relatório do deputado Aldo Rebelo, antes de sua votação da Comissão Especial.
A falta de posição pública e clara dos candidatos será interpretada como conivência diante desta ameaça, que pode comprometer por completo a política nacional de mitigação das mudanças climáticas com impactos para além do próximo mandato presidencial.
Brasília, 15 de junho de 2010.
Apremavi
Fundação SOS Mata Atlântica
Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá
Greenpeace
Grupo de Trabalho Amazônico
IMAZON
Instituto O Direito por um Planeta Verde – IDPV
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM
Instituto Socioambiental – ISA
Pesquisa e Conservação do Cerrado – Pequi
Preserve a Amazônia
Rede de Ongs da Mata Atlântica – RMA
WWF – Brasil
05/06/2010 | Notícias
Um grupo de ONGs ligadas ao movimento socioambientalista coloca no ar a partir deste sábado, 5 de junho dia do meio ambiente uma campanha que pretende esclarecer a população sobre as mudanças que podem afetar o Código Florestal. A lei criada na década 1930 passou por várias reformulações (hoje, lei 4771/65), mas nenhuma delas ameaçava tanto a proteção das florestas brasileiras como a que pode ocorrer agora com o relatório a ser apresentado por uma comissão especial da Câmara dos Deputados na semana que vem.
O site www.sosflorestas.com.br é uma publicação completa onde a sociedade poderá saber o histórico da lei florestal, a importância dela para a manutenção dos recursos hídricos, matas ciliares, solo e clima. Assinam a campanha: Apremavi, Greenpeace, ICV, IPAM, ISA e WWF. As adesões estão abertas para outras organizações da sociedade civil.
O site mostra ainda como o Código Florestal influi no dia a dia da população, sua importância para a agricultura e os riscos de se alterar pontos da lei que são considerados fundamentais por cientistas e ambientalistas. As bases científicas do Código Florestal e as propostas das ONGs que atuam no setor receberam destaques na publicação. Uma ação de cyberativismo convoca os cidadãos a se manifestarem contra o desmonte da legislação florestal.
O site vai ao ar dias antes da apresentação do relatório final da comissão especial da Câmara dos Deputados designada para propor mudanças na lei 4771. A lei é considerada estratégica para conter o desmatamento em todos os biomas e tentar reverter a situação das áreas degradadas. De acordo com os ambientalistas, as propostas em discussão – anistia a quem desmatou; fim das Áreas de Preservação Permanente; desobrigação de recuperar o que foi desmatado ilegalmente, entre outras, podem trazer consequências devastadoras, inclusive no que diz respeito ao cumprimento das metas assumidas pelo Brasil de reduzir o desmatamento, principalmente na Amazônia, e as emissões de gases que causam o aquecimento global.
Confira o site e participe.
04/06/2010 | Notícias
Durante o mês de maio de 2010, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI), realizaram três seminários sobre Adequação Ambiental.
Esses seminários tiveram como objetivo mobilizar e dar suporte ao Projeto Adequação ambiental de imóveis rurais através da Averbação de Reserva Legal, uma parceria da AMAVI com as Prefeituras da região e diversas outras instituições, como o Ministério do Meio Ambiente, a Apremavi, a The Nature Conservancy (TNC) e a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma) de Santa Catarina.
Os seminários aconteceram nos municípios de Taió, Ibirama e Ituporanga e envolveram a participação de técnicos das secretarias de agricultura e meio ambiente dos municípios do Alto Vale do Itajaí, extensionistas rurais da Empresa de Pesquisa Agropecuária Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), representantes dos sindicatos dos trabalhadores rurais, representantes do poder público dos municípios envolvidos, lideranças e agricultores da região.
O primeiro seminário regional foi realizado no dia 18 de maio, no município de Taió e contou com a participação de 52 pessoas. No dia 26 de maio, foi a vez de Ibirama, receber o segundo seminário, e contou com a participação de 73 pessoas, O último seminário foi realizado em Ituporanga, no dia 27 de maio e teve a participação de 59 pessoas.
Os seminários contaram com os seguintes palestrantes e temas: Nelcio Lidner falou sobre a Mata Atlântica: histórias, ameaças e oportunidades, Wigold Schaffer e Emerson Oliveira representando o Ministério do Meio Ambiente abordaram a Adequação Ambiental de Imóveis Rurais, Leandro da Rosa Casanova, falou sobre Reserva Legal: o que precisa saber e Restauração Florestal, Claudio Klemz da TNC proferiu palestra sobre Pagamento por Serviços Ambientais, Wilando Kurt, da AMAVI falou sobre o processo de averbação da Reserva Legal a ser desenvolvido pela Amavi e Miriam Prochnow da Apremavi, conversou com os presentes sobre PlanosMunicipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica e Serviços Ambientais.
Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi, afirma que a realização dos seminários foi extremamente importante por ser uma forma de comunicação eficiente e efetiva e porque possibilitou o repasse de informações corretas sobre a legislação ambiental vigente, no que se refere principalmente a averbação da Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente. As lideranças de agricultores dos municípios participantes disseminarão o conhecimento recebido em suas comunidades e municípios de origem.
A próxima etapa do projeto é a realização de reuniões específicas em cada um dos municípios do Alto Vale do Itajaí.
Maiores informações sobre o projeto podem ser obtidas com Edilaine Dick, no email: edilaine@apremavi.org.br
26/05/2010 | Notícias
Entre os dias 21 e 23 de maio, a Apremavi esteve presente na 6ª edição do Viva Mata mostra de iniciativas e projetos em prol da Mata Atlântica, um evento de amplitude nacional que é promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica desde 2005 em comemoração ao Dia Nacional da Mata Atlântica (dia 27 de maio), no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
O evento contou com a participação de diversas instituições que trabalham em prol da conservação da Mata Atlântica e sua biodiversidade, e trouxe a todos a oportunidade de conhecer novos projetos, trocar informações com o público, participar de palestras e rodas de conversa. Algumas entidades também puderam apresentar seus trabalhos em estandes temáticos e oficinas voltadas para o público sem seleção de idade.
Os estandes promoviam a divulgação dos trabalhos e projetos dos mais variados tipos e eram agrupados por temas principais: Educação Ambiental, Amigos da Mata, Costa Atlântica, Fauna e Flora da Mata Atlântica, Água, Reservas Particulares, Restauração Florestal, Centro de Experimentos Florestais, Reciclagem, Lagamar, Produtos sustentáveis, Conservação Regional e Empresas & Mata Atlântica. Além dos estandes institucionais da SOS Mata Atlântica, do Banco Bradesco, da Fundação Toyota do Brasil, da empresa Tinta Coral e da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo.
A Apremavi teve seu trabalho exposto no estande da Fauna e Flora e junto com a Associação Mata Ciliar (Jundiai SP), a Fundação Biodiversitas (Belo Horizonte MG), a Apromac (Cianorte PR), o Instituto Amuírandê (Aracaju SE), o Instituto Maracajá (São Vicente SP), a Associação Mico Leão Dourado (RJ), a Associação Promuriqui (SP), e o Projeto Mucky (Itu SP), recebeu a visita de estudantes e professores de escolas locais, grupos escoteiros, representantes de entidades ambientalistas presentes no evento e demais cidadãos envolvidos na luta pela preservação da Mata Atlântica.
Os projetos desenvolvidos pela Apremavi que foram apresentados ao público durante o evento são aqueles que vem sendo desenvolvidos na região da Floresta com Araucárias e o programa de Planejamento de Propriedades e Paisagens. Foram distribuídos exemplares de um jogo educativo para os professores das escolas locais que visitaram o evento, além do livro sobre a Floresta com Araucárias, que teve uma repercussão muito positiva.
Um dos estandes que chamou muita atenção foi o do funeral simbólico da Mata Atlântica, da biodiversidade, das futuras gerações, caso sejam promovidas as mudanças na legislação propostas por polítcos e setores retrógrados e que são contra o desenvolvimento sustentável do Brasil.
O cronograma das atividades
Na noite de abertura do evento (20 de maio) o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, destacou a importância de valorizarmos os políticos que agem em favor do meio ambiente e de apresentar as questões ambientais para nossos representantes que não estão familiarizados com o tema. Estiveram presentes na festa representantes de entidades ambientais, representantes do governo e de organizações não-governamentais, donos de reservas particulares, visitantes e amantes da Mata Atlântica, e, também algumas celebridades, que embalados por canções da música popular brasileira iniciaram os novos diálogos para conservação da biodiversidade da Mata Atlântica.
Na sexta-feira (21 de maio) dia que marcou o início das atividades do Viva Mata 2010, aconteceram os debates sobre o Código Florestal e a campanha dos Exterminadores do Futuro, com representantes de diversas instituições, membros da Frente Parlamentar Ambientalista e pessoas que estavam visitando o evento, e por meio deste evento pudemos saber um pouco mais sobre o que está acontecendo com a legislação ambiental e como a campanha dos Exterminadores do Futuro irá atuar. Ainda na sexta feira o ator Marcos Palmeira participou do bate-papo Eldorado, com a jornalista Paulina Chamorro, no qual contou como transformou sua vida modificando sua propriedade em uma fazenda de produtos orgânicos. Marcos disse ainda que depois da sua participação no evento, tem uma lição de casa: conhecer mais sobre o que está acontecendo com o Código Florestal e assim poder participar dessa campanha.
No sábado (22 de maio) foi comemorado o Dia da Biodiversidade no Viva Mata, e a programação do dia contou com um circuito de palestras sobre a importância da diversidade das espécies da fauna e flora, abordando temas como Primatas da Mata Atlântica, Peixes Marinhos da Costa Brasileira e Biodiversidade Marinha e Turismo Sustentável.
No último dia do Viva a Mata (23 de maio), as entidades e pessoas presentes no evento puderam participar de uma manifestação pelo Código Florestal: O Futuro é Nosso e o Voto Também. O objetivo da ação foi mostrar para a sociedade o que está em risco caso aconteçam as alterações no Código Florestal e na legislação ambiental brasileira, defendidas por setores específicos representados por alguns deputados. A ação também servirá para dar continuidade à campanha, receber contribuições da sociedade e mostrar a importância e a necessidade de levar em conta as questões ambientais na eleição. Daí, o nome, o futuro é nosso e o voto também, afirmou Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica.
Ponto de vista
Por fim, como representante da Apremavi no evento, afirmo que as ações realizadas, as novas parcerias firmadas, as metas traçadas, as informações e experiências trocadas e a motivação das entidades em buscar a conservação e recuperação da Mata Atlântica contagiaram a todos que por lá passaram, realimentando o movimento ambientalista a lutar pela conservação da biodiversidade e da proteção da natureza.
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22/05/2010 | Ameaçadas, Guia de Espécies, Nativas da Mata Atlântica, Para fauna, Para paisagismo, Para restauração, Secundárias
Sua majestade, a Araucária
A Araucária, também conhecida como pinheiro-brasileiro, é a árvore predominante da Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Floresta com Araucárias, uma das formações florestais do bioma Mata Atlântica. Originalmente, essa floresta se espalhava por cerca de 200.000 quilômetros quadrados dos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos planaltos e regiões mais frias.
O pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) é uma árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque especial à paisagem. Chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetro de dois metros e altura de até 50 metros.
Durante seu crescimento passa pelas mais variadas formas. Quando pequeno o pinheirinho parece um candelabro, à medida que cresce assume a forma de um cone e já no auge de sua maturidade, assemelha-se a uma taça. É o conjunto de taças, das copas dos pinheiros adultos, que confere à floresta com araucárias toda sua beleza e imponência, em especial no inverno, quando a neve a enfeita ainda mais.
No Sul do Brasil, o pinheiro brasileiro também é muito lembrado no período de inverno e festas juninas, quando a sua semente, o pinhão, é muito apreciado, cozido ou assado na brasa. Existe inclusive a festa nacional do pinhão, em Santa Catarina. O pinhão é uma fonte de alimento muito importante para a fauna nativa. Uma lenda, passada de geração em geração, conta que quem planta a araucária é a gralha-azul, que coleta os pinhões para comer, escondendo alguns para depois e acaba se esquecendo deles. Assim nascem os novos pinheirinhos. Lenda ou não, o fato é que existe uma ligação muito profunda e delicada entre a floresta e seus habitantes, inclusive os habitantes humanos. O pinhão é, ainda hoje, uma fonte de renda para muitas famílias.

Diferentes aspectos da Araucária. Em destaque, o Pinhão, a semente da Araucária. Fotos: Acervo Apremavi.
Características gerais
Árvore perene, a Araucária se caracteriza por ser monopodial e seus ramos laterias formando ângulos de quase noventa graus; costuma ter entre 10 e 35 metros de altura e por volta de 50 a 120 cm de diâmetro, sendo que, na fase adulta e em condições favoráveis, alguns espécimes já demonstraram seus possíveis 50 metros de altura e 250 cm de diâmetro. Seu tronco é reto e possui copa alta, muito característica e dificilmente confundível, sua casca é grossa e escura num tom marrom por fora, enquanto por dentro apresenta coloração clara com tons róseos e é resinosa. É gimnosperma, logo não possui flores nem frutos verdadeiros e, após a fecundação, é formada a pinha que pode ser caracterizada como uma flor primitiva.
A sua estrutura reprodutiva feminina de formato mais arredondada e a masculina fina e esticada dependem quase exclusivamente do vento para dispersão de suas sementes e polinização, porém não deixa de possuir uma relação de alta importância com diversos seres vivos, tanto para nidificação de pequenas aves, quanto alimento e eventualmente dispersão de sementes. Um fato interessante, mesmo que comum, é sua associação por meio de micorrizas, sendo uma troca de nutrientes entre fungo e árvore.
A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a araucária fosse impiedosamente explorada, principalmente a partir do início do século XX. Calcula-se que, entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 e 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras. Nem mesmo a beleza cênica, a riqueza biológica, a importância econômica de espécies como a araucária, a imbuia, o xaxim, a canela sassafrás e a erva mate, ou o alerta de cientistas e ambientalistas feitos a partir de 1930, foram suficientes para que as autoridades e a sociedade brasileira adotassem medidas efetivas de proteção da floresta com araucárias.
A araucária é uma das espécies mais antigas da flora brasileira, passou por diversos períodos geológicos, suportou drásticas mudanças climáticas, mas não está resistindo aos machados e motosserras de duas gerações humanas. Atualmente a floresta com araucárias está à beira da extinção. Restam menos de 3% de sua área original, incluindo as florestas exploradas e matas em regeneração. Menos de 1% da área original guarda as características da floresta primitiva.
Esta situação é cotidianamente agravada porque a floresta ainda sofre pela exploração ilegal da madeira e pela conversão da floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos de espécies exóticas, aumentando ainda mais o isolamento e insularização dos remanescentes. A mesma pressão é exercida sobre os campos naturais associados à Floresta Ombrófila Mista, agravando ainda mais a situação desse ecossistema.
A araucária é um símbolo de resistência na luta pela conservação da biodiversidade. Muitas batalhas foram perdidas, como o caso escandaloso de Barra Grande.Entretanto ainda resta esperança e a manutenção dos últimos remanescentes nativos é fundamental, como pode ser constatado no trabalho feito junto ao Parque Nacional das Araucárias e à Estação Ecológica da Mata Preta.
Diferentes estágios da produção de mudas de Araucária no Viveiro Jardim das Florestas – Apremavi. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.
A solução é restaurar
A restauração da floresta com araucárias também é extremamente importante e ela pode ser feita inclusive visando o uso econômico no futuro, seja da madeira da araucária plantada, seja através da colheita do pinhão (de araucárias nativas ou plantadas), seja pela exploração de sistemas agroflorestais, onde a araucária pode ser plantada com outras espécies como a erva-mate, a espinheira-santa, a bracatinga, a pitangueira, a cerejeira e etc.
O que importa é que todos se conscientizem de que as ações em prol do futuro do Planeta devem ser colocadas em prática por todos nós, imediatamente.
Visando apresentar o passo-a-passo para a produção de mudas nativas, a Apremavi realizou em 2021 O evento “Restauração e Produção de Mudas Nativas – O exemplo da araucária”. Miriam Prochnow falou sobre a Mata Atlântica e Wigold B. Schäffer usou a araucária como exemplo sobre a importância do uso dessa espécie em plantios de restauração de áreas degradadas.
Oficina de viveiritas realizada durante live no dia 30 de junho é uma iniciativa da Apremavi e do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental com apoio da Cáritas Brasileira e da Misereor.
Araucária
Nome cientifico: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze.
Família: Araucariaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, utensílios domésticos e cabos de ferramentas. Foi muito utilizada na indústria naval. Sementes comestíveis (pinhão) e atrativas para a fauna. Também é utilizada no paisagismo.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda.
Época de coleta de sementes: abril a agosto.
Fruto: Não apresenta frutos, suas sementes ficam juntas nuas, sem nenhuma polpa as envolvendo. O conjunto de sementes é chamado de pinha.
Flor: estróbilos verdes.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: Cada sementes é colocada diretamente nos saquinhos com substrato, com a ponta para baixo, levemente inclinada, sendo de germinação rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta.
Não é recomendável a produção de mudas através da repicagem. Para o plantio no campo é importante que as mudas não ultrapassem 10 cm de altura. Os pinhões também podem ser plantados diretamente.
Status na Lista Vermelha da IUCN: perigo crítico (critically endangered).
Fontes Consultadas:
LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. – Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.
PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.
THOMAS, P. 2013. Araucaria angustifolia. The IUCN Red List of Threatened Species 2013: e.T32975A2829141. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T32975A2829141.en.
Autores: João Casimiro, Miriam Prochnow e Wigold B. Schaffer.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Wigold B. Schaffer.
20/05/2010 | Notícias
O Viva a Mata é um evento nacional sobre a Mata Atlântica, que acontece todo ano no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo e é promovido pela Fundação SOS Mata Atlânica. Tem patrocínio do Banco Bradesco e apoio da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, da Tam Linhas Aéreas, da Rede Globo e da Rádio Eldorado.
Uma das atividades do Viva Mata é a "Mostra de Iniciativas e Projetos em prol da Mata Atlântica" e é nesta mostra que a Associação Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) apresentará as atividades que vem desenvolvendo na região da Floresta com Araucárias e junto ao programa de Planejamento de Propriedades e Paisagens.
As atividades serão desenvolvidas num estande chamado espaço da Fauna e Flora e junto com a Apremavi estarão outras sete organizações ambientalistas, como a Fundação Biodiversitas, a Associação Muriqui e a Associação Mico Leão Dourado.
A representante da Apremavi, Carolina Schaffer, está animada com o evento e após a montagem do estande declarou: "todos estão muito empenhados em fazer um bom trabalho, em passar informações importantes para as pessoas que passarão pelo estande e também em discutir novos projetos ambientais".
A programação completa do Viva Mata pode ser acessada no anexo.
Paralelo à programação do Viva Mata, acontecerá o Seminário "Sustentabilidade e Conservação da Mata Atlântica", organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e Rede de ONGs da Mata Atlântica com o apoio da GTZ Projeto Proteção da Mata Atlântica II, SOS Mata Atlântica e Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. O seminário será realizado no dia 22 de maio 2010, das 14h às 19h, no Auditório do Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera.
No seminário, especialistas farão uma análise dos avanços na proteção da floresta e apontarão temas prioritários aos candidatos às eleições deste ano, pedindo que assumam compromissos de conservar e recuperar a Mata Atlântica.
Para o coordenador da Rede de ONGs da Mata Atlântica, Renato Cunha o futuro da Mata Atlântica depende do fortalecimento da estratégia de criação, ampliação e consolidação das Unidades de Conservação e do arcabouço legal que protege a vegetação nativa. Segundo ele, há um sério risco de que o país perca importantes conquistas para a proteção da Mata Atlântica com a perspectiva de mudanças na legislação ambiental, principalmente no que se refere ao Código Florestal. Ao mesmo tempo, pondera que não bastam as leis. É preciso que se tenha consciência da importância da floresta e seus serviços ambientais para a população. A Mata Atlântica é de interesse de todos os brasileiros, afirma.
Os recursos naturais preservados são a condição básica para o desenvolvimento sustentável de um país. Sem isso não há sustentabilidade na agricultura e nem qualidade de vida no campo e na cidade no futuro, complementa Wigold Schaffer, coordenador do Núcleo Mata Atlântica do MMA. Segundo ele, há no Brasil as condições para o país orientar e liderar um movimento nacional e internacional em busca de soluções e adaptações a um modelo de desenvolvimento que seja realmente sustentável.
A programação do seminário encontra-se em anexo.
10/05/2010 | Notícias
A Apremavi e a Amavi convidam para a realização dos Seminários Regionais sobre Adequação Ambiental de Propriedades Rurais.
Os seminários fazem parte das atividades do projeto Adequação ambiental de imóveis rurais através da Averbação de Reserva Legal de autoria da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), em parceria com as Prefeituras da região e diversas outras instituições, entre elas o Ministério do Meio Ambiente, a Apremavi, a TNC e a Fatma.
Os eventos têm como objetivo sanar as dúvidas e repassar informações corretas sobre o processo de averbação da Reserva Legal (RL) aos agricultores da região do Alto Vale do Itajaí e demais interessados.
Os temas a serem abordados nos seminários são:
- O que é a Reserva Legal e como proceder para fazer a sua averbação?
- O que são Áreas de Preservação Permanente e como recuperá-las?
- O que diz a legislação ambiental sobre a RL e as APPs?
- Como se beneficiar de mecanismos como serviços ambientais e servidão florestal?
Os seminários serão realizados nas seguintes datas e locais:
Dia 18/05/2010 às 08h Câmara Municipal de Vereadores de Taió (Rua: Coronel Feddersen, nº1640).
Dia 26/05/2010 às 08h Udesc Campus de Ibirama (Rua: Dr. Getúlio Vargas, 2822, Bairro Bela Vista).
Dia 27/05/2010 às 08h Pesque Pague Clasen Ituporanga (Estrada Geral Faxinal Vila Nova nº 1208).
Maiores informações com Edilaine ou Edinho no fone: (47) 3535-0119.
03/05/2010 | Notícias
O projeto Adequação ambiental de imóveis rurais através da Averbação de Reserva Legal é uma iniciativa da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), em parceria com as Prefeituras da região e diversas outras instituições, como o MMA, a Apremavi, a TNC e a Fatma. O projeto tem como objetivo identificar e delimitar as Reservas Legais dos cerca de 25.000 imóveis rurais na região de abrangência dos 28 municípios do Alto Vale do Itajaí, além dos municípios de Alfredo Wagner e Bom Retiro, em Santa Catarina.
Iniciado no segundo semestre de 2009, pretende apoiar os pequenos produtores rurais na correta instrução dos processos de identificação, delimitação e averbação em cartório da Reserva Legal das propriedades rurais, além de organizar um cadastro geral da situação ambiental dos imóveis rurais da região.
A proposta da Amavi surgiu após a publicação do Decreto no 6.514/08, que regulamentou a Lei no 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) no que tange às infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e estabeleceu prazo até 11 de dezembro de 2009 para que os proprietários rurais averbassem a Reserva Legal, sob pena de multa diária. Esse decreto foi substituído pelo Decreto no 7.029, de 2009, que criou o Programa Mais Ambiente e estendeu o prazo para averbação das Reservas Legais até 11 de junho de 2011.
Um levantamento preliminar da Amavi indicou que aproximadamente 70% das pequenas propriedades rurais da região ainda conservam áreas de vegetação nativa para constituir a Reserva Legal e são raros aqueles que não possuem mais nenhum remanescente de mata nativa e que terão que recuperar áreas. Ou seja, na região do Alto Vale do Itajaí, a regularização da Reserva Legal, mediante averbação de área equivalente a 20% do imóvel conforme preconiza o Código Florestal, depende basicamente da identificação, mapeamento e averbação em cartório.
Esta iniciativa coloca as prefeituras da região na vanguarda da discussão e solução dos problemas relacionados aos principais temas de importância não apenas local e nacional, mas também global, como a minimização dos efeitos das mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade, a conservação dos recursos hídricos e a conservação do solo, todos temas relacionados aos processos agrícolas, industriais, energéticos e de abastecimento público e bem estar das populações humanas. Além disso, ao apoiar a elaboração dos mapas e processos de cada imóvel para a averbação da Reserva Legal, vai trazer uma importante economia aos agricultores e pecuaristas da região.
Dentro deste trabalho, através de parceria estabelecida com o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio) a Apremavi estará desenvolvendo ações de capacitação em legislação ambiental, na elaboração de planos municipais de conservação e recuperação da Mata Atlântica e ações de mobilização e educação ambiental em 28 municípios do Alto Vale do Itajaí.
Serão realizados 03 cursos sobre legislação ambiental, envolvendo os técnicos das prefeituras e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). O primeiro curso foi realizado nos dias 28 e 29 de abril e envolveu a participação de 15 técnicos dos municípios de Salete, Rio do Campo, Santa Terezinha, Taió, Mirim Doce, Pouso Redondo e Atalanta. Os demais cursos serão realizados de 04 a 06 de maio e de 11 a 13 de maio, onde serão envolvidos os municípios não contemplados nesse primeiro curso.
Dentre os assuntos discutidos nos cursos destacam-se:
Adequação ambiental das propriedades rurais: Legislação ambiental vigente.
Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica.
Unidades de Conservação: O que são, importância e processo de criação.
Políticas municipais de meio ambiente e Conselhos Municipais de Meio Ambiente.
Serviços ambientais: conceitos e pagamentos por serviços ambientais.
Restauração Florestal: Fundamentação teórica e bases ecológicas necessárias à restauração florestal com espécies nativas.
Serão também realizados 03 seminários sobre legislação ambiental, que envolverão diretamente os agricultores familiares do Alto Vale e demais interessados sobre o assunto. Esses eventos serão realizados nos dias 18 de maio, em Taió (SC), 26 de maio em Ibirama (SC) e 27 de maio em Ituporanga (SC) e terão como objetivo sanar as dúvidas e repassar informações corretas sobre o processo de averbação da RL aos agricultores.
A Apremavi ainda realizará reuniões mensais com os técnicos envolvidos nos cursos citados acima, com o objetivo de formar uma rede de técnicos capacitados e atuantes na área ambiental, com potencial para mobilização dos agricultores do Alto Vale do Itajaí.
A realização desses eventos está contando com a participação de palestrantes da equipe técnica da Apremavi: Edilaine Dick, Jaqueline Pesenti, Edinho Pedro Schaffer, Tatiana Arruda Correa, Leandro da Rosa Casanova e Miriam Prochnow e de palestrantes convidados: Nelcio Lindner (Senai de Blumenau), Lauro Bacca (RPPN Catarinense), Claudio Klemz (TNC), Ivanor Boing (Prefeito de Vitor Meirelles) e Wigold B. Schaffer (MMA).
28/04/2010 | Notícias
Em nota entregue à Frente Parlamentar Ambientalista, no dia 28 de abril de 2010, ONGs manifestam sua preocupação frente a grave crise da política ambiental no país. A nota foi entregue aos parlamentares pedindo para que eles exerçam pressão sobre a pauta apresentada.
Política Ambiental no Brasil à beira do abismo
As entidades signatárias manifestam nesta Nota sua forte preocupação com a atual conjuntura da política ambiental brasileira, agravada ainda mais com a situação atual por que passam os servidores públicos federais ambientais (MMA/IBAMA/ICMBio/SFB) cujas reivindicações merecem nosso total apoio. O descaso do governo federal para com as carreiras ambientais constitui a derradeira e inequívoca evidência de que presenciamos uma crise inaceitável na política socioambiental brasileira, em pleno Ano Internacional da Biodiversidade.
As evidências de que o projeto de crescimento econômico fomentado pelo governo federal ruma na contra mão do desenvolvimento sustentável são inúmeras e graves. Vejamos:
1) Até agora o executivo federal não se posicionou de forma clara, pública e firme contrário ao movimento de flexibilização generalizada da nossa legislação federal sustentado – em dezenas de audiências públicas recentes – por representantes governistas da bancada ruralista no Congresso Nacional. Dentre as proposições em curso que visam desconstituir algumas das principais garantias legais pós-Constituição de 1988 destacamos:
I – a desfiguração do código florestal com propostas de anistia generalizada para consolidar o uso econômico de desmatamentos ilegais em áreas protegidas ou de risco (Reservas legais e áreas de preservação permanente);
II – propostas para enfraquecer o Zoneamento Ecológico-econômico como instrumento de planejamento fundamental para promoção da sustentabilidade retirando do próprio governo federal o controle sobre a sua qualidade e consistência;
III proposta para eliminar o poder normativo do CONAMA, órgão de primeira importância do Sisnama por garantir a participação, legitimidade e transparência no desenvolvimento de normas e parâmetros técnicos ambientais;
IV proposta para suprimir a prerrogativa do executivo de criar unidades de conservação, obrigando a sua homologação pelo legislativo.
2) A aprovação na Câmara dos Deputados, em dezembro de 2009, de dispositivo no Projeto de Lei Complementar (12/09) que suprime o poder supletivo do órgão ambiental federal para o exercício da fiscalização, ou seja, de cobrir a eventual omissão dos órgãos ambientais estaduais, comprometendo de forma significativa o controle do desmatamento e, conseqüentemente, o controle federal sobre o cumprimento das metas de redução de CO2 contidas na Política Nacional de Mudanças Climáticas.
3) O não lançamento até hoje, pela Casa Civil da Presidência da República, da revisão do Plano Nacional de Prevenção e Controle dos Desmatamentos na Amazônia, revisão esta iniciada no primeiro semestre de 2008. Espera-se que a atual revisão inclua as ações relativas aos compromissos estendidos para o Cerrado, parte integrante das metas do item anterior.
4) A defesa exaltada e publicitária de um Programa de Aceleração do Crescimento 2 pautado fundamentalmente em obras de infra-estrutura altamente impactantes e despidas de avaliação ambiental integrada e estratégica. O PAC, em nenhuma de suas versões, contém planejamento correlato que indique um fortalecimento da gestão ambiental capaz de garantir sustentabilidade aos seus objetivos.
5) A insistência na aprovação, inclusive com pressão política exercida sobre técnicos do órgão de licenciamento ambiental federal e manifestações autoritárias na mídia parte de representantes do TCU e da ABIN contrárias às organizações da sociedade civil que questionam legitimamente no judiciário obras de infra-estrutura comprovadamente anti-econômicas e flagrantemente causadoras de graves impactos socioambientais, como a UHE Belo Monte, no Pará, e a rodovia BR 319, no Amazonas, cortando o coração da Amazônia.
6) O bloqueio na Casa Civil, em atendimento à pressão do Ministério de Minas e Energia, na criação de novas áreas protegidas sob pretexto de desenvolver estudos para prospecção de áreas para mineração pondo em risco áreas com alto potencial de conservação de biodiversidade.
E por fim,
7) a recusa do executivo federal em cumprir acordo firmado com servidores das carreiras ambientais federais, induzindo com isso a evasão de técnicos qualificados do setor ambiental para outros órgãos públicos melhor estruturados e remunerados, ou mesmo instituições privadas, o que comprometerá sobremaneira a já pouco estruturada política ambiental brasileira.
O fortalecimento institucional dos órgãos responsáveis pela implementação das políticas e legislação ambientais é vital, e não acontecerá sem um tratamento sério e responsável às legítimas demandas dos seus servidores ambientais e da sociedade civil.
O tratamento anti-isonômico e de 2ª categoria conferido às carreiras ambientais nos órgãos federais precisa ser revisto e as demandas apresentadas merecem ser atendidas no curtíssimo prazo.
A omissão do poder executivo federal em relação ao flagrante ataque à nossa legislação socioambiental em curso no Congresso Nacional é também inaceitável cabendo aos líderes políticos do governo federal, em especial ao Presidente Lula, defender a implementação da legislação em vigor e o fortalecimento das instâncias de gestão ambiental federal.
Em 28 de abril de 2010, assinam:
Grupo de Trabalho Amazônico
Rede de Ongs da Mata Atlântica
Apremavi Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida
Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
Associação de Defesa Ambiental – Kanindé
Conservação Internacional – CI
Fundação SOS Mata Atlântica
Gambá Grupo Ambientalista da Bahia
Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
Imazon Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
Inesc Instituto de Estudos Socioeconômicos
IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
ISA – Instituto Socioambiental
ICV – Instituo Centro de Vida
Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF – Brasil
28/04/2010 | Notícias
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro. Ocupa cerca de 11% do território do país e é o predominante da região nordeste, sendo também o menos conhecido dos nossos biomas. Mesmo assim, é uma região extremamente importante para a biodiversidade, porque muitas espécies da flora e fauna somente ocorrem ali. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente e da Conservação Internacional, nessa região são encontradas 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves .
Na caatinga vivem quase 28 milhões de pessoas. Pelo fato de viverem numa região semiárida, boa parte delas é carente e precisa dos recursos naturais para sobreviver. Esse fato aliado à implantação de grandes projetos, como a exploração da vegetação nativa para produção de carvão, são fatores que fazem com que grande parte de seus ecossistemas já tenham sido alterados de alguma forma, por conta dos processos de ocupação, desmatamentos e queimadas.
Em 2008, a vegetação remanescente da área era de apenas 53,62%. O monitoramento do desmatamento no bioma, realizado pelo MMA, entre 2002 e 2008, revela que, neste período, o território devastado foi de 16.576 km2, o equivalente a 2% de toda a área, ou seja: o índice de desmatamento na Caatinga é alarmante, especialmente tendo em vista que a região é uma das mais afetadas pela mudanças climáticas por conta dos processos de desertificação.
Para se ter uma ideia da gravidade do problema, basta olhar alguns números. No Brasil, 62% das áreas vulneráveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga. Esse processo de desertificação traz prejuízos econômicos enormes ao país.
A criação de unidades de conservação, o uso racional dos recursos naturais e o combate à desertificação são fundamentais para a conservação da caatinga.
Mas apesar dos dados alarmantes a caatinga tem um grande potencial para o uso sustentável da sua biodiversidade. Inúmeras espécies se destacam para vários usos, desde madeira, forragem e medicinais. As espécies prioritárias para madeira e forragem existem a catingueira, o pau d’arco, o sabiá, o angico, o pau-ferro e o juazeiro. Já as espécies medicinais são, a aroeira (adstringente), o araticum (antidiarréico), o velame e o marmeleiro (antifebris). Do caroá e do sisal são extraídas fibras para artesanato e o cajueiro e o umbuzeiro são utilizados para fabricação de doces.
É na caatinga também que se encontram os sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, como os localizados no interior do Parque Nacional da Serra da Capivara, representados em sua maioria por pinturas e gravuras rupestres, nos quais se encontram vestígios extremamente antigos da presença do homem (50.000 anos antes do presente – Dados da Fundação do Museu do Homem Americano).
Uma das ações para conservação da Caatinga que a Apremavi vem apoiando, junto com a Rede de ONGs do Piauí, é a criação do Parque Nacional da Serra vermelha. A área, que fica no sul do Piauí e que também abriga remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica, está em estudo desde 2007 e corre o risco de ter sua vegetação cortada para projetos de produção de carvão vegetal. No Dia da Caatinga espera-se que o governo federal cumpra sua promessa de proteger a região, criando essa Unidade de Conservação.
Para saber mais detalhes da importância da Serra Vermelha e das disputas que giram em torno de sua conservação, veja o artigo em anexo.
Fotos: Miriam Prochnow
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23/04/2010 | Notícias
O seminário Código Florestal: Brasil celeiro do mundo ou realidade socioambiental?, que aconteceu em Brasília, no dia 06 de abril de 2010, promovido pelo Ipam, reuniu parlamentares, técnicos e proprietários rurais. Entre os parlamentares presentes, destaque para a Senadora Marina Silva.
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida foi representada por Miriam Prochnow que apresentou alguns dos trabalhos da instituição, relacionados à adequação ambiental de propriedades rurais.
A adequação ambiental é possível também para propriedades localizadas nas regiões de Mata Atlântica, onde restaram pouco mais de 7% de florestas bem conservadas. Para Miriam, coordenadora de Políticas Públicas da Apremavi: a aplicação do Código Florestal faz diferença na qualidade de vida e renda da população rural e também na urbana, como pudemos constatar nas recentes tragédias em Santa Catarina (no final de 2008), São Paulo e Angra dos Reis, no início deste ano, e agora no Rio de Janeiro, onde a grande maioria das vítimas estava em Áreas de Preservação Permanente (APPs) que não poderiam ter sido ocupadas, disse.
Com o objetivo de adequar as propriedades, a Apremavi mantém o prograna Matas Legais, em parceria com a empresa Klabin, através do qual projetos de recuperação e conservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) estão sendo desenvolvidos em dois assentamentos rurais no Paraná Paulo Freire (72 famílias) e Banco da Terra (63 famílias) -, nos quais 146 hectares de APPs degradadas estão sendo recuperadas (com a doação de 150.000 mudas nativas). Nos dois assentamentos, foram demarcados 446 ha de APPs e 191 ha de Reserva Legal.
O programa desenvolve ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal. Dentro do programa, a palavra legal procura traduzir dois sentidos: o legal do cumprimento da legislação ambiental e o legal da expressão de lugar agradável, bonito e bom de morar e viver.
A coordenadora da Apremavi contou, ainda, que a Apremavi é parceira em um projeto da Associação dos Municípios do Alto Vale Itajaí (Amavi), de Santa Catarina, que está ajudando 25 mil produtores rurais (a maioria com pequenas propriedades) dos 28 municípios da Associação a averbarem suas Reservas Legais. O mais interessante neste processo é constatar que a maior parte das propriedades tem floresta suficiente para fazer a demarcação e que menos de 5% delas têm alguma dificuldade real para se adequar à legislação ambiental, diz.
Neste projeto, estão sendo realizados o mapeamento dos remanescentes, a proposição das Reservas Legais formando corredores ecológicos, a capacitação de técnicos das 28 prefeituras, cursos de capacitação para técnicos e proprietários e o apoio na restauração de áreas.
Veja os depoimentos dos participantes do seminário Código Florestal: Brasil celeiro do mundo ou realidade socioambiental?
14/04/2010 | Notícias
A rádio 93,3 FM e a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) se uniram para lançar uma campanha de conscientização ambiental que visa a mudança de hábitos cotidianos. O lema da campanha é: A gente muda o mundo com a mudança da nossa mente. O evento de lançamento aconteceu na manhã de sábado, 10 de abril de 2010, na praça central de Rio do Sul (SC).
Durante o evento foram distribuídos materiais sobre meio ambiente, além do folder da campanha. A população também pode contar com a distribuição de mudas nativas doadas pela Apremavi e pela ONG Mãe dÁgua.
Sobre a campanha
Nos próximos seis meses os ouvintes da rádio 93,3 FM receberão informações sobre questões ambientais e dicas de como contribuir para um mundo mais sustentável. De acordo com Rodrigo Horst, coordenador de Jornalismo da Rádio "as cidades precisam de pessoas com atitudes que provoquem mudanças nos hábitos dos nossos semelhantes".
A campanha irá ao ar de abril a setembro de 2010 e tem como objetivo, sensibilizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente através de pequenas atitudes na nossa vida diária. Atitudes que nos tornem consumidores conscientes.
Os temas a serem trabalhados durante a campanha são:
Preservar a água é preservar a Vida – Dados e informações sobre a escassez, uso consciente, preservação da mata ciliar, saneamento, consequências prováveis de morar em locais de risco, mutirão de limpeza em rios e Averbação da Reserva Legal.
Reduzir a quantidade de lixo é um compromisso de todos – Dados e informações sobre a produção de lixo pela população e a importância na redução do consumo e consequentemente do lixo produzido, coleta seletiva, destino final do lixo e as consequências que o lixo causa para o meio ambiente.
É necessário ter consciência das ações do dia-a-dia, respeitando a natureza e também plantar árvores – Dados e informações sobre o aquecimento global, causas, consequências, modos de combater e dicas de como contribuir para reverter esse quadro com pequenas atitudes diárias.
A base da nossa saúde está na alimentação. Devemos questionar a procedência dos alimentos que adquirimos – Dados e informações sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras, a poluição causada, os riscos que eles trazem à saúde dos produtores e consumidores e alternativas de produção.
A melhor estratégia para a conservação da biodiversidade e o equilíbrio do planeta é a criação de Unidades de Conservação – Dados e informações sobre as Unidades de Conservação existentes, o que são, para que servem e como criá-las.
O aproveitamento dos recursos naturais de maneira correta é o mais importante passo para que possamos reverter o quadro das problemáticas ambientais– Definição e dados sobre os benefícios para toda a população e informações sobre as alternativas energéticas ambientalmente sustentáveis.
É preciso um comprometimento permanente da empresa, em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento global da sociedade – Definição, exemplos práticos do que as empresas podem fazer para contribuir com o meio ambiente e os benefícios que terão com tais atitudes, o que mudou no mundo dos negócios, novas exigências e novas oportunidades.
Além das informações diárias que os ouvintes da rádio 93 FM terão a oportunidade de acompanhar, a campanha contará ainda com pedágio, enquetes, entrevistas e mutirões com a comunidade.
Já está sendo programado o próximo evento de divulgação da campanha e de distribuição de mudas nativas, que deverá acontecer no início do mês de junho.
Todas as mudanças de hábitos, mesmo que pequenas, geram grandes diferenças. Faça você a sua parte! Contribua para a preservação de nosso bem mais valioso, o planeta Terra.
A rádio 93,3 FM, situada na cidade de Rio do Sul, foi uma das primeiras empresas de radiodifusão em freqüência modulada a operar no estado de Santa Catarina, outorgada pela Portaria 819 de 09/08/1977.
A 93.3 FM foi pioneira na adoção de uma programação segmentada e exclusiva para o publico jovem contemporâneo que via nas rádios FMs a alternativa para se atualizar quanto às novas tendências musicais e notícias.
Sua cobertura abrange uma significativa área entre o meio oeste e o litoral do estado de Santa Catarina.
Fotos: Rodrigo Horst
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29/03/2010 | Notícias
A semana do dia 22 de março de 2010 foi marcada por atividades intensas para a equipe da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), responsável pela elaboração do plano de manejo e formação do conselho consultivo do Parque Nacional das Araucárias (PNA). Juntamente com os técnicos do ICMBio responsáveis pela gestão do PNA, da ESEC da Mata Preta e do RVS dos Campos de Palmas, foram realizados diversos eventos envolvendo a comunidade local.
Durante aproximadamente 2 anos e meio a comunidade local foi envolvida e forneceu embasamento para elaboração do Conselho Consultivo (CC) e do plano de manejo do PNA. Esses atores foram ouvidos durante as reuniões abertas, entrevistas para elaboração do diagnóstico socioeconômico da UC, visitas as entidades governamentais e da sociedade civil, reuniões para formação do CC e oficina de planejamento participativo.
Nem mesmo a intensa chuva e a dificuldade de acesso aos pavilhões comunitários impediram que aproximadamente 100 pessoas, moradoras dos assentamentos localizados na zona de amortecimento do PNA se fizessem presentes durante os dias 22 e 23 para participar do evento de divulgação do plano de manejo e lançamento do vídeo O Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica da Mata Preta: Unidades de Conservação da Mata Atlântica, produzido pela Apremavi no âmbito do projeto Elaboração dos planos de manejo da Estação Ecológica da Mata Preta e do Parque Nacional das Araucárias.
No dia 22 o evento foi realizado no assentamento Sapateiro I e no dia 23, no assentamento Zumbi dos Palmares I.
No dia 24, no complexo esportivo do município de Ponte Serrada, além do lançamento do vídeo e divulgação do plano de manejo, aconteceu a cerimônia de posse do conselho consultivo do PNA. Cerca de 120 pessoas participaram do evento.
Neste mesmo dia, no período da manhã os técnicos da Apremavi se reuniram com os técnicos do ICMBio para discutir o futuro das ações da instituição na região e atuação nas UCs. Durante toda a tarde aconteceu a primeira reunião do conselho consultivo do PNA, na qual foram realizados trabalhos em grupo, visando a elaboração do regimento interno do referido conselho.
No dia 25 pela manhã, os parceiros do projeto se reuniram na Câmara de Vereadores de Ponte Serrada, para realizar a oficina de avaliação final do projeto, sistematizar e avaliar as atividades que foram desenvolvidas durante o projeto para que o PNA e a ESEC da Mata Preta, se tornassem conhecidos na região e aceitos pela comunidade.
20 de janeiro de 2011. Em tempo:
A Apremavi, instituição contratada pelo Programa Projetos Demonstrativos (PDA) do Ministério do Meio Ambiente para conduzir, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o processo de formação do Conselho Consultivo e a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional das Araucárias (PNA), informa que o decreto de 19 de outubro de 2005, que cria o Parque Nacional das Araucárias, está em pleno vigor, diferentemente de informações veiculadas em comentários deixados neste site. Além disso, as ações de implantação, inclusive a regularização fundiária, desta Unidade de Conservação (UC) também estão em andamento sob a responsabilidade do ICMBio.
Ressaltamos que tanto para a elaboração do Plano de Manejo, quanto para a criação do Conselho Consultivo, a comunidade local foi ouvida em diferentes momentos, como em reuniões coletivas, conversas pessoais, entrevistas, oficinas e seminários, conforme documentado em matérias publicadas anteriormente nesse site. Destacamos ainda, que há mais de três anos as equipes técnicas da Apremavi e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vem se empenhando em identificar os atores diretamente envolvidos com o Parque e, da mesma forma, continuam a disposição para o esclarecimento de dúvidas que ainda possam existir ou surgir.
A Apremavi também esclarece que um Plano de Manejo de Unidade de Conservação não é um plano de manejo florestal. São instrumentos distintos, ou seja, o Plano de Manejo elaborado para um Parque Nacional está previsto na Lei no 9.985/2000, que trata do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e estabelece ações para o uso indireto da área, como visitação pública, pesquisa científica, educação ambiental, ações para recuperação das áreas degradadas, entre outras, não permitindo a exploração direta de seus recursos florestais nativos. Vale lembrar também que, por força da Lei da Mata Atlântica (Lei no 11.428/2006), os planos de manejo florestais de exploração madeireira em larga escala neste Bioma, estão proibidos, sendo permitidas apenas a exploração eventual sem propósito comercial direto e indireto e exploração de espécies pioneiras mediante autorização dos órgãos competentes, respeitado o disposto no Decreto no 6.660/2008.
Outra informação importante é que a alegada caducidade do Decreto de Criação do Parque Nacional da Ilha Grande e que poderia ser aplicada para outros decretos como o de criação do Parque Nacional das Araucárias, foi revertida pelo próprio Juiz que havia dado a sentença, conforme pode ser comprovado no texto abaixo.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2009.70.00.025365-5/PR
Despacho/Decisão
1. Defiro o pedido do IBAMA, recebendo as apelações interpostas no duplo efeito.
De fato, conforme previsto no art. 14 da Lei nº 7.347/85, "O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte". Na hipótese em tela, o pedido inicial foi julgado procedente, com reconhecimento da caducidade do Decreto s/nº de 30/09/97 que criou o Parque Nacional de Ilha Grande. Assim, evidencia-se a possibilidade de dano irreparável ao IBAMA caso a decisão passe a gerar efeitos desde já e, no futuro, seja modificada.
2. Intime-se a parte adversa para contrarrazões.
3. Após, remetam-se os autos ao TRF da 4ª Região.
Curitiba, 17 de agosto de 2010.
Nicolau Konkel Junior
Juiz Federal
Havendo outras dúvidas sobre quaisquer aspectos relacionados ao Parque Nacional das Araucárias, favor entrar em contato através dos seguintes telefones e emails:
ICMBio (chefe da UC): Fone: (46) 32625099. Email: Juliano Rodrigues Oliveira juliano.oliveira@icmbio.gov.br/
Apremavi: Edilaine Dick ou Marcos Alexandre Danieli Fones: (47) 35350119/ (49) 88348397. Email: edilaine@apremavi.org.br; marcos@apremavi.org.br
A Apremavi esclarece também que o teor de qualquer comentário deixado no site é de inteira responsabilidade do autor e que não são aceitos comentários ofensivos.
Fotos: Arquivo Apremavi.
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26/03/2010 | Notícias
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) tem entre suas principais atividades a produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, mudas essas destinadas a recuperar Áreas de Preservação Permanente (APPs) e outras áreas degradadas em imóveis da própria Apremavi e de proprietários de terra dos estados de SC, PR e RS.
A Apremavi é hoje uma das instituições com maior experiência e atuação na recuperação de APPs, reconhecida nacional e internacionalmente pelo seu trabalho exemplar.
Em 2003, a Apremavi adquiriu um terreno na localidade de Alto Dona Luiza, no município de Atalanta (SC) e desde então vem promovendo a adequação ambiental do imóvel, com a recuperação das áreas degradadas e recomposição das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Vários dos plantios realizados estão dentro do Programa Clima Legal. Assim como outros imóveis rurais da localidade e também no Alto Vale do Itajaí e no Brasil, o imóvel adquirido pela Apremavi, tinha parte de suas APPs ocupadas por pastagem, as quais necessitavam de recuperação.
As primeiras árvores plantadas já se transformaram em verdadeiras florestas (vide fotos em anexo) com dezenas de espécies nativas, incluindo frutíferas que servem para atrair pássaros e outros animais. Outras áreas, plantadas mais recentemente também estão em franca recuperação. Isso mostra que quando se quer recuperar, a natureza responde de forma generosa e os resultados logo aparecem.
Já em 2004, um dos viveiros de mudas de espécies nativas da Apremavi foi instalado nesse imóvel, com capacidade para a produção de aproximadamente 300.000 mudas por ano. No terreno já foram plantadas cerca de 100.000 mudas de árvores nativas, recuperando áreas anteriormente desmatadas e ocupadas por atividades agropecuárias e no enriquecimento das florestas secundárias.
Foi pensando nisso que nos dias 24 e 25 de março a Apremavi iniciou a última etapa de restauração florestal do imóvel, que consiste na recuperação da Mata Ciliar do curso dágua existente na área, afluente do rio Dona Luiza, que faz a divisa leste do imóvel. Destaca-se que ambas as margens do Rio Dona Luiza estão desprovidas da mata ciliar, ocupadas por pastagens formadas por espécies exóticas ao ecossistema local, que originalmente era formado de Floresta Ombrófila Densa.
As ações de recuperação dessa área degradada estão pautadas na recente Instrução Normativa nº 5 do MMA, de 2009, que contempla diversos dispositivos orientadores da recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Essa instrução veio no sentido de facilitar as ações de recuperação de áreas, estimulando inclusive que os proprietários façam a adequação ambiental de seus imóveis.
Note-se que um dos grandes avanços trazidos pela Instrução Normativa no 5 do MMA é a garantia de que intervenções (controle da erosão, erradicação de espécies exóticas, capinas de manutenção, coroamento, controle de formigas, etc) necessárias ao preparo do solo para o plantio ou para a manutenção das mudas plantadas, podem ser executadas de forma livre pelo proprietário da área e independem de qualquer autorização dos órgãos ambientais.
Entre outras coisas, a Instrução Normativa determina expressamente que:
Art. 1º A recuperação de Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) independe de autorização do poder público, respeitadas obrigações anteriormente acordadas e normas ambientais específicas, quando existentes, bem como os requisitos técnicos estabelecidos nesta resolução.
A referida Instrução Normativa nº 5 do MMA, de 2009, estabelece ainda uma série de definições técnicas e conceitos aplicáveis à recuperação de APPs e RL:
Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa são adotadas as seguintes definições:
I – Área degradada: área onde a vegetação, flora, fauna e solo foram total ou parcialmente destruídos, removidos ou expulsos, com alteração da qualidade biótica, edáfica e hídrica;
II – Espécie exótica: qualquer espécie fora de sua área natural de distribuição geográfica;
III – Espécie exótica invasora: espécie exótica cuja introdução ou dispersão ameaça ecossistema, habitat ou espécies e causa impactos negativos ambientais, econômicos, sociais ou culturais;
IV – Espécie nativa: espécie que apresenta suas populações naturais dentro dos limites de sua distribuição geográfica, participando de ecossistemas onde apresenta seus níveis de interação e controles demográficos;
O art. 5º da IN nº 5 do MMA, estabelece também as metodologias que podem ser utilizadas para a recuperação de APPs e RL:
Art. 5º A recuperação de APP e RL poderá ser feita pelos seguintes métodos:
I – condução da regeneração natural de espécies nativas;
II – plantio de espécies nativas (mudas, sementes, estacas); e (grifo nosso)
III – plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas.
Cabe destacar, como vimos acima, que além de determinar expressamente que o plantio e reflorestamento e a recuperação de APP e RL com espécies nativas independem de autorização dos órgãos ambientais, a IN no 5 do MMA também prescreve uma série de atividades e intervenções que devem ser realizadas para garantir a efetividade dos plantios ou da recuperação, dentre as quais se chama atenção para as ações de manutenção (coroamento, controle de plantas daninhas), de erradicação de espécies exóticas e de controle da erosão, quando necessário. Na área da Apremavi essas ações eram necessárias e foram realizadas para preparar o terreno para deixá-lo apto a receber o plantio de mudas de espécies de árvores nativas da Mata Atlântica.
A Instrução Normativa no 5 do MMA, veio, sem dúvida, para simplificar e desburocratizar o processo de recuperação de APPs e Reservas Legais, especialmente ao deixar claramente determinado que essas importantes atividades não precisam de autorização dos órgãos ambientais e a Apremavi espera que a aplicação dessa Instrução Normativa ajude de fato a facilitar e estimular ações de restauração das áreas degradadas na Mata Atlântica.
Fotos: Edegold Schaffer, Edinho P. Schaffer e Miriam Prochnow
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24/03/2010 | Notícias
Entre os dias 09 e 11 de março de 2010, aconteceu o Seminário Integrado de Agroecologia de iniciativa da empresa Rigesa Celulose Papel e Embalagens Ltda. em celebração ao cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público de Santa Catarina.
O seminário foi realizado em Canoinhas, Porto União, Mafra e Itaiópolis (Planalto Norte) e em Santa Cecília (Planalto Serrano), comarcas onde a Rigesa possui plantios florestais e fomento florestal.
As palestras foram ministradas por representantes do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, promotores das comarcas locais, Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA), Apremavi e Rigesa.
Em todos os municípios, o seminário teve boa representatividade e a presença significativa de agricultores, técnicos e estudantes.
A participação do Ministério Público Estadual bem como dos promotores das comarcas envolvidas teve papel fundamental, principalmente no esclarecimento de algumas questões relacionadas ao Código Ambiental Catarinense, que gerou impasse no que diz respeito às Áreas de Preservação Permanente (APP) e que está sendo questionado por uma Ação de Inconstitucionalidade.
Os promotores afirmaram categoricamente ao público que a lei que prevalece é a lei federal, ou seja, as diretrizes são regidas pelo Código Florestal Federal. Afirmaram que a lei estadual não pode ser mais flexível que a lei federal, o que caracteriza a inconstitucionalidade.
A FATMA falou sobre os licenciamentos ambientais necessários às atividades inerentes às propriedades rurais. Salientou que para qualquer processo de licenciamento a averbação da reserva legal é obrigatória.
Leandro da Rosa Casanova, coordenador de projetos da Apremavi, falou para o público sobre as alternativas possíveis para se promover a adequação ambiental dos imóveis rurais, no que diz respeito às APPs e Reserva Legal (RL).
Ao contrário do que se imagina, o Código Florestal de 1965 não é estático. Através de Decretos e Medidas Provisórias, houve mudanças que facilitaram a adequação ambiental, principalmente aos pequenos agricultores. A exemplo disso podemos citar a possibilidade do cômputo de APPs para compor a reserva legal, o uso indireto de produtos agroflorestais em APPs em recuperação, possibilidades de compensação da reserva legal em outras áreas, condomínios de reserva legal e servidão florestal.
Além disso, também foram passadas informações referentes a diferentes metodologias possíveis que contribuem para a recuperação de áreas ciliares e reserva legal nas propriedades rurais.
A Rigesa realizou uma apresentação institucional e apresentou os procedimentos adotados pela empresa no que diz respeito às normas de certificação. Explanou sobre as estratégias que estão sendo utilizadas para fazer a adequação de suas propriedades.
Abaixo foto do seminário em Porto União. Arquivo Rigesa.
12/03/2010 | Notícias
Uma expedição integrada por fotógrafos, jornalistas e técnicos, organizada pela ONG Mira-Serra, com a participação da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), percorreu por cinco dias no final de fevereiro, a região onde se propõe a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra.
A expedição foi realizada com o objetivo de chamar atenção para as riquezas naturais da região (veja também a matéria escrita por Carlos Matsubara), bem como para a situação dramática de pressão sobre os remanescentes de vegetação natural da floresta com araucárias e campos nativos da região, principalmente por desmatamentos, plantios de espécies florestais exóticas e agricultura intensiva.
Essa é ainda uma das áreas em melhor estado de conservação do Sul do Brasil e parte da área pertence à Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, patrimônio Mundial segundo a UNESCO. É apontada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como área de extrema importância biológica e, portanto, prioritária para a conservação da biodiversidade.
O grupo passou pelos municípios de Cambará do Sul, São José dos Ausentes e Bom Jesus, no Rio Grande do Sul e Praia Grande em Santa Catarina, percorrendo aproximadamente 800 Km.
O Município de Cambará do Sul, primeiro a ser visitado, está localizado na região nordeste do Rio Grande do Sul, junto à divisa com o estado de Santa Catarina. É uma cidade que apresenta baixas temperaturas durante o inverno, com ocorrência de neve. Além do frio, é conhecida como a cidade dos cânions, sediados dentro dos parques nacionais dos Aparados da Serra e da Serra Geral.
A cidade de São José dos Ausentes está localizada no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, seus cânions também servem como marco divisor dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A expedição passou por estradas fascinantes avistando os extensos campos de cima da serra até chegar ao Pico Monte Negro, ponto mais alto do estado.
Além de toda exuberância dos campos, que predominam na região, o grupo pode observar a beleza incomparável da floresta com araucárias e das turfeiras. Entre a diversidade de espécies vegetais, destaque para as petúnias, orquídeas, cactos, bromélias e a flor símbolo do Rio Grande do Sul, o brinco-de-princesa.
A fauna não ficou atrás, podendo-se encontrar com facilidade as siriemas, pica-paus, curicacas e gralhas azuis. Além das espécies que foram observadas a região também abriga espécies ameaçadas de extinção como a jaguatirica, o puma, o urubu-rei, o gavião de penacho e o papagaio-charão.
Falando em belezas naturais e biodiversidade era impossível finalizar a expedição sem visitar Bom Jesus e observar o Rio Pelotas e um de seus afluentes, o Rio dos Touros.
Na foz do Rio dos Touros fica o Passo de Santa Vitória, passagem obrigatória dos tropeiros para o estado de Santa Catarina, onde se instalou o primeiro posto de arrecadação de impostos da região.
Na travessia do rio, a mula guia passava amarrada numa espécie de botezinho feito com couro de boi, chamado de pelota, por isso o nome do rio: Rio Pelotas. O Passo de Santa Vitória foi palco também de um evento importante da Revolução Farroupilha: o combate de Santa Vitória, em 1839, com a presença de Anita Garibaldi lutando para derrubar as forças do império.
Além de sua importância histórica e cultural, o Rio Pelotas é muito importante do ponto de vista biológico. É o principal afluente do Rio Uruguai, formando uma das maiores bacias hidrográficas do Sul do Brasil. Suas águas passam ainda pela Argentina e pelo Uruguai e mais tarde se juntam ao rio Paraná para formar o grande Rio da Prata.
É um lugar sem igual, a paisagem é surpreendente, entre montanhas e remanescentes de Mata Atlântica é um rio que tem história, que reserva um alto potencial turístico para a região, importante para o desenvolvimento sustentável e para a conservação da biodiversidade.
Toda a biodiversidade que existe nesses locais se manteve desde a chegada dos primeiros habitantes devido às barreiras geográficas que limitaram o acesso do homem a determinadas áreas, e sobretudo, pelo tradicional modo de vida, baseado na agricultura familiar e pecuária extensiva.
Esse cenário de beleza e riqueza natural, cultural e histórica encontra-se ameaçado por plantios desordenados de pinus e batata, com altos índices de aplicação de agrotóxicos e pela construção de mais uma grande hidrelétrica, a de Pai Querê, que se for construída, será a quarta grande hidrelétrica sequencial no sistema Pelotas-Uruguai, compromentendo irremediavelmente toda a biodiversidade e cultura da região e inundando o que resta do Rio Pelotas. O Rio Pelotas deixará de existir, virará uma sequência de grandes lagos.
Temendo pelo futuro comprometido das riquezas naturais que compõem a região, a proposta de criação de um Refúgio de Vida Silvestre ao longo do Rio Pelotas e seus principais afluentes, tem como objetivo garantir a manutenção da biodiversidade em harmonia com as populações que ali vivem, com grande estímulo para a verdadeira vocação da região: o agro-ecoturismo.
Fica a lembrança de uma expedição encantadora, histórica, de aventura e de conhecimento de parte da identidade cultural do Brasil.
No Ano Internacional da Biodiversidade, apoie a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, acessando a Campanha SOS Pelotas. Confira também as imagens da expedição realizada em setembro de 2006, durante uma descida do rio em botes de rafting, que durou três dias.
Confira também a matéria publicada em março de 2010, no Jornal Extra Classe (anexo).
Fotos: Tatiana Arruda Correia
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05/03/2010 | Notícias
Marcos Odorizzi, agrônomo de profissão, mora com sua família num sítio, do qual tiram o sustento, em Ribeirão Varginha, no município de Dona Emma (SC). Adepto da agricultura natural, Marcos explica que em sua propriedade procura o máximo possível evitar a dependência de insumos externos.
Visitando a propriedade é possível observar esse fato, começando pela adubação. O processo é bastante interessante. As galinhas poedeiras são servidas com húmus de minhocas (adoram o petisco) assim, acrescentam esterco nitrogenado ao já decomposto húmus. O resultado disso é um excelente adubo que é aplicado na propriedade. Cabe lembrar que a matéria prima do húmus é o esterco de gado proveniente da produção leiteira, que é a principal fonte de renda da propriedade.
Culturas agrícolas como milho, feijão, batata-doce, abóboras, morangas, mandioca, batatinha, beringelas e tomates, são exemplos de alimentos que servem à mesa da família.
Cerca de 70% da propriedade está coberta com floresta nativa. Uma parte foi restaurada com apoio da Apremavi. Em termos convencionais alguns diriam que ele está perdendo área agrícola, mas com uma forte convicção Marcos e sua família sabem que estão conduzindo a propriedade de forma a respeitar os limites da natureza, ganhando em produtividade e na produção saudável de alimentos.
As conversas nas visitas ao Marcos e sua família sempre se alongam. São vários assuntos, muitas coisas a serem vistas, o tempo parece voar. Uma vez, contando histórias sobre caçadas clandestinas feitas das quais o sítio é alvo constantemente, Marcos entrou em um galpão e nos disse: – Venham aqui quero mostrar algo para vocês!
A cena era inacreditável. Enormes armadilhas confeccionadas com ferros de construção soldados para capturar tatus, pacas, cutias e outros animais silvestres. Marcos mostrou uma que pesava uns 25 kg aproximadamente. Sem dúvida o que estava armazenado em seu galpão era um verdadeiro arsenal de captura de animais silvestres. Ele informou que as armadilhas de madeira ele as destrói no mato, como é impossível destruir as de ferro ele as coleciona para que jamais possam ser utilizadas novamente. Segundo ele, ainda existe na região um verdadeiro comércio ilegal de espécies nativas, que se não for banido continuará a estimular a caça e a destruição da fauna.
Além da virtude de ser um protetor isolado da fauna na localidade, Marcos também é um exímio parceiro na restauração da Mata Atlântica. Com sua esposa Ruth, 10 filhos e um netinho contribuem a cada dia no plantio de árvores nativas na propriedade.
Os primeiros plantios foram feitos há 3 anos, hoje já se vêem frutíferas como araçás, pitangas produzindo frutos, e canafístulas e paus-cigarras embelezando a propriedade com lindas florações. Ipês, louros, cedros, perobas, uvaias, guabirobas, canelas, bracatingas, entre outras fazem parte da diversidade da flora restaurada. Algumas árvores já atingem 5 metros de altura.
A família estruturou e mantém um pequeno viveiro de mudas nativas, com cerca de 10.000 mudas, que são doadas para alunos quando escolas visitam a propriedade e também para venda. Outra beleza mantida na propriedade é uma coleção de orquídeas, que recebe o cuidado especial da Dona Ruth. O mais interessante da coleção é que a maior parte dos exemplares foi resgatada de árvores caídas, nos desmatamentos para plantio de exóticas, ainda de certa forma comuns na região do Vale Norte.
Como todo ser humano tem sonhos e planos, a família do Marcos, dentre vários planos, pensa em um futuro próximo poder trabalhar com o turismo rural na propriedade. Os elementos para fazer isso eles já tem: uma propriedade bonita, onde a natureza é bem tratada e uma família hospitaleira e acolhedora e diga-se de passagem, uma grande família Amiga da natureza.
Fotos: Leandro Casanova e Tatiana Arruda Correia
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