26/05/2012 | Notícias
Apesar de apelos de cientistas e da sociedade civil, a presidente Dilma Rousseff optou por apenas vetar parcialmente o texto modificado no mês passado pela Câmara dos Deputados, que altera o Código Florestal brasileiro. Em coletiva de imprensa concedida pelos ministros Mendes Ribeiro, da Agricultura, Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, e Luis Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União, o governo anunciou que 12 itens foram vetados e que o documento sofreu outras 32 modificações. A redação completa do Código, já com os vetos presidenciais, só será conhecida na segunda-feira (28) com a publicação do Diário Oficial da União, uma vez que os ministros divulgaram somente dois dos artigos excluídos pela presidente.
Izabella Teixeira alegou que não haverá anistia a proprietários desmatadores. As lacunas deixadas pelo veto, por sua vez, serão preenchidas pela edição de uma Medida Provisória, também na segunda-feira.
A decisão da presidente Dilma frustra a maioria da sociedade brasileira, que se mostrou favorável ao veto integral do novo Código durante todo o debate. Além do mais, barrar apenas alguns dispositivos do projeto de lei contribui para um ambiente de insegurança jurídica em relação à questão ambiental nacional. A anistia segue como eixo central do texto, visto que a data de 2008 como linha de corte para manutenção de áreas desmatadas ilegalmente continua inalterada e, consequentemente, promove a isenção de recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reserva Legal, destaca, em nota, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável (leia a nota completa abaixo).
Nota do Comitê Brasil em Defesa das Florestas sobre o veto parcial do Projeto de Lei que altera o Código Florestal Brasileiro
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas assistiu nesta sexta (25) com grave preocupação o anúncio da sanção parcial do projeto de Código Florestal aprovado no Congresso, o que frustrou a expectativa de ampla maioria da população pelo veto integral.
O conteúdo das medidas não foi divulgado oficialmente, denotando total falta de transparência. Preocupa-nos ainda, além do conteúdo anunciado, o desdobramento do processo por meio de Medida Provisória.
A anistia segue como eixo central do texto, visto que, a data de 2008 como linha de corte para manutenção de áreas desmatadas ilegalmente continua inalterada e, consequentemente, promove a isenção de recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reserva Legal.
As flexibilizações em relação a lei atual podem ser ainda ampliadas, pois a matéria e os pontos modificados serão devolvidos ao Congresso.
A sanção parcial pela presidente Dilma reforça a necessidade de ampliar a mobilização, que será intensificada na Rio+20. A campanha Veta Tudo, Dilma!, que se tornou um fenômeno social no Brasil, seguramente continuará, pois a sanção parcial não encerra a vontade dos brasileiros de construir um Código Florestal que concilie conservação e produção.
Brasília, 25 de maio de 2012.
Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável.
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é coordenado pelas seguintes organizações:
Amazônia Para Sempre
ABONG
CNBB
Coalizão SOS Floresta (Amigos da Terra – Amazônia, APREMAVI, FLORESPI,Fundação Grupo Boticário, Greenpeace, ICV, IMAFLORA, IPAM, ISA, SOS MataAtlantica, WWF Brasil, Sociedade Chauá SPVS)
Comissão Justiça e Paz CJP
CNS
Comitê Inter-Tribal
CONIC
CUT
FETRAF
FNRU
FASE
FBOMS
FETRAF
Forum de Mudança Climática e Justiça Social
Fórum ex-Ministros Meio Ambiente
GTA
IDS
INESC
Instituto Ethos
Jubileu SUL
OAB
Rede Cerrado;
Rede Mata Atlântica
REJUMA
Via Campesina (ABEEF, CIMI, CPT, FEAB, MAB, MMC, MST, MPA, MPP e PJR)
25/05/2012 | Notícias
Pelo terceiro ano consecutivo a Apremavi marcou presença no Viva a Mata mostra de iniciativas e projetos em prol da Mata Atlântica, um evento de amplitude nacional organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, que aconteceu entre os dias 17 e 20 de maio, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Em sua oitava edição o tema Nosso Verde Também Depende do Azul, foi o centro das atividades do evento. Com a ideia de mostrar a importância do mar e da água para a vida das pessoas e para o equilíbrio do meio ambiente, o evento contou com uma programação repleta de atividades de conscientização sobre o papel do meio ambiente e dos ecossistemas aquáticos, promoveu a troca de informações entre os que lutam pela preservação da fauna e da flora, celebrou o Dia Nacional da Mata Atlântica (27 de maio), e mobilizou a população sobre a importância das leis ambientais chamando atenção para a atual condição do Código Florestal Brasileiro.
Instituições que trabalham em prol da conservação da Mata Atlântica e sua biodiversidade mostraram seus projetos ao longo de 20 estandes temáticos relacionados com a Mata Atlântica e os ecossistemas aquáticos relacionados a ela.
A Apremavi, que teve seu trabalho exposto no estande de Educação Ambiental, recebeu a visita de estudantes e professores de escolas locais, escoteiros, representantes de entidades ambientalistas presentes no evento e demais cidadãos envolvidos na luta pela preservação das florestas.
O jogo No Jardim das Florestas – um jogo da memória com cartas (tamanho A3) de 30 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica, é um dos materiais desenvolvidos em comemoração aos 25 anos da Apremavi e foi apresentado pela primeira vez ao público do evento. Sua animação foi coordenada pela sócia da Apremavi, Carolina C. Schäffer, que além divulgar o trabalho desenvolvido no Viveiro de Mudas da instituição, divertiu e ensinou crianças e adultos ao mostrar algumas das espécies de árvores da Mata Atlântica.
Ato público #VetaTudoDilma
No dia 20 de maio, último dia do Viva a Mata, cerca de 2 mil pessoas se reuniram no Monumento às Bandeiras, próximo ao Parque do Ibirapuera, em prol do movimento #VetaTudoDilma – que pede o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código Florestal, recentemente aprovado de forma imprudente no Congresso Nacional.
Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, coordenou a manifestação e declarou: Milhares de pessoas, vindas de todos estados brasileiros, estão hoje aqui reunidas para dizer que o patrimônio brasileiro é de toda a sociedade e que a legislação ambiental não pode ser alterada para atender a interesses de pequenos grupos.
O Movimento #VetaTudoDilma, através de uma petição online organizada pelo site da Avaaz, já reuniu cerca de 1 milhão e 800 mil assinaturas de pessoas com o pedido de veto à presidente. Segundo Mantovani, em números, igualamos às assinaturas da campanha Ficha Limpa, o que demonstra como a sociedade está mobilizada para evitar o retrocesso de nossa legislação.
O ator e ativista, Victor Fasano, também esteve no local e ressaltou: O Código Florestal precisava sim de mudanças, mas baseadas no que os diversos setores da sociedade têm a dizer (academia, sociedade civil e setor privado), e não só na vontade de poucos políticos.
Fotos: Carolina Schaffer
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23/05/2012 | Notícias, Parque Nacional das Araucárias, Parques e UCs
Parque Nacional das Araucárias renovará seu conselho
O Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada (SC), é uma Unidade de Conservação (UC) criada através do
Decreto Federal de 19 de outubro de 2005, abrangendo uma área aproximada de 12.841 hectares.
Esta UC tem como principal objetivo a preservação de importantes remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucárias) e toda a biodiversidade que nela existe, bem como de seus recursos hídricos, que formam a Bacia Hidrográfica do Rio Chapecó, proporcionando assim, espaço para o desenvolvimento de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, turismo ecológico e o contato direto com a natureza.
O PARNA das Araucárias conta com um conselho consultivo, criado com o objetivo de auxiliá-lo no alcance de seus objetivos. Este conselho é formado por entidades governamentais e da sociedade civil, sendo realizadas três reuniões ordinárias por ano, e extraordinárias sempre que solicitadas, de acordo com seu regimento interno.
Atualmente, encontra-se aberto o processo de renovação do conselho do Parque, no período de 01/05/2012 a 13/07/2012.
Como parte deste processo de renovação, nos dias 09 e 10 de maio de 2012, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveram reuniões com as comunidades vizinhas ao Parque Nacional das Araucárias, para falar sobre este processo de renovação do conselho, bem como, socializar informações sobre a gestão do Parque e esclarecer as dúvidas dos proprietários.
Participaram das reuniões proprietários e moradores das comunidades Santo Antonio, Rio do Poço e assentamentos Conquista dos Palmares, Sapateiro, Zumbi dos Palmares e 29 de Junho, de Passos Maia, e comunidade Granja Berté e Linha Caratuva, de Ponte Serrada.
No convite para participar do processo de renovação do conselho, alguns moradores demonstraram interesse em representar as comunidades, assumindo uma importante responsabilidade, de servir de elo de ligação entre a UC e seu grupo ou entidade de representação.
Desta forma, a Apremavi e o ICMBio convidam as instituições já integrantes do conselho a manifestarem continuidade ou desligamento deste espaço, assim como, convidam demais instituições da sociedade civil, representantes comunitários, dos proprietários de imóveis inseridos na UC e entidades governamentais interessadas e que tenham relação com o Parque a se manifestarem formalmente até o dia 13 de julho de 2012, com Ricardo Castelli Vieira (ICMBio), ricardo.vieira@icmbio.gov.br / (48) 3282-9002; ou Marcos Alexandre Danieli (Apremavi), marcos@apremavi.org.br / (49) 8834-8397.
Os representantes das entidades interessadas em integrar o conselho serão convidados a participar da oficina de renovação do conselho, em data e local a serem comunicados, sendo necessário o comprometimento e participação destes nas diversas atividades relacionadas ao conselho e Parque.
Autor: Marcos Alexandre Danieli.
Contribuição: Edilaine Dick e Alanza Mara Zanini.
22/05/2012 | Notícias
Apelo público dos ex-Ministros pelo veto integral do Código Florestal
"Pedimos à presidente Dilma o veto integral dos retrocessos contidos no projeto de lei aprovado pela Câmara, que reduz a proteção às florestas", escrevem os ex-Ministros brasileiros do Meio Ambiente, em apelo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 22-05-2012.
Eis o apelo.
Nós, do Fórum dos Ex-Ministros do Meio Ambiente do Brasil, dirigimos um apelo público à presidente da República a respeito do projeto de lei 1976/99, aprovado pela Câmara dos Deputados com alterações ao Código Florestal.
Reconhecemos e destacamos o compromisso da presidente Dilma, assumido ainda quando ela era candidata e reafirmado reiteradas vezes nos últimos meses (inclusive durante uma audiência com os representantes do Fórum de Ex-Ministros do Meio Ambiente em maio de 2011), de vetar qualquer alteração na legislação brasileira que represente um aumento de desmatamento ou a anistia daqueles que desmataram ilegalmente.
Nós observamos também que esse compromisso, que é amplamente apoiado pela opinião pública brasileira, reflete os interesses maiores da nação, dos quais a presidente é a fiel depositária.
O Comitê Nacional em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e diferentes setores da academia, da sociedade civil e do setor produtivo têm demonstrado enorme preocupação com as consequências da sanção do projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados.
Todos pedem o veto integral dos retrocessos contidos no texto. Eles reduzem drasticamente o status de proteção das florestas no Brasil, bem como a governança socioambiental construída nas últimas décadas. Mais de 2 milhões de pessoas se manifestaram através de abaixo-assinado nesse sentido.
Em nome do fórum de ex-ministros, solicitamos que a presidente, em coerência com o seu compromisso e com os anseios da sociedade, vete integralmente toda e qualquer norma de caráter permanente ou transitório que:
– Sinalize ao país a possibilidade presente e futura de anistia;
– Permita a impunidade em relação ao desmatamento;
– Descaracterize a definição de florestas, que está consagrada na legislação vigente;
– Reduza direta ou indiretamente a proteção do capital natural associado às florestas;
– Fragilize os serviços prestados por elas;
– Dificulte, esvazie ou desestimule mecanismos para a restauração;
– Ou, ainda, fragilize a governança socioambiental.
Ao mesmo tempo, nós entendemos que continua necessário construir um quadro de referência normativo estratégico, alinhado com os desafios contemporâneos, de modo a valorizar o conjunto de nossas florestas.
Para tanto, a partir da experiência acumulada no serviço público ao longo de tantos anos, assim como da diversidade de seus membros, o fórum se coloca à disposição para apoiar, da forma que for julgada mais oportuna, a elaboração e tramitação no Legislativo de uma proposta que vise uma política florestal sustentável -e que, portanto, valorize as funções de conservação, de recuperação e de uso econômico do capital natural associado às nossas florestas.
Os autores são os membros do Fórum de Ex-Ministros de Meio Ambiente do Brasil:
CARLOS MINC, 60, ministro entre 2008 e 2010 (governo Lula)
MARINA SILVA, 54, ministra entre 2003 e 2008 (Lula)
JOSÉ CARLOS CARVALHO, 59, ministro em 2002 (FHC)
JOSÉ SARNEY FILHO, 54, ministro de 1999 a 2002 (FHC)
GUSTAVO KRAUSE, 65, ministro de 1995 a 1998 (FHC)
HENRIQUE BRANDÃO CAVALCANTI, 83, ministro em 1994 (governo Itamar Franco)
RUBENS RICUPERO, 75, ministro entre 1993 e 1994 (governo Itamar)
FERNANDO COUTINHO JORGE, 72, ministro entre 1992 e 1993 (governo Itamar)
JOSÉ GOLDEMBERG, 83, secretário do Meio Ambiente em 1992 (governo Collor)
PAULO NOGUEIRA NETO, 90, foi secretário especial do Meio Ambiente entre 1973 e 1985 (governos Médici, Geisel e Figueiredo
21/05/2012 | Notícias
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) está com muitas novidades para 2012, ano em que completa 25 anos de atividades.
Uma das prioridades é a construção do Centro de Educação Ambiental e Alojamento para estagiários. Este empreedimento já está sendo construído em um imóvel que a Apremavi adquiriu em 2003 no município de Atalanta (SC).
Atualmente neste terreno, está instalada parte da estrutura do Viveiro Jardim das Florestas e também algumas áreas demonstrativas de restauração florestal com espécies nativas.
O Centro de Educação Ambiental, após concluído, terá espaço para administração do viveiro, sala de exposições e educação ambiental, auditório para eventos e alojamento para estagiários e visitantes.
A obra foi projetada para atender os conceitos de sustentabilidade, com sistema de captação de água e energia solar. Ao todo serão 570 metros quadrados de área construída, divididos em três pisos. A parte térrea abrigará o escritório administrativo do viveiro, além de espaço para reuniões e área de alimentação. O segundo piso será adaptado para alojamento de estagiários e visitantes, ao todo serão oito cômodos, dividido em duas alas, masculina e feminina, com capacidade para atender 32 pessoas. O terceiro piso será transformado em auditório para eventos, cursos e palestras.
Com a conclusão deste Centro a Apremavi suprirá uma de suas maiores deficiências em termos de infraestrutura. Pois a entidade recebe anualmente dezenas de estagiários entre estudantes universitários, colegiais e técnicos de várias regiões do Brasil e do exterior e, a cada ano que passa, essa demanda vem aumentando.
As parcerias com os diferentes setores foram a chave do sucesso da Apremavi nestes 25 anos, e para enfrentar os novos desafios, estamos buscando novas parcerias. Neste sentido, para concretização deste empreendimento, toda a equipe e sócios da Apremavi estão mobilizados, seja na captação de recursos ou nos trabalhos de construção.
A diretoria da Apremavi credenciou o Presidente Edegold Schäffer, e a Secretária Executiva Grasiela Hoffmann, para realizar visitas a empresas do setor privado do Alto Vale do Itajaí e também de outras regiões do estado, com vistas a firmar parcerias e obter contribuições para a construção do Centro de Educação Ambiental e Alojamento.
Em pouco mais de dois meses importantes contribuições e parcerias com empresas e outras instituições comprometidas com a causa ambiental foram firmadas e já estão apoiando este projeto. São elas: BUND de Heilderberg (Alemanha), Bravo Consultoria Ambiental de São Paulo, Riomed Distribuição, Flash Pack Embalagens, Telhas Hobus, Fundição Fundisul, Casa do Agricultor Atalantense, Delsoft Sistemas, Cerâmica Zepê, Curt Schroeder, CFC Motocar, Cerâmica Princesa, Comercial F. Tomio, Comccal Material de Construção, Dresch Tratorvale, H Bremer, Boa Vida Serviços Póstumos, Revestir Tintas (Palhoça), Melchioretto Engenharia, Frigorífico El`Golli, DB Telecom, Gráfica Tambosi, Atacado Juriel, Madeiras Venturi e MB Rolamentos.
Além das empresas, pessoas físicas também estão contribuindo, a exemplo dos empresários Germano Purnhagen (Rio do Sul) e Nara Guichon (Florianópolis).
Até o momento já foram captados aproximadamente 60% dos recursos e materiais necessários para a realização da obra.
Abrace esta ideia!
Você também pode participar fazendo a sua doação ou contribuição.
Entre em contato através dos e-mails grasiela@apremavi.org.br ou edegold@apremavi.org.br, ou pelo telefone (47) 3521-0326.
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18/05/2012 | Notícias
No dia 15 de maio de 2012, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu Oficina de Capacitação do Conselho Consultivo do Parque Estadual (PE) das Araucárias, na Câmara de Vereadores de São Domingos (SC).
O evento reuniu 31 pessoas, entre eles, conselheiros e gestores do Parque, equipe da Apremavi e outros convidados. A oficina teve como objetivo nivelar o conhecimento dos conselheiros sobre o papel do conselho e do conselheiro na gestão dessa Unidade de Conservação (UC).
Inicialmente, Marcos A. Danieli, Técnico Ambiental da Apremavi, apresentou o contexto do projeto de Gestão Participativa que está sendo conduzido pela Apremavi, falando sobre as atividades que envolveram o PE das Araucárias até o momento, tais como o processo de renovação do conselho consultivo.
Na sequência da manhã, foram esclarecidas dúvidas dos conselheiros sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e o PE das Araucárias. Marcelo Limont, moderador do evento, falou sobre o conceito de UC, Plano de Manejo, Zona de Amortecimento, dentre outros aspectos do SNUC. Em seguida, a chefe do PE das Araucárias, Patrícia M. Soliani, apresentou o contexto do Parque, esclarecendo dúvidas dos conselheiros, relacionadas principalmente ao funcionamento e estrutura da UC. Em seguida foram realizados trabalhos em grupo sobre o conselho gestor e o papel do conselheiro, visando propiciar um momento de reflexão sobre o espaço em que atuam e perceber o que pode ser melhorado no conselho.
À tarde houve a socialização dos trabalhos em grupo e foram apresentadas as principais ferramentas do conselho, como regimento interno, secretaria executiva, plano de manejo, câmaras técnicas, grupos de trabalho, entre outros. Logo depois, a apresentação ficou por conta de Rafael Goidanich Costa e Angelo Milani, envolvidos no grupo de apoio à gestão do PE das Araucárias, o GRIMPEIRO. Rafael falou sobre o processo de criação e formação do grupo, enquanto Angelo, presidente do GRIMPEIRO, apresentou a equipe, missão, objetivos, projetos previstos e atuação desta entidade.
Segundo a gestora do Parque, Patrícia M. Soliani, a renovação do conselho consultivo do PE das Araucárias fortalece, e muito, a gestão desta UC. A consolidação deste conselho, através da participação das instituições envolvidas, cria condições para a real democratização dos processos decisórios na gestão deste patrimônio natural. Acrescenta ainda, que tudo isto acontece num momento bastante importante para a continuidade das ações de implantação do Parque, renovando também as perspectivas e esperanças de que esta Unidade de Conservação, muito brevemente estará cumprindo com grande parte de seus objetivos de criação.
Fotos de Marcos A. Danieli
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15/05/2012 | Notícias
No dia 11 de maio de 2011, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) promoveu a visita do conselho consultivo do Parque Estadual (PE) Fritz Plaumann à região do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, situado nos municípios de Passos Maia e Ponte Serrada.
A visita teve como objetivo promover a aproximação entre Unidades de Conservação (UCs), a partir do conhecimento das características gerais do Parque Nacional das Araucárias e sua zona de amortecimento, ação prevista no projeto de Gestão Participativa que está sendo desenvolvido pela Apremavi.
O Parque Nacional das Araucárias foi criado em outubro de 2005 e seu Plano de Manejo e Conselho Consultivo oficializados em 2010. Contudo, o parque ainda não está aberto à visitação, pois ainda não foi realizada a devida indenização da área. A visita em questão, de caráter educacional, foi realizada a partir de contatos aos proprietários de áreas situadas no interior do parque e lideranças locais.
O evento contou com a participação de conselheiros do PE Fritz Plaumann, equipe da Apremavi, representantes do Projeto Filó e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela gestão da UC. Outra convidada inesperada foi a chuva, que acompanhou todo o trajeto e não permitiu a visita ao interior do Parque.
Os visitantes foram recepcionados em Ponte Serrada com um café colonial. Na sequência, Edilaine Dick, da Apremavi, e Antonio de Almeida Correia Jr, do ICMBio, deram as boas vindas e apresentaram os objetivos da visita e o contexto da UC, numa fala enriquecida com o vídeo O Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica Mata Preta, passado aos participantes contando um pouco da história da UC.
A visita iniciou na comunidade Linha Caratuva, em Ponte Serrada, área que integra a Zona de Amortecimento do Parque. Neste local pode-se ter uma vista do Parque, e discutiu-se principalmente os impactos que os javalis estão causando na área a UC e aos cultivos agrícolas dos moradores das comunidades vizinhas.
Em seguida, o grupo foi recepcionado pelo Sr. Amarildo Zanchett e sua esposa Neuza C. Zanchett, agricultores de Passos Maia que compartilharam suas histórias de vida, relação com a região e sobre a diversidade de produtos de sua propriedade, que abastecem a merenda escolar, moradores da região e a Casa Colonial deste município, a partir da Associação de Agricultores e Produtores Familiares de Passos Maia.
O almoço foi servido pela Associação Amigos do Cavalo, de Passos Maia. O Sr. José Arcari, representando a associação, contou a história de formação da entidade e ressaltou a importância da amizade e companheirismo entre os associados para a garantia de sua existência e continuidade.
À tarde, a visita prosseguiu com a visita ao centro de Passos Maia, especialmente a Praça Municipal e a Igreja São Jorge, toda construída em madeira, finalizando com a visita à Casa Colonial de Passos Maia, que comercializa diversos produtos dos agricultores do município.
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08/05/2012 | Notícias
Em abril de 2012 várias reuniões comunitárias e eventos com os conselhos de Unidades de Conservação foram promovidos pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação de Meio Ambiente (FATMA). São atividades previstas no projeto de Gestão Participativa conduzido pela Apremavi, bem como, ações demandadas pelos conselheiros nos planos de trabalho construídos durante as oficinas de capacitação dos conselhos envolvidos. Tais atividades fazem parte da etapa de enriquecimento prático do projeto, onde algumas ações previstas nos planos voltados ao fortalecimento dos conselhos serão implementadas com apoio da Apremavi.
As reuniões tiveram por objetivo discutir questões gerais relacionadas à Estação Ecológica da Mata Preta, Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, Parque Estadual das Araucárias e Parque Estadual Fritz Plaumann. Especialmente, focaram na aproximação das UCs com as comunidades vizinhas, na socialização de informações, no aprofundamento do conhecimento sobre Plano de Manejo e no destaque à importância dos conselhos de UCs.
Estação Ecológica (ESEC) da Mata Preta
No dia 17 de abril, na Câmara de Vereadores de Abelardo Luz, foi realizada Reunião Extraordinária do Conselho Consultivo da ESEC da Mata Preta, tendo como objetivo a apresentação dos resultados finais do Plano de Ação para Conservação (PCA) da ESEC. O PCA foi elaborado pela Apremavi em parceria com a empresa de consultoria ambiental Cinco Reinos Pesquisa e Serviços Ambientais, visando indicar as prioridades de conservação, as ameaças e estratégias para a conservação. O documento foi construído em conjunto com diversos atores de Abelardo Luz (SC) e Clevelândia (PR), a partir de reuniões abertas junto às comunidades vizinhas à ESEC e conversas com instituições atuantes na região.
Além da apresentação do PCA da ESEC da Mata Preta ao conselho, foram realizadas reuniões para apresentação dos resultados às comunitárias ouvidas durante a elaboração do documento, localizadas na zona de amortecimento da UC. No dia 23 de abril a reunião foi no Pavilhão da Comunidade Barro Preto, em Abelardo Luz, reunindo 14 participantes, e no dia 24 no Pavilhão da Comunidade Rincão Torcido, em Clevelândia, PR, com a presença de 35 pessoas.
Desta forma, a partir destes eventos, foram socializados os resultados do PCA da ESEC da Mata Preta às pessoas que contribuíram com a elaboração deste documento, as quais podem ser importantes parceiras na implementação das estratégias de conservação elencadas.
Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) dos Campos de Palmas
No dia 19 de abril foram realizadas reuniões comunitárias com o assentamento Colina Verde e Recanto Bonito, situados no município de General Carneiro (PR), próximos do REVIS, reunindo 28 e 42 moradores, respectivamente.
Estas reuniões foram demandadas durante a oficina de capacitação do conselho do REVIS, realizada em dezembro de 2011, com o objetivo de aproximar estes assentamentos da unidade e do conselho, visando o fortalecimento deste espaço.
Foi criado um importante momento de diálogo, socializando informações sobre o REVIS e esclarecendo as dúvidas dos moradores. Ao final das reuniões, os moradores indicaram algumas pessoas para representar os assentamentos no conselho do REVIS, em cadeiras já existentes, as quais participaram da 3º reunião ordinária deste conselho, realizada no dia 24 de abril, em Palmas (PR).
Nesta reunião foram atendidas outras demandas das oficinas de capacitação, pautadas no nivelamento de informações sobre o REVIS (importância e legislação associada) e construção da missão do conselho, sobre a coordenação do ICMBio e Apremavi, representada por Edilaine Dick.
Parque Estadual das Araucárias
O conselho consultivo do PE das Araucárias foi renovado em março de 2012. Como encaminhamento desta reunião foram demandadas reuniões com outras comunidades próximas da UC, visando abranger as diferentes representações comunitárias da região e qualificar a estrutura do conselho.
Desta forma, no dia 25 de abril foi realizada reunião na comunidade Nova Limeira, em São Domingos (SC) e na Comunidade Linha Divino, em Galvão (SC), reunindo 12 e 15 moradores, respectivamente. As reuniões propiciaram a aproximação dos moradores com a gestão do Parque, onde puderam ser esclarecidas dúvidas em relação a esta área. Ao final da reunião fez-se o convite às duas comunidades para participarem do conselho, o qual foi aceito, e seguiu-se com a indicação das pessoas que vão representar tais comunidades no conselho.
Com o conselho renovado, será realizada a oficina de capacitação do conselho consultivo do PE das Araucárias, onde serão aprofundados temas gerais relacionados ao papel do conselho e do conselheiro na gestão da UC, enquanto espaço de diálogo e formação continuada.
Parque Estadual Fritz Plaumann
No dia 26 de abril a Apremavi promoveu oficina com o conselho consultivo do PE Fritz Plaumann, na sede desta UC em Concórdia. Esta oficina foi demandada em dezembro de 2011, durante a capacitação do conselho do PE Fritz Plaumann, e teve como objetivo principal nivelar conceitualmente o que é um Plano de Manejo (PM) e demonstrar as possibilidades de envolvimento do conselho no processo de revisão do PM do PE Fritz Plaumann.
Marcos Alexandre Danieli, da Apremavi, apresentou o que é um plano de manejo, qual o papel do conselho em sua elaboração e implementação, mencionando também como foi o a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional das Araucárias, processo conduzido pela Apremavi.
Na sequência, Eduardo Hermes Silva, da Caipora – Cooperativa para Conservação da Natureza, apresentou informações sobre o projeto aprovado junto ao Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO, que focará na revisão do Plano de Manejo do PE Fritz Plaumann e no fortalecimento de seus mecanismos de gestão.
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03/05/2012 | Notícias
Texto de André Lima, Raul Valle e Tasso Azevedo*, publicado originalmente no site do Ipam, reflete exame minucioso do Projeto de Lei 1876/99, revisado pela Câmara dos Deputados na semana passada, à luz dos compromissos da Presidenta Dilma Rousseff assumidos em sua campanha nas eleições de 2010.
Para cumprir seu compromisso de campanha e não permitir incentivos a mais desmatamentos, redução de área de preservação e anistia a crimes ambientais, a Presidenta Dilma terá que reverter ou recuperar, no mínimo, os dispositivos identificados abaixo. No entanto, a maioria dos dispositivos são irreversíveis ou irrecuperáveis por meio de veto parcial.
A hipótese de vetos pontuais a alguns ou mesmo a todos os dispositivos aqui comentados, além de não resolver os problemas centrais colocados por cada dispositivo (aprovado ou rejeitado), terá como efeito a entrada em vigor de uma legislação despida de clareza, de objetivos, de razoabilidade, de proporcionalidade e de justiça social. Vulnerável, pois, ao provável questionamento de sua constitucionalidade. Além disso, deixará um vazio de proteção em temas sensíveis como as veredas na região de cerrado e os mangues.
Para preencher os vazios fala-se da alternativa de uma Medida Provisória concomitante com a mensagem de veto parcial. Porém esta não é uma solução, pois devolve à bancada ruralista e à base rebelde na Câmara dos Deputados o poder final de decidir novamente sobre a mesma matéria. A Câmara dos Deputados infelizmente já demonstrou por duas vezes – em menos de um ano – não ter compromisso e responsabilidade para com o código florestal. Partidos da base do governo como o PSD, PR, PP, PTB, PDT capitaneados pelo PMDB, elegeram o código florestal como a questão de honra para derrotar politicamente o governo por razões exóticas à matéria.
Seja por não atender ao interesse público nacional por uma legislação que salvaguarde o equilíbrio ecológico, o uso sustentável dos recursos naturais e a justiça social, seja por ferir frontalmente os princípios do desenvolvimento sustentável, da função social da propriedade rural, da precaução, do interesse público, da razoabilidade e proporcionalidade, da isonomia e da proibição de retrocesso em matéria de direitos sociais, o texto aprovado na Câmara dos Deputados merece ser vetado na íntegra pela Presidenta da República.
Ato contínuo deve ser constituída uma força tarefa para elaborar uma proposta de Política Florestal ampla para o Brasil a ser apresentada no Senado Federal e que substitua o atual código florestal elevando o grau de conservação das florestas e ampliando de forma decisiva as oportunidades para aqueles que desejam fazer prosperar no Brasil uma atividade rural sustentável que nos dê orgulho não só do que produzimos, mas da forma como produzimos.
Enquanto esta nova lei é criada, é plenamente possível por meio da legislação vigente e de regulamentos (decretos e resoluções do CONAMA) o estabelecimento de mecanismos que viabilizem a regularização ambiental e a atividade agropecuária, principalmente dos pequenos produtores rurais.
13 razões para o Veto Total do PL 1876/99
1. Supressão do artigo primeiro do texto aprovado pelo Senado que estabelecia os princípios jurídicos de interpretação da lei que lhe garantia a essência ambiental no caso de controvérsias judiciais ou administrativas. Sem esse dispositivo, e considerando-se todos os demais problemas abaixo elencado neste texto, fica explícito que o propósito da lei é simplesmente consolidar atividades agropecuárias ilegais em áreas ambientalmente sensíveis, ou seja, uma lei de anistia florestal. Não há como sanar a supressão desses princípios pelo veto.
2. Utilização de conceito incerto e genérico de pousio e supressão do conceito de áreas abandonadas e subutilizadas. Ao definir pousio como período de não cultivo (em tese para descanso do solo) sem limite de tempo (Art. 3 inciso XI), o projeto permitirá novos desmatamentos em áreas de preservação (encostas, nascentes etc.) sob a alegação de que uma floresta em regeneração (por vezes há 10 anos ou mais) é, na verdade, uma área agrícola em descanso. Associado ao fato de que o conceito de áreas abandonadas ou subutilizadas, previsto tanto na legislação hoje em vigor como no texto do Senado, foi deliberadamente suprimido, teremos um duro golpe na democratização do acesso e da terra, pois áreas mal-utilizadas, possuidas apenas para fins especulativos, serão do dia para a noite terras produtivas em descanso. Essa brecha enorme para novos desmatamentos não pode ser resolvida com veto.
3. Dispensa de proteção de 50 metros no entorno de veredas (inciso XI do ART.4ºART). Isso significa a consolidação de ocupações ilegalmente feitas nessas áreas como também novos desmatamentos no entorno das veredas hoje protegidas. Pelo texto aprovado, embora as veredas continuem sendo consideradas área de preservação, elas estarão na prática desprotegidas, pois seu entorno imediato estará sujeito a desmatamento, assoreamento e possivelmente a contaminação com agroquímicos. Sendo as veredas uma das principais fontes de água do Cerrado, o prejuízo é enorme, e não é sanável pelo veto presidencial.
4. Desproteção às áreas úmidas brasileiras. Com a mudança na forma de cálculo das áreas de preservação ao longo dos rios (art.4o), o projeto deixa desprotegidos, segundo cálculos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), 400 mil km2 de várzeas e igapós. Isso permitirá que esses ecossistemas riquíssimos possam ser ocupados por atividades agropecuárias intensivas, afetando não só a biodiversidade como a sobrevivência de centenas de milhares de famílias que delas fazem uso sustentável.
5. Aumento das possibilidades legais de novos desmatamentos em APP – O novo texto (no §6º do Art 4o) autoriza novos desmatamentos indiscriminadamente em APP para implantação de projetos de aquicultura em propriedades com até 15 mólulos fiscais (na Amazônia, propriedades com até 1500ha na Mata Atlântica propriedades com mais de mil hectares) e altera a definição das áreas de topo de morro reduzindo significativamente a sua área de aplicação (art.4º, IX). Em nenhum dos dois casos o Veto pode reverter o estrago que a nova Lei irá causar, ampliando as áreas de desmatamento em áreas sensíveis.
6. Ampliação de forma ampla e indiscriminada do desmatamento e ocupação nos manguezais ao separar os Apicuns e Salgados do conceito de manguezal e ao delegar o poder de ampliar e legalizar ocupações nesses espaços aos Zoneamentos Estaduais, sem qualquer restrição objetiva (§§ 5º e 6º do art. 12). Os estados terão amplos poderes para legalizar e liberar novas ocupações nessas áreas. Resultado enorme risco de significativa perda de área de manguezais que são cruciais para conservação da biodiversiadade e produção marinha na zona costeira. Não tem com resgatar pelo Veto as condições objetivas para ocupação parcial desses espaços tão pouco o conceito de manguezal que inclui apicuns e salgados.
7. Permite que a reserva legal na Amazônia seja diminuída mesmo para desmatamentos futuros, ao não estabelecer, no art. 14, um limite temporal para que o Zoneamento Ecológico Econômico autorize a redução de 80% para 50% do imóvel. A lei atual já traz essa deficiência, que incentiva que desmatamentos ilegais sejam feitos na expectativa de que zoneamentos futuros venham legaliza-los, e o projeto não resolve o problema.
8. Dispensa de recomposição de APPs. O texto revisado pela Câmara ressuscita a emenda 164 (aprovada na primeira votação na Câmara dos Deputados, contra a orientação do governo) que consolida todas as ocupações agropecuárias existentes às margens dos rios, algo que a ciência brasileira vem reiteradamente dizendo ser um equívoco gigantesco. Apesar de prever a obrigatoriedade de recomposição mínima de 15 metros para rios inferiores a 10 metros de largura, fica em aberto a obrigatoriedade de recomposição de APPs de rios maiores, o que gera não só um possível paradoxo (só partes dos rios seriam protegidas), como abre uma lacuna jurídica imensa, a qual só poderá ser resolvida por via judicial, aumentando a tão indesejada insegurança jurídica. O fim da obrigação de recuperação do dano ambiental promovida pelo projeto condenará mais de 70% das bacias hidrográficas da Mata Atlântica, as quais já tem mais de 85% de sua vegetação nativa desmatada. Ademais, embora a alegação seja legalizar áreas que já estavam em produção antes de supostas mudanças nos limites legais, o projeto anistia todos os desmatamentos feitos até 2008, quando a última modificação legal foi em 1986. Mistura-se, portanto, os que agiram de acordo com a lei da época com os que deliberadamente desmataram áreas protegidas apostando na impunidade (que o projeto visa garantir). Cria-se, assim, uma situação anti-isonômica, tanto por não fazer qualquer distinção entre pequenos e grandes proprietários em situação irregular, como por beneficiar aqueles que desmataram ilegalmente em detrimento dos proprietários que o fizeram de forma legal ou mantiveram suas APPs conservadas. É flagrante, portanto, a falta de razoabilidade e proporcionalidade da norma contida no artigo 62, e um retrocesso monumental na proteção de nossas fontes de água.
9. Consolidação de pecuária improdutiva em encostas, bordas de chapadas, topos de morros e áreas emaltitude acima de 1800 metros (art. 64) o que representa um grave problema ambiental principalmente na região sudeste do país pela instabilidade das áreas (áreas de risco), inadequação e improdutividade dessas atividades nesses espaços. No entanto, o veto pontual a esse dispositivo inviabilizará atividades menos impactantes com espécies arbóreas perenes (café, maçã, dentre outras) em pequenas propriedades rurais, hipóteses em que houve algum consenso no debate no Senado. O veto parcial resolve o problema ambiental das encostas no entanto não resolve o problema dos pequenos produtores.
10. Ausência de mecanismos que induzam a regularização ambiental e privilegiem o produtor que preserva em relação ao que degrada os recursos naturais. O projeto revisado pela Câmara suprimiu o art. 78 do Senado, que vedava o acesso ao crédito rural aos proprietários de imóveis rurais não inscritos no Cadastro Ambiental Rural – CAR após 5 anos da publicação da Lei. Retirou também a regra que vedava o direcionamento de subsídios econômicos a produtores que tenham efetuado desmatamentos ilegais posteriores a julho de 2008. Com isso, não só não haverá instrumentos que induzam a adesão aos Programas de Regularização Ambiental, como fica institucionalizado o incentivo perverso, que premia quem descumpre deliberadamente a lei. Propriedades com novos desmatamentos ilegais poderão aderir ao CAR e demandar incentivos para recomposição futura. Somando-se ao fato de que foi retirada a obrigatoriedade de publicidade dos dados do CAR, este perde muito de seu sentido. Um dos únicos aspectos positivos de todo projeto foi mutilado. Essa lacuna não é sanável pelo veto. A lei perde um dos poucos ganhos potenciais para a governança ambiental.
11. Permite que imóveis de até 4 módulos fiscais não precisem recuperar sua reserva legal (art.68), abrindo brechas para uma isenção quase generalizada. Embora os defensores do projeto argumentem que esse dispositivo é para permitir a sobrevivência de pequenos agricultores, que não poderiam abrir mão de áreas produtivas para manter a reserva, o texto não traz essa flexibilização apenas aos agricultores familiares, como seria lógico e foi defendido ao longo do processo legislativo por organizações socioambientalistas e camponesas. Com isso, permite que mesmo proprietários que tenham vários imóveis menores de 4 MF – e, portanto, tenham terra mais que suficiente para sua sobrevivência – possam se isentar da recuperação da RL. Ademais, abre brechas para que imóveis maiores do que esse tamanho, mas com matrículas desmembradas, se beneficiem dessa isenção. Essa isenção fará com que mais de 90% dos imóveis do país sejam dispensados de recuperar suas reservas legais e jogaria uma pá de cal no objetivo de recuperação da Mata Atlântica, pois, segundo dados do Ipea, 67% do passivo de reserva legal está em áreas com até 4 módulos.
12. Cria abertura para discussões judiciais infindáveis sobre a necessidade de recuperação da RL (art.69). A pretexto de deixar claro que aqueles que respeitaram a área de reserva legal de acordo com as regras vigentes à época estão regulares, ou seja, não precisam recuperar áreas caso ela tenha sido aumentada posteriormente (como ocorreu em áreas de floresta na Amazônia, em 1996), o projeto diz simplesmente que não será necessário nenhuma recuperação, e permite que a comprovação da legalidade da ocupação sejam com descrição de fatos históricos de ocupação da região, registros de comercialização, dados agropecuários da atividade. Ou seja, com simples declarações o proprietário poderá se ver livre da RL, sem ter que comprovar com autorizações emitidas ou imagens de satélite que a área efetivamente havia sido legalmente desmatada.
13. Desmonte do sistema de controle da exploração de florestas nativas e transporte de madeira no país. O texto do PL aprovado permite manejo da reserva legal para exploração florestal sem aprovação de plano de manejo (que equivale ao licenciamento obrigatório para áreas que não estão em reserva legal), desmonta o sistema de controle de origem de produtos florestais (DOF Documento de Origem Florestal) ao permitir que vários sistemas coexistam sem integração. A Câmara rejeitou o parágrafo 5º do art. 36 do Senado o que significa a dispensa de obrigação de integração dos sistemas estaduais com o sistema federal (DOF). Como a competência por autorização para exploração florestal é dos estados (no caso de propriedades privadas rurais e unidades de conservação estaduais) o governo federal perde completamente a governança sobre o tráfico de madeira extraída ilegalmente (inclusive dentro de Unidades de conservação federais e terras indígenas) e de outros produtos florestais no País. Essa lacuna não é sanável pelo veto presidencial.
Há ainda outros pontos problemáticos no texto aprovado confirmado pela Câmara cujo veto é fundamental e que demonstram a inconsistência do texto legal, que se não for vetado por completo resultará numa colcha de retalhos.
A todos estes pontos se somam os vícios de origem insanáveis deste PL como é o caso da definição injustificável da data de 22 de julho de 2008 como marco zero para consolidação e anistia de todas irregularidades cometidas contra o código florestal em vigor desde 1965. Mesmo que fosse levado em conta a última alteração em regras de proteção do código florestal esta data não poderia ser posterior a 2001, isso sendo muito generoso, pois a última alteração em regras de APP foi realizada em 1989.
Por essas razões não vemos alternativa sensata à Presidente da República se não o Veto integral ao PL 1876/99.
* André Lima Advogado, mestre em Política e Gestão Ambiental pela UnB, Assessor de Políticas Públicas do IPAM, Consultor Jurídico da Fundação SOS Mata Atlântica e Sócio-fundador do Instituto Democracia e Sustentabilidade, Raul Valle Advogado, mestre em Direito Econômico pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e Coordenador Adjunto do Instituto Socioambiental e Tasso Azevedo Eng. Florestal, Consultor e Empreendedor Sociambiental, Ex-Diretor Geral do Serviço Florestal Brasileiro.
26/04/2012 | Notícias
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável apresenta nota pública sobre o "Código Florestal do desmatamento", aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 25 de abril de 2012.
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) é uma das representates da Coalizão SOS Florestas na coordenação do Comitê.
Nota do Comitê Brasil sobre o Código Florestal
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável manifesta sua profunda indignação com a aprovação do projeto de Código Florestal pela Câmara dos Deputados em 25 de abril. A aprovação do relatório do deputado Paulo Piau representa o maior retrocesso na legislação ambiental na história do País.
Se o texto aprovado pelo Senado já significava anistia aos desmatamentos ilegais e incentivos a novos desmatamentos, os deputados conseguiram o que parecia impossível: torná-lo ainda pior. O texto revisado pela Câmara dos Deputados, além de ferir os princípios constitucionais da isonomia, da função social da propriedade e da proibição de retrocessos em matéria de direitos fundamentais, fere frontalmente o interesse nacional.
Usando hipocritamente o discurso de defesa dos pequenos proprietários, os deputados derrubaram as poucas melhorias que o Senado efetuou e aprovaram um texto que apresenta incentivos reais a novos desmatamentos, inclusive em nascentes e outras áreas de produção de água, ocupações em manguezais (apicuns), e permite benefícios econômicos mesmo para quem continuar a desmatar ilegalmente.
Considerando a inconstitucionalidade do projeto e a contrariedade ao interesse nacional, que trazem perversos impactos na vida de todos brasileiros, confiamos e apoiamos o compromisso da presidenta Dilma de não aceitar anistia a crimes ambientais, redução de área de preservação permanente e incentivos aos desmatamentos, o que só ocorrerá com o Veto Total ao projeto aprovado na Câmara.
Brasília, 26 de abril de 2012
O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável é coordenado pelas seguintes organizações:
Amazônia Para Sempre
ABONG
CNBB
Coalizão SOS Floresta (Amigos da Terra – Amazônia, APREMAVI, FLORESPI,Fundação Grupo Boticário, Greenpeace, ICV, IMAFLORA, IPAM, ISA, SOS MataAtlantica, WWF Brasil, Sociedade Chauá SPVS)
Comissão Justiça e Paz CJP
CNS
Comitê Inter-Tribal
CONIC
CUT
FETRAF
FNRU
FASE
FBOMS
FETRAF
Forum de Mudança Climática e Justiça Social
Fórum ex-Ministros Meio Ambiente
GTA
IDS
INESC
Instituto Ethos
Jubileu SUL
OAB
Rede Cerrado;
Rede Mata Atlântica
REJUMA
Via Campesina (ABEEF, CIMI, CPT, FEAB, MAB, MMC, MST, MPA, MPP e PJR)
24/04/2012 | Notícias
Organizações catarinenses fizeram nesta segunda-feira (23) a entrega de uma moção contra as alterações do Código Florestal aos representantes do IBAMA, ICMBio, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O Superintendente do IBAMA em Santa Catarina, Kléber Isaac Silva de Souza, assumiu o compromisso de enviar o documento ao Ministério do Meio Ambiente, à Secretaria Geral da Presidência, à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência e ao Gabinete da Presidente Dilma Roussef. Ao mesmo tempo ficaram de enviar a moção aos seus superiores em Brasília os representantes do MDA, Altair Antunes, e Ângelo de Lima Francisco que representava o coordenador regional do ICMBio/SC, Ricardo Castelli .
Trinta e três entidades, entre elas a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) pediram no documento que a presidente Dilma Rousseff cumpra o seu compromisso eleitoral de não permitir leis que aumentem o desmatamento e vete, na íntegra, o texto do Projeto de Lei 30/2011.
O projeto de mudança do Código Florestal irá à votação no Plenário da Câmara dos Deputados nesta semana e é uma das mudanças mais polêmicas já feitas na história da legislação ambiental do país.
A moção catarinense denuncia e analisa a frágil situação Ambiental de Santa Catarina, e alerta para as enormes consequências negativas que a proposta de alteração do Código Florestal irá causar.
As entidades presentes também entregaram às autoridades a Nota Pública da Comissão Guarani Nhemonguetá pela não aprovação da PEC 215. Essa proposta, se aprovada, alterará o Art. 231 da Constituição Federal transferindo para o poder legislativo a decisão sobre demarcação de terra indígena, terras quilombolas, populações tradicionais e unidades de conservação.
MOÇÃO DE SANTA CATARINA PELA MANUTENÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL E VETO PRESIDENCIAL
Aos governantes, partidos e políticos, ao judiciário e ao povo brasileiro,
Mais uma vez denunciamos que setembro de 2011 ficará na história das famílias catarinenses como uma das piores tragédias ambientais das últimas três décadas, por omissão e responsabilidade das elites gestoras e governantes municipais, estaduais e federais. Cem municípios, o equivalente a um terço do nosso estado, foram tomados novamente pelas águas, após uma sequência de dias com chuvas torrenciais. Segundo dados da Defesa Civil, a inundação afetou quase um milhão de pessoas, sendo que 178 mil delas tiveram que deixar suas casas, e centenas de famílias perderam parentes e amigos. Os prejuízos materiais são estimados em R$ 453 milhões, porém as perdas, os traumas e as rupturas no processo histórico no tecido social, econômico, cultural e territorial são inestimáveis, irreparáveis e atravessarão gerações.
Denunciamos que este processo está intimamente ligado ao modelo de uso e ocupação do solo rural e urbano, que ainda tem como base de seu desenvolvimento a derrubada das matas, florestas e ocupação das margens dos rios e encostas, áreas suscetíveis a chuvas intensas devido à fragilidade do solo e relevo acidentado. Esta é a situação dos vales e encostas ao longo do litoral brasileiro e catarinense e do Vale do Itajaí em particular, o que é de conhecimento do povo brasileiro através das imagens aterrorizantes que circulam nos telejornais e nas incansáveis campanhas de solidariedade. Esta situação não desaparecerá enquanto não houver respeito às condicionantes ambientais que hoje estão presentes no Código Florestal.
Nossa Região Oeste e o Planalto Catarinense, por sua vez, têm sofrido situação inversa, por escassez de água, com secas cada vez mais frequentes no campo e nas cidades. Embora seja o local do estado em que mais chove, a precipitação se torna concentrada, evapora e escoa rápido porque o sistema natural e alterado retém pouco devido ao mesmo modelo de desenvolvimento, que derrubou a floresta e ocupou as margens dos rios e encostas. Entre os anos 2002 e 2006, todos os municípios do Oeste decretaram estado de calamidade pública por seca na região.
Porém, ainda existem soluções; nossa história mostrou que nos últimos 20 anos a cobertura vegetal de Santa Catarina se recuperou muito devido ao Decreto n° 750/1993, que dispõe sobre o corte, exploração e supressão da Mata Atlântica, e posteriormente à Lei da Mata Atlântica (nº 11.428/2006), apesar de esta recuperação ser muito mal distribuída no estado.
O Inventário Florístico Florestal Catarinense demonstrou que temos ainda importantes áreas de florestas, mas não tão rica, alta e espessa quanto deveria estar. Temos cerca de 32% do estado coberto pela Mata Atlântica, concentrado especialmente na faixa litorânea.
Nossas Florestas estão com menos espécies, com estrutura mais baixa e árvores mais finas porque são jovens. Isso representa uma floresta em fase de recuperação. As amostras com boa floresta original são menos de 20 dos 540 pontos pesquisados no estado, e não por coincidência todas elas estão concentradas em unidades de conservação ou em locais de difícil acesso de extração. As 520 restantes estão em áreas perturbadas com a pressão de uso e ocupação do solo em um entorno muito grande.
Diante deste quadro de possibilidades e de tamanha fragilidade e vulnerabilidade, não restam dúvidas de que, com a permissão para diminuir a faixa ao longo dos cursos dágua e a redução ou uso irrestrito da Reserva Legal, pretendidas pelo PL 30/2011, vamos ter um empobrecimento da estrutura da floresta, uma redução de florestas e uma fragilização ainda maior frente aos desastres.
Se o Código for aprovado da forma como propõe o Projeto de Lei, nós teremos uma redução drástica da Mata Atlântica no estado de Santa Catarina. Nos períodos chuvosos, vamos estar mais vulneráveis às inundações, escorregamentos e enxurradas. Por outro lado, nos períodos de seca, não haverá suficiente oferta dágua para o consumo humano, animal, da lavoura e de preservação da natureza.
Precisamos de políticas públicas de apoio ao proprietário de área de floresta e para aquele que produz de forma mais sustentável. Precisamos de diminuição de impostos na propriedade e produção, máquinas e insumos agrícolas, linhas de crédito direto para isso, e apoio na manutenção de estradas para escoamento e na comercialização de nossos produtos para que produtor e consumidor tenham condições justas e dignas de emprego e renda e de vida, no campo e na cidade, em equilíbrio com o meio ambiente e preservação para as nossas futuras gerações.
É preciso facilitar o manejo de vegetação secundária e o estímulo à recuperação. Se não houver políticas de conservação e uso dos recursos florestais, a tendência é de supressão, legal ou ilegal. Todo avanço que tivemos nas décadas de 80 e 90 pode perder-se e podemos ter um retrocesso rápido. Com base em ações proativas já experimentadas nas diversas regiões do Brasil e seus biomas, apesar do caráter extrativista da economia capitalista concentradora de riquezas na mão de uma minoria, em detrimento da maioria, podemos, mesmo assim, afirmar: o homem do campo só faz desmatamento e ocupa encostas e margens de rios devido à falta de política agrícola e agrária mais justa. Essa é, em especial, a realidade dos pequenos e médios produtores rurais, que são empurrados pelo grande proprietário agrícola para as áreas de preservação. Sofrendo situação semelhante estão as populações de baixa renda, que se tornam sem teto nas cidades e são empurradas paras as áreas de preservação porque não têm acesso às melhores localizações, serviços e infraestrutura.
Nas cidades o debate é muito mais complicado, pois o uso e ocupação do solo urbano estão ligados ao setor especulativo imobiliário, aliado das elites políticas, que negam a função social da propriedade do solo. Estes grupos não têm tido compromisso com o desenvolvimento sustentável, nem com a garantia de qualidade de vida de todos, com a geração de emprego e renda e com a distribuição de riqueza produzida.
Sem aplicar os instrumentos legais do Código Florestal vigente e a legislação da Política Urbana, em especial o ESTATUTO DA CIDADE, não haverá solução, sendo que a nova proposta do PL 30/2011 só agravará e consolidará uma situação já insustentável na região urbana da maioria das cidades brasileiras.
A Reserva Legal, as APPs e APLs não atrapalham as atividades econômicas das propriedades; pelo contrário, se bem utilizadas podem contribuir na geração de renda da família, que em contrapartida ainda terão os benefícios ambientais. Sabemos que além das políticas agrícolas e agrárias, deformações existem no Código Florestal vigente, e isso merece revisão. A própria Resolução do CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006, dispõe sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em área de preservação permanente. No entanto, este processo deve envolver a sociedade por inteiro, deve ser amplo, democrático e transparente, e não deve atender a pressões de grupos econômicos e indivíduos do campo e da cidade que contrariem a atual legislação, réus de dividas ambientais que devem ser pagas à sociedade.
Enquanto o Código Florestal não passar por este amplo e democrático debate, como pleiteiam organizações científicas e movimentos sociais, é preciso que ele seja aplicado na íntegra e de forma equitativa entre os proprietários de médias e grandes áreas, com tratamento diferenciado para os resistentes pequenos agricultores, caiçaras, indígenas, quilombolas e outros que, na maior parte das vezes, contribuem para a preservação da biodiversidade e exercem suas atividades tradicionais e para sua sobrevivência, e estão de acordo com princípios básicos da sustentabilidade.
Finalmente, declaramos aos partidos políticos, ao governo e à sociedade que, na hipótese de aprovação do Projeto de Lei da Câmara ou do Senado, empunharemos a bandeira pelo veto total a ser dado pela presidente DILMA. Esta é a única atitude política que poderá sustentar o clamor da população, bem como a única que dará legitimidade às promessas feitas pela presidente ao povo catarinense e brasileiro na campanha de 2010, quando assumiu publicamente o compromisso de vetar qualquer projeto que promova anistias ou incentive mais desmatamentos.
Florianópolis, 16 de março de 2012.
Assinam:
Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses – FEEC
Rede de ONGs da Mata Atlântica – RMA
Aliança Nativa
Associação Ecológica Força Verde (ES)
Associação de Estudos Costeiros e Marinhos – ECOMAR
APRENDER Entidade Ecológica
Associação Montanha Viva
Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis- VIACICLO
Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio Ambiente – APREMA
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – APREMAVI
Associação dos Condutores Ambientais e Culturais da Grande Florianópolis UATAPÍ
Associação Movimento Ecológico Carijós – AMECA
Câmara de Meio Ambiente e Saneamento do Fórum da Cidade CMAS-FC
Coletivo Divulgar Antropologia de SC – Divu-ANT
Coletivo UC da Ilha
Comissão Pastoral da Terra de SC
Comitê do Itajaí
Comitê Santa Catarina em Defesa das Florestas e da Vida
Conselho Indigenista Missionário Regional Sul CIMI Sul
Coordenação do Curso de Biologia – Uniasselvi
Coordenação do Curso de Gestão Ambiental – Uniasselvi
Diretório Acadêmico Oito de Maio – DAOM – FAED/UDESC
Fórum da Cidade: Organização Social e Popular de Florianópolis
Fundação Piava
Grupo de Pesquisa Direito Ambiental na Sociedade de Risco GPDA-UFSC
Instituto CarbonoBrasil de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental – IDEIA
Instituto Sea Shepherd Brasil -Instituto Guardiões do Mar
Instituto Sócio Ambiental Campeche ISA CAMPECHE
Jurerê Jazz Festival
Núcleo de Educação Ambiental do Centro Tecnológico – NEAmb-UFSC
Santa Catarina Birdwatching
Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental -SPVS
21/04/2012 | Notícias
O relator Deputado Paulo Piau do PMDB de Minas Gerais (principal partido da base do governo Dilma) escreve com destaque em seu parecer (1) que se orgulha do trabalho na Câmara dos Deputados (relatório do Deputado Aldo Rebelo). Essa sincera opinião de deputado reflete-se concretamente nas alterações por ele propostas em seu parecer no texto do Senado.
O relatório do Deputado Piau nos leva a concluir duas coisas (não excludentes). Ou a bancada ruralista perdeu totalmente a noção dos limites (o céu é o limite) e está se sentindo muito a vontade, jogando no seu próprio campo, e pretende impor uma derrota antológica ao governo (do PT) com vitória do governo do PMDB; ou, o que é mais provável, trata-se de um jogo de cena perfeitamente combinado (como disse Marina Silva, um perfeito telequete)(2) entre a bancada ruralista e o Palácio do Planalto. Tal jogo de cena se materializará em uma disputa de cartas marcadas no Plenário na Câmara entre apoiadores do (suposto) acordo do Senado versus a bancada ruralista da Câmara. Ou ainda pior, as duas hipóteses, jogo de cena, no seu próprio campo. Na peleja encenada, o Governo derruba (p.ex.) 80% dos absurdos propostos pelo deputado Piau e a Presidenta Dilma vetaria um ou outro absurdo que eventualmente passar no Plenário da Câmara.
O governo tentará, com isso, minimizar o risco de um grande constrangimento para a presidenta na Rio+20, ao sancionar o texto do Senado piorado, sob a alegação, já vocalizada por líderes do governo depois da votação no Senado, de que foi o possível considerando a correlação de forças no parlamento.
O relatório do Deputado Paulo Piau, membro da base de apoio do Governo Dilma, consegue a façanha de unir o que tem de pior das duas versões já aprovadas, pela Câmara e pelo Senado, inclusive suprimindo os poucos e insuficientes avanços ambientais introduzidos quase a fórceps no texto do Senado.
Cabe-nos denunciar esse evidente jogo de cena (cujo roteiro e atores principais podem variar no dia do ato) e trabalhar pela rejeição in totum do relatório do Deputado Piau na próxima 3ª feira,dia 24, se realmente for a votação. Infelizmente, com esse telequete do código florestal, o Brasil põe em risco sua condição de líder destacado nas negociações relevantes em torno da agenda socioambiental global.
No mérito seguem abaixo os principais problemas do relatório do Piau que reforçam a idéia do jogo de cena em campo alheio (3).
Análise parecer do Relator Deputado Federal Paulo Piau para o código florestal
1. O relator rejeita o artigo primeiro do texto aprovado pelo Senado que apesar de ser apenas principiológico (não estabelece obrigações), define uma série de princípios que caracterizam o código florestal como uma lei ambiental. Ao rejeitar esse dispositivo, o relator reforça a tese de que o Congresso está transformando o código florestal em uma lei de consolidação de atividades agropecuárias ilegais, ou uma lei de anistia.
2. O relator resgata o conceito original, incerto e genérico (da versão da Câmara) de pousio (art.3º XI). Na prática essa alteração significa a consolidação de desmatamentos ilegais posteriores a 2008 que serão caracterizados como áreas em pousio e vai permitir ainda novos desmatamentos legais em propriedades com áreas abandonadas, o que hoje é vedado pela Lei vigente.
3. O novo relatório propõe, ainda, – o que é coerente com a alteração referida no item 2-, a exclusão do conceito de áreas abandonadas ou sub-utilizadas previsto no artigo 3º, inciso XX, do texto do Senado. Isso pode comprometer o próprio Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), cujo objetivo é criar incentivos à redução de emissões do setor agropecuário mediante o resgate dessas áreas para a produção. Cai um instrumento legal de pressão por recuperação e otimização produtiva de áreas hoje sub-utilizadas ou abandonadas na medida em que poderão ser abertas novas áreas de vegetação nativa nessas propriedades.
4. O relatório dispensa a proteção de 50 metros no entorno de veredas o que significa não somente a consolidação de ocupações feitas nessas áreas como inclusive novos desmatamentos, pois deixa de existir uma faixa de proteção das veredas, sendo somente as veredas consideradas área de preservação. É como se o relator definisse somente a nascente como área de preservação e dispensasse a faixa no entorno dessa nascente como de preservação permanente. Para o bioma Cerrado, o mais ameaçado hoje pela expansão indiscriminada da agricultura, essa exclusão dos 50 metros de faixa de proteção significa a condenação das veredas.
5 . O relator suprime APP de reservatório natural com menos de 1 ha (art. 4º, §4º). Retoma a redação da Câmara o que significa acabar com APP nesses reservatórios (altamente vulneráveis) sob o argumento de que muitos deixam de existir em função das longas estiagens.
6. O Dep. Piau aumenta as possibilidades legais de novos desmatamentos em APP ao excluir (§6º do artigo 4º) a restrição para novos desmatamentos nos casos de aqüicultura em imóveis com até 15 Módulos fiscais (na Amazônia, propriedades com até 1500ha).
7. O relatório amplia de forma indiscriminada a possibilidade de ocupação nos manguezais ao manter a separação dos Apicuns e Salgados e delegar o poder de ampliar as áreas de uso aos Zoneamentos, sem qualquer restrição e manter somente os §§ 5º e 6º do art. 12.
8. No art. 16, o relatório retoma o § 3º do texto da Câmara para deixar claro que no cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual de Reserva Legal todas as modalidades de cumprimento são válidas: além da regeneração e da recomposição, também a compensação que poderá ser feita em outros estados.
9. O relatório exclui critérios técnicos para manejo florestal facilitando a supressão de árvores em propriedades rurais. Isso significa estímulo à degradação florestal em RL (com a alteração do artigo 23).
10. Ao suprimir o parágrafo 10 do artigo 42 o relator propõe que incentivos inclusive econômicos inclusive com recursos públicos possam ser investidos para proprietário que desmatou ilegalmente depois de julho de 2008. Instituição da corrupção ambiental. O crime passa a compensar de fato com estimulo de governo.
11. Ao suprimir o artigo 43 do Senado o relatório elimina um dos poucos dispositivos que vincula recursos à recomposição de APPs.
12. O Deputado Piau ressuscita a emenda 164 (de sua autoria na Câmara) que delega aos Estados a definição do que será consolidado em APP (supressão dos §§ 4º, 5º e 7º do art. 62) remetendo aos PRAs a regularização das propriedades e posses rurais. É o dispositivo da institucionalização da anistia. Sequer os 15 metros mínimos do Senado foram acatados pelo Dep. Piau.
13. O relatório do Piau exclui também os §§ 13 e 14 do artigo 62 que tratam da possibilidade de exigências superiores às constantes na Lei, nas bacias hidrográficas consideradas críticas e das propriedades localizadas em área alcançada pela criação de unidade de conservação de proteção integral. A supressão do §13 condena mais de 70% das bacias hidrográficas da Mata Atlântica que já tem mais de 85% de sua vegetação nativa desmatada.
14. No art. 64, o relator Piau consolida pecuária improdutiva em encostas, bordas de chapadas, topos de morros e áreas em altitude acima de 1800 metros.
15. Suprime o art. 78, que veda o acesso ao crédito rural aos proprietários de imóveis rurais não inscritos no CAR após 5 anos da publicação da Lei. Com isso elimina um dos dispositivos de pressão para o cadastramento ambiental rural dos móveis e para que os estados de fato regulamentem e implementem os cadastros em no máximo 5 anos. Retira a eficácia do CAR.
André Lima é Advogado (OAB-DF 17878), mestre em gestão e política ambiental pela UnB, Consultor Jurídico da Fundação SOS Mata Atlântica, Consultor de Políticas Públicas do IPAM, Sócio-fundador do Instituto Democracia e Sustentabilidade e membro da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil-DF.
(1) Logo no inicio do seu voto na pág. 08.
(2) Para os que nunca viram um telequete, vejam esse video gravado na 47a festa da Uva em Colombo no PR: http://t.co/L649hpMU
(3) Esta lista de problemas analisa apenas as novidades contidas no relatório do Deputado Piau. P/ os principais problemas do relatório do Senado, que foram recepcionados pelo relatório do dep. Piau veja link na nota de roda-pé anterior.
11/04/2012 | Notícias
Nos dias 03 e 04 de abril de 2012, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), através do projeto Integração e Capacitação de Conselhos e Comunidades na Gestão Participativa de Unidades de Conservação (UCs) Federais e Estaduais Oeste de Santa Catarina e Centro Sul do Paraná, promoveu um Curso de Educação Ambiental, com a condução de Deusdedet Alle Son (Detinha), especialista em Gestão e Educação Ambiental. Detinha desenvolve projetos de Educação Ambiental junto ao Instituto de Pesquisas da Mata Atlântica (Ipema), ONG sediada em Vitória (ES).
O curso foi realizado na Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, e teve como objetivo capacitar os educadores com atuação nas escolas da região das UCs envolvidas no projeto, em temas e práticas relacionados à questão ambiental, visando ampliar suas capacidades e habilidades e instrumentalizá-los para suas práticas profissionais e pessoais.
Estiveram presentes 55 pessoas, entre educadores de 10 municípios da região Oeste de SC e Centro Sul do PR, equipe do projeto, gestores das UCs envolvidas no projeto e outros convidados.
A programação do encontro foi pensada com base nas respostas dos educadores à seguinte pergunta orientadora: Qual minha necessidade enquanto educador para trabalhar a educação ambiental no ambiente formal e não formal?
No primeiro dia foram distribuídos aos educadores kits e materiais para subsidiar ações de educação ambiental. Detinha trabalhou os marcos históricos e teóricos da Educação Ambiental e Edilaine Dick, técnica da Apremavi, falou sobre os principais conceitos e objetivos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), especialmente sobre as características das UCs e dos conselhos gestores.
Patrícia Maria Soliani, da Fundação do Meio Ambiente de SC (FATMA), falou dos projetos e de como esta instituição vem trabalhando com a Educação Ambiental no Estado. Também foi realizada uma atividade para conhecer a percepção dos educadores sobre as UCs da região em que atuam, através de trabalhos em grupo. Logo em seguida, os gestores apresentaram o contexto de cada UC, como forma de aproximá-las das escolas da região e pensar em possibilidades de atuação conjunta.
Na manhã do segundo dia foi realizada uma trilha com os participantes na Floresta Nacional (FLONA) de Chapecó, orientada pelos gestores da UC, Fabiana Bertoncini e Juares Andreiv, e pelo Técnico Ambiental Onório Heuko. Na oportunidade, Fabiana apresentou o contexto geral e principais características da FLONA. No período da tarde, as educadoras Maritânia Rodi Schimitt (Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco Bagatini) e Alexandra Dallagnol (Escola de Educação Básica José Pierezan), de Concórdia (SC), apresentaram relatos de experiências de projetos de educação ambiental desenvolvidos nas escolas em que atuam, sendo respectivamente: Projeto Guias Mirins (parceria da escola com a Equipe Co-Gestora do Parque Estadual Fritz Plaumann – Ecopef) e Projeto Implantação do Bosque Vida Verde.
A atividade final envolveu trabalhos em grupo para a construção de um plano de ação entre os educadores e gestores de cada UC, sendo planejadas ações de Educação Ambiental que serão realizadas de forma conjunta.
Fotos: Marcos Alexandre Danieli.
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10/04/2012 | Notícias
No dia 03 de abril, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), participou da 5a Reunião Plenária de 2012 da JCI (Junior Chamber International) de Rio do Sul (SC).
A JCI é uma federação mundial de jovens profissionais e empreendedores, com idades entre 18 e 40 anos, que buscam, por meio do aprimoramento do indivíduo, as bases para o crescimento pessoal e de suas comunidades.
A reunião contou com aproximadamente 40 membros, entre empresários e estudantes que ouviram atentamente o histórico da Apremavi e suas prioridades para este ano, enfatizando os 25 anos de existência que a instituição completará em julho. O objetivo da palestra era mostrar, além do histórico, a missão, seus principais projetos e parcerias, sua estrutura atual e também os resultados e o reconhecimento que a Apremavi tem recebido desde sua fudanção, em 1987.
A maioria dos empresários presentes afirmou que já ouviram falar da Apremavi, mas não faziam ideia da amplitude dos trabalhos e do profissionalismo da instituição.
O presidente da Apremavi, Edegold Schäffer, e a secretária executiva, Grasiela Hoffmann, mostraram também aos presentes a atual estrutura física da instituição no município de Atalanta, envolvendo o viveiro de mudas nativas Jardim das Florestas e o alojamento para estagiários.
Grasiela ressaltou ainda que a Apremavi possui convênio com várias Universidades de Santa Catarina, do Brasil e também com algumas Fundações e Instituições de outros países como Alemanha, Espanha e Estados Unidos que enviam estudantes para o programa de estágio da Apremavi. Edegold comentou que a procura por estágios é cada ano maior e que a atual estrutura do alojamento não atende mais as necessidades da entidade. Como marco dos 25 anos, a instituição estabeleceu como prioridade a construção do Centro de Educação Ambiental e Alojamento, para que seja possível atender melhor os estagiários e visitantes.
A construção foi projetada para ser um centro de referência, não só em educação ambiental, mas também um modelo de construção sustentável com sistema de captação de água da chuva e energia solar.
Na palavra livre da Plenária, além dos agradecimentos, houve também elogios pelo trabalho que a Apremavi realiza. Rudolf Marzall Filho, sócio fundador da JCI de Rio do Sul, destacou o reconhecimento da Apremavi, não só no Brasil, mas também em nível internacional. Rudolf comentou que sua sobrinha, que morou e estudou no Canadá, realizou seu trabalho de conclusão de curso na Apremavi em Atalanta.
A Apremavi presenteou os participantes com uma muda de Ipê-Amarelo.
Reunião na JCI. Foto: Flavia Tomio.
04/04/2012 | Notícias
A presidente Dilma Rousseff participou nesta quarta-feira, 04 de abril de 2012 de reunião ordinária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), em Brasília. No evento, a sociedade civil/ONGs foi representada pelos coletivos do Observatório do Clima (OC) e do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), que reúnem mais de 700 organizações. André Ferretti representou o Observatório do Clima e a secretária executiva do FBOMS, Silvia Alcantara Picchioni, fez o pronunciamento em nome do grupo e entregou à presidente Dilma uma mensagem com o posicionamento dos coletivos.
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida é integrante das duas articulações e é signatária da carta entregue hoje.
Segundo André Ferreti, a primeira reunião ordinária do FBMC com a Presidente Dilma mostrou um descompasso entre o que diz o Governo com o que a sociedade civil observa na prática. Às vésperas da Rio+20, foi uma excelente oportunidade de apresentar diferentes iniciativas e opiniões de todos os setores da sociedade. Espera-se que o Brasil mostre ao mundo que pode e quer ser protagonista no século XXI, e que crescerá nas próximas décadas conciliando a conservação do seu patrimônio natural com a melhoria da qualidade de vida da sua população.
Um dos pontos da carta pede o Veto presidencial ao texto do novo Código Florestal que está prestes a ser aprovado no Congresso Nacional.
Mensagem da Sociedade Civil/ONGs para a Reunião do FBMC com a Presidente Dilma
Agradecendo ao convite e oportunidade da manifestação da sociedade civil, aqui representada pelos coletivos do Observatório do Clima e do FBOMS, que reúnem mais de 700 organizações.
Registramos aqui nosso reconhecimento em relação aos importantes avanços no combate a pobreza e desigualdade ao longo de seu governo.
Mas, apesar de avanços alcançados, estamos aqui para manifestar nossa preocupação em relação a alguns pontos.
Os governos, apesar dos discursos, na prática desconhecem, solenemente, a questão de Mudanças Climáticas e não incluem em suas ações essa perspectiva.
Quase 30 meses após o Presidente Lula ter sancionado a Lei Federal nº 12.187, os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas pouco progrediram. Há problemas críticos na sua elaboração, com destaque para a falta de padronização na metodologia e regras de participação da sociedade. Os planos em construção são, na grande maioria, compilação de ações já em andamento e que não foram elaboradas sobre a ótica da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
A implementação da Lei da Política Nacional de Clima, apesar de já regulamentada, está em ritmo extremamente lento, colocando em risco os compromissos assumidos na própria Lei e nos acordos internacionais.
Mesmo com o atraso nos prazos de divulgação dos planos setoriais, os documentos que serão entregues a Senhora na semana que vem (16 de abril) são inconclusivos e não atendem ao determinado em Lei ou em metas previstas.
Por exemplo: o plano setorial de energiacompila o Plano Decenal de Energia, o qual dedica 68% do volume de investimentos do Governo Federal voltado para a indústria do petróleo e gás, sujando nossa matriz energética. Impulsionado pelas reservas do pré-sal, em 2020, o Brasil produzirá 6,09 milhões de barris de petróleo por dia, o que representará 955,82 milhões de toneladas de CO² na conta de emissões mundiais – um crescimento de 197% comparado aos números atuais. Essas emissões consolidarão o Brasil na incômoda posição de estar entre os três maiores emissores globais de gases do efeito estufa.
Precisamos mudar esse cenário. O mundo quer e precisa de diversificação da matriz energética e incentivos econômicos para energia limpa. O Brasil não pode ir na contra-mão da história.
Outro aspecto de extrema urgência trata da elaboração de um Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, para identificação de vulnerabilidades e áreas de risco. Nos últimos anos a sociedade brasileira tem sofrido, de Norte a Sul, enormes prejuízos socioeconômicos e ambientais devido a eventos climáticos extremos. As populações menos favorecidas são as mais atingidas, mas de modo geral toda a sociedade tem sofrido as conseqüências.
O Brasil precisa investir mais em prevenção do que em respostas emergenciais a desastres, que devem ser conduzidas de forma partilhada com as populações nas diferentes regiões considerando as particularidades.
Outro tema de preocupação é o projeto de lei que altera o Código Florestal, que tramita na Câmara nesse momento. Se aprovado resultará, inevitavelmente, na emissão de milhões de toneladas de gases de efeito estufa, na perda de biodiversidade e serviços ambientais essenciais à nossa civilização. Nem o texto do Senado nem o da Câmara podem ser aprovados na medida em que os dois desfiguram de tal forma o atual Código Florestal, que a sociedade civil aqui representada não vê alternativa senão pedir o VETO PRESIDENCIAL integral daquele PL.
A sociedade civil espera este veto e estará junto apoiando sua atitude.
Também relevante é a questão de REDD+ que carece de um amplo processo de discussão para tratar desse sistema e da estratégia nacional a ser adotada no Brasil. Iniciativas isoladas de estados, municípios, comunidades indígenas e tradicionais, e proprietários rurais estão sendo realizadas em todo o território nacional e precisam ser consideradas e harmonizadas.
Diante do exposto, destacamos que, apesar da existência formal de espaços de participação para a sociedade civil, na prática, as nossas contribuições não têm sido devidamente consideradas ou incorporadas nos processos em curso. A sociedade civil organizada reivindica ter as condições minimas necessárias para estar, de fato, envolvida na discussão, elaboração, implementação e monitoramento de toda Política Nacional de Mudanças Climáticas.
Nesse sentido, registramos ainda nossa preocupação e esperanças em relação a formulação de um novo marco regulatório para nossa atuação. Entidades sérias que vem realizando um trabalho relevante para a sociedade não podem ser equiparadas e tratadas como se fossem adversárias do interesse público ou inidôneas. Aguardamos com expectativa os resultados do Grupo de Trabalho instituído por V. Excia. coordenado pela SGPR.
Às vésperas da Rio+20, grande parte das conquistas da sociedade brasileira na área socioambiental desde a Constituição de 1988, podem ser perdidas, e isso seguramente será amplamente denunciado na Cúpula dos Povos.
A humanidade precisa traçar o caminho a ser trilhado nas próximas décadas para conciliar as necessidades de uma população de 7 bilhões de habitantes (que em 2050 chegará a 9 bilhões), com o patrimônio natural disponível. Existem pessoas, conhecimentos, tecnologias e recursos financeiros para fazer do século XXI um período virtuoso.
O Brasil tem tudo para ser protagonista no maior evento mundial sobre a sustentabilidade do planeta e de sua civilização.
Confiamos na sua coragem para tomar as decisões corretas que façam o diferencial na busca desse caminho!
Observatório do Clima (OC)
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS)
03/04/2012 | Notícias
O Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil) iniciou oficialmente em 16 de março de 2012 a consulta pública ao Padrão Nacional Slimf Plantadas(Padrão de Certificação FSC para o Manejo Florestal em Pequena Escala e de Baixa Intensidade para Florestas Plantadas) cujo documento (Versão 1.0) já se encontra disponível em no website FSC Brasil.
Para a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) a elaboração desse padrão será muito importante, especialmente para as atividades do Programa Matas Legais.
A participação no processo de construção do padrão Slimf poderá ser feita de 3 formas:
1 – Acessando nosso website, preenchendo o formulário próprio e enviando para o e-mail:consultapublica@fsc.org.br até o dia 16 de maio.
2 – Acessando o hotsite www.florestascertificadas.org.br, que estará disponível a partir de 09 de abril com informações sobre o processo, os padrões, o público ao qual se destina etc, e, com uma seção para preenchimento online do formulário de comentários e sugestões.
3 – Participando das consultas e reuniões presenciais preparadas para estimular os debates e colher manifestações de partes interessadas no conteúdo e proposta deste novo padrão nacional. Veja a agenda abaixo:
24/04/2012: PR – Telêmaco Borba:
SESI Telêmaco Borba
Av. Vidal de Negreiros, 225 | 84.261-560 | Telêmaco Borba/ PR.
Contato:(42) 3271-4800
HORÁRIO: A definir.
05/05/2012: MG – São João Evangelista:
IFMG São João Evangelista
Av. 1º de Junho Nº 1043 Centro – São João
Evangelista/MG.
Contato: (33) 3412-2900
HORÁRIO: A definir.
08/05/2012: BA Teixeira de Freitas:
Faculdade Pitágoras
Avenida Juscelino Kubitschek 3000 – Br 101 KM 879,4 – Teixeira de Freitas/BA.
Contato: (73) 3011-8300
HORÁRIO: 18:00 horas
O prazo final para manifestações e sugestões é 16 de maio de 2012.
Todos os comentários serão registrados e avaliados pela equipe do FSC Brasil, WWF Brasil e Equipe Técnica responsável na elaboração da versão final do Padrão SLIMF Plantadas, e os resultados amplamente comunicados a toda a comunidade FSC.
Detalhes sobre a consulta Online
Consulta Online Padrão Nacional SLIMF Plantadas
Contamos com a sua participação no processo de consulta pública para a elaboração do Padrão de Certificação FSC para o Manejo Florestal em Pequena Escala e de Baixa Intensidade para Florestas Plantadas, ou como chamaremos daqui em diante, do SLIMF Plantadas.
O Brasil já possui um padrão dirigido a pequenos grupos: o SLIMF Amazônia, para grupos de manejo de florestas nativas, construído por muitas mãos durante cinco anos, e aprovado em 2010 pelo FSC Internacional.
Desde então a demanda por um padrão mais adaptado à realidade dos pequenos produtores de florestas plantadas só fez crescer, e em resposta, iniciamos em 2011 a construção de um documento com indicadores específicos a este público, que complementarão o SLIMF Amazonia sem alterar seu conteúdo original, garantindo a ele uma nova categoria.
E agora iniciamos oficialmente a consulta ao Padrão Nacional Slimf Plantadas, convidando a todos a participarem deste processo enviando seus comentários no documento, ou, participando das reuniões presenciais que acontecerão nos próximos meses.
A consulta pública online ocorre no período de 16 de março de 2012 a 16 de maio de 2012.
Para contribuir com o processo, leia o Padrão V 1.0, preencha o formuláriocom suas sugestões/críticas e envie para o FSC (consultapublica@fsc.org.br).
Alguns esclarecimentos são importantes neste processo:
O padrão interino é dividido em Princípios, Critérios e Indicadores. Os Princípios e Critérios são definidos pelo FSC Internacional e nesta revisão não serão alterados.
O que está em fase de consulta são apenas os indicadores relacionados a florestas plantadas que seguem descritos abaixo de cada princípio/critério. Não transcrevemos todos os indicadores de florestas nativas do documento original, apenas aqueles que podem ser aplicados aos dois concomitantemente: nativas e plantadas. Assim, todos os indicadores que estão no documento podem ser comentados, melhorados etc.
Recomendamos que os comentários sejam feitos em forma propositiva, ou seja, através da sugestão de textos que traduzam a ideia ou a proposta, e que podem ser usados no documento.
02/04/2012 | Notícias
No dia 28 de março de 2012, através do projeto Integração e Capacitação de Conselhos e Comunidades na Gestão Participativa de Unidades de Conservação (UCs) Federais e Estaduais, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) realizaram a oficina para renovação do conselho consultivo desta Unidade de Conservação (UC).
A oficina foi realizada na Câmara de Vereadores de São Domingos e contou com a presença de representantes de entidades governamentais e da sociedade civil, interessados em contribuir com a gestão do PE das Araucárias através da participação no conselho consultivo.
A metodologia para renovação deste conselho foi construída em conjunto entre Apremavi, FATMA e GRIMPEIRO (OSCIP local), os quais foram responsáveis pela execução das atividades propostas, como visitas e reuniões de mobilização, até a efetiva oficina de renovação. Este processo também foi divulgado em mídias gerais, como jornais de circulação local e regional, rádios e sites da Apremavi e FATMA.
A oficina de renovação foi conduzida pelos técnicos da Apremavi Edilaine Dick e Marcos Alexandre Danieli, contando com o apoio da gestora do Parque, Patricia Maria Soliani e do geógrafo da FATMA, João Luiz Godinho. Inicialmente, cada participante se apresentou e destacou a contribuição de sua representação para a gestão do Parque. Na sequência, Patrícia contextualizou o Parque e o conselho, ressaltando a importância do trabalho conjunto para a consolidação do PE das Araucárias.
Em seguida, o Sr. Angelo Milani apresentou o GRIMPEIRO, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) criada com o objetivo de auxiliar a gestão da UC, realizando ações de educação ambiental, apoio a pesquisa científica, integração da comunidade local com a UC, entre outras ações, por meio da gestão compartilhada com a FATMA.
Marcos Alexandre Danieli abordou sobre o conselho consultivo e o papel do conselheiro, destacando os princípios e orientações previstos na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e os direitos e deveres dos conselheiros. Destacou que o conselho é composto por diversas representações, e que cabe a este grupo o acompanhamento e monitoramento das diversas atividades que são realizadas na UC, para sua boa implementação.
Em plenária, definiu-se a nova estrutura do conselho, que não sofreu muitas alterações em relação à composição anterior, formado por 17 instituições, sendo que a maioria destas reafirmou o compromisso de conselheiro do PE das Araucárias. Outros contatos serão feitos com cooperativas locais e comunidades vizinhas do Parque, citados em plenária enquanto representações importantes para serem integradas ao conselho.
Após atendimento aos encaminhamentos gerais demandados, a Apremavi reunirá esse novo conselho para a uma oficina de capacitação em gestão participativa, que será realizada no dia 15 de maio de 2012.
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26/03/2012 | Notícias
A Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses (FEEC) e a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) convidam as suas filiadas a atualizarem os seus dados cadastrais. O convite também é extensivo a novas organizações que queiram participar desse importante momento de articulação, visando estimular e otimizar os trabalhos das ONGs ambientalistas em Santa Catarina e na Mata Atlântica.
Com a proximidade da Rio+20, o momento é de articulação e por isso solicitamos que todos participem. Os contatos devem ser feitos com Daiana Tânia Barth, através do email daiana@apremavi.org.br ou telefone (47) 35350119. Este contato está sendo feito através da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) porque a instituição é atualmente a entidade Elo da RMA em Santa Catarina e também exerce a Coordenação Administrativa/Financeira da FEEC.
Sobre a FEEC e a RMA
Como todos sabem, o século XX foi um dos mais intensos para o movimento ambientalista com a criação de centenas de Organizações não Governamentais (ONGs) e Movimentos Sociais, que tinham como objetivo a preservação e recuperação do meio ambiente, num momento em que havia muito desmatamento e poluição a serem combatidos. Em Santa Catarina, um dos fatos marcantes foi a fundação, em 1988, da Federação de Entidades Ecologistas Catarinense (FEEC), que nasceu com o objetivo de juntar esforços entre as ONGs catarinenses, constituindo-se numa referência de integração do trabalho ambiental no estado.
Outro momento marcante a Rio 92, que fez surgir uma série de novas articulações, entre elas a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), fundada em junho de 1992, com o objetivo de unir esforços para a proteção do segundo Bioma mais ameaçado de extinção do mundo, a Mata Atlântica.
Em 2012 a FEEC completa 24 anos de existência, tendo promovido importantes ações ambientais em Santa Catarina. Denunciou desmatamentos, poluição e outras práticas nocivas ao ambiente e atuou e atua na indicação de representantes para vários conselhos, como o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), o Conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONSEMA), entre outros. Em 1997, a FEEC foi valente ao criar o Prêmio Porco e o Prêmio Qualidade de Vida. Os prêmios eram concedidos a pessoas físicas e jurídicas cujas atividades na perspectiva ambiental eram incoerentes e nocivas à natureza ou então, pelo lado positivo, que se destacavam na melhoria da qualidade de vida da população catarinense.
Durante a sua trajetória a FEEC acompanhou o nascimento de diversas ONGs no estado, apoiou a aprovação da Lei da Mata Atlântica, realizou campanhas de mobilização, acompanhou os estudos para criação de importantes Unidades de Conservação (UCs) em Santa Catarina, como o Parque Nacional da Serra do Itajaí, o Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica da Mata Preta, além de juntamente com a RMA entrar com ação judicial contra a finalização da construção da Usina Hidrelétrica de Barra Grande.
A RMA também coleciona conquistas importantes. O maior destaque foi a luta por uma legislação específica para a Mata Atlântica, que culminou com a aprovação, em 2006, da Lei 11.428/2006 e, em 2008, de seu decreto de regulamentação, o decreto 6.660/2008. A RMA também defendeu casos emblemáticos como o fechamento da Estrada do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu. Além de realizar inúmeras campanhas para a criação de UCs no Bioma.
Outra reivindicação que a RMA viu ser transformada em realidade, foi a implantação de importantes programas de apoio a projetos para Mata Atlântica como o Subprograma de Projetos Demonstrativos (PDA), que foi criado em 1994, dentro do Projeto Piloto para a proteção das Florestas Tropicais do Brasil, o PPG7 e que até o momento continua apoiando projetos efetivos que promovem a conservação da natureza. Outra conquista da RMA foi a criação, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, do Núcleo Mata Atlântica (NAPMA), que infelizmente foi desativado em dezembro de 2011, mas cujo trabalho foi fundamental para implantar diversas políticas de proteção da Mata Atlântica.
A RMA atualmente tem assento nas principais instâncias de representação da esfera ambiental do país, participa do movimento SOS Florestas e tem acompanhado de perto as discussões sobre as propostas de mudanças no código florestal.
19/03/2012 | Notícias
No dia 12 de março aconteceu na praça Ermenbergo Pellizzetti, Rio do Sul (SC), o primeiro evento de 2012 da Campanha de Educação Ambiental, da parceria entre a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Grupo Mirador de Telecomunicações. A campanha que já está em sua 4°edição tem como objetivo sensibilizar a população sobre a importância da preservação do meio ambiente através de pequenas atitudes diárias.
Na edição de 2011 o lema da campanha foi, "a gente muda o mundo com a mudança na nossa mente". O lema para 2012 ainda será escolhido através de um concurso para escolares. Para este ano estão previstos três encontros na praça com distribuição de mudas. Haverá também o recolhimento de embalagens de agrotóxicos, pilhas e baterias e a distribuição de sementes de hortaliças.
As atividades de 2012 irão contar também com o apoio de outras organizações, entre elas a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Rio do Sul, que no evento do dia 12 ajudou a distribuir mais de 900 mudas de árvores nativas, em duas horas de exposição na praça. Foram distribuídas mudas de araçá-vermelho, pitanga, ingá-feijão, ingá-anão, cereja, cortiça-lisa, pau-ferro, ipê-amarelo, ipê-roxo, caroba, entre outras, produzidas no viveiro de mudas da Apremavi Jardim das Florestas, localizado em Atalanta (SC). Mais de mil pessoas passaram pelo local a procura de mudas de árvores nativas.
A estudante Andressa Naiara comentou: passei próximo à Praça e vi a concentração de pessoas, chegando mais perto, vi que estavam distribuindo mudas de árvores, aproveitei e peguei três espécies para plantar em casa!.
Edegold Schäffer, presidente da Apremavi, disse estar bastante satisfeito com o resultado do evento: fiquei muito feliz com o grande número de pessoas que prestigiaram o evento. O sucesso se deu por que cada vez as pessoas estão mais engajadas na conservação ambiental e preocupadas com os dados alarmantes da destruição do Meio Ambiente.
Ainda temos muito a fazer em prol do bem-estar e da qualidade de vida das atuais e da futuras gerações. Parcerias como essa entre a Apremavi e o Grupo Mirador mostram que não só é possível o trabalho coletivo, como é essencial para que se avance rumo ao desenvolvimento sustentável de verdade. Uma sociedade participativa e consciente da importância das questões ambientais é fundamental. Com gestos aparentemente corriqueiros e esforços conjuntos é possível gerar mudanças significativas.
Agrademos a todas as pessoas que prestigiaram e que de uma forma ou de outra contribuíram para que o evento na praça fosse um sucesso. Fica também o convite para os próximos eventos. Plantar árvores é uma das atitudes mais efetivas de conservação ambiental. Quem planta terá no mínimo a oportunidade de sentar à sombra de uma árvore ouvindo o cantarolar dos pássaros.
13/03/2012 | Notícias
No último domingo de fevereiro, o grupo Força Jovem da cidade de Rio do Sul, passou uma tarde de lazer no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica em Atalanta (SC).
O grupo formado por aproximadamente 40 jovens chegou ao parque no início da tarde de domingo e foram recepcionados no auditório Erich Gropp. Em uma conversa inicial, os jovens falaram das suas expectativas em visitar o parque e receberam informações a respeito da área. Depois de passadas todas as orientações, o grupo foi convidado a realizar a Trilha da Lontra.
Os jovens percorreram cerca de 800 metros até chegarem na Cachoeira Perau do Gropp com 41 metros de queda. Durante a caminhada também puderam observar os paredões rochosos, espécies nativas como o cedro, a araucária, canela sassafrás, xaxim, dentre outras e observar a cascata Córrego do Rio Caçador, com 18 metros de altura.
No retorno da trilha os jovens visitaram o Museu Histórico Municipal Wogeck Kubiack, ficando impressionados com os utensílios agrícolas e domésticos que eram utilizados pelos antepassados, bem como, com a idade dos objetos que compõem o acervo do local.
O grupo aproveitou o restante da tarde para realizar jogos e dinâmicas, ouvir musica e fazer um delicioso piquenique no parque.
Conforme relatado no Blog do Força Jovem Rio do Sul, a visita ao parque proporcionou ao grupo uma tarde bem diferente que mostrou que os jovens aprenderam a cuidar do meio ambiente e também aproveitar a vida com as coisas de Deus se divertindo sem a necessidade de drogas e álcool.
Conheça você também o Parque Natural Municipal da Mata Atlântica. Agende sua visita!
Telefone: (47) 3535-0229
E-mail: info@apremavi.org.br
Sobre o movimento Força Jovem
A Força Jovem Brasil é uma instituição que conta com jovens em todo país, envolvendo atividades sociais, esportivas, educacionais, culturais, profissionalizantes e é reconhecido em nível mundial. No Brasil, já beneficiou milhares de pessoas, transformando vidas que outrora enfrentavam os mais diversos tipos de problemas e hoje fazem a diferença na sociedade como profissionais de sucesso, atletas de destaque em campeonatos esportivos, ganhando medalhas e até entrando no Livro dos Recordes.
Todas as atividades realizadas pelos programas da Força Jovem Brasil são abertas a todos. Jovens da comunidade, amigos e familiares também participam dos programas sociais, recebem diplomas e até se tornam voluntários como professores, instrutores ou palestrantes. Coordenada pelo pr. Jean Madeira, a FJB realiza grandes campanhas contra as drogas. As campanhas Crack, tire essa pedra do seu caminho, Driblando o Crack e Nocaute ao Crack mobilizou a juventude de todo o país e arrecadou toneladas de alimentos que foram destinados a entidades sociais.
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