26/02/2010 | Notícias
A Apremavi participou dos dias 09 a 11 de fevereiro de 2010, na cidade de Itu (SP), da primeira etapa de Capacitação em Planejamento, Monitoramento e Avaliação para a Conservação de Terras Privadas na Mata Atlântica. 30 organizações participaram dessa capacitação que faz parte do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy.
Segundo Mariana machado, da SOS Mata Atlântica, a concepção da capacitação partiu da premissa que as associações, confederações de RPPNs e ONGs que atuam para a conservação do Bioma Mata Atlântica precisam ter conhecimentos e habilidades de forma a gerar resultados, que se convertam na gestão ambiental efetiva, bem como fortalecer o movimento e as entidades ligadas às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
O curso de capacitação está sendo organizado em dois encontros presenciais e um momento não presencial. No primeiro momento, foram ministradas aulas com debates, reflexões e exercícios sobre os conceitos e ferramentas do curso, a fim de favorecer a troca de idéias entre os participantes e a melhor compreensão dos temas.
O segundo momento será dedicado a uma atividade prática em que os participantes deverão elaborar um plano estratégico de forma participativa em suas organizações, sobre a questão do trabalho de áreas protegidas em terras privadas, em especial a criação de RPPNs.
No terceiro momento, todos os participantes se encontrarão novamente para o compartilhamento dessa experiência e para aprimoramento dos planos elaborados pelos participantes, favorecendo a atuação cooperada entre as várias instituições.
Com relação à criação de RPPNs, a Apremavi tem incentivado a criação das mesmas junto a proprietários rurais, em Santa Catarina e está finalizando os processos de criação de duas RPPNs próprias: a RPPN Serra do Lucindo, no município de Bela Vista do Toldo e a RPPN Irmãs Grimm, no município de Papanduva. Os dois processos já foram encaminhados ao ICMBio. A Apremavi espera a homologação da criação dessas duas reservas ainda para o mês de março de 2010.
Para Tatiana Arruda Correia, técnica da Apremavi que participou dessa etapa de capacitação, montar uma estratégia para ampliar o trabalho com a conservação em terras privadas será de grande importância para os objetivos da associação.
Floresta na Serra do Lucindo, na área da Apremavi onde será criada a RPPN. Foto: Wigold B. Schaffer
19/02/2010 | Guia de Espécies, Nativas da Mata Atlântica, Para paisagismo, Para restauração, Secundárias
Ipê-amarelo, a cor dourada do Brasil
O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional. Desde então o ipê-amarelo é a flor símbolo de nosso país.
Os ipês pertencem à família das Bignoniáceas, da qual também faz parte o jacarandá, e ao gênero Tabebuia (do tupi, pau ou madeira que flutua), embora sejam de madeira muito pesada para flutuar. Tabebuia era, na verdade, o nome usado pelos índios para denominar a caixeta (Tabebuia cassinoides), uma árvore de madeira leve da região litorânea do Brasil, muito usada hoje na fabricação de artesanatos, instrumentos musicais, lápis e vários outros objetos.
Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. No Norte, Leste e Nordeste do Brasil, são mais conhecidos como pau-d’arco (os indígenas utilizavam a madeira para fazer arco e flecha); no Pantanal, como peúva (do tupi, árvore da casca); e, em algumas regiões de Minas Gerais e Goiás, como ipeúna (do tupi, una = preto). Na Argentina e Paraguai ele é conhecido como lapacho.
De forma geral os ipês ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas também podem aparecem de forma exuberante no Cerrado e na Caatinga. A Tabebuia chrysotricha é uma das espécies nativas de ipê-amarelo que ocorre na Mata Atlântica, desde o Espírito Santo até Santa Catarina. Este nome científico (chrysotricha) é devido à presença de densos pêlos cor de ouro nos ramos novos. Tem como sinonímias botânicas: Tecoma chrysotricha e Handroantus chrysotrichus.
Conhecidos por sua beleza e pela resistência e durabilidade de sua madeira, os ipês foram muito usados na construção de telhados de igrejas dos séculos XVII e XVIII. Se não fosse pelos ipês, muitas dessas construções teriam se perdido com o tempo. Até hoje a madeira do ipê é muito valorizada, sendo bastante utilizada na construção civil e naval.
Hoje é muito difícil encontrar uma árvore de ipê-amarelo em meio à mata nativa, quando isso acontece, o espetáculo é grandioso e merece ser apreciado com calma e reverência. Podendo atingir até 30 metros de altura, o ipê em flor no meio da mata, contrasta com o verde das outras árvores.
As variedades de pequeno e médio porte (8 a 10 metros) são ideais para o paisagismo e a arborização urbana. A coloração das flores produz um belíssimo efeito tanto na copa da árvore como no chão das ruas, formando um tapete de flores contrastantes com o cinza das cidades.
Não é a toa ter inspirado tantos poetas.
“Ontem floriste como por encanto,
sintetizando toda a primavera;
mas tuas flores, frágeis entretanto,
tiveram o esplendor de uma quimera. Como num sonho, ou num conto de fada,
se transformando em nívea cascata,
tuas florzinhas, em sutil balada,
caíam como se chovesse prata…”
(Sílvio Ricciardi)
Sendo uma espécie caducifólia, o período da queda das folhas coincide com a floração que se inicia no final do inverno. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê amarelo. As flores desta espécie atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores.
As mudas de ipê, sejam amarelos, roxos, rosas, brancos ou verdes, estão entre as mais procuradas no viveiro Jardim das Florestas. Essas espécies também são muito utilizadas pela Apremavi nos projetos de restauração florestal.

Avenida de ipês amarelos. Foto: Acervo Apremavi.
Ipê-amarelo
Nome cientifico: Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A.DC.)Standl.
Família: Bignoniaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, cercas, molduras, postes, tábuas, rodapés, etc. espécie muito utilizada pelo paisagismo urbano.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: outubro a novembro.
Fruto: legume deiscente.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta.
Observação: semear logo após a coleta, pois perde rapidamente poder de germinação. A cobertura das sementes nas sementeiras deve ser uma fina camada com substrato leve.
Autora: Miriam Prochnow.
Colaboração: Geraldine Maiochi e Tatiana Arruda Correia.
Fontes Consultadas:
LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.
PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=884&sid=2
http://www.oguialegal.com/ipe-amarelo.ht
02/02/2010 | Guia de Espécies, Para SAFs
Erva-mate, uma árvore de tradição
A erva-mate, conhecida cientificamente por ilex paraguariensis, é originária da Mata Atlântica e pode ser encontrada nas florestas dos três estados do sul do Brasil, no norte da Argentina, Paraguai e Uruguai. Sua árvore pode atingir mais de oito metros de altura. O caule é curto e cinza e as folhas são ovais e coriáceas. O fruto é pequeno e pode ser verde ou vermelho-arroxeado.
A extração e cultivo da erva-mate é uma tradição antiga. Os primeiros a utilizarem a planta, fazendo uma infusão com as folhas, foram os indígenas Guaranis e Quínchua, que habitavam a região das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis.
A origem da palavra mate deriva do quíchua matty, nome dado para a cuia, o recipiente onde o chá mate era bebido por estes povos. Com o passar do tempo, o hábito de tomar chimarrão (feito com água quente) ou tererê (feito com água fria/gelada ou limonada) popularizou-se principalmente nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, sendo também consumido na Argentina, Uruguai, Paraguai e em algumas localidades do Chile e do Peru.
A erva-mate é conhecida por suas propriedades estimulantes e digestivas, sendo que o mate pode ser considerado o chá oficial do Brasil, uma vez que além do uso tradicional sob forma de chimarrão ou tererê, o mate também é consumido como chá quente ou chá mate gelado no verão, comum nas praias do litoral brasileiro.
Além das tradicionais destinações da erva-mate (chimarrão, chá, refrigerante), a sua utilização na indústria química (tintas e resinas, medicamentos, desinfetantes e outros produtos), começa a crescer, embora ainda de forma reduzida.
Por ser uma planta capaz de combater doenças, como anemia, diabetes e depressão, e possuir um grande valor nutricional, a erva mate era considerada desde a época dos indígenas como um néctar dos deuses.
O mate contém quase todos os nutrientes que o organismo humano precisa e é capaz de estimular a atividade física e mental. Estudos mostram que estão presentes na erva vitaminas como as do complexo B, C, D e E, e sais minerais, como cálcio, manganês e potássio.
A erva mate combate células cancerígenas e retarda o envelhecimento. A principal característica é que ela tem o poder de eliminar a oxidação das células de colesterol ruim. O mate evita o acúmulo de placas de ateroma que causam o entupimento das artérias.
O chá mate, além de auxiliar na digestão e na hidratação, é um estimulante oferecendo mais ânimo e disposição. Entretanto, o consumo deste produto deve ser dosado caso o usuário sofra de insônia ou irritabilidade. As pessoas agitadas, nervosas ou que têm insônia devem evitar o consumo do chá mate a noite.
A erva mate é colhida em ciclos de dois em dois anos. A poda da planta jovem estimula a brotação e facilita a colheita das folhas, a condução dos brotos em forma de taça, facilita as colheitas e a planta é mantida com cerca de três metros de altura.
O cultivo da erva-mate abrange cerca de 180 mil propriedades dos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, este último responsável por pelo menos 75% da produção nacional. Emprega, direta e indiretamente, mais de 700 mil pessoas. As propriedades em que ela é cultivada são, na maioria, pequenas e médias o que lhe assegura uma importância social expressiva. Em Santa Catarina, o município de Canoinhas é considerado a capital da erva mate.
Também tem aumentado o cultivo da erva-mate orgânica, o que traz um diferencial na produção e na qualidade do produto. A erva-mate também é uma espécie-chave na composição de Sistemas Agroflorestais no Sul do Brasil, juntamente com a araucária.
Segundo dados pesquisados no município de Turvo (PR), uma família, por exemplo, com uma propriedade de 13,8 hectares, alcança produção anual de 300 a 400 arrobas de erva-mate. Nas propriedades que possuem este produto certificado como orgânico o preço quase dobra. Em 2008 a arroba de erva-mate (saca com 15 quilos do produto verde ou beneficiado) cultivada nos modelos tradicionais alcançou entre R$ 4,50 e R$ 5,50. Já com a certificação de erva orgânica, o preço da arroba chegou a R$ 8,20. Devido à qualidade do produto, sua comercialização atingiu o mercado exterior, através do contrato com uma empresa americana, a Guayakí, que no ano de 2008 adquiriu 90 toneladas da erva-mate orgânica.
A certificação da erva-mate passa por ações de fiscalização e padronização de qualidade, visando obter um produto que esteja sendo produzido num ambiente equilibrado e numa propriedade que atenda à legislação ambiental. Pesquisadores analisaram que a melhor erva-mate é a sombreada, ou seja, aquela cujas folhas são extraídas do interior da floresta. A erva-mate sombreada apresenta melhor composição natural, não tendo suas propriedades químicas alteradas pela exposição ao sol, por exemplo.
A certificação da erva-mate, produzida no Sul do Brasil, representa um importante passo na introdução da certificação florestal no país. Foi o primeiro produto não-madeireiro a receber o selo FSC por meio da adoção de critérios específicos para produtos não-madeireiros em remanescentes da Mata Atlântica. Atestada pela certificadora Smartwood, que trabalha através do Imaflora, a certificação é a garantia da prática de um manejo florestal ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável.
A ervateira Putinguense, sediada no município de Putinga, estado do Rio Grande do Sul, foi a primeira a cumprir o rigoroso processo da certificação socioambiental. O selo, concedido em março de 2003, gerou um impacto imediato na valorização da erva-mate.
A erva-mate é uma das espécies produzidas no viveiro Jardim das Florestas da Apremavi. O fruto é colhido maduro para retirar as sementes. As sementes são enterradas na areia fina por aproximadamente seis meses, num processo chamado de escarificação (camadas alternadas de sementes e areia). Depois desse período as sementes são colocadas para germinar numa sementeira, sendo que a germinação ocorre após mais dois meses. Depois elas são passadas para saquinhos, onde ficam de quatro a seis meses na estufa para atingirem um padrão de 15 a 20 cm, quando podem ir para o campo.
As técnicas de plantio, apesar de não serem complexas, requerem atenção. Para que o cultivo desta planta seja realizado com sucesso é preciso saber que os melhores dias para o plantio são os dias sem sol. A plântula é muito sensível ao sol, por isso exige sombreamento até que a planta atinja alguma maturidade. As plantas nativas se reproduzem por meio de pássaros que ingerem o pequeno fruto e defecam sua semente já escarificada.

Plantio de erva-mate no sub-bosque de mata secundária. Foto: Acervo Apremavi.
Erva-mate
Nome científico: Ilex paraguarienses A. ST.-Hil.
Família: Aquifoliaceae
Utilização: usada para lenha e fabricação dos caixotes. Suas folhas são utilizadas para fazer mate, ou chimarrão, um dos mais conhecidos chás do país. Seus frutos são consumidos por várias espécies de aves.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: janeiro a março.
Fruto: vermelho escuro, roxo, com pouca polpa.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio a lento.
Germinação: lenta necessitando de estratificação.
Plantio: mata ciliar, área aberta, sub-bosque.
* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.
Agricultor ao lado dos pés de erva-mate plantados por ele. Foto: Acervo Apremavi.
Autoras: Miriam Prochnow e Tatiana Arruda Correia.
Fontes Consultadas:
Análise de Compostos Fenólicos, Metilxantinas, Tanino e Atividade Antioxidante de Resíduo do Processamento da Erva-Mate: Uma Nova Fonte Potencial de Antioxidantes. Disponível em:
http://www.google.com/search?hl=pt-BR&rls=com.microsoft:pt-br:IE-SearchBox&q=erva+mate+e+saude+pdf&start=10&sa=N Data de acesso: 25 jan. 2010.
ERVA MATE. Blog Multivegetal. Disponível em: http://blog.multivegetal.com/ Data de acesso: 24.jan. 2010.
ERVA MATE . Revista rural. n° 103 – setembro 2006. Disponível em: http://www.revistarural.com.br/Edicoes/2006/Artigos/rev103_erva_mate.htm. Data de acesso: 24 jan. 2010.
HEINRICHS, R.; MALAVOLTA, E. Mineral composition of a commercial product from mate-herb (Ilex paraguariensis St. Hil.). Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 5, p. 781-785, 2001.
LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.
PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.
PICONE, Claudia (coordenação). O Uso Sustentável dos Recursos Naturais na Floresta com Araucárias. The Nature Conservancy (TNC). [2009].
28/01/2010 | Notícias
No dia 25 de janeiro de 2010 foi dado mais um importante passo para a consolidação do Parque Nacional (PARNA) das Araucárias, com a assinatura da Portaria ICMBio nº 6, criando o seu Conselho Consultivo, que tem como finalidade: "contribuir com ações voltadas à gestão participativa, implantação e implementação do Plano de Manejo desta Unidade e ao cumprimento dos seus objetivos de criação". A portaria foi publicada no Diário Oficial da União no dia 26 de janeiro.
O conselho é formado por 21 membros titulares, entre entidades governamentais, da sociedade civil, ONGs, e proprietários de áreas inseridas no interior do Parque. A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) está no conselho como suplente da Associação de Preservação Ambiental Araucária Sul.
A formação deste conselho faz parte do projeto Elaboração dos planos de manejo da ESEC da Mata Preta e do PARNA das Araucárias. Foi conduzido pelos técnicos da Apremavi Edilaine Dick e Marcos Alexandre Danieli, com a colaboração do chefe da UC Juliano Rodrigues Oliveira, e os técnicos do Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais Marcelo Limont e Neluce Arenhart Soares. O trabalho contou também com o apoio de inúmeros colaboradores, funcionários e estagiários da Apremavi, do ICMBio e outras instituições parceiras do projeto.
O processo de formação do conselho consultivo da Unidade de Conservação (UC) merece destaque pelo trabalho contínuo de sensibilização, mobilização e envolvimento da sociedade civil através das inúmeras reuniões e visitas realizadas durante dois anos de muito trabalho, realizado em 3 etapas:
1ª) Identificação dos diversos atores, governamentais e da sociedade civil, a serem envolvidos na composição do Conselho Consultivo.
2º) Mobilização dos atores identificados como potenciais, para fazer parte do Conselho Consultivo das UCs.
3º) Formação do Conselho Consultivo.
Juliano Rodrigues Oliveira destaca: meu desejo é que este Conselho seja eficiente, presente, ativo, independente e, acima de tudo, respeitoso à pluralidade de opiniões e interesses. Que ele expresse sempre a visão das instituições que o compõem, visando atender a finalidade para a qual foi criado.
Como próximo passo o chefe da UC enviará correspondência a cada instituição para que seja formalizada a indicação de seus representantes, e após essa indicação será realizada a assembléia de posse dos conselheiros. Será também enviada uma minuta ou rascunho do regimento interno para que cada instituição possa preparar as suas sugestões.
Abaixo, fotos da oficina de formação do Conselho.
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21/01/2010 | Notícias
Nos dias 14 e 15 de janeiro, a Apremavi participou do seminário Quem faz o que pelo rio Pelotas, na sede da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O seminário foi organizado pela ONG Mira-Serra com apoio da TNC.
O evento contou com a presença de representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), de pesquisadores que atuam na região e de ONGs Ambientalistas e teve por objetivo discutir estratégias para conscientização da população sobre a importância da implantação do corredor ecológico na região do Rio Pelotas, com a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os estudos para a criação dessa Unidade de Conservação foram realizados pelo Ministério do Meio Ambiente, com apoio do ICMBio e de órgãos públicos dos dois estados e já tiveram suas consultas públicas realizadas. O processo de criação da UC, está parado, sem nenhuma explicação plausível, nos gabinetes do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Ministra da casa Civil, Dilma Roussef.
Vale lembrar que a realização de estudos para a criação de um corredor ecológico no Rio Pelotas, para garantir o fluxo gênico à montante da área de inundação da barragem de Barra Grande, interligando a região da calha do Rio Pelotas e seus principais afluentes, aos Parques Nacionais de São Joaquim e Aparados da Serra foi uma cláusula estabelecida no Termo de Compromisso assinado entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério das Minas e Energia, Energética Barra Grande S.A. e a Advocacia Geral da União, para possibilitar a continuidade do licenciamento ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico da Usina de Barra Grande.
O trabalho para a criação dessa Unidade de Conservação já é longo. Desde 2007 a Apremavi já mantém no ar a Campanha SOS Pelotas, coletando assinaturas em prol da criação do Refúgio e contra a construção da hidrelétrica de Pai Querê, que vai inundar o último pedaço livre de barragens do rio Pelotas e junto ele toda a biodiversidade da região.
O evento realizado em Porto Alegre representa uma retomada da sociedade civil no sentido de cobrar das autoridades maiores, o seu verdadeiro compromisso com a conservação da biodiversidade e da qualidade de vida da comunidade. Nada melhor do que fazer isso no Ano Internacional da Biodiversidade e num ano de eleições.
No evento foram discutidos temas como pesquisa, educação ambiental, conscientização, turismo e desenvolvimento sustentável para a região. Também ficou decidido que haverá uma nova expedição à região na semana do dia 23 de fevereiro de 2010.
O seminário resultou num documento que foi encaminhado ao Ministro do Meio Ambiente no dia 18 de janeiro.
A Carta reforça a necessidade da criação, no Ano Internacional da Biodiversidade, da maior Unidade de Conservação de proteção integral do extremo sul do Brasil.
Conforme a ativista do Mira-Serra, Káthia Vasconcellos, o documento solicita ao ministro as providências cabíveis para a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra. Concomitantemente, salientamos a importância do indeferimento de licença para empreendimentos hidrelétricos, como o do projeto Pai Querê, nesta bacia hidrográfica, explica.
Carta
Exmo. Sr.
Carlos Minc
M.D. Ministro
Ministério do Meio Ambiente
O Encontro Quem faz o que pelo Rio Pelotas, realizado nas dependências do Museu de Ciências Naturais/ FZB-RS, nos dias 14 e 15 do corrente, contou com a presença de entidades governamentais, representantes da sociedade civil, empresários e pesquisadores de universidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Neste evento, os presentes discutiram as questões relacionadas à criação do Refúgio da Vida Silvestre (RVS) do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra e a viabilidade de implantação de grandes empreendimentos na área.
Neste contexto, foi evidenciado que a bacia hidrográfica do alto Pelotas é considerada de alta fragilidade do ponto de vista biótico e, portanto, reconhecida como área núcleo da reserva da biosfera da Mata Atlântica (MaB-UNESCO) bem como área prioritária de extremamente alta importância para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira (Portaria MMA nº 09/ 23/01/2007).
Considerando a relevância da área em foco, o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta/TAC da UHE de Barra Grande e a oportunidade de criar, no Ano Internacional da Biodiversidade, a maior Unidade de Conservação de proteção integral do extremo sul do Brasil, solicitamos a Vossa Excelência as providências cabíveis para a criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e Campos de Cima da Serra. Concomitantemente, salientamos a importância do indeferimento de licença para empreendimentos hidrelétricos, como o do projeto Pai-Querê, nesta bacia hidrográfica.
Porto Alegre, 15 de janeiro de 2010.
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28/12/2009 | Notícias
Seu Isonil. Um presente de natal para a natureza
A dedicação com que o Seu Isonil cuida das mudas de árvores nativas plantadas em sua propriedade, deve servir de exemplo para todos nós. É desse tipo de atitude que o planeta Terra precisa para continuar existindo de forma sustentável.
Há pouco mais de dois anos, em meio ao agito da organização de um seminário, toca o telefone. Na linha uma pessoa querendo ver a possibilidade de receber a doação de mudas nativas para plantar na sua propriedade. Marcamos uma visita para saber das intenções do proprietário e as possibilidades para a realização do plantio. Lembramos dessa visita como se fosse hoje: conversas sobre os cuidados e manutenção do plantio, o semblante um pouco surpreso do proprietário, que logo recebeu a doação de 1.600 mudas.
O agricultor é Isonil Gonçalves, que juntamente com sua esposa Elaine e seus filhos Diego e Iasmim, residentes no município de Taió, implantaram um bosque que soma hoje em torno de 3.000 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. Mas voltando ao passado, segundo o Isonil, a área do atual bosque estava plantada com alguns eucaliptos, ele queria fazer algo diferente ali…Plantar árvores nativas. Mas o problema era onde conseguir mudas nativas da Mata Atlântica com muita diversidade. Numa conversa com um técnico da Epagri, ficou sabendo da Apremavi.
Assim começou mais do que uma parceria. Começou uma amizade. Foi cultivada uma semente que está produzindo bons frutos.O admirador da natureza tinha muita preocupação, lembramos de suas inquietações e perguntas: demora muito a crescer essas árvores? E nós respondíamos: Calma Isonil, é cuidar que o resultado vem…. .
Nas constantes visitas que fizemos em sua propriedade nos surpreendemos. Onde há 2 anos não existia vegetação, hoje se anda na sombra no meio de uma floresta. Árvores como paineiras, ingás, aroeiras, ipês, guapuruvus, bracatingas, atingem 4 metros de altura, perobas com aproximadamente 1,70, e as frutíferas já começaram a produzir, a exemplo do araçá vermelho, da guabiroba, da cortiça e do ingá anão.
A ansiedade de saber se as árvores nativas crescem rápido para ele está respondida. Os cuidados que a família tem com a floresta, demonstram um verdadeiro caso de amor à natureza. Quando visitamos a propriedade não são raros comentários como esse: se no limpar as mudas eu corto uma sem querer, nem comento com a minha esposa, se não é briga na certa.
Mas falando em comentário o melhor é esse: de acordo com o Isonil, no início quando os amigos e parentes iam lhe visitar eram comum conversas do tipo: não plante essas coisas porque depois você não vai poder cortar mais e ele respondia: que bom, é por isso mesmo que eu planto, para que ninguém mais possa cortar. Todos sabem que cortar árvores nativas plantadas, um vez que não sejam plantadas em áreas de preservação permanente, é permitido, mas essa disposição de plantar para mantê-la na floresta não se encontra em todo mundo.
Freqüente por lá são as nossas visitas nas quais sempre levamos estagiários como a belga Valerie, e os espanhóis Mila e Antônio. Sempre contente e orgulhoso, no final da visitas Isonil reaviva o convite para novas visitas. Isonil e sua família são um exemplo que nos faz acreditar que a restauração da Mata Atlântica é possível, e por isso é um amigo da natureza e um presente de natal para o meio ambiente. Que possamos nos inspirar no seu exemplo.
23/12/2009 | Notícias
NATAL!
É tempo de agradecer, reciclar os pensamentos e perdoar.
É tempo de otimismo e esperança!
Que neste Natal, seus olhos apontem um caminho, que te mostrem a direção correta.
Que o espírito natalino se instale no coração de cada um de nós, fortalecendo os laços de solidariedade, amor e paz.
Que não só este dia, mas todos os outros, representem para você o compromisso de um mundo mais justo e fraterno.
Que neste Natal, seu maior presente seja a paz!
A família Apremavi espera que todos possam ser capazes de comprometer-se verdadeiramente com a preservação e recuperação do nosso Meio Ambiente. E que, em 2010, continuemos firmes, lutando com ainda mais força para salvar a natureza.
14/12/2009 | Notícias
Esta é uma semana decisiva para o futuro da humanidade e de todas as outras espécies no planeta Terra. As decisões que serão tomadas pelos Chefes de Estado de todos os países, na conferência mundial do clima em Copenhague, irão influenciar a qualidade de vida da população mundial.
A comunidade espera que sejam assumidas metas concretas em relação à diminuição das emissões de carbono e também sejam apoiadas ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Se essas metas não forem audaciosas e reais, o mundo sofrerá cada vez mais com as consequências do aquecimento global e com certeza, muito em breve, passará por momentos muito difíceis e até mesmo imprevisíveis.
O dia 12 de dezembro de 2009 foi marcado por atividades de vigília ao redor no planeta, para mostrar que a sociedade quer um acordo climático pra valer. Em todos os cantos do planeta, as pessoas se reuniram em 3.000 eventos que ocorreram em 136 países.
A Apremavi também participou com um plantio de árvores nativas, num bosque do Programa Clima Legal. O plantio foi simbólico para se integrar nessa corrente de solidariedade e ação mundial e, porque plantar árvores faz parte do cotidiano da Apremavi. Nos últimos 4 anos a Apremavi produziu 2 milhões de mudas de árvores nativas, que foram utilizadas em plantios nos mais diversos projetos e programas, espalhados no estado se Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
A expectativa de se ter um acordo pra valer em Copenhague é grande, tendo em vista que vários países não estão querendo assumir a sua parcela de responsabilidade nas ações que precisam ser feitas. E mesmo o Brasil, que até está assumindo metas mais ousadas do que países mais desenvolvidos, internamente toma atitudes que comprometem o cumprimento dessas metas.
Uma das contradições brasileiras é com relação ao Código Florestal. Enquanto a delegação brasileira acha que está fazendo bonito na Dinamarca, o governo baixa medidas que enfraquecem a legislação que impede o desmatamento, fornecendo anistia a quem desmatou, com a edição do Decreto que cria o Programa Mais Ambiente Decreto 7029 de 10 de dezembro de 2009.
As ONGs ambientalistas divulgaram uma nota sobre esse assunto. Confira abaixo. Em Copenhague as ONGs do Observatório do Clima entregaram uma carta à Delegação Brasileira.
PROGRAMA MAIS AMBIENTE ENFRAQUECE LEI FLORESTAL BRASILEIRA
Ao mesmo tempo em que negocia com muita classe um acordo para uma redução significativa da emissão de gases de efeito estufa em Copenhague, o Governo Federal Brasileiro publica em casa um decreto suspendendo a legislação que pune o desmatamento ilegal ocorrido até 10 de dezembro de 2009.
A suspensão das multas por 3 anos só seria admissível se viesse acompanhada de medidas concretas de implementação do Código Florestal Brasileiro, ou seja, se fosse compreendido como um período de transição para que os produtores rurais se adequassem a uma realidade onde o descumprimento da lei não é mais tolerado. O decreto, no entanto, apesar de dizer que apoiará a regularização ambiental das propriedades rurais, não traz nenhuma medida concreta, recursos ou estrutura administrativa para tirar do papel este Programa ironicamente chamado de Mais Ambiente. Algumas das medidas que poderiam efetivamente facilitar aplicação da lei estão prontas, mas não foram publicadas.
Paralelamente o Governo, cedendo à pressão ruralista, está prestes a enviar ao Congresso Nacional uma proposta que opera mudanças profundas na legislação florestal, enfraquecendo seus principais instrumentos. Esse conjunto de medidas será compreendido não como um estímulo à regularização, mas como mera anistia ao desmatamento e estímulo à derrubada da lei e da floresta!
Beneficiar quem desmatou até 2009 é estimular novos desmatamentos, pois ninguém se regulariza com base numa legislação que o próprio governo diz que vai mudar!!!
O Governo brasileiro está cedendo à chantagem de setores atrasado do agronegócio, que têm como objetivo declarado descaracterizar o Código Florestal e enfraquecer a proteção que ele representa aos biomas brasileiros. O agronegócio retrógrado está se organizando para votar essas mudanças nesta semana, quando a maioria dos deputados preocupados com o bem estar do planeta estiver em Copenhagen, e o próprio presidente Lula já anunciou que depois de Copenhagen vai propor um projeto de Lei flexibilizando ainda mais o código florestal. A meta de redução de emissões está ameaçada com o enfraquecimento do Código Florestal Brasileiro e pode se tornar mais uma promessa não cumprida.
Menos conversa e mais ação!
Mais ambiente para o Brasil e para o Planeta com medidas concretas!
Amigos da Terra Amazônia Brasileira
APEDEMA – RJ
APREMAVI Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida
Associação Alternativa Terrazul
FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
Fundação SOS Mata Atlântica
GAMBA – Grupo Ambientalista da Bahia
ICV Instituto Centro de Vida
Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB
Instituto Socioambiental ISA
IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
PROTER Programa da Terra
Rede Brasileira de Ecossocialistas
Rede de ONGs da Mata Atlântica – RMA
Rede GTA – Grupo de Trabalho Amazônico
Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF Brasil
02/12/2009 | Notícias
No dia 25 de novembro de 2009 a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizaram a Oficina para Formação do Conselho Consultivo da Estação Ecológica (ESEC) da Mata Preta. Realizada na Câmara de Vereadores de Abelardo Luz (SC), a oficina envolveu 70 representantes de instituições governamentais, da sociedade civil, das comunidades, dos assentamentos de reforma agrária e representantes dos proprietários de áreas inseridas no interior da Unidade de Conservação (UC).
Pela manhã, o trabalho esteve voltado à apresentação dos participantes, ao nivelamento de informações e ao esclarecimento de dúvidas sobre a UC. Fábio Moreira Corrêa, gestor da Estação Ecológica (ESEC) da Mata Preta, apresentou a situação institucional da unidade, bem como, as características gerais de um conselho consultivo. Em seguida, Marcos Alexandre Danieli, técnico da Apremavi, resgatou as ações que vem sendo realizadas e que culminaram com a realização da oficina.
A moderação e facilitação da oficina foi realizada por Marcelo Limont, que detalhou as funções de um conselho consultivo de uma Unidade de Conservação, enfocando seus objetivos, estrutura e composição. Na sequência foram apresentadas as instituições envolvidas no processo de formação do referido conselho, listando-as num mural de informações, que ficou aberto a inclusões de instituições que porventura não foram envolvidas nos trabalhos de indentificação e mobilização.
No mural, as instituições foram separadas entre governamentais e sociedade civil, observando-se a paridade e representatividade, conforme preconiza o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e conforme análise do contexto local. A partir do mural, em plenária trabalhou-se no agrupamento das instituições por representações, reunindo-as por interesses e funções semelhantes. Neste momento o conselho da ESEC Mata Preta foi se estruturando, e com base nas representações elencadas definiu-se preliminarmente que 24 instituições terão assento no conselho, sendo 12 instituições governamentais e 12 da sociedade civil.
A indicação das organizações que ocuparão cada uma dessas vagas será feita a partir de novos contatos às instituições. Após a indicação dos componentes indicados, será feita a formalização do conselho criado, com a organização dos documentos e posterior envio ao ICMBio para análise jurídica e publicação de portaria. Após a publicação dessa portaria, as organizações integrantes do Conselho deverão indicar os nomes das pessoas que as representarão.
A oficina para Formação do Conselho Consultivo da ESEC Mata Preta foi realizada a partir das atividades do projeto de Elaboração dos Planos de Manejo do Parque Nacional das Araucárias e da Estação Ecológica da Mata Preta, em desenvolvimento pela Apremavi, com apoio do PDA Mata Atlântica e parceria do ICMBio, TNC e outras instituições. As ações iniciais para a formação do conselho envolveram a identificação das diversas instituições governamentais, da sociedade civil, representantes das comunidades localizadas na zona de amortecimento, assentamentos de reforma agrária e proprietários de áreas inseridas no interior da UC. Foram realizadas inúmeras reuniões para esclarecer dúvidas sobre a Estação Ecológica e enfatizar a importância da formação e implantação do conselho consultivo.
Nesse processo de mobilização, foi lançado um edital de cadastramento e novas reuniões abertas foram realizadas, como a do dia 9 de setembro de 2009, no Pavilhão da Comunidade Rincão Torcido, em Clevelândia (PR). Esta reunião foi muito importante porque contou com a presença de 58 representantes de diversas instituições com atuação da região da UC.
O processo de criação do Conselho Consultivo da ESEC Mata Preta buscou envolver os diversos segmentos sociais na formação de um fórum de diálogo e troca de experiências. Tendo como foco de trabalho os objetivos de criação da unidade, o conselho a ser formalizado deverá funcionar como parte da estrutura da unidade, contribuindo em sua consolidação e tendo nos conselheiros o elo de ligação entre o gestor da ESEC Mata Preta e as instituições por eles representadas.
Marcos Danieli apresentado as atividades realizadas com a comunidade para a criação do Conselho Consultivo. Foto: Antonio Correa Junior.
30/11/2009 | Bosques de Heidelberg, Notícias
De 07 a 13 de novembro de 2009, Miriam Prochnow, Coordenadora de Políticas Públicas da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e Wigold Schaffer, estiveram na cidade de Heidelberg (Alemanha), para proferir palestras sobre a Mata Atlântica, numa parceria com a ONG ambientalista BUND (Bund Für Umwelt und Naturschutz Deutschland).
Wigold, que é sócio fundador da Apremavi, aproveitou suas férias no Ministério do Meio Ambiente para praticar um pouco de trabalho voluntário. As palestras tiveram como conteúdo principal a diversidade dos Biomas Brasileiros, destacando áreas conservadas e problemas atuais, com ênfase para a Mata Atlântica.
As palestras foram proferidas em alemão, para estudantes de 09 a 17 anos, envolvendo mais de 500 alunos de 08 escolas: St. Raphael-Gymnasium, Theodor-Heuss-Realschule, Waldorfschule, Gregor-Mendel-Realschule, Hölderlin-Gymnasium, Heidelberg College, Mönchhof-Grundschule e Friedlich-Ebert-Grundschule. Brigitte Heinz do Bund acompanhou todo o circuito de palestras. Com duração de 1 hora e 30 minutos, no início de cada palestra era apresentado um filme em DVD sobre os Biomas Brasileiros, elaborado pela Apremavi especialmente para este intercâmbio e no final eram distribuídos vários materiais da Apremavi e do Bund.
Além das palestras nas escolas, foi realizada uma reunião na sede do Bund com a participação de Diretores da instituição e pessoas da comunidade. Também foi realizada uma reunião com representantes da Prefeitura de Heidelberg e, no dia 09 de novembro de 2009, data em que se comemorou os 20 anos da queda do muro de Berlim, também foram comemorados os 33 anos de fundação do Bund. O intercâmbio entre a Apremavi e o Bund existe desde 1998, no âmbito do Projeto Bosques de Heidelberg em Atalanta, que já plantou mais de 80.000 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica.
Além das palestras também foi realizado um passeio pela floresta municipal de Heidelberg, uma excelente oportunidade para apreciar o outono na Alemanha, quando as árvores mostram um colorido todo especial. Essa visita foi um momento de aprendizado sobre as florestas alemãs e o uso sustentável que é dado às mesmas, sempre utilizando conceitos de uso múltiplo, que vão do aproveitamento de produtos madeireiros da floresta, até aspectos relacionados a lazer, clima e biodiversidade.
Após a cidade de Heidelberg a viagem prosseguiu para Amsterdam na Holanda, onde foram realizadas visitas e reuniões na fundação Both Ends, com a qual a Apremavi mantém contato desde 1995 e também na ICCO, na Solidaridad e na IUCN.
Fotos: Brigitte Heinz, Miriam Prochnow e Wigold Schaffer
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18/11/2009 | Notícias
No dia 14 de novembro, a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), inaugurou sua base na Serra do Lucindo, município de Bela Vista do Toldo (SC). O evento foi uma verdadeira festa e contou com a presença de moradores da comunidade, funcionários da Apremavi e também alguns membros da diretoria executiva da entidade.
Algumas lideranças e autoridades do município, de Bela Vista do Toldo também marcaram presença, entre elas, o Prefeito Adelmo Alberti, o Secretário de Educação Antonio de Lima, o Secretário de Administração Finanças e Desenvolvimento Econômico, José Francisco Kogi, entre outros.
A construção recém inaugurada servirá como base de apoio para a equipe da Apremavi que está executando o projeto de Preservação e Restauração da Serra do Lucindo. Projeto este, financiado pela Acció Natura da cidade de Barcelona (Espanha). Além disso, a sede também poderá ser usada por estudantes, professores e técnicos que eventualmente queiram fazer pesquisas no local.
Durante o churrasco de confraternização, foi entregue uma pequena lembrança em nome da Apremavi ao casal João Maria e Iraci Ribeiro, em consideração ao grande apoio que eles prestaram à equipe da Apremavi durante todo o período de execução do projeto.
O Presidente da Apremavi, Edegold Schäffer, também aproveitou a oportunidade e convidou os moradores da comunidade da Serra do Lucindo e as lideranças do município que prestigiaram o evento, para uma visita de intercâmbio onde poderão conhecer os projetos e as atividades da Apremavi no município de Atalanta (SC). Agradecendo o convite, o Prefeito Adelmo assumiu perante a comunidade o compromisso, dizendo que irá disponibilizar um ônibus para a realização da viagem, que deverá acontecer ainda este ano.
A parceria da Apremavi com a Acció Natura tem como objetivo restaurar e preservar uma área de 316 ha, adquirida com o apoio da Acció Natura da Espanha, situado na localidade de Serra do Lucindo em Bela Vista do Toldo (SC).
Já foram plantadas até o momento, 11.480 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica.
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13/11/2009 | Notícias
O Programa Matas Legais, uma parceria da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) e Klabin, participou do 3º Encontro de Mulheres Agricultoras da Região Serrana realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
O Encontro de Mulheres Agricultoras da Região Serrana, foi realizado no dia 04 de novembro de 2009. O evento, sediado no Clube Caça e Tiro, em Lages (SC), reuniu cerca de 500 agricultoras de 12 municípios da região. Com palestras e atividades lúdicas, o encontro teve como objetivo promover a troca de experiências entre as mulheres agricultoras, tratando de temas relacionados à qualidade vida no meio rural e à preservação do meio ambiente, além de abordar a importância dos trabalhos organizados na geração de renda para as comunidades.
O Programa Matas Legais teve um espaço para mostrar as atividades que desenvolve nas comunidades rurais, expor os materiais publicados pela Apremavi e Klabin nas atividades de educação ambiental, e mostrar algumas espécies de árvores nativas produzidas no Jardim das Florestas em Atalanta, utilizadas em projetos de restauração de áreas degradadas e enriquecimento de florestas.
É uma oportunidade de mostrar às agricultoras como é possível gerar renda para sua família de maneira sustentável, conciliando atividades agrícolas rentáveis com o respeito às leis ambientais, explica Mirelli Pitz, bióloga da equipe Florestal da Klabin. Lançado em 2005, o Programa Matas Legais já distribuiu mais de 250 mil mudas de espécies nativas para cerca de 280 produtores rurais catarinenses.
Nos dias 30 de outubro e 03 de novembro, os alunos da Escola Básica Zulmira e Escola Municipal de Educação Básica Dom Daniel Hostin de Lages, receberam os representantes da Klabin e Apremavi, os quais promoveram uma gincana ambiental. Entre as atividades elaboradas, os alunos puderam se divertir e aprender com o jogo "Fique Legal".
Este jogo foi criado com o objetivo de desenvolver em seus participantes conscientização ambiental através dos princípios da sustentabilidade. Para que ficasse mais atraente ao público infanto-juvenil, o "Fique Legal" foi confeccionado em tamanho gigante (42m²) onde os participantes podem ser os pinos.
Após as atividades, os alunos vencedores de ambas as escolas receberam um exemplar do jogo, livro, cartilha do Programa Matas Legais e mudas nativas.
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06/11/2009 | Notícias
Três estagiárias colocaram a mão na terra no viveiro Jardim das Floresta da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), no início da primavera.
Sirléia Lopes, de Ituporanga (SC), é uma delas. Ela é acadêmica do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, pela UNOPAR (Universidade Norte do Paraná). Mila Bryant, da Espanha, é a segunda estagiária. Mila é psicóloga educacional e fez mestrado em Cooperação para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, colabora com diversas ONGs da Espanha e América Latina, tem maior interesse na relação entre desenvolvimento sustentável e participação. A terceira estagiária é Patrícia Regina Maier, de Ponte Serrada (SC).
Questionada sobre o que está achando de seu estágio, Sirléia diz que: Fui muito bem recebida desde o primeiro instante. Me passam todos os dias inúmeras informações.Todos os colaboradores que se encontram no Viveiro Jardins das Florestas são de extrema importância, cada qual com conhecimento suficiente para auxiliar os futuros estagiários que por lá também vierem estagiar, como estão fazendo comigo. Procurei a APREMAVI, pois sei que enfrentarei inúmeras barreiras no futuro e convivendo com pessoas que tentam diariamente fazer um trabalho sério, terei um bom alicerce para minha futura profissão. Sou enorme admiradora do trabalho da Miriam, que para mim é um orgulho poder estar fazendo um pouquinho do que ela fez sua vida inteira, muitas vezes leio o que encontro na internet sobre a pessoa dela e me impressiono com tamanha vontade de ser diferente naquilo que todos deveríamos ser iguais. Com a APREMAVI me sinto como um afluente, tentando se juntar a outras águas para unidas alcançar o oceano.
Como Mila é da Espanha, perguntamos como ela ficou conhecendo o trabalho da Apremavi, e diz que: Conocí Apremavi cuando nuestro socio, Sergio Blanco, entró en contacto con ella siguiendo la recomendación de la Fundación Natura, en España. Sergio quería invertir en la protección del bosque atlántico, y firmó un acuerdo con Apremavi para reforestar una pequeña propiedad en Atalanta, que antes había estado destinada, en parte, a usos agrícolas y ganaderos. Al visitar la propiedad, quedé admirada de la belleza natural de este bosque, pero todavía más de la labor de Apremavi. No sólo tuve la oportunidad de conocer su extraordinario vivero de mudas nativas, sino que fui testigo, en vivo y en directo, de su capacidad de reacción ante un delito de contaminación ambiental, cuando la cachoeira del Alto de Dona Luiza se volvió vermelha por un vertido ilegal. Quanto a seu estágio, Mila fala que: Nada es equiparable a la experiencia directa. En estos primeros días de mi estagio, he podido comprobar con cuánto mimo y cuidado se tratan las mudinhas en el vivero. El trabajo aquí transpira un profundo respeto y amor por la naturaleza. El ambiente de trabajo es muy bueno, y los compañeros, siempre abiertos a enseñar incluso a quienes como yo, todavía nos cuesta un poco hacernos con el idioma. Al principio pensé que me pasaría varios días haciendo la misma cosa, hasta poder aprender algo nuevo. Sin embargo, en una semana he aprendido a hacer muchas cosas diferentes: hacer sacos, repicar, encanterar, limpiar, encachetar, ordenar, colectar simientes, trasplantar, etc., lo que hace que el trabajo sea muy variado y entretenido. En pocos días he conocido decenas de especies: simientes, mudinhas, mudas, árboles
y voy adquiriendo al mismo tiempo una visión del trabajo del vivero en su conjunto.
Patrícia é acadêmica do curso de Ciências Biológicas, pela Universidade do Contestado e realizou seu estágio dos dias 12 a 30 de outubro.
Sobre seu estágio, Patrícia diz que "foi fascinante o período de estagio na Apremavi. Tanto pelos amigos e a acolhida que foi simplesmente maravilhosa, como pelas atividades desenvolvidas no Viveiro Jardim das florestas, um trabalho feito com muito amor e respeito pela natureza, em todo o processo de produção de mudas desde a coleta de sementes até o destino final, todos os amigos do Viveiro nos auxiliaram em todas as atividades, repassando todo o conhecimento sobre sementes, coletas, mudas etc. Aprendi muito durante o estágio, foi muito mais que uma formação, foi uma lição de vida, me sinto orgulhosa em poder fazer parte por alguns dias deste trabalho lindo que é desenvolvido pela equipe da Apremavi, em prol do meio ambiente."
Para a Apremavi, é muito importante receber estagiários por que, com isto, difundimos o trabalho para os mais variados cantos do país e do mundo, bem como podemos proporcionar conhecimento aos estudantes que recebemos. O desejo da Apremavi é que os mesmos possam difundir os aprendizados com outras pessoas e instituições e que consigamos cada vez mais aumentar a consciência ambiental nas comunidades.
A estrutura da Apremavi para abrigar os estagiários está necessitando de algumas reformas. Por este motivo, o número de estagiários que temos condições de atender está bem reduzido. Esperamos em breve contar com a nova estrutura para receber os estagiários de uma melhor forma, proporcionando mais conforto e aprendizado.
A Apremavi tem um programa de estágio voltado para estudantes de ensino médio de escolas agrotécnicas e técnicas, estudantes de ensino superior e formandos das áreas de biologia, engenharia florestal, ambiental e afins. Todo ano, recebemos vários estudantes de todo o país, inclusive do exterior.
Veja o depoimento completo de Mila, no anexo
04/11/2009 | Guia de Espécies, Notícias, Para paisagismo, Para restauração, Secundárias
Caroba, uma exuberância de flores
Andar pelas estradas de Atalanta (SC) na primavera é um convite à admiração da natureza, as árvores se apresentam imponentes, na composição harmônica do verde das folhas e do colorido das flores. Entre tantas belezas, destacam-se as carobas, conhecida também como carobinhas ou jacarandá-branco.
A Caroba (Jacaranda puberula) é uma planta que gosta de sol, comumente encontrada em capoeiras e capoeirões situados em solos úmidos de planícies, aclives suaves e solos pedregosos, apresentando grande afinidade com a vegetação secundária. Ocorre tanto no interior da floresta primária como em formações secundárias.
A espécie apresenta potencial de uso para recomposição de áreas degradadas, pois possui rápido crescimento, adapta-se bem a solos arenosos e argilosos degradados, além de enriquecer a serapilheira com suas folhas, sendo indicada sobretudo para plantio em encostas nos estágios inicial a médio de regeneração.
É bastante ornamental, podendo ser empregada com sucesso no paisagismo principalmente na arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas.
Algumas espécies de Jacaranda são utilizadas na medicina popular, como a espécie Jacaranda caroba. O uso no combate a infecções é realizado através do banho preparado com folhas e a infusão destas é usada internamente contra sífilis e como depurativo sanguíneo. O macerado das folhas em aguardente é aplicado externamente como cicatrizante e contra úlceras.
A madeira também pode ser empregada na construção civil em obras internas, como ripas e forros, para carpintaria, miolos de painéis e portas, rodapés, caixotaria, celulose, cepas de calçados, etc.

Muda de Caroba. Foto: Acervo Apremavi.
Caroba
Nome científico: Jacaranda puberula
Família: Bignoniaceae
Características morfológicas: altura de 4-7 m, com tronco de 30-40 cm de diâmetro, folhas compostas bipinadas de 20-25 cm de comprimento, folíolos glabros, de 3-5 cm de comprimento.
Ocorrência: sua ocorrência é do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, na mata pluvial da encosta atlântica.
Fenologia: floresce durante os meses de agosto-setembro junto com o surgimento das novas folhas e a maturação dos frutos que ocorre de fevereiro-março.
Obtenção de sementes: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quanto iniciarem sua abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Devido a baixa densidade das sementes, cobrir o fruto com tela para evitar a sua perda pelo vento. Um quilograma contém aproximadamente 165.000 sementes. Não é viável armazenar as sementes por mais de três meses.
Produção de mudas: colocar as sementes para a germinação logo após a colheita em canteiros semi-sombredos contendo substrato organo-argiloso; cobrir levemente as sementes com substrato peineirado e irrigar delicadamente duas vezes ao dia. A emergência das mudas ocorre entre 8-15 dias, e a taxa de germinação é superior a 80%. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é médio, dificilmente não ultrapassando 3m aos dois anos.
Fontes consultadas
GLUFKE, C. Espécies florestais recomendadas para recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999. 48p.
Hiruma-Lima CA, Di Stasi LC 2002. Scrophulariales medicinais. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora Unesp, p. 449-452.
Lorenzi H. 2000. Árvores Brasileiras. Nova Odessa: Editora Plantarum, v. 1, p. 41.
REITZ, P.R. Bignoniaceae. In: ___. Flora catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974. 172p.
Autora: Tatiana Arruda Correia.
30/10/2009 | Notícias
Organizações da sociedade civil assinam nota contra a tentativa ruralista de derrubar a proteção às florestas brasileiras. O documento foi divulgado hoje, quando ocorre, em Barcelona, na Espanha, encontro que antecede a Conferência da Organização das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-15), de Copenhague (Dinamarca), em dezembro próximo, e do qual participa o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Carlos Minc.
A Apremavi assina o documento por conhecer de perto as catástrofes que podem acontecer e se agravar caso as florestas não sejam protegidas ou recuperadas. Veja a seção "Santa e Frágil Catarina".
Leia a íntegra do documento abaixo:
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO QUER DERRUBAR PROTEÇÃO ÀS FLORESTAS
Em dezembro, o mundo decidirá um novo regime de metas para diminuição da emissão de gases efeito estufa, durante reunião a ser realizada em Copenhague (COP 15 da Convenção do Clima). Nessa reunião o governo brasileiro apresentará como seu grande trunfo um plano para diminuir significativamente o desmatamento no País, principal fonte das emissões nacionais, até 2020. Mas se o Presidente Lula não agir firmemente no âmbito da política interna, esse plano será pura ficção.
Parlamentares ligados ao agronegócio, muitos deles de partidos da base de apoio ao Presidente, estão prestes a conseguir derrubar o Código Florestal, uma lei de mais de quarenta anos que proíbe grandes desmatamentos na Amazônia e obriga ao reflorestamento das áreas excessivamente desmatadas.
Apesar de antiga, essa lei até recentemente vinha sendo precariamente cumprida. Mas, com um melhor aparelhamento dos órgãos de fiscalização e uma maior cobrança por parte da sociedade, houve, nos últimos anos, significativo aumento das punições aos desmatamentos ilegais, o que gerou descontentamento de parte do agronegócio brasileiro que se beneficiava da impunidade. Com grande influência no parlamento, esse setor econômico passou a pressionar pela revogação da lei e pela anistia às ilegalidades já ocorridas, a forma mais simples de se legalizar. O próprio Ministro da Agricultura vem sendo porta-voz dessas propostas, defendendo publicamente que a proteção às florestas seja atenuada.
No último dia 28/10 um projeto de lei que anistia os desmatamentos ilegais e diminui o nível de proteção às florestas ainda remanescentes quase foi aprovado pela Câmara dos Deputados. (Veja o teor do projeto de lei que já está sendo chamado de Código dos Ruralistas). Apesar de não serem maioria no Congresso Nacional, os parlamentares ligados ao agronegócio contam com a total omissão do Governo Lula para levarem adiante seus projetos. No próximo dia 04/11 haverá uma nova votação e, se o Governo não tomar posição, as probabilidades de que o Código Florestal seja revogado são reais. Não é aceitável que a delegação brasileira em Copenhague leve em sua bagagem a destruição do Código Florestal. Conclamamos o Presidente Lula a atuar firmemente para que um retrocesso dessa envergadura não ocorra!
Assinam
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi)
Associação Mira-Serra
Conservação Internacional – Brasil
Greenpeace
Grupo de Trabalho Amazônico(GTA)
Instituto Centro de Vida(ICV)
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora)
Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê)
Instituto de Pesquisa da Mata Atlântica (Ipema)
Instituto Socioambiental (ISA)
Programa da Terra (Proter)
Rede de ONGs da Mata Atlântica
Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF – Brasil
Comunicação:
Greenpeace – Cristina Amorim – (11) 3035-1160 / cristina.amorim@greenpeace.org
Instituto Socioambiental (ISA) – Katiuscia Sotomayor – (61) 30355114 – katiuscia@socioambiental.org.br
WWF/ Brasil – Denise Oliveira – (61) 3364 7400 / 7497 / 81752695 – doliveira@wwf.org.br
30/10/2009 | Notícias
A Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia, realizou durante o mês de outubro de 2009 diversos eventos em comemoração ao ano da França no Brasil e aos 10 anos de implantação da associação no nosso país.
Inspirado na experiência de trabalho de uma associação francesa chamada Accueil Paysan, que trabalha com o segmento do agroturismo desde os anos 80, a Acolhida na Colônia no Brasil teve sua primeira semente plantada em 1998 na região das Encostas da Serra Geral, mais precisamente no município de Santa Rosa de Lima (SC) e em 2005 expandiu seu trabalho na região do Alto Vale do Itajaí, mobilizando agricultores familiares, técnicos e multiplicadores das regionais de Ituporanga, Rio do Sul, Ibirama e São Joaquim.
No Alto Vale do Itajaí a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) tem apoiado e incentivado os trabalhos da Acolhida na Colônia.
Em números, a rede Accueil Paysan, além do Brasil inspirou trabalhos e está sendo implantada em mais 23 países. Na França possui mil propriedades associadas e atualmente no Estado de Santa Catarina abrange em torno de 170 famílias de agricultores familiares.
O Brasil recebeu a visita de uma comitiva formada por sete franceses que vieram conhecer as experiências da Acolhida na Colônia nas Encostas da Serra Geral e no Alto Vale do Itajaí.
No dia 13 de outubro a comitiva visitou Atalanta (SC), iniciando suas atividades com um almoço na propriedade "Kuchen Haus". Depois visitaram a Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN) Serra do Pitoco e a propriedade Paraíso das Trutas. Pernoitaram nos quartos coloniais Schäffer e nos quartos coloniais Sieves e no dia seguinte visitaram o viveiro de mudas nativas Jardim das Florestas da Apremavi e o Parque Natural Municipal da Mata Atlântica.
No dia 16 de outubro aconteceu em Imbuia (SC) o Seminário "O Agroturismo como ferramenta para o desenvolvimento de territórios rurais", que contou com a seguinte programação: Retrospectiva dos 10 anos da Acolhida na Colônia
– Histórico e estrutura da associação francesa Accueil Paysan.
– Apresentação de experiências de agroturismo na França.
– Painéis de debate sobre os temas Serviços de Alimentação e Hospedagem e Atividades de Lazer e Educação na Acolhida na Colônia.
Já no dia 17 de outubro, Atalanta recebeu, também através da Acolhida na Colônia, a visita da rede de Turismo Solidário e Comunitário (Turisol), com representantes dos estados do Maranhão, Pará e Ceará e de quatro membros do Ministério do Turismo, que vieram avaliar os roteiros existentes nos municípios da encostas da Serra Geral e no Alto Vale. Foi realizado o seguinte roteiro em Atalanta:
– Visita a propriedade da família Berschinock que possui produção agroecológica.
– Almoço e visita a propriedade Paraíso das Trutas.
– Visita ao viveiro de mudas nativas Jardim das Florestas da Apremavi.
– Parque Mata Atlântica.
– Café colonial na propriedade Kuchen Haus com apresentação do grupo de viola formado por jovens de Atalanta.
– Pernoite nos quartos coloniais Schäffer e nos quartos coloniais Sieves.
Jaqueline Pesenti, funcionária da Apremavi e Edegold Schäffer, presidente da Apremavi, acompanharam a visita, juntamente com Carmem Pezenti Matias e Janaina Raquel da Silva, representantes da Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Atalanta.
Todas essas atividades mostram que iniciativas dessa natureza estão no caminho certo do desenvolvimento sustentável e merecem um maior apoio por parte do poder público, que tem a grande responsabilidade pela manutenção do equilíbrio ambiental e da qualidade de vida da população.
Fotos: Jaqueline Pesenti
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26/10/2009 | Guia de Espécies, Para fauna, Para paisagismo, Para restauração, Pioneiras
Quem não gosta de um Ingá-feijão?
O Ingá-feijão ocorre em quase todo o território brasileiro, sendo bem comum nas matas ciliares. É uma árvore mediana, tendo de oito a 15 m de altura, e de 20 a 30 cm de diâmetro. Seu tronco relativamente fino, de ramificação quase horizontal, forma uma copa arredondada e densa, tendo folhas compostas por dois a três pares de folíolos lanceolados de três a 15 cm de comprimento e de 1 a 4 cm de largura.
Apesar de preferir os ambientes ao longo dos rios e lagos, também ocorre em terra firme, com solo profundo e úmido. Por ser uma espécie pioneira, sua ocorrência é maior em capoeiras e capoeirões situados em solos úmidos. Em florestas mais conservadas ocorre apenas de forma esparsa.
Produz intensa floração de outubro a fevereiro e frutificação de março a maio. As flores brancas, reunidas em espigas, são vistosas, perfumadas e melíferas. Os frutos são vagens lisas, roliças, segmentadas, tendo sementes com polpa branca adocicada. Na época de floração e frutificação é um espetáculo que chama a atenção de todos os que passam.
O Ingá-feijão é também uma árvore ornamental, podendo ser utilizada na arborização urbana e para formação de cortinas arbóreas. Suas flores são melíferas e seus frutos são comestíveis, sendo indicado o seu plantio em pomares. Os frutos também atraem pássaros e outros animais como macacos e até peixes, por isso seu uso é recomendado nos plantios de restauração florestal e de matas ciliares. Sua madeira pode ser empregada em obras externas, carpintaria e caixotaria.
Na medicina popular, a infusão da casca tem propriedades anti-sépticas. As folhas são usadas como adstringentes e no tratamento de inflamações da mucosa bucal e da garganta.

Muda de Ingá-feijão. Foto: Arquivo Apremavi.
Ingá-feijão
Nome científico: Ingá marginata Willd.
Família: Fabaceae.
Utilização: madeira utilizada para lenha, fabricação de caixas e carpintaria em geral. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento também para vários animais, dentre eles, o Serelepe.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: novembro a março.
Fruto: legume verde (vagem), contendo várias sementes por fruto, possuindo aproximadamente 15 cm.
Flor: branca.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Fontes consultadas
Ingá-feijão. http://www.esteditora.com.br/correio/4991/right.htm. Acessado em:
Ingá-feijão. http://www.chaua.org.br/especie/inga-feijao. Acessado em:
PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.
Autoras: Geraldine Marques Maiochi e Miriam Prochnow.
14/10/2009 | Notícias
No dia 9 de outubro, a Klabin e a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) realizaram mais um seminário do Programa Matas Legais, desta vez em Agronômica (SC). O objetivo foi esclarecer os benefícios do planejamento da propriedade rural, integrando o cultivo de florestas plantadas com outras atividades agrícolas, além de trazer maior conhecimento sobre a preservação das florestas nativas.
Os seminários que vem sendo realizados há quatro anos, dentro do Programa em Santa Catarina, têm auxiliado os proprietários rurais a colocarem em prática os conceitos de planejamento das propriedades e de cumprimento da legislação ambiental, promovendo assim o desenvolvimento sustentável das atividades produtivas no campo.
Desta vez, o seminário promoveu a capacitação e o alinhamento de conceitos do programa para cerca de 80 técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) em 23 municípios do Alto Vale do Itajaí. Estes profissionais são os responsáveis por orientar os produtores rurais em suas atividades do dia-a-dia. Outro objetivo do seminário foi levar informações aos técnicos sobre os benefícios da integração do fomento florestal com outras atividades agrícolas produtivas e os cuidados que precisam ser tomados em relação ao meio ambiente.
Um dos destaques do evento foi a palestra do professor Ricardo Ribeiro Rodrigues da USP/ESALQ sobre técnicas e benefícios de recuperação de áreas degradadas. Ele falou da importância destas áreas na composição de uma propriedade rural legal, permitindo a adequação à lei ambiental. A palestra proferida pode ser acessada no site do LERF, link acima.
Além da presença de representantes da Apremavi e da Klabin, o encontro contou com a participação de líderes da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi) e da Associação Sementes do Futuro, com o Sr. Teobaldo Sieves, expondo seus produtos orgânicos.
Fotos: Tatiana Arruda Correia
08/10/2009 | Mobilização, Notícias
As denúncias de desmatamento na região da Fazenda Parolim, no município de Santa Terezinha, área onde já deveria ter sido criado o Refúgio de Vida Silvestre do Rio da Prata, vêm sendo feitas pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) há vários meses. Também foram enviados ofícios ao Presidente da República, com cópia para outras autoridades, nas datas de 07/05/2009 e 08/06/2009.
A recente operação da Polícia Federal e do Ibama, atendendo aos pedidos da Apremavi e do Ministério Público Federal, operação pela qual externamos nosso agradecimento, constatou a gravidade da situação, como pode ser verificado na matéria em anexo, publicada no jornal Folha do Alto Vale, no dia 07 de outubro de 2009. Só para exemplificar a gravidade, seguem alguns números dessa operação: foram lavrados 65 autos de infração pelo Ibama e 59 procedimentos de infração criminal, pela Polícia Federal.
Nas áreas desmatadas no interior da fazenda, foi encontrado um assentamento ilegal, chamado “Nova Esperança” e vários fornos de carvão. A operação também lacrou uma serraria e apreendeu dezenas de metros cúbicos de madeira de árvores nativas, nove caminhões e quatro tratores.
Um fato gravíssimo é que esses desmatamentos estavam acontecendo exatamente na região onde deveria existir uma Unidade de Conservação, cujo processo encontra-se pronto e paralisado no governo federal desde 2006, por interferência injustificável do Ministério das Minas e Energia e da Casa Civil.
Toda essa situação é na verdade conseqüência da não criação da Unidade de Conservação em questão. O processo de criação do Refúgio, pronto desde 2006, tem passeado do Ministério do Meio Ambiente para a Casa Civil e vice-versa, sem o encaminhamento devido, deixando a área e sua rica biodiversidade que inclui árvores nobres e ameaçadas de extinção (Araucárias, canelas, imbuias, sassafrás, xaxins, cedros, etc), além de centenas de nascentes daguas à mercê da pilhagem e do crime ambiental, como comprovado na operação de fiscalização.
Lembramos que a Mata Atlântica é Patrimônio Nacional e a sua conservação é uma das responsabilidades do governo federal, em especial através da criação de Unidades de Conservação, uma vez que o país também se comprometeu com metas da Convenção da Diversidade Biológica e no caso em questão, já investiu inúmeros recursos públicos para a elaboração dos estudos da área visando a criação de um Refúgio de Vida Silvestre. A paralisação desse processo desde 2006, sem qualquer justificativa técnica, torna o governo federal conivente com os desmatamentos em questão.
Por conta de todos esses fatos, a Apremavi enviou novo ofício do Presidente da República e Ministro do Meio Ambiente, REITERANDO mais uma vez o pedido da IMEDIATA CRIAÇÃO do Refúgio de Vida Silvestre do Rio da Prata e ao mesmo tempo solicitando que os responsáveis pelos desmatamentos na região sejam exemplarmente punidos e que a fiscalização seja constante.
A Apremavi também está lançando uma campanha para coletar assinaturas de apoio à criação do Refúgio. O abaixo-assinado será posteriormente enviado às autoridades. PARTICIPE da Campanha SALVE o Rio da Prata.
30/09/2009 | Notícias
De 20 a 24 de setembro de 2009 foi realizado o VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, em Curitiba (PR). Com o tema Conservação de áreas naturais num mundo em transformação, o evento reuniu cerca de 1200 pessoas, em palestras e discussões pautadas principalmente nos temas: aquecimento global, alterações climáticas, ameaça a conservação e pagamento por serviços ambientais. O Congresso é uma realização da Fundação O Boticário de Conservação da Natureza com apoio e parceria de diversas instituições.
Paralelo ao evento ocorreu a III Mostra de Conservação da Natureza, reunindo entidades governamentais, não governamentais, empresas e universidades na apresentação de suas ações em prol da conservação ambiental, em um espaço de integração e socialização de experiências. Simpósios sobre diferentes temas ambientais também tiveram espaço no congresso, destacando-se ainda a apresentação de trabalhos técnicos e o lançamento de livros relacionados às UCs.
A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) esteve representada pelo técnico Marcos Alexandre Danieli. Atualmente a Apremavi está desenvolvendo o projeto "Elaboração dos Planos de Manejo do PARNA das Araucárias e da ESEC da Mata Preta", UCs criadas em outubro de 2005 e localizadas no oeste de SC. A elaboração do Plano de Manejo do PARNA das Araucárias está em sua etapa final, e a participação no congresso propiciou o levantamento de informações que auxiliarão no fechamento do plano, servindo ainda para a interação com outras instituições e a divulgação das ações da Apremavi.
O efeito das alterações ambientais sobre a biodiversidade e as alternativas para este problema permearam o evento. A grave situação em que muitos biomas se encontram foi apresentada, os quais sofrem como a redução de seus ambientes e o conseqüente aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera. Este fator é um dos responsáveis pelo aumento no processo de aquecimento global, em um ritmo tão acelerado que atropela o tempo necessário para que as espécies se adaptem, resultando em muitos casos de extinção. Neste contexto todos perdem, pois a conservação da biodiversidade é fundamental para que haja um mínimo de equilíbrio ecológico.
Fatos como furações, enchentes, secas e outros eventos climáticos extremos vem causando fortes impactos na vida das pessoas do Brasil e do mundo. Neste sentido, discutir alternativas para minimizar as mudanças climáticas que ameaçam as diversas formas de vida é essencial, em ações como o seminário As negociações internacionais de mudanças de clima e o Brasil, que contou com a participação da Apremavi e buscou junto com outras entidades discutir e apresentar contribuições a serem levadas pelo Governo Federal à 15ª Conferência das Partes da Convenção (COP 15) Quadro das Nações Unidas para Mudanças no Clima, a ser realizada no início de dezembro.
Dentre os simpósios realizados no congresso, um tratou da invasão das espécies exóticas e seu impacto para a conservação da biodiversidade nas Unidades de Conservação, ameaça esta que é a segunda maior causa de perda da biodiversidade do mundo. Representantes de vários estados destacaram as ações que estão sendo realizadas para minimizar este problema, e no caso específico de Santa Catarina, a representante da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FATMA) informou que está sendo elaborado um Plano Estadual sobre Espécies Exóticas Invasoras em Unidades Conservação, e que no mês de outubro seguirão com seminários regionais em algumas cidades do estado.
Alternativas para os problemas ambientais existem e foram apresentados no congresso, as quais merecem atenção emergencial face ao contexto de interferência ambiental observado. Destaca-se o pagamento por serviços ambientais (PSA), ainda incipientes no Brasil, mas que auxilia na minimização dos conflitos pela terra e contribui para a conservação da biodiversidade. Segundo José A. Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE, a biodiversidade contribui positivamente com diversos bens e serviços essenciais para a sobrevivência humana. Nesta lista estão incluídas as provisões de comida e água, controle climático e polinização das plantas. No entanto, o papel que a biodiversidade ocupa na proteção contra os impactos climáticos é geralmente subestimado.
Uma das ferramentas para pagamento por serviços ambientais é o ICMS Ecológico, que visa contribuir para a conservação da biodiversidade através de incentivos econômicos aos municípios que possuem Unidades de Conservação em seus territórios.
Em face da importância deste instrumento, paralelo ao Congresso de UCs a Apremavi participou do lançamento do site www.icmsecologico.org.br, promovido pela TNC (The Nature Conservancy). O site divulga a situação do ICMS Ecológico nos estados brasileiros que utilizam esta ferramenta, fundamental para incentivar a criação de novas áreas protegidas tendo em vista os serviços que as florestas prestam a coletividade. O Estado de Santa Catarina ainda não possui o ICMS Ecológico e o projeto de lei que prevê sua criação tramita na assembléia legislativa há longos 14 anos.
As Unidades de Conservação se constituem numa das principais ferramentas para a conservação da biodiversidade, tendo em vista o acelerado processo de fragmentação e exploração ambiental. Estas áreas visam manter o pouco do que ainda resta de nossas áreas naturais, e ações em conjunto devem ser empreendidas para seus objetivos de conservação e disseminação de alternativas de renda sejam efetivadas. Neste aspecto, o conselho gestor das UCs é o espaço chave para a discussão destes temas e disseminação de idéias, já que as ações locais, se somadas, geram um grande impacto global. O velho ditado do pensar globalmente e agir localmente nunca esteve tão presente.