13/07/2007 | Notícias, Prêmio Imbuia, Prêmios
Confira os ganhadores do Prêmio Imbuia
Árvores grandes e exuberantes sempre exerceram um grande fascínio sobre os seres humanos. Seja de deslumbramento e respeito ou então de cobiça pelo valor de sua madeira. Algumas delas até viraram símbolos, como é o caso do Pau Brasil, que emprestou o nome ao nosso país ou o caso da imbuia, que virou árvore símbolo do Estado de Santa Catarina.
O Pau Brasil foi a primeira árvore a ser explorada intensamente, desde que os portugueses chegaram a nossa terra. A exploração foi tão avassaladora que hoje ele figura na lista das espécies ameaçadas de extinção e praticamente não é mais encontrado nas matas nativas. Estima-se que cerca de 70 milhões de exemplares tenham sido enviados para a Europa.
Com a árvore símbolo de Santa Catarina, a história não foi diferente. A Imbuia, considerada uma árvore de madeira nobre, foi explorada também quase até o seu final e também consta da lista das espécies ameaçadas de extinção. Foi considerada a árvore símbolo de Santa Catarina por ser uma espécie que ocorria em todas as formações florestais do estado, ou seja, de norte a sul e de leste a oeste de Santa Catarina havia imbuias. Infelizmente esta não é mais a realidade e poder observar uma imbuia no meio da mata é um fato raro.
Para resgatar um pouco dessa dívida da sociedade para com a natureza, a Apremavi produz e planta mudas dessas árvores símbolo, com o objetivo de que pelo menos existam alguns espécimes a mais em nossas matas e que se possa contribuir com a sobrevivência das mesmas.
Também é por esse motivo que a Apremavi instituiu o Prêmio Imbuia e está homenageando pessoas e instituições que tem se destacado no trabalho em defesa da natureza.
Na comemoração dos 20 anos da Apremavi, vamos juntos homenagear pessoas e árvores que fazem a diferença.
O prêmio foi confeccionado pelo renomado artista plástico e ambientalista Guido Heuer. Seu formato representa o planeta Terra, com destaque para as sementes de imbuia e a cor verde, que representam vida.
Ganhadores do Prêmio Imbuia Apremavi 20 anos
Prêmio Especial
1 – Marina Silva
Por sua atuação como Ministra de Meio Ambiente, em especial pelo empenho e apoio na aprovação da Lei da Mata Atlântica e na criação das Unidades de Conservação na Floresta com Araucárias.
Por tudo o que tem feito em prol do meio ambiente
2 João Paulo Ribeiro Capobianco
Por todo seu histórico de lutas em prol dos Biomas brasileiros, em especial a Mata Atlântica, tanto na sua atuação em ONGs, quanto no governo federal.
3 Wigold Bertoldo Schäffer
Por toda uma vida dedicada à causa ambiental. Por seu amor incondicional à Mata Atlântica e outros Biomas. Pelo apoio dado à Apremavi, à FEEC e à Rede de ONGs da Mata Atlântica.
Pelo trabalho em prol da criação de Unidades de Conservação
4 Rubens Scheller
Pela criação do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, em Atalanta (SC), uma Unidade de Conservação extremamente importante para o Alto Vale do Itajaí.
5 João de Deus Medeiros
Por seu incansável, eficiente e paciente trabalho em prol da criação de Unidades de Conservação no estado de Santa Catarina.
Pelo apoio à criação da Apremavi e seu incentivo, em especial nos seus primeiros anos de atuação
6 Lúcia Sevegnani
Pelo estímulo e apoio à criação da Apremavi e também o trabalho realizado em outras ONGs como a Acaprena.
7 Humberto Mafra
Pelo fundamental apoio dado nos primeiro anos de existência da Apremavi e por seu trabalho na aprovação da Lei do Terceiro Setor.
Pelo trabalho em prol da causa ambiental
8 Christian Guy Caubet
Por seu trabalho realizado na Fundação Água Viva, em especial pela realização do Tribunal da Água.
9 Analucia Hartmann
Por sua atuação no Ministério Público Federal, em especial o combate aos desmatamentos e à exploração de espécies da Mata Atlântica ameaçadas de extinção.
10 Nara Guichon Ferrari
Por seu trabalho empreendedor de aliar no artesanato a tecelagem com materiais orgânicos e reciclados e o apoio a comunidades tradicionais.
11 Orlando Pereira
Por seu brilhante trabalho de jornalismo realizado em vários veículos de comunicação, do Vale do Itajaí e Santa Catarina.
12 Otto Hassler
Por seu empreendedorismo, aliando de forma concreta o turismo de aventura com a conservação da natureza e a capacitação das comunidades locais.
Pela dedicação na implantação de projetos ambientais
13 Ajovacar Associação José Valentim Cardoso
Por sua luta em prol da conservação da Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra da Abelha e da qualidade de vida da população local.
14 Mário Latauczeski
Pelo trabalho exemplar realizado em sua propriedade rural, no município de Santa Terezinha (SC) e o apoio dado às ações da Apremavi.
15 Fridolino Pedro Westerhoff
Pelo trabalho exemplar realizado em sua propriedade rural, no município de Atalanta (SC) e o apoio dado às ações da Apremavi.
Empresas de bem com o meio ambiente
16 Metalúrgica Riosulense S.A.
Pelo trabalho realizado, aliando suas atividades industriais a importantes ações de proteção ao meio ambiente, demonstrando uma forte consciência ambiental. Essas ações são resultados de uma administração justa e responsável.
17 Malwee Malhas Ltda.
Por ser uma empresa altamente consciente e fazer a diferença para o meio ambiente. Pelo seu sistema de gestão ambiental sólido e pela preocupação com todos os aspectos e impactos ambientais da empresa.
18 Supermercado Archer
Pelo amor e respeito ao Meio Ambiente, seus clientes e consumidores e pela campanha anual de distribuição de mudas de árvores nativas. Em 10 anos de campanha já foram distribuídas mais de 150.000 mudas.
19 Klabin
Por desenvolver suas atividades florestais e industriais com base no conceito de Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de garantir a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas das regiões onde atua.
Instituição de ensino com destaque para o desenvolvimento de projetos de educação ambiental
20 CIMA Conselho Institucional do Meio Ambiente – Colégio Dom Bosco
Pelo projeto Adote uma Semente e suas ações nos bairros de Serra Canoas e Albertina, envolvendo a comunidade educatival, famílias do entorno, poder público e comunidade em geral.
Homenagem Especial ao Dr. Paulo Nogueira-Neto
Como reconhecimento do seu trabalho em prol da criação de Unidades de Conservação no Brasil, em especial as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, como é o caso da ARIE da Serra da Abelha, no município de Vitor Meireles (SC).
11/07/2007 | Notícias
10/07/2007 | Notícias
Erva-mate artesanal é uma ótima alternativa para o agricultor familiar
A Apremavi e o Centro Vianei de Lages, entidades executoras do projeto Agrofloresta Familiar, realizaram no mês de junho intercâmbio com agricultores do Alto Vale do Itajaí e Planalto Serrano em Ipê no Rio Grande do Sul. O objetivo da viagem foi visitar o sistema de produção e industrialização artesanal de erva-mate sombreada e orgânica.
Considerando as potencialidades que alguns municípios das regiões onde é desenvolvido o projeto de Agrofloresta, por conta de sua relação a cadeia produtiva da erva-mate, é intenção das entidades executoras do projeto mostrar a viabilidade de agregar valor ao produto, mediante o beneficiamento artesanal.
Segundo depoimento do agricultor visitado no município de Ipê, Flávio Zanotto, hoje a erva-mate é responsável por 50% da geração da renda da sua propriedade. Como o agricultor trabalha de forma orgânica e já está articulado com uma associação de agricultores, a comercialização da erva-mate é feita em feiras agroecológicas nos municípios próximos a Ipê e em Porto Alegre, capital gaúcha.
Em um segundo momento do intercâmbio os agricultores e técnicos assistiram a uma palestra de um agrônomo especialista em erva-mate, que enfatizou que no futuro, uma boa potencialidade para a erva-mate na agricultura familiar é o processamento (cancheamento) e destinação da erva-mate, para indústrias extraírem princípios ativos e extratos.
O modo artesanal e correto do processamento da erva-mate é muito importante porque sendo um processo lento e gradual permite que uma série de elementos nutricionais da erva-mate não sejam eliminados, ao contrário do que acontece nos sistemas industriais modernos, que necessitam de rapidez na produção e com isso há a eliminação de componentes nutricionais importantes.
10/07/2007 | Notícias
Apremavi dá prêmio para 20 defensores do meio ambiente
Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí- Apremavi- vai dar o Prêmio Imbuia a 20 pessoas e instituições durante a festa de seus 20 anos, na próxima sexta, dia 13 de julho, em Rio do Sul. Receberão a distinção autoridades, ambientalistas e membros da comunidade que têm se destacado na luta pela preservação. "É uma forma de reconhecer publicamente o trabalho que está sendo realizado por essas pessoas ou empresas", explica Edegold Schaffer, presidente da entidade.
As categorias do prêmio são para pessoas físicas: especial; luta em favor do meio ambiente de uma forma geral; esforço para a criação de Unidades de Conservação, como parques e reservas; apoio aos primeiros anos de trabalho da Apremavi; empenho pela causa ecológica; luta pela efetivação da Área de Relevante Interesse Ecológico da Serra da Abelha e pela qualidade de vida da comunidade e para pessoas jurídicas: implantação de projetos ambientais; empresa de bem com o meio ambiente e projeto de educação ambiental.
O primeiro secretário de Meio Ambiente do País, Paulo Nogueira Neto, receberá uma homenagem pela sua dedicação para a criação de UCs no Brasil, principalmente por ter proposto a categoria de Área de Relevante Interesse Ecológico, como é o caso da ARIE da Serra da Abelha, no município de Vitor Meireles.
O prêmio tem essa denominação porque a imbuia é a árvore símbolo de Santa Catarina, porque ocorria em todas as formações florestais do Estado. Mas a imbuia foi tão explorada, que hoje integra a lista das espécies ameaçadas de extinção. Cada um dos agraciados receberá um troféu confeccionado pelo artista plástico e ambientalista Guido Heuer.
09/07/2007 | Notícias
No dia 9 de julho faz 20 anos que foi criada a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí Apremavi. Na época do seu nascimento, a cada quatro minutos era desmatada uma área equivalente a um campo de futebol de Mata Atlântica. Santa Catarina ainda contabilizava os prejuízos das cheias da década de 80 e os atingidos percebiam que a natureza estava cobrando um preço pela destruição.
Centenas de madeireiras garimpavam as últimas canelas, imbuias, perobas, pinheiros e cedros. Só da Terra Indígena de Ibirama saiam mais de 300 caminhões de madeira por dia. Os rios recebiam todos os tipos de efluentes e esgoto e o ar recebia fumaça de centenas de chaminés.
Diante disso, 19 pessoas fundaram a Apremavi, com a missão de defender, preservar e recuperar o meio ambiente, os bens e valores culturais, buscando a melhoria da qualidade de vida humana. O grupo começou fazendo denúncias, mas também mostrando que existem maneiras de se utilizar os recursos naturais de forma sustentável.
No começo nada foi fácil. Alguns integrantes da Apremavi chegaram até ser ameaçados de morte. Foi então, que percebemos que precisávamos ter uma legislação ambiental forte. Começamos acompanhando a elaboração da Constituição Federal, em 1988. Mas foi a luta pela aprovação de uma legislação específica para a Mata Atlântica que mobilizou grande parte dos esforços da Apremavi nesses 20 anos. Participamos de inúmeras reuniões no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e no Congresso Nacional. Defendemos muito o Decreto 750/1993, que protegeu a Mata Atlântica enquanto a tão sonhada lei de proteção do bioma não era aprovada, o que finalmente ocorreu em dezembro 2006.
Nesses 20 anos, a Apremavi conseguiu aliar teoria e prática com distintas parcerias, da iniciativa privada ao setor público. Já em 88, a Apremavi participou da criação da Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses, que congrega mais de 30 ONGs e tem papel fundamental na discussão de políticas de meio ambiente em Santa Catarina.
Participou ainda da criação e da coordenação da Rede de ONGs da Mata Atlântica. A Rede nasceu durante um dos grandes eventos de meio ambiente realizados no mundo, a Rio-92. Hoje a rede conta com 312 organizações filiadas. A Rio-92 serviu para a Apremavi ampliar parcerias e horizontes.
É importante reconhecer que nestes 20 anos, alguns setores de órgãos públicos, assim como muitas empresas mudaram sua forma de pensar e agir, passando a trabalhar com maior responsabilidade ambiental e preocupação com as futuras gerações.
As parcerias com empresas, órgãos públicos, universidades e organizações da sociedade civil são o caminho certo para o desenvolvimento de programas e ações concretas de conservação e recuperação do meio ambiente.
Muitos foram os projetos implantados durante estes anos. O viveiro Jardim das Florestas, que iniciou com 18 mudinhas no fundo do quintal, hoje produz um milhão de mudas por ano, de mais de 120 espécies nativas da Mata Atlântica, no município de Atalanta. Ao longo desses anos, ajudou a plantar milhares e milhares de árvores em centenas de diferentes propriedades, em municípios de Santa Catarina.
A Apremavi promove o uso legal e sustentável de propriedades rurais e paisagens. Propriedade legal é aquela que cumpre a legislação ambiental e ao mesmo tempo é um lugar agradável para morar e viver, com qualidade de vida e geração de renda. A conservação e recuperação das Áreas de Preservação Permanente, das Reservas Legais e o estímulo à agricultura orgânica, ao enriquecimento de florestas secundárias, à implantação de sistemas agroflorestais e o desenvolvimento do eco-turismo-rural, fazem parte deste trabalho.
A criação de unidades de conservação é a principal estratégia para a conservação da biodiversidade, em todo o mundo e buscar a criação de novas unidades sempre fez parte do trabalho da Apremavi.
Já em 87, em parceria com a Acaprena, elaborou os estudos técnicos que subsidiaram a criação da Área de Relevante Interessante Ecológico da Serra da Abelha, protegendo assim uma das últimas florestas com araucárias do Alto Vale do Itajaí. A Apremavi também participou das campanhas pela criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí, do Parque Nacional das Araucárias e da Estação Ecológica da Mata Preta.
Santa Catarina tem hoje só 3% do seu território em unidades de conservação e precisa chegar no mínimo à 10%. Por isso, a Apremavi apóia as propostas de criação do Parque Nacional do Campo dos Padres e dos Refúgios de Vida Silvestre do Rio da Prata e do Rio Pelotas, entre outros.
Defende também que os municípios garantam a proteção de parte dos ecossistemas locais criando unidades de conservação municipais. Isso é necessário para que a comunidade local tenha áreas para pesquisa da biodiversidade e espaços de recreação em contato com a natureza, além de promover o ecoturismo.
A Apremavi ajudou a criar e implantar o Parque Natural Municipal da Mata Atlântica em Atalanta e em Parceria com a Prefeitura e apoio de empresas é responsável pela administração do Parque, que também é utilizado para educação ambiental, reuniões e cursos de capacitação. Além disso, a Apremavi está criando em Santa Catarina duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural – uma em Papanduva e outra em Bela Vista do Toldo. Com isso quer estimular os proprietários de terras a também criarem suas RPPNs.
Durante a caminhada, algumas lutas foram perdidas. Uma delas foi a perda do Estreito do Rio Uruguai, inundado pela hidrelétrica de Ita. Outra luta perdida foi contra a fraude da Hidrelétrica de Barra Grande no Rio Pelotas, onde foram destruídos milhares de hectares de floresta com araucárias. Barra Grande vai ficar gravada na história como a hidrelétrica que extinguiu da natureza uma espécie de bromélia: a Dyckia distachya. Como lição esperamos que processos como este nunca mais se repitam.
O trabalho da Apremavi sempre foi apoiado em ações de capacitação e educação ambiental, que retratam os problemas e apontam soluções com base na realidade da região, ajudando a difundir os resultados para outras regiões do Brasil.
Foram produzidas publicações e editados vídeos sobre os mais variados temas ambientais. Milhares de estudantes, professores, técnicos e agricultores participaram de palestras, cursos, oficinas, seminários e dias de campo.
Se há 20 anos os criadores da Apremavi já alertavam que o desmatamento, as queimadas e o uso insustentável dos recursos naturais iria afetar o futuro de todos, hoje não restam mais dúvidas sobre isso.
A certeza do aquecimento global e as mudanças climáticas em curso colocaram definitivamente a questão ambiental como a prioridade número um de todos os cidadãos em todos os países , mesmo que alguns ainda insistam em ignorar a realidade.
Com todo esse know-how, a Apremavi está lançando o programa Clima Legal, que visa o plantio de árvores nativas para a recuperação de áreas degradadas, e, conseqüentemente, o seqüestro de carbono da atmosfera, nesses tempos do tão comentado aquecimento global. Qualquer pessoa física ou jurídica pode adquirir uma das modalidades de plantio: Jardim, Bosque, Floresta, Ecossistema, Bioma ou Biosfera.
A Apremavi, que foi pioneira em recuperar matas ciliares e outras áreas de preservação permenente, tem certeza que o povo catarinense vai entender que somente com a Mata Atlântica protegida, será possível prevenir-se dos Catarinas.
Queremos inspirar cada vez mais uma verdadeira jornada em busca de um mundo melhor.
Porque é da nossa natureza fazer a diferença…
É da nossa natureza querer que você participe…
É da nossa natureza defender a natureza….
06/07/2007 | Notícias
Apremavi lança programa Clima Legal
A Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí -Apremavi – lança o programa Clima Legal juntamente com o seu vigésimo aniversário. O programa será oficialmente lançado no evento de comemoração dos 20 anos, que vai acontecer no dia 13 de julho.
Durante toda a sua trajetória, a entidade foi se preparando para o funcionamento dessa iniciativa, que visa o plantio de árvores nativas para a recuperação de áreas degradadas, e, conseqüentemente, o seqüestro de carbono da atmosfera, nesses tempos do tão comentado aquecimento global.
A entidade começou com um viveiro de 18 mudinhas no fundo de um quintal em Ibirama e hoje têm capacidade para produção de um milhão de mudas de 120 espécies nativas. Qualquer pessoa -física ou jurídica-pode adquirir uma das modalidades de plantio, que podem ser Jardim, Bosque, Floresta, Ecossistema, Bioma e Biosfera.
Mas vale lembrar, que grande parte das ações serão para fins de neutralização, pois só grandes extensões terão seu créditos de carbono monitorados no futuro. O valor a ser pago pelo plantio também dependerá do número de árvores.
Os plantios serão feitos e cuidados pela Apremavi que também irá desenvolver atividades de educação ambiental conforme a modalidade escolhida. A idéia é restaurar áreas principalmente de Santa Catarina, onde o desmatamento da Mata Atlântica tem se agravado nos últimos anos, mas poderão ser realizados plantios em outros Estados.
O Clima Legal faz parte do Programa de Ação Climática da Apremavi, cujo objetivo é promover a implantação de projetos que retirem carbono da atmosfera por meio da conservação e da recuperação da Mata Atlântica em Santa Catarina. As florestas desempenham um papel importante na mitigação das ameaças causadas pelo efeito estufa, conseqüência da concentração de gases que agravam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). À medida que se desenvolvem, as florestas contribuem para retirar da atmosfera, através da fotossíntese, o CO2, processo conhecido como seqüestro de carbono.
Desde outubro de 2002, a Apremavi desenvolve um estudo de viabilidade para a adoção de um programa como o Clima Legal em Santa Catarina- especialmente, nas regiões dos municípios de Abelardo Luz e Santa Terezinha, com enfoque na conservação da biodiversidade e na obtenção de créditos de carbono. Essas regiões têm elevado desmatamento. Somente entre 1996 e 2000, o índice de desmatamento na região de Abelardo Luz foi de 2,21%, onde o incremento desordenado do reflorestamento com espécies exóticas, especialmente o Pinus, representa uma ameaça aos remanescentes de Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa.
01/07/2007 | Notícias
Apremavi lança programa e dá prêmio em festa de 20 anos
No dia 13 de julho, sexta-feira, às 18h30, no Hotel Aliança Express em Rio do Sul (Rua Bulcão Viana, 167, bairro Jardim América) a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí Apremavi vai comemorar seus 20 anos de fundação. A entidade, que hoje é uma referência nacional em projetos de recuperação e defesa do meio ambiente, vai apresentar aos colaboradores e associados seu novo programa: o Clima Legal.
O Clima Legal visa o plantio de árvores nativas para restauração de ambientes degradados com a parceria de pessoas físicas e jurídicas. Mediante a um apoio financeiro, os participantes poderão optar por uma das modalidades para que a Apremavi faça o plantio e a manutenção das mudas. Durante o crescimento, as árvores irão seqüestrar carbono da atmosfera. Isso vai amenizar os efeitos do aquecimento global tanto no planeta como no Estado de Santa Catarina. Também é uma estratégia para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica.
No evento, será também entregue o Prêmio Imbuia a diversas personalidades que se destacaram na luta pela preservação ambiental no país e em Santa Catarina. A entidade ainda lançará o livro No jardim das Florestas, que conta um pouco da história do viveiro da Apremavi e um guia com mais de 80 espécies nativas da Mata Atlântica. A organização da obra é da conselheira e fundadora da Apremavi, Miriam Prochnow.
Mais informações:
Sílvia Marcuzzo
Fone fax: (51) 32315839
(51) 9341 6213
silvimarcuzzo@hotmail.com
Skype: simarcuzzo
Franciane Cristiana Cerutti
Fone fax: (47) 3521 0326
franciane@apremavi.org.br
Skype: francy_cri
25/06/2007 | Notícias
Nos meses de maio e junho a equipe da Apremavi esteve bem atarefada, com a realização de diversas reuniões e seminários. Confira alguns deles.
II Seminário Regional do Programa Matas Legais
O II Seminário Regional do Programa Matas Legais realizado no dia 08 de maio, no Parque Mata Atlântica em Atalanta, contou com a presença de mais de 100 pessoas entre secretários de agricultura, técnicos, proprietários rurais e representantes de empresas de 20 municípios da região do Alto Vale do Itajaí. O objetivo da Apremavi e Kabin organizadoras do evento foi apresentar o Programa Matas Legais, que visa o planejamento do plantio de exóticas e o aumento da área de florestas nativas em Santa Catarina.
Walter de Paula Lima discursou sobre As Florestas plantadas e a água. Segundo ele, os impactos sobre os recursos hídricos existem em qualquer atividade de uso da terra, o que precisa mudar são as ações de manejo que podem também causar estragos e degradações hidrológicas.
Para a coordenadora de pesquisa e desenvolvimento, qualidade e ambiência florestal da Klabin, Ivone Fier, o fomento florestal é uma oportunidade para que as propriedades rurais dessa reforma possam ter uma oportunidade de diversificação de renda. O percentual da área que pode ser plantada como floresta vai significar um percentual a mais como renda para o proprietário como se fosse uma poupança.
O seminário discutiu também a questão da legislação ambiental. Para Eduardo Piazera, representante, o programa Matas Legais tem demonstrado o respeito ao código florestal. É a primeira vez que uma empresa do setor de base florestal brasileira se une a uma ONG ambientalista para estimular o planejamento da propriedade rural, o cumprimento da legislação ambiental, a recuperação e a conservação das áreas de preservação permanente.
A Legislação que rege as Áreas de Preservação Permanente, sua importância e relação com a biodiversidade foi apresentada pela advogada Rode Martins.
Apremavi e Centro Vianei, realizam Oficina para Elaboração de Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica
Após a capacitação recebida por técnicos da Apremavi e do Centro Vianei em Nazaré Paulista-SP, para elaboração de Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica, foi realizada no dia 23/05/07 uma oficina com agricultores das regiões do Alto Vale do Itajaí e Planalto Serrano, no Parque Mata Atlântica, no município de Atalanta-SC.
O evento teve como objetivo demonstrar várias formas de implementação de Sistemas Agroflorestais na agricultura familiar dentro de um contexto técnico e também divulgar a elaboração do Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica. Segundo os participantes da oficina a idéia do Manual foi bem vinda, visto que, algumas técnicas sobre sistemas agroflorestais são conceitualmente pouco conhecidas na região, embora muitas práticas agroflorestais já são utilizadas pelos agricultores familiares. Como exemplo temos os chamados faxinais, onde a cultura de erva-mate sombreada é consorciada com criação de animais de forma coletiva. Leandro Casanova, da Apremavi, afirma que a implementação de SAFs na região ajudará no resgate de algumas práticas culturais utilizadas na agricultura em tempos anteriores, contribuindo para uma agricultura mais sustentável.
Um jeito diferente de construir uma nova agricultura
A Apremavi participou de encontro realizado na localidade de Ribeirão Klauberg, município de Ituporanga-SC no dia 25/05/07, entre agricultores da comunidade, técnicos da Epagri e do projeto microbacias 2, para discutir novas metodologias de plantio, visando o desenvolvimento de uma agricultura sustentável.
O trabalho desenvolvido na comunidade denominado SPDH (Sistema de Plantio Direto de Hortaliças), foi iniciado pelo eng. agrônomo Jamil Abdalla Fayad, da Estação Experimental de Ituporanga/Epagri, e traz como premissa o desenvolvimento de práticas agrícolas não agressivas ao meio ambiente. O processo é de inclusão, ou seja, o agricultor entra no programa de forma espontânea e pode começar no sistema de forma gradativa. De acordo com depoimento de alguns agricultores que já estão avançados no sistema de plantio direto, além da produtividade estar respondendo bem, a vantagem desse tipo de agricultura está na redução de custos, por abrir mão de certos agroquímicos (adubos químicos, herbicidas, inseticidas) bem como também na melhoria da qualidade de vida.
Segundo Urbano Schmitt Júnior, da Apremavi, o evento foi importante para deixar claro que a preservação ambiental e a produção não só podem, como devem andar juntas. Além disso, a produção só será viável no médio e longo prazos, se a preservação ambiental for levada em consideração.
Convidado a palestrar sobre o tema Corredores Ecológicos, o eng. florestal Leandro Casanova procurou relacionar e integrar o papel das florestas nas propriedades rurais. Considerando o fato dos agricultores terem uma visão positiva sobre a prática de uma agricultura natural, é fácil deles perceberem as vantagens dos corredores ecológicos, como agentes de proteção das águas, em especial as matas ciliares, e também como uma fonte natural de controle biológico para as lavouras. As idéias estão sendo semeadas em campo fértil, finaliza Leandro.
Palestra sobre o Programa Matas Legais
Em comemoração a semana do Meio Ambiente, o curso de Ciências Biológicas da Uniplac promoveu, no dia 05 de junho, uma série de palestras ligadas à temática ambiental. A Apremavi participou do evento apresentando o Programa Matas Legais. A palestra foi direcionada aos alunos do curso de ciências biológicas e da engenharia da madeira.
A palestra salientou que para o desenvolvimento de uma silvicultura sustentável é preciso que sejam levadas em consideração além das questões sociais e econômicas, os aspectos ambientais, principalmente os que se referem ao respeito às áreas de preservação permanente (beira de riachos, rios e nascentes).
No espaço para perguntas o engenheiro florestal Leandro Casanova foi questionado sobre o avanço das florestas exóticas sobre as áreas de campos naturais. Segundo Casanova, as áreas de campos naturais fazem parte do domínio da Mata Atlântica e estão protegidas pela Lei da Mata Atlântica, sancionada em dezembro de 2006. Os campos naturais merecem muita atenção, pois, são importantes ecossistemas que possuem uma fauna típica associada e a sua conversão em florestas exóticas é o equivalente ao desmatamento de florestas nativas para implantação de reflorestamento com pinus ou eucaliptos.
Sabemos que o estado de Santa Catarina tem uma ótima vocação florestal, em contrapartida a tradição florestal pela agricultura familiar é pequena, mas é possível ser conquistada. O programa matas legais tem como um dos objetivos fazer com que essa tradição florestal a ser alcançada tenha como base os princípios da sustentabilidade.
12/06/2007 | Notícias
No dia 11 de junho de 2007, às 19 horas, no auditório da AMAVI em Rio do Sul,foi realizada a Assembléia Geral Ordinária da Apremavi com a seguinte ordem do dia:
1 Prestação e aprovação das contas do ano de 2006;
2 Apresentação e aprovação da Carta de Princípios para relacionamento com empresas potenciais doadoras;
3 Alteração do estatuto (inclusão de um item Fundo de Sustentabilidade);
4 Aprovação do Código de Ética e eleição da comissão do Código de Ética;
5 Evento de aniversário de 20 anos da Apremavi no mês de julho;
6 Breve relato da gestão 2005/2007; e
7 Eleição da nova diretoria
Detalhes dos pontos da pauta podem ser acompanhados na ata da Assembléia, que está em anexo.
Quanto a nova Diretoria e Conselhos ficaram assim constituídos:
Diretoria Executiva
Presidente: Edegold Schäffer
Vice-Presidente: Urbano Schmitt Júnior
1º Tesoureiro: Milton Pukall
2º Tesoureiro: Fábio Roussenq
1º Secretário: Davide Moser
2º Secretário: Eugênio C. Stramosk
Conselho Fiscal
Titular 1: Valmor Chiquetti,
Titular 2: Rubens Scheller e
Titular 3: Alexandre Tkotz
Suplente 1: Ivanor Boing e
Suplente 2: Solange Steinheuser
Conselho Consultivo
Almir da Luz, Cleusa M K Boing, João de Deus Medeiros, Katia D Maia, Lauro Eduardo Bacca, Lúcia Sevegnani, Mª Rosélia G. Costa, Miriam Prochnow, Neide Maria de S M Areco, Noemia Bohn, Odair L. Andreani, Orival Grahl, Rainer Prochnow e Silene Rebelo.
O presidente do conselho fiscal será o Sr. Valmor Chiquetti e o do conselho consultivo ficou para ser decidido na primeira reunião do conselho a ser realizada.
A Apremavi parabeniza os novos Diretores e Conselheiros e deseja uma ótima gestão.
04/06/2007 | Notícias
A Escola de Educação Básica Dr. Frederico Rolla, localizada no município de Atalanta(SC), realizou de 28 de maio a 1º de junho a X Mostra Multidisciplinar e I Mostra do Meio Ambiente. Vários trabalhos dos educandos, falando sobre preservação, meio ambiente, água e lixo, ficaram expostos nos ambientes do colégio.
O objetivo foi promover a conscientização ambiental sobre nosso planeta e repensar práticas que agridem o meio ambiente, partindo da idéia de que todos podem contribuir na busca por um mundo em que haja preocupação com o desenvolvimento sustentável. A X Mostra Multidisciplinar contou com a parceria da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí APREMAVI, que doou mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e materiais de divulgação sobre os seus programas e ações em prol do meio ambiente.
Foram proferidas inúmeras palestras de educação ambiental e o dia 29 foi marcado pelo zôo na escola, quando alguns animais taxidermizados e também vivos do zoológico de Pomerode foram deslocados, para mostrar a importância de se preservar o habitat de cada espécie.
Uma trilha ecológica da vida foi criada, na qual os educandos de olhos vendados e guiados por um educador puderam sentir a natureza de uma forma mais próxima. A sala ambientalizada contou com barulhos de animais, cascata artificial, som de chuva e cheiro de grama molhada, buscando sensibilizar todos os sentidos para a questão ambiental.
Durante estes dias houve o envolvimento de toda a comunidade, que foi convidada a participar dos ciclos de debates e exposições. A Carta da Terra, as oito metas do milênio criadas pela ONU e a Agenda 21 foram alguns dos muitos temas.
08/05/2007 | Notícias
Um dos lugares mais bonitos de Santa Catarina é a Serra Catarinense. Cidades turísticas, belos campos nativos cercados com florestas de araucárias enchem os olhos de quem passa pela região. Com o objetivo de mostrar essas paisagens naturais e ao mesmo tempo fazer um passeio de confraternização, a diretoria da Apremavi proporcionou aos seus funcionários, acompanhados de suas famílias, uma viagem no último domingo, dia 06 de maio.
Foram visitados os principais pontos turísticos da Serra. O primeiro lugar foi o Parque Nacional de São Joaquim. Dentro do Parque existe a bela Cascata do Véu da Noiva, com aproximadamente 60 metros de altura. Suas águas geladas descem por um paredão de basalto cercado de mata nativa.
Seguindo em frente, no Morro da Igreja, ponto culminante da Serra Geral, com 1822m de altitude, e onde todos os anos no inverno há ocorrência de neve, foi possível avistar a Pedra Furada.
Neste local, em 1996, foi registrada a temperatura mínima recorde no Brasil: 17,8ºC negativos no termômetro, e 40º C negativos na sensação térmica. Ainda no local está instalado o CINDACTA II do Ministério da Aeronáutica, onde é feita o controle do tráfego aéreo do RS e SC.
A Pedra Furada é uma formação rochosa como uma escultura natural em forma de janela, medindo aproximadamente 30 metros de circunferência. O Parque Nacional de São Joaquim foi criado em 1964.
Após pecorrer estradas do município de uribici se chegou a cidade de Bom Jardim das Serra, onde foi possível conhecer a Serra do Rio do Rastro localizada na divisa desse município com Lauro Muller. Do mirante da serra é possível, em dias de sol, avistar o oceano Atlântico. A serra do Rio do Rastro tem uma estrada de 15 km concretada em rocha natural, contornando um Cânion profundo de 1.460 metros em relação ao nível do mar.
Para finalizar, uma paradinha no Mirante de São Joaquim localizado a 1.400 metros de altitude, de onde foi possível apreciar outra belíssima vista panorâmica de São Joaquim da paisagem da região.
Para a equipe da Apremavi, que se divertiu e também aprendeu muito, estes passeios são importantes, porque valorizam tanto nossos recursos naturais e cada vez mais fazem com que exista um compromisso grande com a presevração do meio ambiente.
Fotos: Maria Luiza S. Francisco e Luciano Francisco
06/05/2007 | Notícias
A discussão sobre a divisão do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes merece que sejam lembrados alguns fatos. Para começar, nos últimos 10 anos ouvimos falar diversas vezes de re-estruturação do IBAMA e do MMA, tentativas essas sempre abortadas por interesses corporativistas ou politiqueiros.
Segundo, o Ibama, sucessor do IBDF, Sudepe, etc., na verdade sempre foi um grande cartório dos madeireiros, especializado em autorizar exploração e transporte de árvores de florestas nativas e até bem pouco tempo, de exóticas também (antes da IN MMA No 08/2005).
O antigo Ibama tinha em seu estatuto mais de 100 atribuições e nunca conseguiu cuidar direito das três principais e fundamentais: a) Unidades de Conservação; b) Licenciamento de atividades potencialmente causadoras de impactos ambientais; e c) Fiscalização.
Antes de apontar alguns fatos que demonstram que as coisas nunca funcionaram como deviam, quero dizer que, na minha opinião, o ideal seria ter não duas, mas três instituições com as seguintes atribuições: a) Unidades de Conservação; b) Licenciamento de atividades potencialmente causadoras de impactos ambientais; e c) Fiscalização.
No entanto, quero elogiar o Governo e a Ministra Marina pela coragem de finalmente tomar a iniciativa de fortalecer as instituições nacionais que tem o papel de definir e executar a política ambiental. Dar maior foco ao papel do Ibama e criar uma instituição para cuidar da implementação e gestão das unidades de conservação são, certamente, passos importantes e necessários para que o Brasil comece realmente a tratar com a seriedade necessária as questões do licenciamento, fiscalização e unidades de conservação.
Senão, vejamos:
A estrutura do MMA mais parecia um frankstein com mistura de secretarias temáticas e regionais, umas sobrepondo ações das outras. A interlocução com a sociedade civil sempre deixou a desejar. A nova estrutura parece enfrentar isso. É claro que temos que ficar atentos e cobrar para que realmente aconteça na prática.
Sobre o Ibama vou apenas apontar algumas situações que demonstram que a antiga estrutura não cumpria o papel que a sociedade brasileira espera deste órgão:
Ibama do PR autorizou nos últimos 15 anos, aproximadamente 2.500 planos de manejo (quase todos para cortar araucária e imbuia espécies ameaçadas de extinção). Esse é certamente um dos motivos que fizeram com que as florestas com araucárias quase desapareceram no estado. Quantas dessas áreas (de planos de manejo) continuam tendo floresta em algum estágio de regeneração e quantas viraram áreas com plantio de pinus e soja? Será que o próprio Ibama sabe nos dizer? Será que puniu algum proprietário que converteu a área de floresta para outro uso? Só para lembrar, o corte raso de florestas a partir do estágio médio está proibido desde 1989, com o Decreto do Collor sobre Mata Atlântica. Talvez seja o caso do Ministério Público requisitar informações sobre estes planos e ver o que aconteceu com as florestas.
Em Santa Catarina a situação não é diferente. O Ibama de SC autorizou a partir de 1996 centenas de mal disfarçados planos de manejo de espécies ameaçadas. Só parou quando, em função de Ação Civil de iniciativa das ONGs, a Justiça Federal proibiu o órgão de continuar autorizando tais planos. Tem mais, de 2001 a 2003, o Ibama-SC autorizou o corte de 1 milhão de araucárias, carimbando informações de corte falsas, que afirmavam tratar-se de araucárias plantadas. Hoje praticamente só restam araucárias, imbuias e canelas em UCs. Mesmo assim ameaçadas, porque o Ibama de SC, ainda não se dignou a botar os pés e começar a cuidar das novas UCs (Parque Nacional das Araucárias e Estação Ecológica da Mata Preta) criadas em outubro de 2005. Alega que não foi oficialmente informado sobre a criação das mesmas…
O Parque Nacional de São Joaquim-SC, criado em 1964, foi visitado pela primeira vez pelo Ibama em 1996. Só em 2006 iniciou o processo de regularização fundiária. Certamente é chegada a hora de tratar com mais agilidade e seriedade a implementação e gestão das Unidades de Conservação.
Pergunto também quantos Termos de Parceria o Ibama já assinou com as OSCIPs para gestão de UCs, conforme previsto na Lei do SNUC? Até onde tenho informação: NENHUM.
O Ibama PI autorizou em 2006, o corte raso de 78.000 hectares (alegando tratar-se de manejo) da Serra Vermelha, que tem Mata Atlântica primária em mais de 50% da área. Só suspendeu o projeto após intensa organização e pressão das ONGs locais ligadas à RMA e da opinião pública. Agora o MMA, conforme anunciou o Diretor de Áreas Protegidas na reunião promovida pela RMA em Teresina, está estudando a transformação da Serra Vermelha em Parque Nacional. Viva!!!
Quantos mais desses casos podemos reunir se fizermos apenas uma pequena rodada de discussão dentro de nossas instituições?
Até 2002 o Ibama nos estados era simplesmente loteado para os Governadores ou Parlamentares da base aliada dos governos. Segundo se sabe, os superintendentes nem sequer davam satisfação ao Presidente do Ibama sobre seus atos nos estados. E os estados sabemos bem como agem, vide a recente operação Moeda Verde em Santa Catarina e o escândalo no Rio Grande do Sul, onde plantadores de exóticas querem subverter o zoneamento ambiental do Pampa e a Governadora sucumbiu.
É claro que sempre existiram inúmeros servidores do Ibama que não concordavam com os rumos do órgão e se esforçavam para fazer o melhor, ou seja, cuidar do meio ambiente. Talvez agora eles tenham uma chance real de poder trabalhar direito.
Também existem avanços nos últimos anos, como o seminário sobre fiscalização realizado entre o MMA, Ibama e RMA em Pernambuco e que era uma reivindicação antiga do movimento ambientalista.
Também são avanços as operações de fiscalização feitas pelo país afora, especialmente na Amazônia, e que desmantelaram verdadeiras quadrilhas. As operações tiveram o apoio da Polícia Federal que inclusive prendeu mais de uma centena de servidores do próprio Ibama.
É sempre bom lembrar, que a melhor e mais eficiente forma de Educação Ambiental é a fiscalização eficiente e a aplicação da Lei com a punição exemplar dos criminosos ambientais. Educa rapidinho…
Sobre a forma como foram conduzidas as reformas, gostaria de lembrar que em dezembro de 2002 houve um seminário em Brasília, que contou com a ampla participação do movimento ambientalista, e que já na época sugeriu essas e outras mudanças, para uma nova gestão ambiental no país. Infelizmente o corporativismo do Ibama e o excessiva precaução dos dirigentes do MMA/Ibama inviabilizaram a proposta na época.
Seria importante que as pessoas que querem manter o Ibama como está, apresentem os motivos e argumentos concretos. Apenasfalar que existe um jogo escondido não contribui com a discussão.
Na minha opinião existe sim um jogo acontecendo. Um jogo pesado, promovido por setores econômicos que não querem uma política ambiental forte e que são apoiados por parte da mídia e por parte do governo (Dona Dilma). Esse jogo pesado faz de tudo para que as mudanças fracassem e assim eles possam tomar conta da área ambiental, não para cuidar do meio ambiente e sim para liberalizar, flexibilizar a legislação e permitir o crescimento econômico a qualquer custo.
Infelizmente algumas pessoas estão entrando neste jogo, apoiando os corporativistas do Ibama contra as mudanças, porque eles querem que fique tudo como está. E que o meio ambiente continue sendo algo menor na política do país. Em tempos de Papa…Santa ingenuidade.
Por fim, entendo que a re-estruturação do Ibama e do MMA é uma das iniciativas mais importantes na área ambiental na última década. Uma luz concreta no sentido de realmente termos um Ministério forte definindo as políticas e diretrizes ambientais, um Ibama fortalecido em sua essência licenciamento e fiscalização e um instituto separado, focado e fortalecido, que comece finalmente a cuidar deste imenso patrimônio dos brasileiros que são as unidades de conservação.
Nosso papel nesse momento é cobrar agilidade na implantação e estruturação desses novos órgãos, para que eles de fato consigam cumprir a missão a que foram destinados.
E é claro que existe um caminho longo pela frente, na busca de orçamento para que estes órgãos possam trabalhar direito, na capacitação de seus funcionários, nas discussões com a sociedade civil e com os outros órgãos do Sisnama. Mas pelo menos também começa a existir alguma esperança nova de que a questão ambiental tenha efetivamente o tratamento devido nesse país
28/04/2007 | Notícias
Cerca de 78 mil hectares de matas nativas de Carrasco – uma mescla de Caatinga, Cerrado e do que resta de Mata Atlântica no Piauí – estão virando carvão no Sul do Estado. Uma decisão unânime do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) sugere que a área deveria formar o Parque Nacional da Serra Vermelha. No entanto, um projeto ironicamente denominado Energia Verde, incentivado pelo Ministério do Meio Ambiente e aprovado pelo Ibama, autoriza a empresa JB Carbon S/A, do Rio de Janeiro, a derrubar a última floresta do semi-árido brasileiro para produção de carvão.
O objetivo do empreendimento é abastecer as indústrias siderúrgicas do país e do exterior. No primeiro momento o carvão vegetal produzido na Serra Vermelha está sendo consumido por duas siderúrgicas, a Ferguminas, em Minas Gerais, e Fergumar, no Maranhão, alimentando os fornos que produzem ferro gusa. A meta é ultrapassar quatro milhões de toneladas de carvão nos 13 primeiros anos do projeto. Entre os investidores do negócio, aparecem empresas como a JBW Partners Comércio, Importação e Exportação.
Para o biólogo Francisco Soares, presidente da Fundação Rio Parnaíba (FURPA), o empreendimento é responsável pelo maior crime ambiental do Nordeste e um dos maiores do país. "É um grande desmatamento camuflado de plano de manejo", disparou. Já o proprietário da empresa JB Carbon, João Batista Fernandes, afirma que o projeto é de Manejo Florestal Sustentável – um dos maiores do mundo em volume de biomassa. "Fizemos um cronograma de desmate em 13 lotes alternados que serão explorados anualmente. Em 14 anos a floresta estará maior do que a atual", disse o empresário carioca ao rebater as criticas ao projeto.
Falando em nome do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o diretor do departamento técnico, Carlos Antônio de Moura Fé, disse haver uma confusão entre desmatamento e manejo florestal. "O manejo permite que você corte a árvore deixando parte do seu caule para a rebrota. No momento, a JB Carbon possui uma licença para manejar 5,9 mil hectares e uma nova aérea só será autorizada depois de duas vistorias no local. Após o corte de uma área, ela ficará intocada por 13 anos, tempo suficiente para a recomposição da floresta", garantiu.
"Um Plano de Manejo Florestal Sustentável, não permite o corte raso, com a utilização de toda madeira acima de 2cm no limite aprovado, com a intensidade de corte de 100% da produção florestal. A retirada das árvores teria que ser de forma seletiva e seria necessário ainda outras exigências técnicas. Diante da dimensão do projeto, não foi elaborado o Estudo nem o Relatório de Impacto Ambiental, e, para piorar, não foram realizadas audiências públicas", acusa o biólogo Francisco Soares.
No começo do ano, os procuradores federais Tranvanvan Feitosa e Carlos Wagner Barbosa Guimarães, ambos do Ministério Público Federal, que já tinha alertado o Ibama sobre as deficiências do empreendimento, ingressaram com uma ação civil pública na Justiça Federal, solicitando a suspensão do projeto Energia Verde. Alguns dias depois o juiz federal Clodomir Sebastião Reis, decidiu citar o Ibama e a empresa JB Carbon para que forneçam maiores informações sobre o projeto.
Localizado a mais de 800 km da capital Teresina, numa grande chapada da Serra Vermelha , ocupando áreas dos municípios de Morro Cabeça no Tempo, Curimatá e Redenção do Gurguéia, o projeto Energia Verde fica dentro do condomínio Chapada do Gurguéia, que tem área de 114 mil hectares, divididos em 38 fazendas, entre 19 proprietários. Existem suspeitas sobre a legalidade das terras na região. Em 2005 o Interpi (Instituto de Terras do Piauí) iniciou três ações discriminatórias para investigar a origem das propriedades na área. Num desses processos os técnicos do órgão tentam devolver ao patrimônio imobiliário do Estado do Piauí pelo menos 25 mil hectares.
A área aprovada para manejo florestal pelo projeto Energia Verde, cerca de 77.948 hectares, é maior do que muitos Parques Nacionais, a exemplo de Sete Cidades no Piauí e Ubajara no Ceará. Além disso, a região foi indicada entre as 900 áreas prioritárias para a Conservação da Biodiversidade Brasileira, conforme Relatório Nacional para Convenção sobre Diversidade Biológica, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente.
"Os brejos de altitudes e vários mananciais que descem da Serra Vermelha contribuem para formar as nascentes do rio Rangel, além de outros córregos e mananciais que alimentam a bacia do rio Gurguéia. A cobertura vegetal exerce um papel importante na recarga dos aqüíferos e do lençol freático", explica Francisco Soares. Para ele, a produção de carvão vegetal vai comprometer a bacia dos rios Rangel, Curimatá e Gurguéia, podendo secar riachos e lagoas e até alterar o clima da região, aumentando a própria temperatura local.
Pesquisas lideradas pela equipe do biólogo Hussam Zaher, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, no Parque Nacional Serra das Confusões e na Estação Ecológica Uruçuí-Una – duas reservas localizadas nas proximidades da Serra Vermelha – indicam que a região abriga uma das maiores biodiversidades do interior nordestino, com espécies desconhecidas pela ciência.
Segundo os procuradores, Tranvanvan Feitosa e Carlos Guimarães, o Ministério do Meio Ambiente precisa rever o projeto e suas implicações ecológicas. "O Ibama desconsiderou a biodiversidade da Serra Vermelha e o potencial da floresta para o mercado de créditos de carbono, optando pela utilização mais fácil e de retorno imediato com a produção de carvão. No ritmo aprovado, as florestas do Piauí vão virar cinza em pouco tempo" afirmaram os representantes do Ministério Público Federal.
O deputado federal José Francisco Paes Landim (PTB), em discurso na Câmara dos Deputados, denunciou que o empreendimento estava destruindo uma área que futuramente poderia ser parte de uma reserva natural. O parlamentar enfatizou a necessidade de criação do Parque Nacional Serra Vermelha tendo em vista que "um grande desmatamento compromete a integridade da natureza e pode dificultar a intenção do governo brasileiro em criar essa nova unidade de conservação no Piauí". Já o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), solicitou que o presidente do Ibama, Marcus Barros, seja ouvido na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados para dar explicações sobre o caso.
A forte repercussão do impacto ambiental do projeto tem chamado a atenção dos veículos de comunicação do Brasil e do exterior. A maior emissora brasileira de televisão mandou seus repórteres para a região e uma equipe de tv italiana gravou reportagem sobre o caso. Em Teresina, a Fundação Rio Parnaíba, com apoio de várias ONGs lançou a campanha "ajude a salvar a Serra Vermelha" pedindo que as pessoas telefonem ou enviem e-mails para linha verde do Ibama solicitando a criação do Parque Nacional Serra Vermelha e a paralisação do projeto Energia Verde.
MANEJO POLÊMICO
O Projeto Energia Verde faz parte do Plano de Desenvolvimento da Bacia do Rio Parnaíba (Planap), através da Companhia de Desenvolvimento do Vale dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Aprovado pela Secretaria do Meio Ambiente do Piauí, é um empreendimento que comercializa lenha e carvão para atendimento da demanda energética de diversos setores da economia, tanto do mercado interno como para exportação.
A técnica de exploração utilizada é a do corte raso sem destoca em unidades de produção anual (UPAs) que terão 100% do material lenhoso acima de 2cm aproveitado. "Apenas 4,2% da área total é utilizada anualmente para desmate sob forma de manejo e as áreas de corte foram desenhadas de forma alternada para assegurar o fluxo da fauna", explicou Alessandro Fernandes, diretor da JB Carbon e filho do empresário João Batista Fernandes.
Liderado pela empresa carioca, o projeto está sendo executado no condomínio Chapada do Gurguéia, formado por mais de 30 propriedades. O negócio tem financiamento do Banco do Nordeste e ganhou isenção fiscal do Governo do Piauí por 12 anos. "Nosso objetivo era plantar soja, porém, terminamos convencidos a transformar o projeto num manejo florestal sustentável", explicou o engenheiro Elizeu Rossato Toniolo. "Firmamos parcerias com várias instituições, entre elas o Programa Nacional de Florestas e o Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Caatinga" – um programa financiado pelo PNUD, órgão das Nações Unidas.
Apesar da polêmica envolvendo o projeto Energia Verde, o funcionário do Ibama e coordenador do programa de Conservação e Uso Sustentável da Caatinga, Francisco Campelo, aparece em informe publicitário da empresa JB Carbon promovendo o empreendimento que tem fins lucrativos. "Como funcionário público federal, principalmente de um órgão ambiental, ele não poderia defender um negócio que tem interesses comerciais", denuncia o presidente da Furpa. Por coincidência, o irmão de Francisco Campelo, engenheiro florestal Ricardo Campelo, é um dos responsáveis técnicos pelo empreendimento.
Além do apoio governamental, tanto na esfera federal através do Ministério do Meio Ambiente e Ibama ou via governo do Estado do Piauí, a empresa JB Carbon ainda conseguiu duas autorizações do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para prospectar minério de ferro nas proximidades da Serra Vermelha. A JB Carbon também aparece como uma das doadoras de recursos para campanha de reeleição do governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Em recente fiscalização na fazenda onde o projeto Energia Verde vem sendo executado, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI) encontrou uma série de irregularidades trabalhistas. A empresa foi multada em 50 mil reais por danos coletivos e obrigada a pagar cerca de 200 mil reais a título de indenização aos trabalhadores. Cada empregado vai receber cerca de R$ 1.400. Como a empresa alegou não dispor de numerário suficiêncte, os funcionários receberam R$ 100,00 em espécie e R$ 1.300,00 em cheques.
PARQUE AMEAÇADO
A criação do Parque Nacional Serra Vermelha pode ficar comprometido com o desenvolvimento do projeto Energia Verde. Com planos para desmatar 78 mil hectares, o empreendimento vai causar uma enorme ferida na mata. A densa floresta que cobre o lugar levou séculos para chegar em seu estágio atual. "O desmatamento vai descaracterizar sua formação, causando riscos e prejuízos em toda cadeia natural. Esses parâmetros não foram mensurados e, o mais grave, não existe projeto piloto que demonstre que a mata vai se regenerar", explicou o biólogo Francisco Soares.
Na área da botânica o lugar é um desafio para os pesquisadores. Não existe bibliografia sobre a região. Ocupada por formações de Caatinga arbórea – plantas com porte de árvores – que permanecem com sua copa verde o ano inteiro, o local também tem elementos do Cerrado e da Mata Atlântica, formando uma cadeia de alta diversidade biológica e importante funções ambientais numa região com reduzida interferência humana.
Pesquisas da Fundação Museu do Homem Americano, liderados pela arqueóloga Niéde Guidon, definem a Serra Vermelha como área de provável passagem dos povos pré-históricos que habitaram o Nordeste há mais de 50 mil anos. Pinturas e gravuras rupestres, muitas delas sequer catalogadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), podem ser encontradas na fronteira entre a Serra Vermelha e a Área de Proteção Ambiental do Rangel, uma reserva estadual com dezenas de sítios arqueológicos.
DESERTIFICAÇÃO PODE AUMENTAR
Segundo a ONU, a região de Gilbués, no Sul do Piauí, abriga o maior núcleo de desertificação da América Latina e um dos mais críticos do mundo. A pequena cidade de Gilbués é a mais afetada, ilhada pela erosão. Para o Ministério do Meio Ambiente, os municípios vizinhos de Monte Alegre, São Gonçalo do Gurguéia, Barreiras, Corrente, Riacho Frio e Curimatá também estão incluídos na área afetada pelo processo de degradação ambiental.
Teoricamente esses municípios deveriam ser assistidos tecnicamente pelos órgãos oficiais, controlando as interferências humanas e pesquisando suas características naturais. Ao contrário, a implementação do projeto Energia Verde no município de Curimatá parece contradizer todo esse diagnóstico. "O desmatamento nas chapadas da Serra Vermelha vai contribuir para o avanço do processo de degradação", confirma o biólogo Francisco Soares.
NOVAS ESPÉCIES
No passado, parte da América do Sul tinha um tipo de vegetação que hoje os cientistas chamam de Carrasco. São áreas no alto de chapadas, cobertas por uma mistura de floresta seca e relativamente densa com uma savana mais aberta – quase uma mescla de Cerrado e Caatinga. Em alguns lugareshouve contato entre essas formações e a Mata Atlântica. É o que parece ter acontecido na Serra Vermelha, sul do Piauí.
Recentemente uma espécie de cágado ainda desconhecida foi encontrada no local. O animal se encontra no Museu de Zoologia da USP sendo descrito por pesquisadores da equipe de Hussam Zaher. "A possibilidade de existir animais novos é muito alta", diz o biólogo Luis Fábio da Silveira, que esteve na região.
Somando-se a esse importante achado, a descrição de duas novas espécies de lagartos, o Stenocercus quinarius, no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, e Stenocercus squarrosus, no Parque Nacional Serra das Confusões, publicada na revista científica "South American Journal of Herpetology" confirmam a alta biodiversidade do Carrasco, rico em espécies endêmicas e com características geomorfológicas e de vegetação que o diferem das fisionomias típicas do Cerrado e da Caatinga.
Para os cientistas, o Carrasco pode ser o remanescente de um domínio anterior aos atuais, modificado por processos naturais – climáticos e geológicos. As duas novas espécies têm distribuição aparentemente restrita, ou seja, exclusivas de regiões especiais no Cerrado e seu contato com a Caatinga, áreas prioritárias para a conservação, revisadas recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente.
"As áreas de Carrasco guardam informações biológicas antigas e únicas. Não se sabe quais as origens deste tipo de ambiente já bastante impactado", alerta Cristiano Nogueira, analista de biodiversidade da (CI). Segundo ele, a destruição da vegetação ressalta o risco que as novas espécies correm no exato momento em que "nascem" para a ciência: como todo o resto do Cerrado, da Caatinga e das Florestas Estacionais, seu habitat sofre com o desmatamento, que alimenta as carvoarias e o avanço da fronteira agrícola.
Fotos: Andre Pessoa
23/04/2007 | Notícias
Pelo menos cerca de 40 mil hectares do condomínio Chapada do Gurguéia, responsável pelo projeto Energia Verde, podem ser, com muita probabilidade,terras públicas. A documentação apresentada pela empresa JB Carbon S/A junto à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais Semar, foi definida pelo Interpi (Instituto de Terras do Piauí), como integrantes de um típico caso de grilagem encoberto sob a forma de um condomínio.
Os documentos datados de 1929 e que segundo o empreendimento tem origem em título sesmarial, não demonstram sequer, o nome da Sesmaria. Segundo os técnicos do Interpi a concessão teria ocorrida num Brasil Reinado, o que ultrapassa o período legal desta prática – na época o Brasil já era uma República. As Cartas de Sesmarias foram concedidas no Estado do Pará.
Para o Interpi, nesse período, o território do Piauí estava sob a competência do Governo-Geral de Pernambuco, o que caracterizaria outra irregularidade na documentação. Em 2005, ao tomar conhecimento do relatório emitido pelo Interpi, o Ministério Público do Estado do Piauí recomendou a Semar à anulação de qualquer autorização ou licença ambiental favorável a JB Carbon S/A.
Inconformados com a decisão, a empresa resolveu anexar ao processo outros documentos obtidos junto ao arquivo público estadual. Questionado sobre os novos dados apresentados, o Interpi se posicionou através de um despacho assinado pelo diretor geral do órgão, Francisco Guedes Alcoforado Filho, onde encaminhava o mesmo Parecer Jurídico contrário ao empreendimento.
O estranho é que mesmo diante de tantas evidências de irregularidades, o chefe da Assessoria Judiciária da Procuradoria Geral de Justiça, Erivan José da Silva Lopes, decidiu emitiu parecer favorável a concessão da licença ambiental a JB Carbon S/A, até que o Interpi se manifeste especificamente sobre os novos documentos anexados ao processo.
Foi com essa decisão do Ministério Público do Estado do Piauí que a empresa JB Carbon S/A conseguiu a autorização oficial para implantação do projeto Energia Verde numa área de 114 mil hectares entre os municípios de Curimatá, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia. O objetivo do negócio é transformar 78 mil hectares de florestas em carvão vegetal.
IMÓVEIS SOB SUSPEITAS
O condomínio Chapada do Gurguéia, localizado na Serra Vermelha, no Sul do Piauí, é formado por 38 fazendas divididas entre 19 proprietários. O menor imóvel tem área de 650 hectares e o maior 5 mil hectares. Na média, as propriedades tem cerca de 2.500 hectares. Segundo o Interpi, cerca de 74 mil hectares têm como primeiros proprietários Dílson Lustosa e Romoaldo Lustosa e Silva, e não foram objeto de processo de demarcação de terras particulares, não sendo advindas de demarcação em data alguma.
Os documentos que supostamente comprovariam a legitimidade das terras do condomínio foram expedidas pelos oficiais dos registros de imóveis das comarcas de Avelino Lopes e Redenção do Gurguéia, além de certidões translativas de documentos existentes no arquivo público estadual. A dúvida diz respeito à cadeia dominial dos imóveis.
Segundo Erivan Lopes, chefe da Assessoria Judiciária da Procuradoria Geral de Justiça, até que se prove o contrário, os documentos apresentados pela JB Carbon S/A gozam de presunção de veracidade e fé pública. Para ele, sem uma decisão judicial que declare a falsidade ou irregularidade das certidões imobiliárias, não se pode negar a validade e eficácia dos referidos documentos.
"Dando conta da existência dos imóveis e dos respectivos proprietários, a princípio, entende este órgão ministerial que não se deve tolher dos interessados o direito do exercício pleno da propriedade sobre os imóveis em questão, incluindo-se neste exercício dominial o direito de explorá-los economicamente, cumprindo sua função social", argumentou Lopes em seu despacho.
Fotos: André Pessoa
13/04/2007 | Notícias
Nos dias 12 e 13 de abril, a Rede de ONGs da Mata Atlântica RMA, com apoio de ambientalistas e instituições do Piauí, realizou, em Teresina, uma série de eventos em prol da defesa da Serra Vermelha.
A notícia mais importante dos eventos e comemorada com muitos aplausos foi o anúncio feito pelo representante do Ministério do Meio Ambiente, Maurício Mercadante, Diretor de Áreas Protegidas, durante o Painel sobre a situação da Mata Atlântica no Nordeste. Ele abriu o painel dizendo que o MMA está decidido e fortemente empenhado no processo de criação do Parque Nacional da Serra Vermelha, uma reivindicação da comunidade piauiense.
A Serra Vermelha, com cerca de 120.000 hectares, é uma área no sul do Piauí, onde se encontram três importantes Biomas: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga. Este fato confere à região uma importância extrema, por conta da altíssima biodiversidade que se encontra em seus remanescentes praticamente virgens, intactos e considerada uma floresta relíctual, ou seja, remanescentes de florestas muito antigas.
Entretanto a Serra Vermelha está ameaçada por um projeto chamado Energia Verde, autorizado ilegalmente pelo IBAMA Piauí, no ano de 2006, atualmente paralisado, e que pretende através de um suposto plano de manejo, realizar o corte raso de 78.000 hectares da vegetação nativa primária, transformando- a em carvão vegetal para alimentar os fornos das siderúrgicas de Minas Gerais.
A notícia dada pelo MMA, sobre a decisão da criaç ão do parque, traz um novo alento, porque desta forma este projeto, que na realidade é um crime ambiental, deverá ser definitivamente cancelado.
Durante o painel sobre a Mata Atlântica no Nordeste foi também feita uma apresentação, pela coordenadora da RMA e Conselheira da Apremavi, Miriam Prochnow, sobre a situação crítica em que encontram os remanescentes da Mata Atlântica nessa região e a necessidade de se implementar ações imediatas para sua proteção e recuperação.
Ainda no painel, o também coordenador da RMA, Kláudio Nunes, falou sobre a Lei da Mata Atlântica e a Diretora do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, apresentou os resultados do último encontro do Grupo Internacional de Conselheiros do PPG7 IAG, realizado na Mata Atlântica no ano passado.
No dia 13 pela manhã, coordenadores da RMA, ambientalistas e a comunidade realizaram uma caminhada no centro da cidade, para entregar um documento ao Procurador Geral da República, Tranvanvan Feitosa, contendo uma série de informações técnicas e legais sobre a existência da Mata Atlântica na Serra Vermelha e pedindo providências com relação ao caso. Uma cópia do documento foi também protocolada no Palácio do Governo,endereçadaao Governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Antes da entrega do documento ao Procurador e em frente ao prédio da Procuradoria, a RMA anunciou os vencedores do Prêmio Motosserra de 2007. Os agraciados deste ano são pessoas e instituições que efetivamente contribuíram com a aprovação do projeto Energia Verde, considerado um dos maiores crimes ambientais já cometidos na Mata Atlântica. São eles:
1 Romildo Mafra Gerente Regional do IBAMA Piauí, por ter autorizado o projeto Energia Verde.
2 Carlos Moura Fé Diretor Técnico do IBAMA, responsável pela aprovação técnica do projeto.
3 Dalton Macambira Secretário Estadual de Meio Ambiente do Piauí, por ter concedido a licença estadual para o projeto.
4 JB Carbon, por ser a empresa autora e implementadora do projeto.
5 Tasso Azevedo Ex. Diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, por ter apoiado e incentivado o projeto durante sua gestão no MMA
Além dos eventos acima, coordenação nacional da RMA também aproveitou a aportunidade para fazer sua reunião de preparação para a Semana da Mata Atlântica, que ocorrerá em maio de 2007, na cidade de Porto Alegre.Vale lembrar que este ano a RMA completa 15 anos de existência. Em Porto Alegre serão discutidos vários assuntos importantes sobre o futuro do Bioma, não só no Brasil, mas também no corredor trinacional, que envolve o Paraguai e a Argentina.
Para a Coordenadora Geral da RMA, Kathia Vasconcelos Monteiro,essa ação da Rede foi realmente um sucesso. "Tivemos um apoio fabuloso das pessoas e organizações do Piauí e isso mostrou mais uma vez a importância do trabalho em rede e de que somos capazes de mobilizar e realizar ações efetivas e concretas em prol da Mata Atlântica".
Fotos: André Pessoa, Armin Deitenbach e Miriam Prochnow
05/04/2007 | Notícias
A Apremavi, representada por seu Presidente Edegold Schäffer e Secretária Executiva Mª Luiza Schmitt Francisco, participou nos dias 03 e 04 de abril de uma oficina promovida pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina – CELESC, em Rio do Sul. A oficina teve como objetivo, capacitar multiplicadores para implantação do Projeto Energia do Futuro, que consiste na instalação de aquecedores solares em comunidades, escolas e instituições sociais.
Para demonstrar na prática como pode ser produzido este aquecedor solar, o comerciante de Tubarão José Alcino Alano juntou as características: degradação, benefícios e economia em um invento simples, mas revolucionário: um sistema de aquecimento solar de água feito com garrafas pet, e caixas Tetra Pack.
O esquema é o mesmo dos aquecedores solares produzidos industrialmente, conhecido tecnicamente de sistema termo-sifão. A diferença está justamente no material utilizado. As garrafas, as caixas de leite e alguns metros de canos de PVC são utilizados e servem para aquecer a água.
A iniciativa do Sr. Alano é muito louvável, porque o trabalho dele é totalmente voluntário e ele tem como único objetivo o de fazer multiplicadores dessas ações e com isso melhorar a qualidade de vida da população.
A CELESC pretende distribuir esta tecnologia por meio do programa Responsabilidade Social e assim desenvolver projetos com intuito de viabilizar política comprometida com os aspectos sociais, econômicos e ambientais.
A equipe da Apremavi já está discutindo a possibilidade da aplicação deste modelo de energia com produtos recicláveis dentro dos projetos da instituição, por entender que este tipo de artefato é extremamente importante por dois motivos: retirar da natureza materiais altamente degradadores do nosso meio ambiente e estimular a produção de energias limpas e renováveis.
04/04/2007 | Notícias
Para que as pessoas sejam capazes de se desenvolver elas precisam serem capazes de controlar suas próprias atividades dentro da estrutura das suas comunidades. Precisam participar, não apenas do trabalhobraçal, mas também do seu planejamento e da determinação de prioridades.
Nesse sentido a capacitação de setores da sociedade, na questão do planejamento de propriedades e paisagens, é indispensável. Pois para que essa ação aconteça de maneira efetiva é importante toda a família estar envolvida no processo, assim comooutros atores sociais, entre eles: técnicos e professores, que são os principais disseminadores de informações.
Considerando esses fatores a APREMAVI, através do projeto Planejando Propriedades e Paisagens, realizou uma jornada de cursos de capacitação que envolveu estudantes, agricultores, merendeiras, professores e técnicos. Os cursos foram realizados no município de Atalanta (SC).O primeiro curso aconteceu no dia 19/03, e foi realizado nas dependências do Viveiro Jardim das Florestas. Estiveram presentes técnicos de diversas instituições, entre elas ONGs, instituições governamentais e empresas privadas da região. O tema do curso foi Legislação Ambiental e teve como objetivo principalrepassar informações sobre as principais leis e regulamentos em vigorpara que os técnicos possam orientar proprietáriose também terem subsidios para atuarem frente aos crimes ambientais que vem acontecendo na região.
No dia 26, aconteceu na propriedade do Sr. Raimundo Hobus e do Sr. Argemiro Kubiack um dia de campo sobre Permacultura.Num primeiro momento foi discutido qual era o objetivo coletivo do grupo não somente para esse dia, mas também para os próximos anos. A parte prática aconteceu na propriedade do Sr. Argemiro Kubiack. Durante esse momento foram levantados os principais problemas encontrados na propriedade, mas também quais eram as espectativas da familia em curto, médio e longo prazo. Adiscussão possibilitou ao grupo encontrar algumas soluções simples e economicamente viáveis de ações que podem ser realizadas.
Segundo o palestrante Jorge Thimmerman um passo importante no planejamento não é apenas identificar os problemas, mas sim o agricultor identificar o que ele quer para ele e para sua familia.
Um dos objetivos da permacultura é planejar a propriedade de maneira que se tenha qualidade de vida, e segundo o palestrante Hernades Werner a alimentação é a base da nossa saúde, pois o alimento saudável proporciona qualidade de vida. Por isso no dia 27/03 foi feito uma discussão entre agricultores, merendeiras e professoras sobre ocultivo agroecologico de hortaliças, através de um curso no Parque Natural Municipal Mata Atlântica. O objetivo do curso é estimular que as escolas do município possam oferecer uma alimentação saudável para os alunos e que os agricultores passem a utilizar a técnica em suas propriedades.A parte prática do curso foi realizada na propriedade Serra do Pitoco.
Já é fato comprovado, que a prática do paisagismo eleva a alto estima das pessoas, da mesma maneira que os jardins proporcionam um clima harmônico entre as mesmas. Para atingir esse objetivo, foi realizado nos dias 28 e 29 de março um curso de jardinagem em duas comunidades do município: Rio Caçador e Dona Luiza respectivamente. O curso foi marcado por aulas praticas e teóricas, sendo as mesmas realizadas nas escolas das comunidades e em propriedades particulares. Durante os dois dias estiveram participando do evento professoras, agricultores e os grupos de mulheres organizados dentro do Projeto Microbacias 2.
Um dos principais problemas hoje enfrentados na agricultura, é o êxodo rural, principalmente por parte dos jovens, o que nos leva a crer que é necessária uma ação urgente para auxiliar no processo de reversão desse quadro. Como passo inicial foi então realizada também no dia 29 de março, uma palestra no Parque Natural Municipal Mata Atlântica, voltada a jovens agricultores e estudante do ensino médio. O tema abordado durante a palestra foi A importância do agricultor para a sociedade.
A jornada de capacitação foi desenvolvida durante todo o mês de março, com o envolvimento de 150 pessoas. Entre os palestrantes estiveram presentes representantes da Epagri, do Ministério do Meio Ambiente e profissionais autônomos.
04/04/2007 | Notícias
Durante os dias 28 a 30 de março de 2007, 18 entidades situadas na Mata Atlântica da região nordeste , sudeste e sul do Brasil, discutiram o conteúdo preliminar para a elaboração de um Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica.
O projeto MANUAL AGROFLORESTAL PARA MATA ATLÂNTICA Capacitação participativa de agricultores familiares e formação de agentes de desenvolvimento agroflorestal para difusão de experiências com práticas agroflorestais no bioma da mata atlântica é financiado pelo MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário e além de proporcionar a elaboração do próprio manual pretende realizar a capacitação participativa de agricultores familiares e a formação de agentes de desenvolvimento agroflorestal nas regiões de abrangência das entidades parceiras.
A Oficina Técnica de Capacitação foi realizada no CBBC Centro Brasileiro de Biologia da Conservação, centro de capacitação do IPÊ Instituto de Pesquisas Ecológicas, localizado em Nazaré Paulista, no estado de São Paulo.
As 18 entidades colaboradoras deste projeto são: Instituto Floresta Viva, IESB e Centro de Desenvolvimento Terra Viva da Bahia; Fundação Cepema do Ceará; APTA do Espírito Santo; Fundação Rureco do Paraná; Centro Sabiá de Pernambuco; Centro Litoral Norte eEcocitrus do Rio Grande do Sul; GAE/UFRuralRJ, Instituto Ipanema e REBRAF do Rio de Janeiro; Apremavi, Ipereté e Vianei de Santa Catarina e Ipê, Proter e Mutirão Agroflorestal de São Paulo.
Para o Engenheiro Florestal da Apremavi, Leandro Casanova, que participou da oficina, este projeto será muito impotante não só para o conjunto das iniciativas de agrofloresta na Mata Atlântica, mas também para o trabalho da Apremavi, pois será uma grande oportunidade de divulgar e discutir os trabalhos que a instituição vem desenvolvendo ao longo de seus 20 anos de exsistência.
A Apremavi irá abordar os modelos de agrofloresta que desenvolve na região, o enriquecimento de florestas secundárias e também o planejamento de propriedades e paisagens. Além disso, para aumentar a qualidade dos trabalhos, serão envolvidos os proprietários com os quais a Apremavi já trabalha e que já desenvolvem experiências em suas propriedades. Também será oferecida uma capacitação específica em agrofloresta para esses proprietários.
Maiores informações: http://www.rebraf.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=211&sid=10
Foto da oficina: Marcos Copacheski
03/04/2007 | Notícias
Contribuir para a conscientização sobre a importância da fauna e flora regional é o propósito do Programa Caiubi de Educação Ambiental, desenvolvido pela Klabin e oferecido a professores e alunos de escolas públicas das comunidades onde a empresa atua. O Programa foi lançado em Santa Catarina, primeiramente no município de Bocaina do Sul, nos dias 29 e 30, e seguirá para outras cidades do estado.
Para despertar o interesse dos envolvidos, o Caiubi realiza seminários, palestras, cursos teóricos e práticos, além de diversas ações que têm o meio ambiente como tema.
O Caiubi capacita professores a desenvolverem atividades de educação ambiental com seus alunos, que se tornam multiplicadores das informações.
O objetivo é conscientizar as crianças para que elas tenham um comportamento ambientalmente correto e contribuam para a melhoria da qualidade de vida de suas famílias e de toda a comunidade.
Realizado em parceria com a Secretaria de Educação do município catarinense, o lançamento do programa aconteceu em duas etapas. No dia 29 a Klabin realizou evento com 30 professores da rede municipal e estadual.
Nesse primeiro dia de treinamento, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer assuntos relacionados às áreas florestais da Klabin, o sistema de Gestão Ambiental Industrial e Controle de Incêndios florestais da empresa, entre outras ações da companhia voltadas para a preservação da natureza.
O evento contou com a participação da Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí – Apremavi que através do seu presidente Edegold Schäffer que realizou palestra com os temas: educação ambiental e legislação e apresentou os trabalhos realizados pela instituição.
Já a apresentação do programa Matas Legais foi feita pelo técnico da Apremavi, Edinho Pedro Schaffer e pela estagiária Leoniria Assing através de uma atividade lúdica, utilizando o joguinho "Fique Legal", em formato gigante. Após o jogo foram distribuídos Kits e mudas do programa.
No dia 30, os professores seguiram para a Unidade da Klabin em Correia Pinto para visitarem a unidade e participarem, juntamente com coordenadores e gerentes, do evento de reabertura da Trilha Araucária Klabin. Localizada nas proximidades da empresa, com 1.260 metros, a trilha é entremeada pela mata nativa das áreas florestais da Klabin e foi restaurada com o apoio do projeto Planejando Propriedades e Paisagens executado pela Apremavi.
Criado em outubro de 2001, o Programa Caiubi já está em atuação nas cidades de Telêmaco Borba (PR) e Ponte Nova (MG), municípios onde a Klabin está presente. Em 2006, o Programa comemorou o número de 107 mil alunos beneficiados e 401 professores capacitados. Os colaboradores da empresa também recebem treinamento em educação ambiental com enfoque semelhante ao que é utilizado para os professores.
A Apremavi já é colaboradora do Caiubi desde 2005, quando Miriam Prochnow proferiu palestra em Telêmaco Borba e conheceu de perto o programa e as atividades que a Klabin desenvolve no Paraná.
28/03/2007 | Notícias
O Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais com o apoio da Fundação Avina lança nesta sexta-feira, dia 30 de março, um site sobre monitoramento das hidrelétricas pela sociedade civil (www.maternatura.org.br/hidreletricas).
No site são encontradas informações sobre os principais empreendimentos hidrelétricos projetados ou em construção na região sul do Brasil. O intuito é oferecer bases para que a sociedade compreenda as implicações que a construção de barragens traz, especialmente sobre a biodiversidade regional, e mostrar os caminhos para que a população possa se mobilizar contra estes impactos.
O Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, com sede em Curitiba/PR. Desde a sua fundação, em 1983, atua na formulação e implementação de projetos e políticas públicas para o meio ambiente.
A Fundação Avina é uma associação sem fins lucrativos com sede na Suíça, cuja missão é o fortalecimento de lideranças da sociedade civil e empresariado para o desenvolvimento sustentável da América Latina.
A iniciativa conta com a parceria de outras ONGs, como a APREMAVI Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí, que possui reconhecido trabalho em defesa de ecossistemas afetados por hidrelétricas, a exemplo da recente área de floresta com araucária inundada pelo reservatório da UHE Barra Grande.
Segundo Paulo Pizzi, presidente do Mater Natura o site atuará como instrumento de apoio às instituições da sociedade civil que atuam em prol da não instalação de usinas hidrelétricas em regiões que possam ocasionar graves impactos ambientais e socioeconômicos. Ele cita como exemplos, no Estado do Paraná, as lutas capitaneadas pelas ONGs Liga Ambiental para evitar a implantação de UHEs no rio Tibagi e CEDEA (Centro de Estudo, Defesa e Educação Ambiental) contra as hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape, divisa com o Estado de São Paulo.
Pizzi ressalta que o objetivo não é simplesmente ser contra a implantação de todo e qualquer empreendimento hidrelétrico, mas sim alertar para que os poderes públicos e os empreendedores tenham maior responsabilidade e critérios na escolha dos locais para implantação destes projetos, para minimizar os impactos ambientais e sociais. Ele defende que o conjunto destes impactos deve ser levando em conta para, inclusive, justificar o não licenciamento de projetos cujo custo x benefício seja prejudicial à manutenção da qualidade de vida de comunidades e da biodiversidade em ecossistemas regionais.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Cláudia Divinoou Paulo Pizzi (41)3013-7185
E-mails: Ascom@maternatura.org.br eInfo@maternatura.org.br