Louro-pardo, uma árvore de luxo

Louro-pardo, uma árvore de luxo

Louro-pardo, uma árvore de luxo

O louro-pardo (Cordia trichotoma) é uma espécie de árvore nativa da América do Sul ocorrendo no Brasil, Argentina e Paraguai. Em terras brasileiras pode ser encontrada em todas as regiões, nos seguintes tipos de vegetação: área antrópica, Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial).

A árvore pode alcançar 35 metros de altura, com tronco reto e cilíndrico, dando fustes de 10 a 20 metros. Suas flores são pequenas, brancas, perfumadas e com floração vistosa, observada de janeiro a julho, e possui propriedades melíferas. A produção de sementes ocorre a cada dois anos e a dispersão de frutos e sementes é anemocórica, ou seja, se dá pelo pelo vento.

O louro-pardo apresenta melhor crescimento nas áreas sem geadas rigorosas. Em seus primeiros anos de vida, é sensível ao frio e sofre com as geadas tardias. Sua plantação é mais recomendada para plantios em locais com temperatura média de 18 ºC. Além disso, é uma espécie exigente com relação ao tipo de solo, assim os plantios devem ser feitos em solos de fertilidade química média a alta, profundos, bem drenados e com textura que varia de franca a argilosa. 

É uma das espécies nativas com maior potencial para o plantio com fins econômicos, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, por apresentar uma combinação de aspectos favoráveis, como crescimento rápido, boa forma, madeira de qualidade, frutificação abundante e facilidade de produção de mudas.

Em relação aos seus aspectos ecológicos, é considerada uma espécie secundária inicial a secundária tardia, sendo recomendada para a restauração em locais sem inundação.  A Apremavi produz mudas de louro-pardo no viveiro Jardim das Florestas, para utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas.

Louro-pardo em Teresina (PI). Foto: Izamoi Nam, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Árvore, mudas, flores e sementes de Louro-pardo (Cordia trichotoma). Fotos: Arquivo Apremavi e Izamoi Nam, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Louro-pardo

Nome científico: Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud
Família: Boraginaceae
Utilização: madeira utilizada para fabricação de móveis, peças decorativas e pequenos barcos. Utilizada para paisagismo de forma geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando se observar que as inflorescências estiverem secas.
Época de coleta de sementes: janeiro a maio.
Fruto: alado, inflorescência seca quando madura, cálice aderente ao fruto.
Flor: branca.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, sub-bosque.
Observação: a semente permanece aderida ao fruto.

 

Referências: 

CARVALHO, P. E. R . Espécies arbóreas brasileiras, 2014.

Carvalho, P. E. R. Louro pardo, 2002.

Cordia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB16536>. Acesso em: 29 ago. 2023.

PROCHNOW, M. (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.

LORENZI, H. Árvores  brasileiras: um manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1, 3 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

http://www.tropicalflora.com.br/tropicalflora/pt/ajxDetTexto.php?codtexto=45&codcategoria=25. Acesso em: 20 de fev.2009.

 

Autoria: Equipe Apremavi.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.

Feijoa, a nossa goiaba-da-serra

Feijoa, a nossa goiaba-da-serra

Feijoa, a nossa goiaba-da-serra

A goiaba-da-serra, também conhecida como feijoa, goiaba-serrana, goiaba-crioula ou araçá-do-rio-grande é uma frutífera nativa da Mata Atlântica do Sul do Brasil, encontrada na floresta com araucárias. Suporta bem o frio, sendo uma espécie importante para plantios de restauração.

A goiaba-da-serra tem formato arbustivo, com altura variando de 2 a 5 metros de altura, o que facilita a colheita dos frutos. Seu fruto verde possui casca bastante espessa e em geral é consumido in natura e de “colherinha” como se diz na região meio oeste de Santa Catarina. O fruto doce-acidulado e com excelente aroma também serve para a produção de sucos, geleias e sorvetes.

As flores da goiaba-da-serra são muito vistosas, com pétalas
carnudas e estames vermelhos.  As pétalas das flores podem ser utilizadas em saladas. Como são muito saborosas são bastante apreciadas pelas aves, que funcionam como polinizadores da planta. Ao se “sujarem” de pólem acabam levando o pólem de uma planta para outra. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegaram a observar nove espécies de pássaros se alimentando em um único pé de goiaba-da-serra, em Gramado (RS), entre eles o sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca) e a saíra-preciosa (Tangara preciosa). O sanhaço foi avistado alimentando os filhotes no ninho com os pedacinhos de pétalas.

As flores vistosas fazem com que a espécie seja muito usada para ornamentação. A goiaba-da-serra também tem sido apontada como uma espécie de grande potencial ecológico, exatamente por ser muito atrativa à avifauna.

Apesar de ser nativa do Brasil, as raras frutas que podem ser encontradas nos mercados, são normalmente provenientes de plantações feitas na Colômbia. Mesmo tendo um enorme potencial econômico, os plantios para fins comercias no Brasil ainda são raros, por conta da fragilidade do fruto, cuja armazenagem não pode ultrapassar de 2 a 3 semanas, e pelo fato da espécie ainda não estar completamente domesticada.

O viveiro Jardim das Florestas da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) produz mudas de goiaba-da-serra para serem utilizadas em projetos de recuperação de áreas e paisagismo. Um dos projetos executados pela Apremavi que utiliza essa espécie é o Projeto Araucária, patrocinado pela Petrobras.

Sanhaçu de encontro azul (Thrapis cyaniptera)​, um dos apreciadores da goiaba-da-serra. Foto: Acervo Apremavi.

Goiaba-da-serra

Nome científico: Acca sellowiana (O. Berg.) Burret.
Família: Myrtaceae.
Utilização: Madeira utilizada para lenha e obras em geral. Seus frutos são comestíveis e podem ser transformados em geleias, sucos, doces, etc. Muitos animais se alimentam desta espécie que pode também ser utilizada para o paisagismo urbano.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começa a queda espontânea dos frutos.
Fruto: O fruto é classificado como um pseudofruto do tipo pomo, casca verde, baga com formato oblongo, polpa cor gelo, tem diâmetro de 3 a 5 cm.
Frutificação: Fevereiro a Maio.
Flor: Vermelha com branco
Crescimento da muda: Médio.
Germinação: Normal.
Plantio: Mata ciliar, área aberta.

Autora: Marluci Pozzan.
Colaboração: Edilaine Dick e Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:

AMARANTE, C .V. T.; SANTOS, K. L. Goiabeira-serrana (Acca sellowiana). Rev. Bras. Frutic. vol.33 no.1 Jaboticabal Mar. 2011.

BARNI, E.J.; DUCROQUET, J.P.; SILVA, M.C.; NETO, R.B.; PRESSER, R.F.Potencial de mercado para goiabeira-serrana catarinense. Florianópolis: Epagri, 2004. 48p. (Documento, 212).

DEGENHARDT, J. et al. Morfologia floral da goiabeira serrana (feijoa sellowiana) e suas implicações na polinização. Rev. Bras. Frutic. vol.23 no.3 Jaboticabal Dec. 2001.

LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 254.

MONDIN, C. A., EGGERS, L. FERREIRA, P. M. A. (Org). Catálogo ilustrado de plantas – espécies ornamentais da PUCRS. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.

PROCHNOW, M. (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul. Apremavi: 2007.

QUADROS, K. E. et al. Estudo anatômico do crescimento do fruto em Acca sellowianaBerg. Rev. Bras. Frutic. vol.30 no.2 Jaboticabal June 2008.

http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/feijoa-guardem-bem-este-nome/

Grumixama, a surpresa de Natal da Mata Atlântica

Grumixama, a surpresa de Natal da Mata Atlântica

Grumixama, a surpresa de Natal da Mata Atlântica

No Natal da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) uma coisa é certa: não pode faltar aquela cesta cheia de frutas deliciosas colhidas direto do Jardim das Florestas. Dentre as opções que enchem os nossos olhos e também o dos pássaros está a Grumixama (Eugenia brasiliensis).

Nativa da Mata Atlântica a Grumixama é uma árvore de porte médio, altamente resistente à variação climática, que ocorre do sul da Bahia até Santa Catarina.

É uma árvore elegante com flores brancas de muito perfume, dotada de copa densa e estreita. Quando adulta, pode alcançar até 15 metros de altura.

A madeira é própria para obras de marcenaria comum, carpintaria e forros. Podem também ser utilizadas para preparar sucos, licores, aguardentes, vinagres e doces (Veja abaixo receita de Cheescake).

Acredita-se que a Grumixama é rica em antioxidantes e tem alto teor de vitamina C, do complexo B (B1 e B2) e flavonoides. Pode ser usada como expectorante para cessar a tosse, quando feito um xarope com a sua casca e um pouco de mel.

A origem do nome Grumixama, segundo o vocabulário Tupi-Guarani, provém de “guamichã”: o que pega na língua. A fruta deve “pegar na língua” por ser bastante palatável e com sabor inigualável, misto de pitanga e jabuticaba.

Na época de frutificação (novembro-dezembro) são as árvores repletas de frutos que fazem o convite para o início da festa das crianças e também dos adultos, que depois experimentar in natura várias frutinhas (é impossível comer uma só!) ainda levam mais um pouco para casa.

Como toda frutífera nativa a grumixama serve como alimento para a fauna e, apesar do seu crescimento lento, é muito utilizada nos projetos de restauração florestal.

Neste Natal, enquanto a natureza nos mostra cada dia mais que devemos valorizar a nossa biodiversidade, a Apremavi convida você a apreciar a beleza e os sabores da Mata Atlântica.

Fartura de grumixama. Foto: Miriam Prochnow.

Grumixama

Nome científico: Eugenia brasiliensis Lam.
Família: Myrtaceae
Utilização: Madeira utilizada para obras de torno, carpintaria. Bom potencial para paisagismo. Bastante cultivada para produção de frutos, que são saborosos e consumidos principalmente ao natural. São atrativos para a avifauna.
Época de coleta de sementes: Novembro a dezembro.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore ou no chão após a queda dos frutos.
Fruto: Amarelo, vermelho ou preto carnoso.
Flor: Branca.
Crescimento da muda: Médio.
Germinação: Normal.
Plantio: Mata ciliar, área aberta.

Hora da receita:

Cheesecake de Grumixama

Ingredientes

Para a base de biscoito:
200 gramas de biscoito doce tipo Maria
100 gramas de manteiga sem sal
Para a cheesecake:
400 gramas de cream cheese
3 ovos
1 gema
100 gramas de açúcar refinado
20 gramas de farinha de trigo
300 ml de leite
Essência de baunilha

Para a geleia de grumixama:
500 gramas de polpa de grumixama
100 gramas de açúcar refinado
Suco de 1 limão

Modo de Preparo

Base de biscoito
Triture os biscoitos-maria no liquidificador. Em seguida, derreta a manteiga e misture-a com a farinha de biscoito. Com essa massa, forre o fundo de uma assadeira redonda.

Cheesecake
Em uma batedeira, bata o cream cheese com os ovos, a gema e o açúcar refinado, e deixe homogeneizar um pouco. Depois, acrescente o leite, a essência de baunilha, e lentamente, a farinha. Continue batendo até obter um creme homogêneo e fofo.
Despeje, então, o creme sobre a base de biscoito e asse em forno aquecido a 180ºC por, aproximadamente, 45 minutos. Reserve.

Geleia de grumixama
Em uma panela, cozinhe todos os ingredientes até reduzir pela metade. Depois de frio é só jogar por cima do cheesecake e servir.

Autoras: Tatiana Arruda Correia.
Colaboração: Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:

LORENZI, H. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. São Paulo: Instituto Plantarum, 2008.

PROCHNOW, M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007.

MAGALI, A. Benefícios da Grumixama. Acessado em: http://www.frutasnobrasil.com/beneficios_grumixama.html.

RIGO, N. É hora de colher grumixama. Acessado em:
http://come-se.blogspot.com.br/2011/11/e-hora-de-colher-grumixama.html

Guabiroba, um gostinho inconfundível

Guabiroba, um gostinho inconfundível

Guabiroba, um gostinho inconfundível

A guabiroba (Campomanesia xanthocarpa) também conhecida como gabiroba é uma planta da família das Myrtaceae. É uma espécie nativa, mas não endêmica de nosso país, que ocorre na Mata Atlântica e no Cerrado. É uma árvore mediana, varia de 10 a 20 m de altura, dotada de copa alongada e densa.  Tronco ereto e com caneluras de 30 a 50 cm de diâmetro com casca fissurada e de cor marrom. Folhas simples, opostas, membranáceas, frequentemente assimétricas, brilhantes, com nervuras impressas na face superior e salientes na inferior.

A planta é pouco exigente de cuidados, crescimento rápido a médio, resistente ao frio, abundante nas partes úmidas das matas, produzindo anualmente grande quantidade de frutos e sementes. Ao se extrair as sementes do fruto, as mesmas devem ser semeadas logo, uma vez que perdem rapidamente a capacidade de germinar. Curiosamente um quilo de sementes contêm aproximadamente 13.000 unidades.

A guabiroba é rica em proteínas, carboidratos, niacina, sais minerais, vitaminas do complexo B. Além do consumo in natura, a gabiroba pode ser aproveitada na forma de sucos, doces, sorvetes, pudins e ainda servir de matéria-prima para saborosos licores. Frutifica de dezembro a maio.

Segundo informações populares, tem boas qualidades medicinais especialmente para tratamentos gastrointestinais, como a diarreia. As folhas da gabiroba em infusão podem ser usadas como um relaxante muscular através de banhos de imersão, e assim aliviar dores. Importante ressaltar que para o uso de medicamentos fitoterápicos a orientação médica é imprescindível.

Os frutos da gabiroba servem de alimento para grande número de pássaros, pequenos mamíferos, peixes e até répteis, como o lagarto-teiú (Tupinambis teguixin), que juntamente com o muriqui (Brachyteles arachnoides), representam os dois principais agentes dispersores de suas sementes. Esse aspecto a torna uma espécie chave nos plantios de restauração da Mata Atlântica, especialmente para áreas de matas ciliares.

A madeira é moderadamente pesada, dura, resistente, textura média e de boa durabilidade natural. É empregada para tabuado em geral, para confecção de instrumentos musicais e cabos de ferramentas.

O nome guabiroba é de origem Tupi e segundo estudiosos, quer dizer “árvore de casca amarga”, importante elemento de reconhecimento da espécie, aliás, a casca do tronco da gabirobeira, como a da maioria das Mirtáceas, vai se desprendendo em lascas e deixando grandes manchas mais claras por toda a sua extensão, o que lhe confere um bonito aspecto.
A gabirobeira é ainda utilizada na arborização em geral, graças a sua bela conformação ornamental, principalmente na primavera, quando sua copa se enche de pequenas flores brancas, dando um agradável e relaxante sensação de limpeza e claridade ao ambiente. A espécie é indicada para reflorestamentos em áreas degradadas, matas ciliares e é amplamente cultivada nos pomares domésticos.

Muda de guabiroba. Foto: Acervo Apremavi.

Guabiroba

Nome científico: Campomanesia xanthocarpa
Família: Myrtaceae
Utilização: empregada para tabuado em geral, para confecção de instrumentos musicais e cabos de ferramentas. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento para vários animais.
Coleta de sementes: os frutos são colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, durante os meses de novembro a janeiro.
Fruto: Amarelo, arredondado, de aproximadamente 2 cm, contendo até 4 sementes.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: normal de 15 a 30 dias e geralmente a taxa de germinação é alta.
Plantio: Mata ciliar, áreas abertas ou sub-bosques, pomares domésticos e arborização urbana.

Autoras: Daiana Tânia Barth e Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:

LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Volume 1. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 257.

PROCHNOW. M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007.

http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/guabiroba.html#.UVs1U6KG1vA disponível em 15/05/2013 às 17h38.

http://nossasarvores.greennation.com.br/content/tree_specie/6 disponível em 02/04/2013 às 17h52.

http://frutasefloresexoticas.blogspot.com.br/2008/05/guabiroba.html disponível em 02/04/2013 às 17h56.

http://www.colecionandofrutas.org/campomanesiaxantoc.htm disponível em 03/04/2013 às 08h40.

Paineira-rosa, uma beleza singular

Paineira-rosa, uma beleza singular

Paineira-rosa, uma beleza singular

A Paineira-rosa, como é conhecida, ocorre naturalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.

Ela chega a medir até 20 metros de altura, tem o tronco cinzento-esverdeado com estrias. O tronco das paineiras tem boa capacidade de sintetizar clorofila, isto auxilia o crescimento mesmo quando a árvore está despida de folhas.

As folhas caem na época da floração. São grandes, com cinco pétalas rosadas com pintas vermelhas e bordas brancas. Há uma variedade menos comum, com flores brancas.

Os frutos são cápsulas verdes, e quando maduras arrebentam expondo as sementes envoltas em fibras finas e brancas que auxiliam na flutuação.

A partir dos vinte anos de idade aproximadamente, os espinhos costumam começar a cair na parte baixa do caule, e, gradualmente, também caem das partes mais altas. Diz-se no Brasil que isto permite à árvore receber ninhos de pássaros, o que seria impossível de acontecer quando ela está com espinhos longos e pontiagudos, assim, flores e frutos já não estão presentes, a árvore continua dando sua contribuição hospedando os passarinhos.

A madeira da paineira-rosa é bastante leve, mole e pouco resistente, além de não ter boa durabilidade. Pode ser utilizada na confecção de calçados, caixotaria, celulose e artesanato. A paina é uma fibra fina e sedosa, mas pouco resistente, não sendo muito aproveitada na confecção de tecidos, mas é usada como preenchimento de travesseiros e brinquedos de pelúcia.

Por terem crescimento rápido são bastante populares na recuperação de áreas degradadas. A paineira-rosa é uma planta excelente para o paisagismo de grandes áreas, como parques e jardins públicos, devido ao seu rápido crescimento e beleza. A floração é intensa e ocorre no verão e outono, com a árvore semi ou completamente despida de sua folhagem.

É uma árvore tropical, mas tolera o frio, desde que não seja muito intenso. Deve ser cultivada em solos férteis irrigados a intervalos regulares, sempre sob sol pleno. Multiplica-se facilmente por sementes, que germinam e se desenvolvem rapidamente. Pode se multiplicar por estacas, embora mais raramente, sendo este método empregado em regiões muito frias.

Muda de Paineira-rosa. Foto: Acervo Apremavi.

Paineira-rosa

Nome científico: Chorisia speciosa A. St.-HIl
Família: Bombocaceae
Utilização: madeira utilizada para fabricação de caixas, canoas e celulose. Espécie utilizada para paisagismo e grandes áreas e jardins.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época de coleta de sementes: setembro a outubro.
Fruto: verde escuro, oval, contendo várias sementes por fruto, envoltas com paina, possuindo aproximadamente 20 cm.
Flor: rosa.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.

Fontes consultadas

PROCHNOW. M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007.

Autora: Geraldine Marques Maiochi.

Sua majestade, a Araucária

Sua majestade, a Araucária

Sua majestade, a Araucária

A Araucária, também conhecida como pinheiro-brasileiro, é a árvore predominante da Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Floresta com Araucárias, uma das formações florestais do bioma Mata Atlântica. Originalmente, essa floresta se espalhava por cerca de 200.000 quilômetros quadrados dos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos planaltos e regiões mais frias.

O pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) é uma árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque especial à paisagem. Chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetro de dois metros e altura de até 50 metros.

Durante seu crescimento passa pelas mais variadas formas. Quando pequeno o pinheirinho parece um candelabro, à medida que cresce assume a forma de um cone e já no auge de sua maturidade, assemelha-se a uma taça. É o conjunto de taças, das copas dos pinheiros adultos, que confere à floresta com araucárias toda sua beleza e imponência, em especial no inverno, quando a neve a enfeita ainda mais.

No Sul do Brasil, o pinheiro brasileiro também é muito lembrado no período de inverno e festas juninas, quando a sua semente, o pinhão, é muito apreciado, cozido ou assado na brasa. Existe inclusive a festa nacional do pinhão, em Santa Catarina. O pinhão é uma fonte de alimento muito importante para a fauna nativa. Uma lenda, passada de geração em geração, conta que quem planta a araucária é a gralha-azul, que coleta os pinhões para comer, escondendo alguns para depois e acaba se esquecendo deles. Assim nascem os novos pinheirinhos. Lenda ou não, o fato é que existe uma ligação muito profunda e delicada entre a floresta e seus habitantes, inclusive os habitantes humanos. O pinhão é, ainda hoje, uma fonte de renda para muitas famílias.

 

Diferentes aspectos da Araucária. Em destaque, o Pinhão, a semente da Araucária. Fotos: Acervo Apremavi.

Características gerais

Árvore perene, a Araucária se caracteriza por ser monopodial e seus ramos laterias formando ângulos de quase noventa graus; costuma ter entre 10 e 35 metros de altura e por volta de 50 a 120 cm de diâmetro, sendo que, na fase adulta e em condições favoráveis, alguns espécimes já demonstraram seus possíveis 50 metros de altura e 250 cm de diâmetro. Seu tronco é reto e possui copa alta, muito característica e dificilmente confundível, sua casca é grossa e escura num tom marrom por fora, enquanto por dentro apresenta coloração clara com tons róseos e é resinosa. É gimnosperma, logo não possui flores nem frutos verdadeiros e, após a fecundação, é formada a pinha que pode ser caracterizada como uma flor primitiva.

A sua estrutura reprodutiva feminina de formato mais arredondada e a masculina fina e esticada dependem quase exclusivamente do vento para dispersão de suas sementes e polinização, porém não deixa de possuir uma relação de alta importância com diversos seres vivos, tanto para nidificação de pequenas aves, quanto alimento e eventualmente dispersão de sementes. Um fato interessante, mesmo que comum, é sua associação por meio de micorrizas, sendo uma troca de nutrientes entre fungo e árvore.

A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a araucária fosse impiedosamente explorada, principalmente a partir do início do século XX. Calcula-se que, entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 e 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras. Nem mesmo a beleza cênica, a riqueza biológica, a importância econômica de espécies como a araucária, a imbuia, o xaxim, a canela sassafrás e a erva mate, ou o alerta de cientistas e ambientalistas feitos a partir de 1930, foram suficientes para que as autoridades e a sociedade brasileira adotassem medidas efetivas de proteção da floresta com araucárias.

A araucária é uma das espécies mais antigas da flora brasileira, passou por diversos períodos geológicos, suportou drásticas mudanças climáticas, mas não está resistindo aos machados e motosserras de duas gerações humanas. Atualmente a floresta com araucárias está à beira da extinção. Restam menos de 3% de sua área original, incluindo as florestas exploradas e matas em regeneração. Menos de 1% da área original guarda as características da floresta primitiva.

Esta situação é cotidianamente agravada porque a floresta ainda sofre pela exploração ilegal da madeira e pela conversão da floresta em áreas agrícolas e reflorestamentos de espécies exóticas, aumentando ainda mais o isolamento e insularização dos remanescentes. A mesma pressão é exercida sobre os campos naturais associados à Floresta Ombrófila Mista, agravando ainda mais a situação desse ecossistema.

A araucária é um símbolo de resistência na luta pela conservação da biodiversidade. Muitas batalhas foram perdidas, como o caso escandaloso de Barra Grande.Entretanto ainda resta esperança e a manutenção dos últimos remanescentes nativos é fundamental, como pode ser constatado no trabalho feito junto ao Parque Nacional das Araucárias e à Estação Ecológica da Mata Preta.

 

 

Diferentes estágios da produção de mudas de Araucária no Viveiro Jardim das Florestas – Apremavi. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto. 

A solução é restaurar

A restauração da floresta com araucárias também é extremamente importante e ela pode ser feita inclusive visando o uso econômico no futuro, seja da madeira da araucária plantada, seja através da colheita do pinhão (de araucárias nativas ou plantadas), seja pela exploração de sistemas agroflorestais, onde a araucária pode ser plantada com outras espécies como a erva-mate, a espinheira-santa, a bracatinga, a pitangueira, a cerejeira e etc.

O que importa é que todos se conscientizem de que as ações em prol do futuro do Planeta devem ser colocadas em prática por todos nós, imediatamente.

Visando apresentar o passo-a-passo para a produção de mudas nativas, a Apremavi realizou em 2021 O evento “Restauração e Produção de Mudas Nativas – O exemplo da araucária”. Miriam Prochnow falou sobre a Mata Atlântica e Wigold B. Schäffer usou a araucária como exemplo sobre a importância do uso dessa espécie em plantios de restauração de áreas degradadas. 

Oficina de viveiritas realizada durante live no dia 30 de junho é uma iniciativa da Apremavi e do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental com apoio da Cáritas Brasileira e da Misereor.

Araucária

Nome cientifico: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze.
Família: Araucariaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, utensílios domésticos e cabos de ferramentas. Foi muito utilizada na indústria naval. Sementes comestíveis (pinhão) e atrativas para a fauna. Também é utilizada no paisagismo.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda.
Época de coleta de sementes: abril a agosto.
Fruto: Não apresenta frutos, suas sementes ficam juntas “nuas”, sem nenhuma polpa as envolvendo. O conjunto de sementes é chamado de pinha.
Flor: estróbilos verdes.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: Cada sementes é colocada diretamente nos saquinhos com substrato, com a ponta para baixo, levemente inclinada, sendo de germinação rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta.
Não é recomendável a produção de mudas através da repicagem. Para o plantio no campo é importante que as mudas não ultrapassem 10 cm de altura. Os pinhões também podem ser plantados diretamente.
Status na Lista Vermelha da IUCN: perigo crítico (critically endangered).

 

Fontes Consultadas:

LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. – Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

THOMAS, P. 2013. Araucaria angustifolia. The IUCN Red List of Threatened Species 2013: e.T32975A2829141. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T32975A2829141.en.

Autores: João Casimiro, Miriam Prochnow e Wigold B. Schaffer.

Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Foto de capa: Wigold B. Schaffer.

Ipê-amarelo, a cor dourada do Brasil

Ipê-amarelo, a cor dourada do Brasil

Ipê-amarelo, a cor dourada do Brasil

O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional. Desde então o ipê-amarelo é a flor símbolo de nosso país.

Os ipês pertencem à família das Bignoniáceas, da qual também faz parte o jacarandá, e ao gênero Tabebuia (do tupi, pau ou madeira que flutua), embora sejam de madeira muito pesada para flutuar. Tabebuia era, na verdade, o nome usado pelos índios para denominar a caixeta (Tabebuia cassinoides), uma árvore de madeira leve da região litorânea do Brasil, muito usada hoje na fabricação de artesanatos, instrumentos musicais, lápis e vários outros objetos.

Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. No Norte, Leste e Nordeste do Brasil, são mais conhecidos como pau-d’arco (os indígenas utilizavam a madeira para fazer arco e flecha); no Pantanal, como peúva (do tupi, árvore da casca); e, em algumas regiões de Minas Gerais e Goiás, como ipeúna (do tupi, una = preto). Na Argentina e Paraguai ele é conhecido como lapacho.

De forma geral os ipês ocorrem principalmente em florestas tropicais, mas também podem aparecem de forma exuberante no Cerrado e na Caatinga. A Tabebuia chrysotricha é uma das espécies nativas de ipê-amarelo que ocorre na Mata Atlântica, desde o Espírito Santo até Santa Catarina. Este nome científico (chrysotricha) é devido à presença de densos pêlos cor de ouro nos ramos novos. Tem como sinonímias botânicas: Tecoma chrysotricha e Handroantus chrysotrichus.

Conhecidos por sua beleza e pela resistência e durabilidade de sua madeira, os ipês foram muito usados na construção de telhados de igrejas dos séculos XVII e XVIII. Se não fosse pelos ipês, muitas dessas construções teriam se perdido com o tempo. Até hoje a madeira do ipê é muito valorizada, sendo bastante utilizada na construção civil e naval.

Hoje é muito difícil encontrar uma árvore de ipê-amarelo em meio à mata nativa, quando isso acontece, o espetáculo é grandioso e merece ser apreciado com calma e reverência. Podendo atingir até 30 metros de altura, o ipê em flor no meio da mata, contrasta com o verde das outras árvores.

As variedades de pequeno e médio porte (8 a 10 metros) são ideais para o paisagismo e a arborização urbana. A coloração das flores produz um belíssimo efeito tanto na copa da árvore como no chão das ruas, formando um tapete de flores contrastantes com o cinza das cidades.

Não é a toa ter inspirado tantos poetas.

Ontem floriste como por encanto,
sintetizando toda a primavera;
mas tuas flores, frágeis entretanto,
tiveram o esplendor de uma quimera. Como num sonho, ou num conto de fada,
se transformando em nívea cascata,
tuas florzinhas, em sutil balada,
caíam como se chovesse prata…”

(Sílvio Ricciardi)

Sendo uma espécie caducifólia, o período da queda das folhas coincide com a floração que se inicia no final do inverno. Quanto mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê amarelo. As flores desta espécie atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores.

As mudas de ipê, sejam amarelos, roxos, rosas, brancos ou verdes, estão entre as mais procuradas no viveiro Jardim das Florestas. Essas espécies também são muito utilizadas pela Apremavi nos projetos de restauração florestal.

Avenida de ipês amarelos. Foto: Acervo Apremavi.

Ipê-amarelo

Nome cientifico: Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A.DC.)Standl.
Família: Bignoniaceae.
Utilização: madeira utilizada na construção civil, cercas, molduras, postes, tábuas, rodapés, etc. espécie muito utilizada pelo paisagismo urbano.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: outubro a novembro.
Fruto: legume deiscente.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta.
Observação: semear logo após a coleta, pois perde rapidamente poder de germinação. A cobertura das sementes nas sementeiras deve ser uma fina camada com substrato leve.

Autora: Miriam Prochnow.
Colaboração: Geraldine Maiochi e Tatiana Arruda Correia.
Fontes Consultadas:

LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. – Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=884&sid=2

http://www.oguialegal.com/ipe-amarelo.ht

Erva-mate, uma árvore de tradição

Erva-mate, uma árvore de tradição

Erva-mate, uma árvore de tradição

A erva-mate, conhecida cientificamente por ilex paraguariensis, é originária da Mata Atlântica e pode ser encontrada nas florestas dos três estados do sul do Brasil, no norte da Argentina, Paraguai e Uruguai. Sua árvore pode atingir mais de oito metros de altura. O caule é curto e cinza e as folhas são ovais e coriáceas. O fruto é pequeno e pode ser verde ou vermelho-arroxeado.

A extração e cultivo da erva-mate é uma tradição antiga. Os primeiros a utilizarem a planta, fazendo uma infusão com as folhas, foram os indígenas Guaranis e Quínchua, que habitavam a região das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis.

A origem da palavra mate deriva do quíchua matty, nome dado para a cuia, o recipiente onde o chá mate era bebido por estes povos. Com o passar do tempo, o hábito de tomar chimarrão (feito com água quente) ou tererê (feito com água fria/gelada ou limonada) popularizou-se principalmente nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, sendo também consumido na Argentina, Uruguai, Paraguai e em algumas localidades do Chile e do Peru.

A erva-mate é conhecida por suas propriedades estimulantes e digestivas, sendo que o mate pode ser considerado o chá oficial do Brasil, uma vez que além do uso tradicional sob forma de chimarrão ou tererê, o mate também é consumido como chá quente ou chá mate gelado no verão, comum nas praias do litoral brasileiro.

Além das tradicionais destinações da erva-mate (chimarrão, chá, refrigerante), a sua utilização na indústria química (tintas e resinas, medicamentos, desinfetantes e outros produtos), começa a crescer, embora ainda de forma reduzida.

Por ser uma planta capaz de combater doenças, como anemia, diabetes e depressão, e possuir um grande valor nutricional, a erva mate era considerada desde a época dos indígenas como um néctar dos deuses.

O mate contém quase todos os nutrientes que o organismo humano precisa e é capaz de estimular a atividade física e mental. Estudos mostram que estão presentes na erva vitaminas como as do complexo B, C, D e E, e sais minerais, como cálcio, manganês e potássio.

A erva mate combate células cancerígenas e retarda o envelhecimento. A principal característica é que ela tem o poder de eliminar a oxidação das células de colesterol ruim. O mate evita o acúmulo de placas de ateroma que causam o entupimento das artérias.

O chá mate, além de auxiliar na digestão e na hidratação, é um estimulante oferecendo mais ânimo e disposição. Entretanto, o consumo deste produto deve ser dosado caso o usuário sofra de insônia ou irritabilidade. As pessoas agitadas, nervosas ou que têm insônia devem evitar o consumo do chá mate a noite.

A erva mate é colhida em ciclos de dois em dois anos. A poda da planta jovem estimula a brotação e facilita a colheita das folhas, a condução dos brotos em forma de taça, facilita as colheitas e a planta é mantida com cerca de três metros de altura.

O cultivo da erva-mate abrange cerca de 180 mil propriedades dos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, este último responsável por pelo menos 75% da produção nacional. Emprega, direta e indiretamente, mais de 700 mil pessoas. As propriedades em que ela é cultivada são, na maioria, pequenas e médias o que lhe assegura uma importância social expressiva. Em Santa Catarina, o município de Canoinhas é considerado a capital da erva mate.

Também tem aumentado o cultivo da erva-mate orgânica, o que traz um diferencial na produção e na qualidade do produto. A erva-mate também é uma espécie-chave na composição de Sistemas Agroflorestais no Sul do Brasil, juntamente com a araucária.

Segundo dados pesquisados no município de Turvo (PR), uma família, por exemplo, com uma propriedade de 13,8 hectares, alcança produção anual de 300 a 400 arrobas de erva-mate. Nas propriedades que possuem este produto certificado como orgânico o preço quase dobra. Em 2008 a arroba de erva-mate (saca com 15 quilos do produto verde ou beneficiado) cultivada nos modelos tradicionais alcançou entre R$ 4,50 e R$ 5,50. Já com a certificação de erva orgânica, o preço da arroba chegou a R$ 8,20. Devido à qualidade do produto, sua comercialização atingiu o mercado exterior, através do contrato com uma empresa americana, a Guayakí, que no ano de 2008 adquiriu 90 toneladas da erva-mate orgânica.

A certificação da erva-mate passa por ações de fiscalização e padronização de qualidade, visando obter um produto que esteja sendo produzido num ambiente equilibrado e numa propriedade que atenda à legislação ambiental. Pesquisadores analisaram que a melhor erva-mate é a sombreada, ou seja, aquela cujas folhas são extraídas do interior da floresta. A erva-mate sombreada apresenta melhor composição natural, não tendo suas propriedades químicas alteradas pela exposição ao sol, por exemplo.

A certificação da erva-mate, produzida no Sul do Brasil, representa um importante passo na introdução da certificação florestal no país. Foi o primeiro produto não-madeireiro a receber o selo FSC por meio da adoção de critérios específicos para produtos não-madeireiros em remanescentes da Mata Atlântica. Atestada pela certificadora Smartwood, que trabalha através do Imaflora, a certificação é a garantia da prática de um manejo florestal ambientalmente adequado, socialmente justo e economicamente viável.

A ervateira Putinguense, sediada no município de Putinga, estado do Rio Grande do Sul, foi a primeira a cumprir o rigoroso processo da certificação socioambiental. O selo, concedido em março de 2003, gerou um impacto imediato na valorização da erva-mate.

A erva-mate é uma das espécies produzidas no viveiro Jardim das Florestas da Apremavi. O fruto é colhido maduro para retirar as sementes. As sementes são enterradas na areia fina por aproximadamente seis meses, num processo chamado de escarificação (camadas alternadas de sementes e areia). Depois desse período as sementes são colocadas para germinar numa sementeira, sendo que a germinação ocorre após mais dois meses. Depois elas são passadas para “saquinhos”, onde ficam de quatro a seis meses na estufa para atingirem um padrão de 15 a 20 cm, quando podem ir para o campo.

As técnicas de plantio, apesar de não serem complexas, requerem atenção. Para que o cultivo desta planta seja realizado com sucesso é preciso saber que os melhores dias para o plantio são os dias sem sol. A plântula é muito sensível ao sol, por isso exige sombreamento até que a planta atinja alguma maturidade. As plantas nativas se reproduzem por meio de pássaros que ingerem o pequeno fruto e defecam sua semente já escarificada.

Plantio de erva-mate no sub-bosque de mata secundária. Foto: Acervo Apremavi.

Erva-mate

Nome científico: Ilex paraguarienses A. ST.-Hil.
Família: Aquifoliaceae
Utilização: usada para lenha e fabricação dos caixotes. Suas folhas são utilizadas para fazer “mate”, ou chimarrão, um dos mais conhecidos chás do país. Seus frutos são consumidos por várias espécies de aves.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: janeiro a março.
Fruto: vermelho escuro, roxo, com pouca polpa.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio a lento.
Germinação: lenta – necessitando de estratificação.
Plantio: mata ciliar, área aberta, sub-bosque.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.

Agricultor ao lado dos pés de erva-mate plantados por ele. Foto: Acervo Apremavi.
Autoras: Miriam Prochnow e Tatiana Arruda Correia.
Fontes Consultadas:

Análise de Compostos Fenólicos, Metilxantinas, Tanino e Atividade Antioxidante de Resíduo do Processamento da Erva-Mate: Uma Nova Fonte Potencial de Antioxidantes. Disponível em:
http://www.google.com/search?hl=pt-BR&rls=com.microsoft:pt-br:IE-SearchBox&q=erva+mate+e+saude+pdf&start=10&sa=N Data de acesso: 25 jan. 2010.

ERVA MATE. Blog Multivegetal. Disponível em: http://blog.multivegetal.com/ Data de acesso: 24.jan. 2010.

ERVA MATE . Revista rural. n° 103 – setembro 2006. Disponível em: http://www.revistarural.com.br/Edicoes/2006/Artigos/rev103_erva_mate.htm. Data de acesso: 24 jan. 2010.

HEINRICHS, R.; MALAVOLTA, E. Mineral composition of a commercial product from mate-herb (Ilex paraguariensis St. Hil.). Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 5, p. 781-785, 2001.

LORENZI, HARRI. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arboóreas Nativas do Brasil. vol.1, 3ª ed. – Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2000.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

PICONE, Claudia (coordenação). O Uso Sustentável dos Recursos Naturais na Floresta com Araucárias. The Nature Conservancy (TNC). [2009].

Caroba, uma exuberância de flores

Caroba, uma exuberância de flores

Caroba, uma exuberância de flores

Andar pelas estradas de Atalanta (SC) na primavera é um convite à admiração da natureza, as árvores se apresentam imponentes, na composição harmônica do verde das folhas e do colorido das flores. Entre tantas belezas, destacam-se as carobas, conhecida também como carobinhas ou jacarandá-branco.

A Caroba (Jacaranda puberula) é uma planta que gosta de sol, comumente encontrada em capoeiras e capoeirões situados em solos úmidos de planícies, aclives suaves e solos pedregosos, apresentando grande afinidade com a vegetação secundária. Ocorre tanto no interior da floresta primária como em formações secundárias.

A espécie apresenta potencial de uso para recomposição de áreas degradadas, pois possui rápido crescimento, adapta-se bem a solos arenosos e argilosos degradados, além de enriquecer a serapilheira com suas folhas, sendo indicada sobretudo para plantio em encostas nos estágios inicial a médio de regeneração.

É bastante ornamental, podendo ser empregada com sucesso no paisagismo principalmente na arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas.

Algumas espécies de Jacaranda são utilizadas na medicina popular, como a espécie Jacaranda caroba. O uso no combate a infecções é realizado através do banho preparado com folhas e a infusão destas é usada internamente contra sífilis e como depurativo sanguíneo. O macerado das folhas em aguardente é aplicado externamente como cicatrizante e contra úlceras.

A madeira também pode ser empregada na construção civil em obras internas, como ripas e forros, para carpintaria, miolos de painéis e portas, rodapés, caixotaria, celulose, cepas de calçados, etc.

Muda de Caroba. Foto: Acervo Apremavi.

Caroba

Nome científico: Jacaranda puberula
Família: Bignoniaceae
Características morfológicas:
altura de 4-7 m, com tronco de 30-40 cm de diâmetro, folhas compostas bipinadas de 20-25 cm de comprimento, folíolos glabros, de 3-5 cm de comprimento.
Ocorrência: sua ocorrência é do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, na mata pluvial da encosta atlântica.
Fenologia: floresce durante os meses de agosto-setembro junto com o surgimento das novas folhas e a maturação dos frutos que ocorre de fevereiro-março.
Obtenção de sementes: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quanto iniciarem sua abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Devido a baixa densidade das sementes, cobrir o fruto com tela para evitar a sua perda pelo vento. Um quilograma contém aproximadamente 165.000 sementes. Não é viável armazenar as sementes por mais de três meses.
Produção de mudas: colocar as sementes para a germinação logo após a colheita em canteiros semi-sombredos contendo substrato organo-argiloso; cobrir levemente as sementes com substrato peineirado e irrigar delicadamente duas vezes ao dia. A emergência das mudas ocorre entre 8-15 dias, e a taxa de germinação é superior a 80%. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é médio, dificilmente não ultrapassando 3m aos dois anos.

Fontes consultadas

GLUFKE, C. Espécies florestais recomendadas para recuperação de áreas degradadas. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1999. 48p.

Hiruma-Lima CA, Di Stasi LC 2002. Scrophulariales medicinais. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora Unesp, p. 449-452.

Lorenzi H. 2000. Árvores Brasileiras. Nova Odessa: Editora Plantarum, v. 1, p. 41.

REITZ, P.R. Bignoniaceae. In: ___. Flora catarinense. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974. 172p.

Autora: Tatiana Arruda Correia.

Quem não gosta de um Ingá-feijão?

Quem não gosta de um Ingá-feijão?

Quem não gosta de um Ingá-feijão?

O Ingá-feijão ocorre em quase todo o território brasileiro, sendo bem comum nas matas ciliares. É uma árvore mediana, tendo de oito a 15 m de altura, e de 20 a 30 cm de diâmetro. Seu tronco relativamente fino, de ramificação quase horizontal, forma uma copa arredondada e densa, tendo folhas compostas por dois a três pares de folíolos lanceolados de três a 15 cm de comprimento e de 1 a 4 cm de largura.

Apesar de preferir os ambientes ao longo dos rios e lagos, também ocorre em terra firme, com solo profundo e úmido. Por ser uma espécie pioneira, sua ocorrência é maior em capoeiras e capoeirões situados em solos úmidos.  Em florestas mais conservadas ocorre apenas de forma esparsa.

Produz intensa floração de outubro a fevereiro e frutificação de março a maio. As flores brancas, reunidas em espigas, são vistosas, perfumadas e melíferas. Os frutos são vagens lisas, roliças, segmentadas, tendo sementes com polpa branca adocicada. Na época de floração e frutificação é um espetáculo que chama a atenção de todos os que passam.

O Ingá-feijão é também uma árvore ornamental, podendo ser utilizada na arborização urbana e para formação de cortinas arbóreas. Suas flores são melíferas e seus frutos são comestíveis, sendo indicado o seu plantio em pomares. Os frutos também atraem pássaros e outros animais como macacos e até peixes, por isso seu uso é recomendado nos plantios de restauração florestal e de matas ciliares. Sua madeira pode ser empregada em obras externas, carpintaria e caixotaria.

Na medicina popular, a infusão da casca tem propriedades anti-sépticas. As folhas são usadas como adstringentes e no tratamento de inflamações da mucosa bucal e da garganta.

Muda de Ingá-feijão. Foto: Arquivo Apremavi.

Ingá-feijão

Nome científico: Ingá marginata Willd.
Família: Fabaceae.
Utilização: madeira utilizada para lenha, fabricação de caixas e carpintaria em geral. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento também para vários animais, dentre eles, o Serelepe.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos.
Época de coleta de sementes: novembro a março.
Fruto: legume verde (vagem), contendo várias sementes por fruto, possuindo aproximadamente 15 cm.
Flor: branca.
Crescimento da muda: rápido.
Germinação: rápida.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

Fontes consultadas

Ingá-feijão. http://www.esteditora.com.br/correio/4991/right.htm. Acessado em:

Ingá-feijão. http://www.chaua.org.br/especie/inga-feijao. Acessado em:

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Autoras: Geraldine Marques Maiochi e Miriam Prochnow.

Quem quer Cereja da Mata Atlântica?

Quem quer Cereja da Mata Atlântica?

Quem quer Cereja da Mata Atlântica?

Popularmente conhecida também como cerejeira, cerejeira-do-mato e cerejeira-da-terra, a cereja, Eugenia involucrata, ocorre naturalmente do Rio Grande do Sul à Minas Gerais, principalmente nas floresta Semideciduais e na floresta com araucárias.

É uma planta de mata densa. Quando cultivada a pleno sol não se desenvolve em altura. Com uma copa arredondada, chega a ter de 5 a 8 metros de altura quando isolada e de 10 a 15 metros, quando na mata. Seu tronco é ereto e mais ou menos cilíndrico, de 30 a 40cm de diâmetro, com casca lisa e descamante. Floresce durante os meses de setembro a novembro e os frutos amadurecem em novembro e dezembro.

A cereja da Mata Atlântica é amplamente cultivada em pomares domésticos da região sul do país. Seus frutos são também avidamente consumidos pela avifauna, tornando a espécie bastante interessante para o plantio em áreas degradadas.

As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo que a mais comum dentre as variedades comestíveis é a de cor vermelha. É rica em vitamina A, cálcio e fósforo. Com um aroma muito delicado, é utilizada para decorar doces, sorvetes, coquetéis e licores. Quando consumida in natura, a cereja tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Porém, o consumo excessivo pode provocar problemas estomacais.

Sua madeira é moderadamente pesada, compacta, elástica, muito resistente e de boa durabilidade. É empregada para confecção de cabos de machado e outras ferramentas. A árvore é extremamente ornamental e pode ser utilizada no paisagismo, principalmente na arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas.

Muda, frutos e flor de Cereja. Foto: Acervo Apremavi.

Cereja

Nome científico: Eugenia involucrata DC.
Família: Myrtaceae.
Utilização: madeira utilizada para lenha e cabo de ferramentas agrícolas. Possuem frutos comestíveis que podem ser transformados em geléias, doces e licores. Aves de diversas espécies se alimentam de seus frutos.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda.
Época de coleta de sementes: agosto a novembro.
Fruto: vermelho-roxo.
Flor: branca.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Observação: espécie frequentemente atacada por fungo causador da ferrugem, muito comum em plantas da família das Myrtaceaes.

Fontes consultadas

DICK, Edilaine. Avaliação do crescimento das espécies arbóreas nativas em plantio de restauração localizada nas margens do reservatório Irai –- Pinhais, PR. Videira, 2005.

PROCHNOW, M (org). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007. 188p.

Autora: Miriam Prochnow

Canjerana, a árvore da madeira vermelha

Canjerana, a árvore da madeira vermelha

Canjerana, a árvore da madeira vermelha

A canjerana, também conhecida como canjarana, ocorre desde Minas Gerais e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul. Apresenta ampla dispersão em Santa Catarina, sendo bastante comum em todas as formações florestais do estado.

Seu nome científico (Cabralea canjerana) faz referência à Pedro Álvares Cabral, por sua expedição nas terras hoje pertencentes ao Brasil, enquanto a segunda parte vem da língua tupi-guarani e significa “cajá falso”. Ocorre naturalmente em vários tipos de solos, de férteis aos de baixa fertilidade, principalmente os situados no alto dos morros, porém prefere solos úmidos e profundos, em terrenos planos ou suavemente ondulados, onde a drenagem é lenta.

Sua árvore é de grande porte, podendo atingir até 35 metros na idade adulta e 100 centímetros de diâmetro, embora o comum seja algo próximo de 40 centímetros.. Sua casca é de cor cinzenta escura, resinosa, com até 2 cm de espessura; levemente fendilhada e um pouco fibrosa. Seu tronco é cilíndrico e pode ser reto ou tortuoso, sendo que, quando atinge grandes idades a árvore apresenta raízes tabulares proeminentes, auxiliando em sua sustentação.

A madeira da canjarana, que tem uma cor bem avermelhada, sempre foi considerada muito valiosa para a construção civil, por sua resistência ao ataque de pragas. Além disso, também é muito empregada na marcenaria, especialmente para a estrutura de móveis. Pode também ser utilizada para fins ornamentais, melíferos e medicinais. O suco dos frutos pode ser empregado como inseticida.

Mudas de Canjerana. Foto: Acervo Apremavi.

Seus frutos, de grande valor ecológico pelo alto teor nutricional, são muito apreciados por aves e pequenos mamíferos, fazem com que seja uma espécie facilmente disseminada. Este também é um dos motivos para que a canjerana seja utilizada em reflorestamentos e plantios de restauração ambiental.

A floração costuma ocorrer nos meses de outubro até dezembro e é seguida pela frutificação, que ocorre por volta de maio até agosto. O processo gera um fruto globuloso avermelhado, composto de uma até dez sementes no seu interior, que não é carnoso, e apresenta um látex branco pegajoso. É uma planta dióica, ou seja, hermafrodita, e apresenta uma relação muito importante com diversas aves e artrópodes na sua região de ocorrência, como por exemplo aves, abelhas e e marimbondos que, ao se alimentarem consomem o pólen produzido.

A espécie é indicada para recuperação de matas ciliares por suportar bem áreas sujeitas à inundação temporária.

Diferentes estruturas e aspectos da Canjerana. Fotos: Gabriela Schaffer, Wilsonpni, Reserva Aponapo e Ruth Ripley; através do Biodiversity4All.

Canjerana

Nome científicoCabralea canjerana (Vell.) Mart.
Família: Meliaceae
Utilização: madeira utilizada em rodapés, construção civil, molduras e artesanato. Possuem frutos atrativos a avifauna.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a abertura espontânea dos frutos.
Fruto: carnoso deiscente.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, sub-bosque, solo degradado.
Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (least concern).

 

Fontes consultadas

BARSTOW, M. 2018. Cabralea canjerana. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN 2018: e.T62967A68080470. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2018-1.RLTS.T62967A68080470.en . Baixado em 11 de outubro de 2021 .

DICK, Edilaine. Avaliação do crescimento das espécies arbóreas nativas em plantio de restauração localizada nas margens do reservatório Irai –- Pinhais, PR. Videira, 2005.


Autores:
Geraldine Marques Maiochi e João Casimiro

Revisão: Vitor Lauro Zanelatto

Foto de capa: Gabriela Schaffer

 

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