Bancada ruralista ataca APPs Urbanas e põe população em risco

Bancada ruralista ataca APPs Urbanas e põe população em risco

Bancada ruralista ataca APPs Urbanas e põe população em risco

Pelo menos 15 Projetos de Lei querem alterar o Código Florestal e reduzir as áreas protegidas das cidades. Dois deles estão na pauta para votação esta semana. Reduzir a proteção das áreas de preservação permanente significa colocar a população em risco e aumentar os prejuízos econômicos para toda a sociedade.

Alterar o marco temporal das Áreas de Preservação Permanente (APPs),  transferir aos municípios a competência para dispor sobre APPs urbanas e não impor limites mínimos de preservação de vegetação nas faixas marginais de quaisquer cursos d’ água naturais; são estes os objetivos de dois projetos de lei prestes a serem votados na Câmara e no Senado.

O Projeto de Lei 2510/2019 de autoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC) e o Projeto de Lei 1869/2021 de autoria do Senador Jorginho Mello (PL-SC), alteram muito mais do que o Artigo 4º do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), que dispõe sobre a delimitação das APPs; ameaçam a paisagem, a qualidade de vida nas zonas urbanas, colocam em risco de morte os moradores das faixas marginais dos rios e aumentam os prejuízos decorrentes das enchentes e enxurradas.

Indo na contramão dos dados científicos, os projetos ignoram a importância das APPs enquanto instrumento jurídico que garante a conservação e restauração da vegetação nessas áreas e, assim, garante o bem estar das populações urbanas.

Em um país onde a população vive majoritariamente nas áreas urbanas, os dois PLs desconsideram os impactos das já observadas tragédias climáticas vivenciadas em Santa Catarina, que infelizmente são hoje frequentes em diversas outras regiões do país, aumentam nossa vulnerabilidade aos profundos impactos da degradação ambiental e vão na contramão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular, o ODS 11, que preconiza tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

 

Nota Técnica

Motivados pela urgência na análise do teor dos projetos de lei citados acima, 90 especialistas em meio ambiente e questões urbanas elaboraram Nota Técnica para alertar o Senado e a Câmara dos Deputados sobre a inoportunidade e os riscos inerentes à aprovação, sem uma discussão técnica aprofundada, de qualquer alteração nas áreas de preservação permanente nas zonas urbanas.

Veja a Nota Técnica na íntegra aqui.

 

Sessão de Debates Temáticos

Com a finalidade de enriquecer a discussão em torno do Projeto de Lei 1.869/2021, o Senado Federal irá realizar hoje, segunda-feira, dia 23 de agosto, às 19h, uma Sessão de Debates Temáticos no Plenário Virtual da Casa.

Wigold B. Schaffer, fundador e conselheiro da Apremavi, e Maurício Guetta, consultor jurídico do Instituto Socioambiental, participarão do debate e terão a oportunidade de apresentar os argumentos presentes na Nota Técnica.

Acompanhe o debate aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BqcolaUz65U 

 

Acompanhe a Sessão Temática sobre o Projeto de Lei 1.869/2021 que o Senado Federal irá realizar hoje, segunda-feira, dia 23 de agosto, às 19h.

Autora: Carolina Schäffer

Obs. Esta matéria foi editada em 25 de Agosto com a inserção da última versão da Nota Técnica que contém a atualização da lista de signatários, que passou de 50 para mais de 110 especialistas.

Ruralistas atacam Código Florestal; projetos podem ser votados nos plenários da Câmara e Senado

Ruralistas atacam Código Florestal; projetos podem ser votados nos plenários da Câmara e Senado

Ruralistas atacam Código Florestal; projetos podem ser votados nos plenários da Câmara e Senado

DO ISA_ A bancada ruralista está promovendo um grande ataque ao Código Florestal (Lei 12.651/2012) no Congresso, menos de dez anos depois de uma drástica reforma da legislação, instituída originalmente em 1965 – e com grande parte das alterações ainda não implementada.

Um pacote de projetos na Câmara e no Senado pretende permitir, em especial, a redução ou até a eliminação de vegetação de beira de rio em cidades. As chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs) são fundamentais para o controle de inundações, assoreamento, erosão e poluição, além de garantir a qualidade e a quantidade dos mananciais de água.

Nesta semana, podem ser votados, no plenário da Câmara, o regime de urgência do Projeto de Lei (PL) 2.510/2019, do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), e, no plenário do Senado, o PL 1.869/2021, do senador Jorginho Mello (PL-SC). As duas propostas são carros-chefe da mobilização ruralista: na Câmara, a proposta principal tem outros projetos anexados ou com requerimento de anexação.

Segundo as regras do Código Florestal, que é uma lei federal, as APPs devem ter entre 30 metros e 500 metros de comprimento na beira de rios em área urbana, dependendo da largura do curso de água. Uma das principais bandeiras do pacote ruralista é permitir que o tema seja regulado pela legislação municipal, o que abre caminho para a diminuição ou até o fim dessas áreas protegidas.

Além de ruralistas e governo, o lobby pelas alterações reúne parte dos setores imobiliário, comercial e industrial e também prefeituras. Para ambientalistas e pesquisadores, as propostas vão estimular e legalizar ocupações de áreas sensíveis e, em consequência, ampliar desastres, como enchentes e deslizamentos, além de prejuízos econômicos e mortes.

Todo dia alguém tenta mudar o Código Florestal. Nas últimas semanas, um grande número de projetos tem tirado o nosso sono com o objetivo de flexibilizar nossa legislação para destruir e ocupar nossas florestas. Isso precisa parar“, afirma o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista.

A gravidade e a extensão desse pacote são espantosas. Sua aprovação abriria uma porta para a realização de novos desmatamentos em todos os biomas brasileiros, dentro de áreas protegidas essenciais à proteção dos recursos hídricos e à segurança da população”, diz Kenzo Jucá, assessor técnico do ISA.

Para Jucá, se aprovados, os projetos também vão inviabilizar o cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no tratado internacional de mudanças climáticas, o Acordo de Paris. “Isso também afastaria o país do ingresso na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O objetivo desse conjunto de alterações na lei é renovar a antiga intenção de alguns setores radicais do agronegócio de nunca implementar o Código Florestal de fato.

O ISA produziu uma nota técnica sobre o pacote ruralista contra o Código Florestal. “Trata-se de um cheque em branco, sem qualquer contrapartida ambiental, para que cada um dos 5.570 municípios possa, de forma desordenada e em detrimento do equilíbrio ecológico, reduzir suas APPs e abrir novas áreas para desmatamento”, afirma o documento.

Código Florestal

Imagem publicada no tuitaço promovido pelo Observatório do Código Florestal e organizações associadas no último dia 18 de agosto de 2021. Fonte: OCF.

Crise climática

“Em pleno 2021, e com a crise climática já instalada, Câmara e Senado parecem ignorar os problemas que ocorrem pela falta da vegetação ao longo dos rios, como as enchentes cada vez mais frequentes e intensas, causando destruição e perda de vidas humanas”, diz Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima.

Pretendem votar às pressas regras mais flexíveis sobre as Áreas de Preservação Permanente urbanas. É uma irresponsabilidade completa. Cidades inteligentes respeitam as regras ambientais. Para isso, os legisladores necessitam lutar pela implementação das regras protetivas, e não para flexibilizá-las”, alerta Araújo. “Na margem desses rios, historicamente têm sido ignoradas nas cidades brasileiras as faixas com matas ciliares, que protegem os rios de assoreamento e as comunidades de enchentes”, acrescenta.

O Código Florestal estabelece que APP é uma área protegida que tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, protegendo o solo.

Autor: Oswaldo Braga de Souza do Instituto Socioambiental, com informações do jornal Estado de São Paulo.

14 de agosto foi dia de mutirão de plantio de árvores no Assentamento Neri Fabris

14 de agosto foi dia de mutirão de plantio de árvores no Assentamento Neri Fabris

14 de agosto foi dia de mutirão de plantio de árvores no Assentamento Neri Fabris

O dia 14 de agosto de 2021 foi de “mão na massa” para a equipe da Apremavi e os assentados do Assentamento Neri Fabris, localizado em Curitibanos (SC). Foi realizado um mutirão de plantio de árvores nativas para revitalizar a área comunitária do assentamento, que tem 763 hectares, completa 10 anos no dia 27 de dezembro deste ano e abriga 46 famílias. O plantio faz parte da campanha nacional do MST de plantar 100 milhões de árvores até 2030.

Através do Programa Matas Legais, uma parceria da Apremavi com a Klabin, foram doadas 1.500 mudas nativas. As mudas que sobraram do plantio no entorno da área comunitária, foram levadas pelos assentados para plantio nos lotes.

Na reunião que aconteceu após o plantio, Jô Santin, representante do MST, falou sobre a importância da ação e fez um apelo: “As famílias do Assentamento Neri têm um compromisso importante, de cuidar das árvores plantadas, para que quando alguém chegar aqui a pessoa possa dizer, como está bonito o assentamento. Cada planta precisa ser colocada na terra com o maior carinho, porque a terra é mãe e gera vida”.

Para Osni Ribeiro, um dos Coordenadores do Assentamento, o envolvimento de todos é muito importante, especialmente pelo cuidado que todos têm que ter com a água.

1.500 mudas de árvores nativas foram plantadas pela Equipe da Apremavi e por assentados do MST no Assentamento Neri Fabris, em Curitibanos (SC), no último dia 14 de agosto. Fotos: Equipe Apremavi.

As gerações mais jovens também foram envolvidas na ação. Edilaine Dick, Coordenadora de Projetos da Apremavi, levou o filho Joaquim e o amigo dele, Eduardo, para plantar algumas mudas. Joaquim, que tem 5 anos, mas já é fera no plantio de mudas, deu uma “aula” para a criançada do assentamento. Edilaine avalia que foi uma linda atividade de Educação Ambiental: “levar as crianças para participar de plantios comunitários é uma oportunidade de aprendizado sobre integração e envolvimento de diferentes pessoas na restauração. A maior satisfação é ver o filho contribuindo desde já na formação de outras crianças, com as orientações de como realizar o plantio das mudas“.

O prefeito de Curitibanos, Kleberson Luciano Lima, também prestigiou o evento. Ele veio acompanhado do Secretário da Agricultura e sua equipe.

Miriam Prochnow, Conselheira da Apremavi, entende que parcerias desse tipo precisam ser estimuladas e ampliadas, como forma estratégica de dar escala à pauta da restauração, especialmente nesse momento em que é imperativo implementar ações de combate ao aquecimento global.

Plantio de mudas

Autora: Miriam Prochnow.

Relatório do IPCC aponta que precisamos ser radicais quando o assunto é clima

Relatório do IPCC aponta que precisamos ser radicais quando o assunto é clima

Relatório do IPCC aponta que precisamos ser radicais quando o assunto é clima

Com base no Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o Relátorio do IPCC, lançado no último dia 09/08, e nesta análise feita pelo Observatório do Clima, alguns pontos são fundamentais:

JÁ FOI ESTABELECIDO QUE A AÇÃO HUMANA TEM AQUECIDO AINDA MAIS O SISTEMA CLIMÁTICO E QUE MUDANÇAS DO CLIMA RÁPIDAS E DISSEMINADAS PELO MUNDO JÁ ESTÃO ACONTECENDO

É inequívoco que os seres humanos provavelmente contribuíram significativamente com o aquecimento global observado no último século. Do aquecimento de 1,09°C observado atualmente (2011-2020) em comparação com o período pré-industrial (1850- 1900), 1,07°C provavelmente derivam de ações humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

AS EMISSÕES DO PASSADO JÁ TORNARAM IRREVERSÍVEIS ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL, COMO O DEGELO, O AUMENTO DO NÍVEL DO MAR E MUDANÇAS NOS OCEANOS

Além disso, o relatório projeta que nas próximas décadas o clima mudará em todas as regiões e de formas diferentes. Mas não se trata apenas de aumento na temperatura, haverá mudanças no regime de chuvas e secas, na incidência dos ventos, na paisagem das áreas costeiras e na vida do oceano.

Para 1,5°C de aquecimento global, haverá, por exemplo, ondas de calor crescentes, estações quentes mais longas e estações frias mais curtas. A 2°C de aquecimento global, espera-se que os extremos de calor atinjam mais frequentemente os limites de tolerância, prejudicando tanto a agricultura como a saúde.

O relatório aponta ainda que a mudança climática está afetando as mais variadas regiões do mundo de formas diferentes – e essa diferença irá aumentar à medida que a temperatura aumentar. Por exemplo, em altas latitudes, é provável que a precipitação aumente, enquanto se prevê que diminua em grandes partes das regiões subtropicais.

O AQUECIMENTO GLOBAL ULTRAPASSARÁ 1,5°C ANTES DO MEIO DO SÉCULO, MAS PODE SER REDUZIDO ABAIXO DISSO NO FIM DO SÉCULO COM AÇÃO AMBICIOSA IMEDIATA

Dos cinco cenários de emissão avaliados a marca de 1,5°C deve ser ultrapassada entre 2021 e 2040, embora a probabilidade dessa ultrapassagem seja maior nos cenários de mais alta emissão. Apenas um dos cenários nos dá alguma chance de manter viva a meta do Acordo de Paris, e somente se ações ambiciosas de redução das emissões forem estabelecidas pelos países.

PARA REDUZIR O IMPACTO HUMANO NO CLIMA O ÚNICO NÍVEL TOLERÁVEL DE EMISSÃO É ZERO

Limitar o aquecimento global em qualquer nível requer no mínimo que as emissões líquidas de CO2 sejam zeradas e que outros gases de efeito estufa, como o metano, sejam substancialmente reduzidos.

Há diferentes medidas que contribuem para isso e elas vão desde a transição da atual matriz energética para energias limpas, à acabar com o desmatamento e a promoção da regeneração de áreas degradadas.

Para Miriam Prochnow, Conselheira da Apremavi, é preciso tomar medidas urgentes para a reversão desse cenário. “O futuro do qual falávamos a 30 anos atrás, chegou. Precisamos de união e ação imediatas. Não há espaço para negacionismos. A boa notícia é que o Brasil é um celeiro de bons exemplos que podem e devem ser seguidos e ampliados. Dar escala às ações que já existem de combate à crise climática é imprescindível”, afirma Miriam.

Miriam chama a atenção para a pauta da restauração: “é uma pauta da qual todos podem participar e onde cada muda plantada e cuidada, faz a diferença. As pessoas podem se envolver na coleta de sementes, na produção de mudas e no plantio dessas mudas“, complementa a ativista. Há tambem a opção de apoiar financeiramente os projetos ambientais de ONGs locais como a Apremavi.

Nós acreditamos que todo apoio conta e é importante e as mobilizações realizadas pelo movimento Sextas pelo Futuro são exemplo disso. Reúna os amigos e familiares e converse sobre o tema, uma boa dica é sintonizar no programa de rádio Tribunal da Terra, do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS). Para inpirarar o seu ativismo ambiental, compartilhamos um vídeo que chama para a conscientização:

“Para onde vamos?” é resultado de um processo colaborativo que reuniu voluntariamente artistas, profissionais e doadores. Fonte: Famílias Pelo Clima.

30 anos de Relatório do IPCC

O Fakebook.eco fez uma comparação entre os sumários dos seis grandes relatórios de avaliação publicados pelo IPCC desde 1990. Procurou-se entender como mudou o entendimento do painel sobre oito temas: se o aquecimento global é real ou não, se a humanidade influencia ou não esse processo, quanto de aquecimento teríamos caso o nível de gás carbônico na atmosfera duplicasse (a chamada “sensibilidade climática”, o parâmetro básico para os modelos de previsão de clima), as projeções de temperatura, de nível do mar, de degelo, de furacões e de eventos potencialmente cataclísmicos, os chamados “tipping points” planetários.

Acesse o gráfico aqui.

Autoras: Carolina Schäffer e Miriam Prochnow com dados e textos fornecidos pelo Observatório do Clima.

Troca de experiências sobre produção de mudas motiva parceria entre Apremavi e Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental

Troca de experiências sobre produção de mudas motiva parceria entre Apremavi e Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental

Troca de experiências sobre produção de mudas motiva parceria entre Apremavi e Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental

Uma das formas mais utilizadas para se combater a crise climática é através do plantio de árvores, visando o sequestro de carbono. Para intensificar essas ações será necessário aumentar a produção de mudas de árvores nativas. Essa produção precisa ser feita de forma a atender padrões técnicos e de qualidade. Nesse sentido, a capacitação para viveiristas é bastante importante.

Foi pensando nisso que a Apremavi realizou, em parceria com o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS) – Núcleo de Santa Catarina, uma série de atividades visando a troca de experiências sobre produção de mudas nativas e restauração da Mata Atlântica. As ações contaram com o apoio da Cáritas Brasileira e da Misereor.

A primeira ação foi um evento online, realizado no dia 30 de junho, com o objetivo de falar sobre viveiros e a produção de mudas nativas. O evento “Restauração e Produção de Mudas Nativas – O exemplo da araucária”, moderado por Vitor L. Zanelatto, trouxe a experiência da Apremavi sobre o assunto. Miriam Prochnow falou sobre a Mata Atlântica e Wigold B. Schäffer usou a araucária como exemplo sobre a importância do uso dessa espécie em plantios de restauração de áreas degradadas. O vídeo abaixo, disponível também no YouTube da Apremavi, já teve mais de 200 visualizações. Convidamos as pessoas que não tiveram a oportunidade de acompanhar o evento ao vivo, que o assistam.

Oficina de viveiritas realizada durante live no dia 30 de junho é uma iniciativa da Apremavi e do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental com apoio da Cáritas Brasileira e da Misereor.

Troca de experiências

Como atividades complementares, foram realizados dois dias de visitas ao Viveiro Jardim das Florestas, para mostrar ao vivo e em cores o dia-a-dia de um viveiro e também os projetos práticos de restauração que se encontram no entorno do Centro Ambiental da Apremavi.

Participaram dos dias de campo, lideranças Indígenas Guaranis da Aldeia Yaka Porã, Morro dos Cavalos, de Palhoça; representantes da Escola Estadual 30 de outubro, do assentamento Rio dos Patos, e da Escola Municipal Princesa Izabel, de Lebon Régis; representantes da Horta Urbana, de Itapema; representantes da pastoral da pesca, de Laguna; representantes da Marcha Mundial das Mulheres, de Florianópolis; representantes da Cooperativa de Reciclagem pro CREPE, de Palhoça; e assessoria do mandato popular do Deputado estadual Padre Pedro Baldissera. As atividades de campo aconteceram numa das semanas mais frias deste inverno, inclusive com um dia de chuva, o que não afetou o entusiasmo dos e das participantes.

Visita guiada Viveiro

Visitas guiadas nos dias 27 e 28 de julho fazem parte da programação da Oficina de Viveiristas desenvolvida pela Apremavi em parceria com o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social. As visitas foram realizadas em dois grupos e respeitando as regras sanitárias em decorrência da pandemia de COVID-19.

Tânia Slongo, do Núcleo SC do FMCJS, espera que as atividades sejam um impulso para a construção de uma grande rede de regeneração do bioma Mata Atlântica: “que seja uma pequena semente brotando em cada canto deste estado, que possamos assumir este compromisso de levar este trabalho nas escolas, nas cooperativas, associações movimentos organizados, pastorais, comunidades rurais e urbanas, enfim… cada um, cada uma, pode fazer a sua parte, produzir muda regenerar, cuidar das nascentes, repensar a forma de produção e consumo”.

Andrelisa Piccoli, da iniciativa Hortas Urbanas de Itapema, mandou um lindo poema de autoria de Flora Figueiredo chamado Ipê II:

 Sempre frágil e breve, o Ipê se comove
porque prevê curta estada no cenário.
Levado pela emoção da despedida,
chora amarelos um pouco antes da partida.
Só volta agora ao findar a rotação do calendário”.

Confira os depoimentos falando da importância dessa troca de experiências.:

Produção de mudas no Viveiro

O Viveiro Jardim das Florestas, que surgiu com 18 mudinhas produzidas no quintal da casa dos sócios-fundadores, é hoje um dos maiores viveiros do sul do Brasil tendo a capacidade de produzir cerca de um milhão de mudas por ano, de mais de 200 diferentes espécies nativas da Mata Atlântica. Carro-chefe da instituição, o viveiro é mantido com apoio de vários projetos através da demanda de mudas desses projetos, e com a comercialização do excedente de mudas, que são vendidas no atacado e no varejo. Além de autossuficiente em produção, o viveiro da Apremavi é um polo tecnológico, por conta de suas pesquisas, sobretudo na produção de espécies nativas da Mata Atlântica, e por conta do sistema Ellepot, que utiliza embalagens de papel biodegradável, implantado em 2019.

IMPORTANTE

Por conta das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, as visitas foram realizadas em dois dias, com grupos diferentes e em número reduzido, para evitar aglomerações. Também foram seguidas todas as normas exigidas pelas autoridades sanitárias. A partir desse evento a Apremavi está avaliando a possibilidade de reabrir suas atividades de atendimento a visitas no viveiro, o que provavelmente poderá acontecer a partir do mês de outubro, quando também espera-se que todos os colaboradores já estejam vacinados. embalagens de papel biodegradável, implantado em 2019.

Autora: Miriam Prochnow.

GT de Gênero e Clima lança infográfico com a pergunta “Por que gênero e clima?”

GT de Gênero e Clima lança infográfico com a pergunta “Por que gênero e clima?”

GT de Gênero e Clima lança infográfico com a pergunta “Por que gênero e clima?”

Grupo de Trabalho em Gênero e Clima do Observatório do Clima, rede da qual a Apremavi faz parte, lançou na última sexta-feira, 30 de julho, infográfico que explica visualmente a importância de entrelaçar gênero e clima.

A proposta foi refletir em torno da pergunta “por que gênero e clima?” e organizar esses temas de forma simples e objetiva. O GT ressalta que não se trata de um trabalho acabado, e sim, um ponto de partida.

O lançamento aconteceu em transmissão ao vivo pelo Youtube do Observatório do Clima, com apresentação da consultora Ana Cristina Nobre, que liderou a produção do infográfico, e a participação da artista Valentina Fraiz e da designer Julia Lima. As convidadas Selma Dealdina (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e Sineia Wapichana (Conselho Indígena de Roraima) teceram comentários sobre o material, e a condução foi feita por Nara Perobelli.

Produção do infográfico “Por que gênero e clima?”

O material é resultado da construção coletiva do GT, feito a partir de discussões em círculos desde 2020, como apontou Ana Cristina. O objetivo dele é tornar didática a tarefa complexa de debater a crise climática a partir das lentes de gênero. Nesse sentido, “gênero” é o chamariz para um olhar interseccional, que inclui discussões de raça, classe e demais pautas necessárias para diagnosticar problemas e fomentar soluções inovadoras. Dessa forma, também se evitam as narrativas universais, que invisibilizam outras mulheres.

Envolvida no processo criativo, a artista venezuelana Valentina explica de onde partiu a ideia visual do infográfico, uma vez que existem poucas referências em imagem que reúnam os conceitos de gênero e clima. “Ano passado, enquanto eu ouvia as defensoras ambientais Sarah (Marques) e Veridiana (Vieira), elas deixaram nítido que defender o território passa pelo corpo. O corpo é território de luta, e essa questão ficou muito marcada para mim.”

A importância de articular gênero e clima em um infográfico

Selma Dealdina destacou: “Sem discutir gênero, raça, classe e clima, a nossa discussão é pela metade.” Ela ressaltou como as organizações precisam racializar as suas discussões e de falarmos das diferentes mulheres que precisam ser levadas em consideração quando falamos de clima. “Somos todas mulheres, mas temos as mulheres pescadoras, quilombolas, marisqueiras, indígenas, negras.”

Selma também chamou a atenção em como são as mulheres, em povos tradicionais, as guardiãs de conhecimentos ancestrais, guardando sementes e cuidando dos territórios.

Já Sineia Wapichana apontou a importância do material em desenho. “Aqui em Roraima, trabalhamos muito com o desenho, não só para que as pessoas possam ter melhor entendimento, mas a gente tem uma questão entre os povos indígenas, que às vezes não sabem ler e escrever (em português), mas contam como está sendo o enfrentamento às mudanças climáticas,” declarou.

Sineia também lembrou que existem pessoas que não sabem o que significa mudança climática, mas que já vivenciam essas ações, seja na cidade ou na floresta. O material pode auxiliar, portanto, nesse momento de nomear e identificar realidades existentes.

Assista o bate-papo de lançamento aqui:

Selma Dealdina (CONAQ) e Sineia Wapichana (CIR), além de mulheres envolvidas na produção do infográfico, participaram do lançamento e resgataram a importância do material.

Navegue pelo infográfico

No hotsite do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima é possível ver o infográfico na íntegra e também baixá-lo em PDF para impressão. Assim, o material pode ser também uma ferramenta de educação e multiplicação do tema.

Tanto no hotsite, quanto em sua versão em PDF, é possível encontrar as referências utilizadas. O GT reforça que contribuições são bem-vindas e podem ser enviadas ao email generoeclima@oc.eco.br

Clique aqui e veja o infográfico.

Este infográfico é o resultado da construção coletiva do Grupo de Trabalho em Gênero e Clima do Observatório do Clima. Embora o infográfico não esgote ou responda todas as perguntas e nuances, o trabalho foi elaborado em dezenas de reuniões e escutas com diversas mulheres das organizações do Observatório do Clima, e de outros grupos sociais. Fonte: GT de Gênero e Clima.

Autora: Jamille Nunes.
Publicado originalmente em: GT de Gênero e Clima.

Projeto Ambientalistas do Sul entrevista Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi

Projeto Ambientalistas do Sul entrevista Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi

Projeto Ambientalistas do Sul entrevista Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi

A sócia fundadora e conselheira da Apremavi, Miriam Prochnow, participou de uma entrevista onde comentou sobre o histórico de luta dos ambientalistas no Brasil. A iniciativa, coordenada pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul, através da EcoAgência Solidária de Notícia Ambientais, trata como imprescindível o trabalho dos ambientalistas e tem como ênfase ouvir aqueles e aquelas que iniciaram ou testemunharam ao longo da vida eventos marcantes do ativismo ambiental no âmbito dos três estados da Região Sul.

O projeto conta com uma série de entrevistas gravadas por plataforma virtual, com ambientalistas que foram pioneiros e/ou se tornaram referência em seus estados de origem. Para a jornalista Míriam Santini de Abreu, os objetivos são honrar a luta desses militantes, cujas conquistas beneficiaram toda a sociedade em termos de qualidade de vida, e reconhecer os reflexos dessa luta na preservação ambiental. “Para além de um necessário registro histórico, as entrevistas promovem reflexões e inspiração para seguir lutando em defesa do equilíbrio ambiental”, complementa a jornalista.

A entrevista, que durou cerca de uma hora e pode ser assistida no YouTube daEcoAgência, traz detalhes da história de vida de Miriam Prochnow e toda sua trajetória na luta ambiental. Prochnow diz que o ambientalismo apareceu na vida dela na infância, que foi muito privilegiada por ter tido muito contato com a natureza. A mãe, Laura Prochnow, tinha um dos jardins mais bonitos da cidade e fornecia flores para os vizinhos. “Eu passava muito tempo estudando e minha mãe jogava flores pela janela pra mim. Eu também tive contato com rios, tomava muito banho de rio e passeava de canoa com meu pai, Erich Prochnow. Mais tarde encontrei o Wigold, em um baile de fim de ano, e no namoro fazíamos muitos programas ligados à natureza”, comenta ela com um sorriso no rosto.

Esse foi só o começo da trajetória de Prochnow como ativista. Saiba mais sobre o que despertou seu sentimento ativista conferindo a entrevista na íntegra:

Miriam Prochnow, sócia-fundadora e conselheira da Apremavi, é entrevistada para o Projeto Ambientalistas do Sul, promovido pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul. 

Autoras: Gabriela Schäffer e Míriam Santini de Abreu.

Organizações cobram fortalecimento do MPF contra crime ambiental na Amazônia

Organizações cobram fortalecimento do MPF contra crime ambiental na Amazônia

Organizações cobram fortalecimento do MPF contra crime ambiental na Amazônia

Carta enviada, por cinquenta e seis organizações da sociedade civil, entre elas a Apremavi, à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho Superior do Ministério Público Federal destaca resultados da Força-Tarefa Amazônia, criada em agosto de 2018 e encerrada em fevereiro deste ano.

 

DA TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL BRASIL – Cinquenta e seis organizações da sociedade civil, entre elas a Apremavi, Transparência Internacional – Brasil, WWF-Brasil, Human Rights Watch, Conectas e Instituto Igarapé, enviaram uma carta à Procuradoria-Geral da República e ao Conselho Superior do Ministério Público Federal destacando a importância do fortalecimento da atuação do MPF no combate aos crimes e à degradação ambiental na Amazônia.

A carta cita a preocupação das organizações com a descontinuidade da Força-Tarefa Amazônia em fevereiro deste ano, sem haver sinalização acerca de sua renovação ou de alguma outra estrutura que pudesse substituí-la no combate às ilegalidades praticadas na região. De acordo com as organizações, além da medida representar um recuo na atuação do MPF, ela traz consigo a perda de uma ação mais coordenada e estratégica do órgão no combate a essas ilegalidades, benefícios que a Força-Tarefa proporcionava. Isso tudo em um cenário de avanço da degradação ambiental, que pode ser evidenciada pelo aumento das taxas de desmatamento e queimada no bioma, bem como pelo crescimento da exploração de madeira e garimpo ilegais.

As organizações também deixam claro no documento que os crimes ambientais não apenas trazem prejuízos à sustentabilidade socioambiental, mas também podem causar danos econômicos, como restrições dos produtos brasileiros no mercado internacional, fuga de investimentos e dificuldades na assinatura de acordos comerciais.

É momento de fortalecer as estruturas que investigam e punem o crime ambiental, sobretudo no momento em que as taxas de desmatamento e queimadas batem recordes. É isso que vai colocar o Brasil na rota exigida pelo século XXI e pelos desafios da crise climática. Do contrário, estaremos na contramão do mundo, correndo o risco de ver o fechamento dos mercados internacionais para as commodities agrícolas brasileiras” explica Michel Santos, gerente de políticas públicas do WWF-Brasil.

O texto enviado ao MPF e ao CSMPF enfatiza que por trás dos crimes ambientais também há uma estrutura que envolve grupos organizados que realizam diversas práticas criminosas que servem de “sustentação” à ilegalidade ambiental.

Os crimes ambientais na Amazônia não ocorrem de forma isolada. Muitas vezes estão associados a práticas ilícitas como corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes, evasão fiscal, formação de milícias e assassinatos. Combater os crimes ambientais é também promover a segurança pública, a integridade das instituições e o próprio Estado de Direito. O Ministério Público Federal tem um papel fundamental nisso e precisa fortalecer a sua atuação na região” comenta Renato Morgado, gerente de Meio Ambiente e Clima da Transparência Internacional – Brasil.

Recomendações apresentadas na carta – As organizações defendem que a Força-Tarefa Amazônia, que já apresentou resultados importantes no enfrentamento ao problema (foram mais de 19 operações contra crimes ambientais realizadas), seja fortalecida ao invés de ser descontinuada. No entanto, caso se mantenha a decisão pela sua não renovação, a proposta é que o MPF estabeleça uma estrutura permanente para a Amazônia, que permita maior coordenação e escala de atuação, especialmente dedicada ao combate dos crimes ambientais e da degradação ambiental, aproveitando, inclusive, da experiência da própria Força-Tarefa.

A política de enfraquecimento das ações de fiscalização ambiental e de proteção aos territórios indígenas, intensificadas a partir de 2019, deram sinal verde às redes criminosas que promovem a destruição ambiental, muitas vezes cometendo atos de violência contra aqueles que se colocam em seu caminho. É preocupante que num momento tão crítico o Ministério Público Federal não tenha uma estrutura dedicada ao combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ambientais“, afirmou Anna Livia Arida, diretora adjunta da Human Rights Watch no Brasil.

Independentemente do formato institucional escolhido, as entidades demandam que tal estrutura tenha os recursos humanos e materiais necessários para a sua atuação, incluindo procuradores com dedicação exclusiva. Na mesma direção, reforçam que é necessário o fortalecimento de forma ampla do MPF na região, com mais ofícios e procuradores dedicados a temas ambientais e à proteção de direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais.

Por fim, as organizações sugerem a manutenção e o fortalecimento de iniciativas do MPF que incidem na região, como o Amazônia Protege, que de forma inovadora permite a instauração de ações civis públicas na escala necessária para o enfrentamento do desmatamento no bioma.

Acesse a íntegra da carta neste link.

Autor: Transparência Internacional Brasil via Observatório do Clima.

Programa Matas Sociais registra resultados de plantio em parceria com escolas de Ortigueira (PR)

Programa Matas Sociais registra resultados de plantio em parceria com escolas de Ortigueira (PR)

Programa Matas Sociais registra resultados de plantio em parceria com escolas de Ortigueira (PR)

Além da recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e do planejamento das propriedades, o Programa Matas Sociais também colabora com ações de educação ambiental, muitas vezes com resultados visíveis nas paisagens. A mudança que está ocorrendo no horizonte da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Ortigueira (PR), é um belo exemplo.

Em outubro de 2017, alunos, pais e professores de duas escolas da cidade, em conjunto com moradores da comunidade de Briolândia (Ortigueira – PR), se reuniram para restaurar APPs em torno de nascentes, colocando em prática os estudos sobre preservação ambiental e proteção dos recursos hídricos que aconteceram em sala de aula. Esse trabalho coletivo resultou no plantio de 3.300 mudas de árvores nativas. Confira o registro do plantio:

Matas Sociais

Plantio de restauração de nascente feito em parceria com escolas  comunidade local de Ortigueira (PR). Foto: Arquivo Apremavi.

No dia do plantio também foram realizadas explicações sobre a importância de preservar as nascentes, a fauna e flora local para o próprio bem-estar e qualidade de vida. Simone Calisti, diretora da Escola Municipal Ernesto Soares dos Santos, destacou a importância de momentos como esse para a comunidade: “A nascente que foi recuperada abastece a comunidade de Briolândia. Antes do plantio estava exposta, com pouca mata ciliar em volta. Depois de uma visita dos professores da escola no local, fizemos o pedido para o responsável pela área, Marcílio Regonato, para realizar um plantio em parceria com o programa Matas Sociais. O projeto trouxe um grande impacto positivo a toda a comunidade levando conscientização à população; no dia do plantio estavam presentes mais de 100 pessoas da comunidade. Hoje a nascente se encontra protegida. Matas Sociais, escola e comunidade: parceria que deu certo”.

Neste ano, a equipe da Apremavi visitou o local para conferir o progresso da restauração iniciada com a ajuda da comunidade do Colégio Teotônio Vilela e da Escola Ernesto Soares dos Santos. Veja o #AnteseDepois da área:

Antes e depois Matas Sociais

Antes e depois com fotos das visitas de monitoramento da restauração em volta de uma nascente. Fotos: Arquivo Apremavi.

O Programa Matas Sociais

O Programa Matas Sociais – Planejando Propriedades Sustentáveis, é resultado de uma parceria entre a Klabin, a Apremavi, o SEBRAE, e as prefeituras dos municípios da região de atuação do projeto, entre eles Ortigueira (PR). Além da recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal e da conservação de remanescentes florestais, a iniciativa busca conciliar beleza e qualidade de vida com produtividade e rentabilidade, através da agricultura familiar, desenvolvimento da cadeia de produção e fortalecimento do empreendedorismo local.

Conheça mais sobre o programa aqui.

Autores: Marcos José Santos e Vitor L. Zanelatto.

34 anos construindo paisagens sustentáveis

34 anos construindo paisagens sustentáveis

34 anos construindo paisagens sustentáveis

Na última sexta-feira (09/07), a Apremavi completou 34 anos de fundação. Para contribuir com a proteção da Mata Atlântica, os fundadores da então “Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí” foram além das ações administrativas e começaram a colocar a mão na terra, semeando algumas sementes, que dariam origem a 18 mudinhas. O trabalho ganhou escala e pode-se afirmar que a produção de mudas nativas é parte do “DNA” da Apremavi. O potencial de produzir um milhão de mudas no Viveiro Jardim das Florestas têm papel essencial para o alcance das metas e da própria missão destacada nas primeiras linhas do estatuto da organização.

Assim como a relevância da organização para a preservação e conservação ambiental, as mudas nativas que foram colocadas na terra através dos diversos projetos desenvolvidos ao longo do tempo também cresceram, num processo contínuo. Entre muitos números e indicadores que podem ser citados para representar o trabalho da Apremavi, destaca-se o impacto nas paisagens, que representam o planejamento das propriedades rurais, a proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade e até mesmo a diversificação da fonte de renda na agricultura familiar.

Confira alguns antes e depois propiciados pelos projetos da Apremavi em diferentes cidades, contextos e escalas ao longo do tempo.

Bosque dos Dez Anos da Apremavi

Em 1997, na data em que a Apremavi completou dez anos de fundação, os fundadores, colaboradores e sócios da organização reuniram-se para celebrar a década de trabalho e conquistas. Um bosque foi plantado em Atalanta (SC), no terreno da RPPN Serra do Pitoco, já com mudas do viveiro Jardim das Florestas. Confira como está a área agora:

Antes, em 1997, e depois, em 2021, de propriedade restaurada pela Apremavi em Atalanta (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Projeto Van Melle

Uma das primeiras parcerias que a Apremavi firmou foi com a Fundação Both Ends e a Van Melle Brasil, empresa da indústria alimentícia. A colaboração entre as organizações impulsionou a produção de mudas e a restauração de áreas degradadas.

Entre as muitas florestas plantadas entre 1997 e 1999, destaca-se a área de Anibo Sieves, que recebeu 1.757 mudas através do projeto e as plantou em sua propriedade rural, na comunidade de Alto Dona Luiza em Atalanta (SC). Em 2019, a Apremavi visitou a área para registrar a evolução da restauração iniciada com o plantio de 1997, veja:

34 anos

Antes, em1997, e depois, em 2021, de propriedade restaurada pela Apremavi no município de Atalanta (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Bosques de Heidelberg

Iniciado em 1998 através de uma parceria com a ONG alemã Bund Für Umwelt und Naturschutz Deutschland (BUND), organização ambientalista sediada em Heidelberg, já nos primeiros anos começou a colocar em prática os principais objetivos do projeto: restaurar a Mata Atlântica e realizar atividades de educação ambiental. Com o passar dos anos e a parceria gerando cada vez mais resultados, já foram plantadas mais de 110 mil árvores de espécies nativas da Mata Atlântica, formando mais de 90 bosques, em 17 cidades.

Os primeiros bosques foram plantados em 1999. Um deles pode ser avistado pelos visitantes da Krüger Haus, em Trombudo Central (SC). Os proprietários da Krüger Haus desenvolvem atividades relativas à história da imigração alemã na região e também ações de educação ambiental com os visitantes. Confira o “antes e depois”:

Apremavi restaurando florestas

Antes, em 1999, e depois, em 2019, de propriedade restaurada pela Apremavi em Trombudo Centra (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Matas Legais SC

Exemplo de sucesso do Programa Matas Legais, a propriedade de Valmor Catafesta recuperou as áreas de preservação permanente (APPs) e espécies nativas como a canela-sassafrás, a aroeira, o araçá, a guabiroba, também foram plantadas próximas à residência, para o embelezamento do local.

Esse “antes e depois”, possibilitado através da parceria entre a Apremavi e Klabin, teve início em 2007. Para diversificar a renda da propriedade, entre o plantio de eucalipto ele apostou no plantio de espécies nativas, são cerca de 5ha, totalizando 9.000 mudas. A Apremavi fez o planejamento da propriedade, orientou sobre o local para o reflorestamento com exóticas e apontou os locais com necessidade de restauração com nativas.

O trabalho de restauração realizado por Valmor, bem como o seu cuidado com a área de silvicultura, lhe valeu o título de fomentado destaque no ano de 2008, bem como, uma matéria no programa Globo Rural.

Matas Legais 34 anos Apremavi

Antes, em 2007, e depois, em 2019, de propriedade restaurada pela Apremavi em Rio do Oeste (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Matas Legais PR

No Paraná, o Programa Matas Legais também realiza um trabalho intenso junto aos proprietários rurais. Em 2012, a equipe visitou pela primeira vez a área de Renato dos Santos Moreira no assentamento São Luiz II, na cidade de Sapopema (PR). A área a ser restaurada foi fotografada durante a visita e ilustra como a paisagem pode se regenerar rapidamente após o plantio de árvores nativas.

Além da recuperação de uma Área de Preservação Permanente de 0,22 hectares, foi implantada uma área com sistema agroflorestal. São praticamente 2 hectares que rendem à família segurança alimentar e diversificação na fonte de renda.

Renato destaca a importância da restauração: “Sem comer a gente até vive um tempo, mas sem água se dura bem pouquinho, sem a floresta o ser humano logo não vai sobreviver. A gente não tem que pensar hoje, tem que pensar daqui 20, 30 anos. A gente não sabe o que vai vir para a frente, tem que começar reflorestar hoje”.

Os trabalhos realizados no âmbito do Programa Matas Legais têm sido muito importantes na pauta da restauração e podem servir de exemplo para outras parcerias entre ONGs e setor privado, como menciona recente matéria publicada na Página 22: “Questão de Sobrevivência”.

34 anos Apremavi

Antes, em 2012, e depois, em 2021, de propriedade restaurada pela Apremavi em Sapopema (PR). Fotos: Acervo Apremavi.

Projeto Araucária

Desenvolvido entre 2013 e 2015 no Alto Vale e Oeste catarinense, o Projeto Araucária promoveu a conservação e recuperação de remanescentes florestais e espécies-chave da Mata Atlântica, através da implantação de sistemas agroflorestais, recuperação de áreas degradadas e enriquecimento de florestas secundárias, possibilitando o uso sustentável dos recursos naturais.

A iniciativa foi responsável pela recuperação e/ou conservação de mais de 250 hectares de áreas degradadas, algumas delas em Unidades de Conservação. Na Estação Ecológica da Mata Preta, em Abelardo Luz (SC), mais de 52.000 mudas foram plantadas em meados de 2015. Em passagem pela região, integrantes da equipe voltaram à ESEC da Mata Preta em 2019, e foi necessário o uso de drone para registrar parte dos resultados da restauração nos 25 hectares de floresta.

34 anos Apremavi Projeto Araucária

Antes, em 2015, e depois, em 2019, de área restaurada pela Apremavi na Estação Ecológica da Mata Preta, em Abelardo Luz (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Programa Matas Sociais

Além da recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e do planejamento das propriedades, o Programa Matas Sociais também colabora com ações de educação ambiental, muitas vezes com resultados visíveis nas paisagens.

Em visita a campo deste ano, a equipe do projeto resgistrou os resultados do plantio de 3.300 mudas nativas realizado em com escolas e comunidade local de Briolândia, em Ortigueira (PR).

Antes e depois Matas Sociais

Antes, em 2017, e depois, em 2021, de área restaurada pela Apremavi na comunidade de Briolândia, em Ortigueira (PR). Fotos: Acervo Apremavi.

Restaura Alto Vale

Ativo desde 2018, o Restaura Alto Vale pretende restaurar 320 hectares de floresta, e já cumpriu boa parte da meta, graças a parcerias de sucesso com prefeituras, escritórios da Epagri e sobretudo pequenos proprietários rurais. Um grande exemplo vem do casal Maria Hang Popenga e Ederson Resini, residentes em Presidente Nereu, no Alto Vale do Itajaí (SC).

Com as orientações para o plantio e doação das mudas necessárias, plantaram 920 mudas em áreas abertas e também para o enriquecimento ecológico, recuperando a nascente e o riacho da propriedade. O plantio foi realizado em 2018, e caminhando pela propriedade já é possível perceber a diferença que a ação fez. Confira nas fotos:

34 anos Apremavi

Antes, em 2018, e depois, em 2021, de propriedade restaurada pela Apremavi em Presidente Nereu (SC). Fotos: Acervo Apremavi.

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Miriam Prochnow.

Apremavi comemora 34 anos; nova diretoria é eleita

Apremavi comemora 34 anos; nova diretoria é eleita

Apremavi comemora 34 anos; nova diretoria é eleita

Criada por um grupo de jovens ambientalistas e outros não tão jovens mas igualmente preocupados, numa década em que a degradação da Mata Atlântica era quase tudo que se via em Santa Catarina, a Apremavi começou denunciando a destruição da terra Indígena Ibirama-La Klãnõ, de onde saiam diariamente centenas de caminhões de toras em direção às madeireiras.

O “boca no trombone” ao denunciar desmatamentos, caça e poluição, veio acompanhado de muita “mão na massa” ao mostrar que existem maneiras de proteger e utilizar os recursos naturais de forma sustentável.

A trajetória de 1987 para cá é marcada por muitas conquistas e graças ao trabalho de um time comprometido com um futuro sustentável, a colaboração de muitas pessoas, organizações e empresas, a Apremavi desenvolveu diversos projetos e parcerias de sucesso.

Wigold B. Schaffer, um dos fundadores e conselheiros da Apremavi, relembra e agradece aos pioneiros do ativismo ambiental na região do Alto Vale do Itajaí que estiveram presentes na reunião realizada nas dependências do Colégio Hamônia em Ibirama (SC) que culminou com a criação da Apremavi. “Reunimos um grupo que achou importante, naquela época, confrontar poderes públicos omissos e empresas que degradavam o meio ambiente e outros destruidores. A assembleia de aprovação dos estatutos e constituição da ONG contou com as seguintes pessoas: Miriam Prochnow; Lúcia Sevegnani; Frank Dieter Kindlein; Phillipp Stumpe; Ieda Maria Tambosi Klug; Orival Grahl; Amauri Vogel; Astor Bender; Jaci Soares; Nodgi Pellizzetti; José Vilson Frutuoso; José Cezar Pereira; Ademir Gilson Fink; Alberto Pessatti Primo; Noêmia Bohn; Marisa Mello da Silva; Duílio Gehrke; Nilto Antônio Barni; Eliane Stoll Barni; Wigold Bertoldo Schäffer. Com o tempo, muit@s outr@s abnegad@s se juntaram a esse grupo e o resto é história, bem sucedida. Mas é fundamental destacar que os desafios para o futuro, embora diferentes dos que eram há três décadas, são gigantescos e igualmente exigirão empenho, dedicação e compromisso com o bem comum”, relembra Wigold.

A coragem dos pioneiros para enfrentar desafios continua motivando muita gente a ser ativista pela restauração e conservação da natureza. Carolina Schäffer, recém eleita vice-presidente, é motivada por essa coragem, “acompanhei muitos momentos da trajetória da Apremavi e percebo que sem esse protagonismo dos fundadores, o trabalho sério de toda a equipe e o engajamento da comunidade muitas das nossas lutas não teriam sido vitoriosas. É preciso ter coragem para fazer o ativismo acontecer na prática”.

 

A nova diretoria

Orientada pelo estatuto, que determina eleição a cada dois anos, a Assembleia Geral da Apremavi escolheu a nova Diretoria Executiva que toma posse no dia 22 de julho, junto com os novos integrantes do Conselho Fiscal e Conselho Consultivo. Confira aqui a composição da equipe gestora que estará à frente da Apremavi nos próximos dois anos.

Para Miriam Prochnow, fundadora e agora conselheira, “é muito bom ver a Apremavi entrando em uma nova fase, com a garotada assumindo cada vez mais o compromisso com um futuro sustentável e entendendo o valor de ser uma ONG ambientalista atuante. Tenho certeza de que essa nova gestão trará excelentes resultados na busca da missão coletiva.

A nova gestão assume com muitos desafios, mas também muitas oportunidades. Na pauta estão projetos que têm como metas a conservação e restauração da Mata Atlântica e o incremento da qualidade de vida para todas as espécies, num cenário de crise climática. Para o cumprimento dessas metas serão necessárias muitas parcerias e todas as pessoas dispostas a ajudar nessa empreitada serão muito bem-vindas, afinal a visão para 2030 é ambiciosa:

Visão 2030 da Apremavi

A visão 2030 faz parte do Reposicionamento Estratégico da Apremavi e foi elaborada durante as oficinas de planejamento realizadas entre novembro de dezembro de 2020.

Edilaine Dick, nova integrante da diretoria, comenta que “é um grande desafio e uma grande oportunidade de contribuir ainda mais com o trabalho desenvolvido pela instituição que é referência no país. É ter um olhar amplo sobre os desafios e as oportunidades que se apresentam no dia-a-dia”.

 

34 anos em prol da natureza

A Apremavi é feita por um conjunto de pessoas, algumas já não fazem mais parte da nossa equipe, outras já deixaram o plano terrestre, mas o orgulho de ter feito parte da trajetória de 34 anos da instituição é comum com todas e todos que continuam trabalhando diariamente para o cumprimento da misão da instituição.

Filme construído coletivamente com depoimentos da equipe da Apremavi.

Autora: Carolina Schäffer.

Uma árvore para cada ano do Parque Nacional de São Joaquim

Uma árvore para cada ano do Parque Nacional de São Joaquim

Uma árvore para cada ano do Parque Nacional de São Joaquim

Urubici, Bom Jardim da Serra, Grão-Pará, Lauro Muller e Orleans, municípios abrangidos pelo Parque Nacional de São Joaquim, vão comemorar o aniversário do parque plantando 60 árvores em cada cidade.

A ação de plantar 60 árvores em cada município, que tem parte do seu território inserido na área do parque, faz parte da semana comemorativa do aniversário de 60 anos do Parque Nacional de São Joaquim, promovida pela Rede Amigas e Amigos do Parque. Veja aqui a programação completa.

As mudas foram doadas pela Apremavi e distribuídas ao longo da semana comemorativa pelo Observatório de Justiça e Conservação (OJC), que fez a ponte com as prefeituras. No caso de Orleans, já recebemos fotos das mudas plantadas. Lá a ação foi coordenada pela Fundação Ambiental Municipal de Orleans (FAMOR). Veja fotos da entrega e do plantio na galeria abaixo.

Parque Nacional de São Joaquim

Ação conjunta da Apremavi e do Observatório de Justiça e Conservação doa 60 mudas de árvores nativas para cada município que tem território inserido na área do Parque Nacional de São Joaquim. A ação faz parte da semana comemorativa do aniversário de 60 anos do parque.

A iniciativa de plantar 60 árvores em cada município tem o apoio e participação das prefeituras cujos territórios estão parcialmente no parque. Além de marcar o aniversário de 06 décadas do Parque, o propósito é mostrar que atualmente ele gera recursos para cada um desses municípios, onde o ecoturismo é uma das atividades econômicas mais importantes. Também queremos aumentar a divulgação das belezas e da importância do parque junto a população do entorno e assim, cada vez mais, envolver essa população na conservação e no desenvolvimento do turismo, gerando renda para todos“, diz Carolina Schaffer, Coordenadora de Comunicação da Apremavi, que está envolvida na organização das atividades da semana comemorativa.

A semana de mobilização tem sido intensa e gratificante. Entre conversas com especialistas e pesquisadores, diálogos entre ambientalistas, gestores e poder público, relatos de visitantes e guias de turismo, entrevistas com ícones da região, o objetivo dos eventos virtuais é celebrar as belezas e a biodiversidade do parque, mostrar porque ele é tão importante e também falar sobre as ameaças a esse patrimônio natural de os brasileiros que é um cartão postal da Serra Catarinense.

 

O Parque Nacional de São Joaquim

Criado em 06 de julho de 1961, com 49.800 hectares, o Parque Nacional de São Joaquim é um dos mais importantes e antigos parques nacionais do Brasil. Protege ecossistemas ameaçados como a Floresta com Araucárias e os Campos de Altitude, espécies da flora ameaçada como o Pinheiro-brasileiro e o Xaxim, e também espécies ameaçadas da fauna como a Onça-parda e o Papagaio-charão. Protege ainda as nascentes do Rio Pelotas e belezas cênicas impressionantes como a Pedra Furada e o Cânion do Funil. É também o motor do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce nos municípios da região.

Autores: Carolina Schäffer e Wigold B. Schäffer.

Parque Nacional de São Joaquim celebra 60 anos

Parque Nacional de São Joaquim celebra 60 anos

Parque Nacional de São Joaquim celebra 60 anos

Começa amanhã, dia 05 de julho, a semana comemorativa do aniversário de 60 anos do Parque Nacional de São Joaquim.

Conversas com especialistas e pesquisadores, diálogos entre ambientalistas, gestores e poder público, relatos de visitantes e guias de turismo, entrevistas com ícones da região…

Esses são alguns dos eventos que compõe a programação virtual da semana comemorativa que pretende aproximar o Parque Nacional de São Joaquim da população. Sem sair de casa será possível conhecer as paisagens, as espécies de plantas recém descritas, a beleza incomparável do cânion do Funil e também se manter atualizado sobre as ameças e os desafios da unidade de conservação.

A programação é uma iniciativa da Rede Amigas e Amigos do Parque Nacional de São Joaquim, que reúne voluntários e organizações locais e de outras regiões, entre elas a Apremavi, com o propósito de comemorar as seis décadas do parque que é um patrimônio das/dos catarinenses e de todo o Brasil.

A programação completa pode ser acessada na página da iniciativa em: https://apremavi.org.br/60-anos-parna-sao-joaquim/.

Todas as lives da semana comemorativa serão transmitidas pelo YouTube da Apremavi e já estão agendadas nesta playlist, é só definir o lembrete para receber o aviso de quando cada uma delas vai começar!

O Parque Nacional de São Joaquim

Com 49,8 mil hectares, o Parque Nacional de São Joaquim está localizado na região serrana de Santa Catarina e abrange os municípios de Bom Jardim da Serra, Grão Pará, Lauro Müller, Orleans e Urubici.

Protege ecossistemas ameaçados como a Floresta com Araucárias e os Campos de Altitude, bem como outros ecossistemas da Mata Atlântica. É morada para espécies ameaçadas da fauna como a Onça-parda (Puma concolor), o Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o Papagaio-charão (Amazona pretrei) e o Papagaio-de-peito-roxo, duas espécies de aves que dependem da sobrevivência da Floresta com Araucárias que é fonte de seu principal alimento, o pinhão.

Entre março e abril deste ano foram descritas oito novas espécies de plantas, três delas ocorrem somente na área do parque e uma delas já é considerada criticamente ameaçada em virtude da pressão e diminuição de seu habitat, tendo sua ocorrência restrita a menos de um quilômetro quadrado nas encostas dentro da área do parque. A estas recém descobertas plantas, somam-se outras ameaçadas como o Pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) e o Xaxim (Dicksonia sellowiana) que também encontram no Parque Nacional de São Joaquim um refúgio.

Belezas Cênicas

Cravado na serra catarinense na região com as mais baixas temperaturas do Brasil, sob a proteção do Parque está parte dos Aparados da Serra, como são chamadas as escarpas da Serra Geral que formam o mais extenso conjunto de cânions da América do Sul com cerca de 200 km de extensão. Além do Cânion do Funil, o Morro da Igreja, com 1822 metros, e a Pedra Furada, portal rochoso medindo cerca de 30 metros de largura, recebem visitantes de todo País para conhecer momentos geológicos, considerados cartões postais das mais belas paisagens catarinenses. Fora do período da pandemia, o parque recebe entre 100 a 200 mil visitantes por ano.

A altitude, as formações geológicas, as baixas temperaturas e a influência da umidade vinda do oceano Atlântico estão entre os fatores que geraram a diversidade de ambientes de altitude raros e frágeis, tais como as matinhas nebulares, os campos de altitude, as matas de xaxim centenárias, assim como as florestas de araucária, que mantêm uma grande variedade de espécies de animais, plantas e fungos. A área protegida é local de recarga e descarga do Aquífero Guarani e das nascentes do Rio Pelotas, um dos principais formadores do Rio Uruguai, afluente da Bacia do Rio da Prata, a segunda maior bacia hidrográfica do Brasil.

PNSJ

O Parque Nacional de São Joaquim protege belezas cênicas impressionantes como a Pedra Furada e o Cânion do Funil e é o motor do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce nos municípios da região. Foto: Wigold B. Schäffer.

Riscos

Mesmo diante de toda essa biodiversidade, belezas cênicas e importância para a economia, a unidade está na mira de um Projeto de Lei do Senado (PLS nº 208/2018) que propõem uma redução de 20% de sua área o que implicaria na redução do parque em 10.000 hectares que serão entregues a interesses privados em detrimento do interesse público.

Autora: Carolina Schäffer com informações da Rede Amigas e Amigos do Parque.

Apremavi e MST debatem ampliação de trabalho conjunto

Apremavi e MST debatem ampliação de trabalho conjunto

Apremavi e MST debatem ampliação de trabalho conjunto

No dia 25 de junho de 2021 a Apremavi teve a satisfação de receber a visita de Vilson Santin, diretor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Santa Catarina e Manoel Tiago Antunes, Vereador de São Cristóvão do Sul.

A visita teve o objetivo de ampliar a aproximação entre a Apremavi e o MST, visando a possibilidade da realização de uma parceria para execução de ações ambientais, especialmente o plantio de mudas de árvores nativas, para a restauração da Mata Atlântica. A Apremavi já desenvolve uma série de projetos em assentamentos rurais e o MST tem uma campanha de plantio de 100 milhões de mudas de árvores nos próximos 10 anos.

Os próximos passos incluem uma agenda de atividades a serem realizadas nos próximos meses, visando a construção e ampliação desse trabalho conjunto.

Para Vilson Santin esse é um momento muito importante e as parcerias serão fundamentais para a construção de um mundo fraterno, como prega o Papa Francisco na Encíclica Laudato Si. “O desenvolvimento de atividades conjuntas auxiliará no alcance dos objetivos do MST: a campanha do plantio de árvores, a produção de alimentos de qualidade e a solidariedade entre as pessoas e com a natureza”, ressalta Santin.

Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi, acredita que “a parceria tem um grande potencial de ampliar a escala da restauração, pensando no incremento da qualidade de vida das pessoas, na manutenção dos ambientes naturais e no combate à crise climática”.

Parceria MST

MST visita Centro Ambiental e Viveiro Jardim das Florestas para avançar parceria com a Apremavi. Fotos: Miriam Prochnow.

Autora: Miriam Prochnow.

Diversidade na luta pela biodiversidade

Diversidade na luta pela biodiversidade

Diversidade na luta pela biodiversidade

O movimento #LGBTQIAP+ é um ato político social que tem como objetivo defender a diversidade, buscar representatividade, respeito e direitos para a comunidade. Mais do que isso, marca o combate ao preconceito que cada uma das letras sofrem por apresentar amor e orgulho de si mesmas.

Ainda que devagar, com o passar dos anos o movimento vem crescendo e cada vez mais pessoas são representadas, integrando a luta pela conquista do respeito e dignidade plena.

Aqui na Apremavi nossa missão é defender, preservar e recuperar o meio ambiente e os valores culturais, buscando a sustentabilidade em todas as dimensões e a melhoria da qualidade de vida. Isso significa que, para além da nossa Carta de Princípios, co-construir uma sociedade livre de preconceitos, com respeito a diversidade e igualitária é um compromisso nosso e precisa fazer parte do nosso dia-a-dia para que cumpramos nossa missão.

Nós acreditamos em um futuro onde seres humanos vivem em harmonia entre si e com a natureza e isso só é possível quando há acolhimento e aceitação de todas identidades, quando toda forma de amar e ser é soma e não exclusão.

Sinta orgulho de quem você é e das causas pelas quais você luta!

Autores: Carolina Schaffer, Gabriela Schaffer e Vitor L. Zanelatto.

Após inverno, propriedades da Coxilha Rica plantarão nativas com apoio do Matas Legais e Sociais

Após inverno, propriedades da Coxilha Rica plantarão nativas com apoio do Matas Legais e Sociais

Após inverno, propriedades da Coxilha Rica plantarão nativas com apoio do Matas Legais e Sociais

Estabelecer uma parceria de longo prazo que resulte na implantação de pomares com árvores nativas frutíferas, adequação ambiental, paisagismo e arborização em propriedades rurais na Coxilha Rica. Com esse anseio a equipe catarinense do projeto Matas Legais e Sociais pegou a estrada até a cidade de Lages, oeste de Santa Catarina, na última terça-feira (22/06).

Na Terra da Festa do Pinhão, Leandro Casanova e Daiana T. Barth, integrantes da Apremavi, reuniram-se na sede da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca com Thiago Cordeiro, Josie Moraes Mota e Felipe Mannrich, representantes da pasta. Também participou da reunião o servidor da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) José Luis Martins Alves. O debate resultou na definição de encaminhamentos para que sejam viabilizadas várias ações em prol do meio ambiente nos próximos meses.

Matas Sociais em Lages

Registro da reunião realizada na última terça-feira. Foto: Secretaria de Agricultura de Lages (SC).

Atividades na Coxilha Rica

Uma das atividades previstas é a prospecção de propriedades rurais na Coxilha Rica para a participação no Programa Matas Legais e Sociais, através da doação de mudas nativas para a implementação de bosques. Trata-se de um distrito caracterizado historicamente pela baixa densidade demográfica e atividades agrícolas, sobretudo a pecuária. A expectativa é que a entrega de mudas e plantios comecem a acontecer após o inverno, para proporcionar um melhor desenvolvimento às mudas.

Além disso, ficou acordado na reunião que as escolas da rede municipal de ensino de Lages também poderão se beneficiar da parceria, através das atividades de educação ambiental que o Matas Legais e Sociais promove, e também com a possibilidade de doação de mudas nativas. A Prefeitura de Lages se responsabiliza por realizar o levantamento das escolas interessadas para que as atividades ocorram em breve.

 

O Projeto Matas Legais

Fruto da parceria entre a Apremavi e a Klabin, objetiva desenvolver ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal, que ajudem a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, a melhorar a qualidade de vida da população e a aprimorar o desenvolvimento florestal, tendo como base o planejamento de propriedades e paisagens.

As mudas produzidas pelo Viveiro Jardim das Florestas para as propriedades de Lages irão se somar as mais de 1.485.033 árvores plantadas ou doadas através da iniciativa, resultando na restauração de 398,83 hectares com plantios de mudas nativas, e impactando mais de 1.200 propriedades rurais. Saiba mais sobre o projeto aqui.

Autores: Daiana Tânia Barth e Leandro Casanova
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto
Foto da capa: Wigold B. Schaffer

Apremavi marca presença e faz sucesso na 1ª feira de mudas de Lontras

Apremavi marca presença e faz sucesso na 1ª feira de mudas de Lontras

Apremavi marca presença e faz sucesso na 1ª feira de mudas de Lontras

Quem passou pelo centro de Lontras (SC) no último sábado (12/06) conseguiu observar uma imensa variedade de formas, texturas e cores na praça central da cidade. Organizada pela administração municipal, ocorreu a primeira feira de mudas frutíferas, ornamentais e flores, responsável por reunir diversos viveiros, além de produtores de hortaliças e artesãs da cidade.

A Apremavi comercializou cerca de 500 mudas, de diferentes tamanhos e uma grande variedade de espécies. Além das tradicionais mudinhas nativas de árvores, o estande foi preenchido por algumas unidades da imponente Bromélia-imperial (Alcantarea imperialis). Confira algumas das espécies produzidas no Viveiro Jardim das Florestas e disponibilizadas para venda no último sábado:

Lista de mudas

Lista de espécies disponíveis durante a 1ª Feira de Mudas da cidade de Lontras (SC). 

O evento foi mais uma oportunidade para divulgar o projeto Restaura Alto Vale, que objetiva restaurar 320 hectares da Mata Atlântica no Alto e Médio Vale do Itajaí e no Planalto Norte de Santa Catarina através da restauração e enriquecimento ecológico. O projeto ainda está com o cadastro aberto para interessados em participar.

Para Taís Fontanive, colaboradora da Apremavi, a iniciativa só traz benefícios: “eventos como esse são ótimas oportunidades para os viveiros divulgarem os seus trabalhos e também conhecerem o trabalho de outros viveiros e pessoas. Além disso, estimulam as pessoas a plantarem árvores e flores, o que também faz bem à natureza”.

O Secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente do município, Edenilson Scherer, explicou melhor os objetivos do evento: “em outros anos realizamos o pedido das mudas com antecedência, com uma menor quantidade de espécies disponíveis. Isso nem sempre agradava a todos. Com a feira, a população poderá escolher entre diversos expositores e realizar a compra diretamente com eles”.

As vendas iniciaram às 8h e seguiram até o final da tarde, resultando na movimentação de milhares de mudas. Ao longo do dia o biólogo Marcos Adriano Hang orientou técnicamente sobre o plantio e a escolha da melhor espécie para cada tipo de plantio. “A feira de mudas de Lontras foi um sucesso, além da grande procura por mudas, os Lontrenses também puderam tirar suas dúvidas sobre as espécies que estavam adquirindo junto aos expositores”, confirma Edegold Schaffer, colaborador da Apremavi e um dos responsáveis pela ação em Lontras.

Feira de mudas de Lontras

A Feira de Mudas de Lontras (SC) ocorreu no dia 12 de junho. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

Autores: Vitor L. Zanelatto e Taís Fontanive.

Doação de mudas nativas marca Semana do Meio Ambiente de Bom Retiro

Doação de mudas nativas marca Semana do Meio Ambiente de Bom Retiro

Doação de mudas nativas marca Semana do Meio Ambiente de Bom Retiro

Doação de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica marca celebração da Semana do Meio Ambiente em Bom Retiro (SC). Organizada pela Prefeitura Municipal com o apoio da Bueno Ecoturismo e Aventuras e do Programa Matas Legais, realizado em parceria pela Apremavi e pela Klabin, a ação ocorreu no dia 10 de junho na Praça 7 de Setembro.

A ação começou a tomar forma durante uma visita do Secretário de Turismo de Bom Retiro, Jeferson Ulisses Nunes, e do Secretário Adjunto de Turismo, José Luiz Leite Júnior, à Apremavi, no dia 21 de maio. Além de terem tido a oportunidade de conhecer o Centro Ambiental e o Viveiro Jardim das Florestas e de caminhar pela Trilha da Restauração, foram discutidas outras possibilidades de parcerias entre a Prefeitura e a Apremavi.

Para o evento realizado durante a Semana do Meio Ambiente, foram disponibilizadas 300 mudas de árvores nativas, entre elas espécies ornamentais e frutíferas, produzidas no viveiro da Apremavi. Além disso, a Prefeitura adquiriu outras 300 mudas. As 600 mudas foram doadas para a população do município e, em contrapartida, a Prefeitura realizou uma campanha de arrecadação de alimentos e agasalhos.

Para José Luiz Leite Junior o evento foi um sucesso; “muitos moradores compareceram e ao final do dia todas as mudas tinham sido distribuídas e muitos agasalhos e alimentos arrecadados. Uma parte das mudas foi doada para a APAE do município e os professores das escolas também garantiram algumas para plantar com os alunos durante ações de educação ambiental”.

Queremos agradecer pela doação das mudas. Cada atitude que realizamos na proteção do meio ambiente é o alicerce para construirmos um planeta melhor. A simples ação de plantar e conservar as árvores, cuidar da água, solo e da fauna são atitudes que podem ser incorporadas no nosso dia a dia. Plantar árvores é importante para o meio ambiente. Elas auxiliam na purificação e umidade do ar, já que capturam gases tóxicos como o CO2 e devolvem o oxigênio à atmosfera. Além disso, as árvores oferecem sombra, alimentos e outros benefícios”, mencionou o Secretário de Turismo.

Visita à Apremavi

Imagens feitas durante visita dos Secretário de Turismo e Secretário Adjunto de Turismo de Bom Retiro à Apremavi e imagens da ação de doação de mudas realizada pela Prefeitura Municipal no dia 10 de junho.

Autora: Gabriela Schäffer.

Parceria entre Apremavi, Mirador e 93.3FM resulta na doação de mudas no Dia do Meio Ambiente

Parceria entre Apremavi, Mirador e 93.3FM resulta na doação de mudas no Dia do Meio Ambiente

Parceria entre Apremavi, Mirador e 93.3FM resulta na doação de mudas no Dia do Meio Ambiente

Com sorrisos ocultos pelo uso de máscaras, moradores de Rio do Sul (SC) que estiveram na praça central da cidade receberam de forma gratuita mudas de árvores nativas. A atividade aconteceu no último sábado (05/06), como forma de celebrar o Dia do Meio Ambiente, e foi a primeira ação prática da parceria entre a Apremavi, Rádio Mirador e 93.3 FM, que deve resultar no plantio de centenas de árvores na cidade. A parceria é em prol da campanha A gente muda o mundo com a mudança da nossa mente, que iniciou a 10 anos e foi retomada em 2021, buscando formas de conscientizar a população  e os ouvintes sobre a importância da preservação e os cuidados com o meio ambiente.

Video de divulgação da campanha “A gente muda o mundo com a mudança da nossa mente”. Fonte: 93.3FM e Mirador.

Para Edegold, Coordenador de Projetos da Apremavi e um dos articuladores da campanha, o evento foi muito positivo: “Além de distribuir mudas de árvores nativas para a população, atividades como a que realizamos no Dia do Meio Ambiente contribuem também com a conscientização sobre a importância  da preservação da biodiversidade”.

Além de orientar a população sobre a forma correta de plantio e apresentar o trabalho da organização, os colaboradores Edegold e Taís aproveitaram a oportunidade para divulgar os benefícios do projeto Restaura Alto Vale, que está com inscrições abertas para que proprietários rurais possam recuperar áreas de Preservação Permanente (APPs) em suas propriedades. Saiba mais sobre o projeto aqui.

Na oportunidade foram distribuídas mudas de Canela-sassafrás, árvore símbolo do município de Rio do Sul, Ipê-amarelo-da-serra, Ipê-amarelo-do-brejo, Cereja, Uvaia, Pitanga, Pacari, Araçá-amarelo, Araçá-vermelho, entre outras espécies nativas da Mata Atlântica.

Taís, que esteve na organização da atividade junto à Rádio Mirador, destaca o significado que a ação teve: “A realização da campanha em meio ao momento que estamos vivendo serve para mostrar a todos que não podemos deixar de cuidar da natureza, assim como não podemos deixar de nos cuidarmos,  como o próprio slogan da campanha diz, é mudando a nossa mente que podemos cuidar do mundo. A distribuição de árvores é apenas uma pequenina forma de tentar conscientizar as pessoas, pois o meio ambiente  não é só meu, ou seu, é de todos, e  também é  responsabilidade de todos”.

Ação Rádio Mirador e Apremavi

Ação realizada no dia 05 de junho em Rio do Sul (SC). Fotos: Edegold Schaffer.

Autora: Taís Fontanive.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Após a Semana do Meio Ambiente, ecoa o convite para agir e repensar o futuro

Após a Semana do Meio Ambiente, ecoa o convite para agir e repensar o futuro

Após a Semana do Meio Ambiente, ecoa o convite para agir e repensar o futuro

Em meio à crise sanitária da pandemia, desmonte da participação social nos debates e sucessivas tentativas do Congresso em enfraquecer a legislação ambiental do Brasil, a semana da Mata Atlântica trouxe mais uma constatação acerca da ineficiência dos governos em cumprir o Artigo 225 e o compromisso constitucional com a vida: no último ano, o desmatamento na Mata Atlântica cresceu em dez estados.

As informações são do Atlas da Mata Atlântica, estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Os três estados que mais desmataram no período anterior seguem no topo do ranking, embora mostrem ligeiras reduções em seus índices: Minas Gerais (de 4.972 para 4.701 hectares), Bahia (de 3.532 para 3.230 hectares) e Paraná (de 2.767 para 2.151 hectares). Santa Catarina avançou uma posição em relação a 2019, com o desmatamento de 887 hectares de floresta, o que representa uma variação de 25% se comparado com o período anterior.

Enquanto a emergência climática, o início da Década da Restauração de Ecossistemas e a necessidade da implementação de medidas sustentáveis na retomada da economia pós-pandemia estão provocando mudanças na agenda de muitos países, o Estado brasileiro segue em negação e ignora todos os potenciais e benefícios que a floresta trás para o planeta e para a própria humanidade. Nesse cenário, com políticas imediatistas e visões de exploração da floresta de modo similar as do século XVIII, o Brasil tem desperdiçado todas as oportunidades de se beneficiar e protagonizar a proteção das florestas e da biodiversidade.

Guardiã da legislação ambiental que lutou para criar, a sociedade civil agora se organiza para evitar o desmonte das políticas e retrocessos à política ambiental. Entre debates, mobilizações e elaboração de soluções para os desafios do presente, as últimas semanas foram de atuação aguerrida das organizações e ativistas que se dedicam na preservação do Meio Ambiente.

Confira alguns destaques da Semana da Mata Atlântica e da Semana do Meio Ambiente e acompanhe as mobilizações que a Apremavi ajudou a construir.

Observatório do Código Florestal lança nova publicação

Breve História da Legislação Florestal Brasileira”, esse é o novo título produzido pelo Observatório do Código Florestal, coletivo de organizações do qual a Apremavi faz parte. Os autores investigaram os acontecimentos, articulações e movimentos desde o Brasil colônia até aprovação de um novo Código Florestal (Lei no 12.651/2012) para apresentar o surgimento da legislação florestal brasileira e todas as mudanças – positivas e nocivas – na política florestal.

O lançamento ocorreu em 25 de maio, dia do nono aniversário do novo Código Florestal, e reuniu os autores com a jornalista Sônia Bridi, conhecida nacionalmente por cobrir pautas ambientais, que conduziu um debate sobre os objetivos da publicação, destacando as reflexões que a história trás  para o cenário atual e meios para enfrentar os desafios do presente.

O livro proporciona aos leitores uma viagem ao passado e a descoberta da existência de normas de proteção florestal no Brasil desde a chegada dos europeus. Ao remontar a história da Lei Florestal, é possível perceber que ela se mistura com a história do próprio Brasil. Olhando para trás, buscamos compreender o cenário atual e meios para enfrentar os desafios de implementar essa Lei, que tem fortes raízes culturais” Roberta del Giudice, secretária executiva do OCF e co-autora do livro, disponível para download aqui.

Live de lançamento do livro “Breve História da Legislação Florestal Brasileira”, novo título produzido pelo Observatório do Código Florestal, coletivo de organizações do qual a Apremavi faz parte.

Década da Restauração de Ecossistemas: e eu com isso?

A Década da Restauração de Ecossistemas foi tema de uma live realizada pelo Comitê do Vale Europeu, para a Semana ODS em Pauta do Movimento ODS SC, no dia 26 de maio, véspera do Dia da Mata Atlântica.

O encontro virtual contou com a participação da Coordenadora de Comunicação da Apremavi, Carolina Schaffer, que fez uma apresentação ilustrada com um olhar específico sobre os ODS que estão associados ao tema da Restauração de Ecossistemas e como a pauta da restauração tem ajudado a alavancar a Agenda 2030. Além de Carolina, a live contou ainda com a presença de Ludmila Pugliese, Coordenadora Nacional do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que trouxe detalhes sobre as estratégias de ação para a Década da Restauração.

A Semana ODS em Pauta é uma iniciativa do Movimento ODS Santa Catarina e tem como objetivo disseminar informações de qualidade quanto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A Apremavi é signatária do Movimento desde 2020.

Os ODS da Restauração de Ecossistemas, uma live da Semana ODS em Prática do Movimento ODS SC, iniciativa da qual a Apremavi é signatária.

Recuperação da Mata Atlântica em Santa Catarina: Práticas e Desafios

Leandro Casanova, Coordenador de Projetos da Apremavi, participou de uma live voltada para discentes de Ciências Biológicas, Engenharias Florestal, Ambiental e Sanitária. O convite veio da FUNDAVE de Nova Veneza (SC) e da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, que oportunizaram o encontro de quatro profissionais que atuam e debatem a Mata Atlântica em Santa Catarina para a apresentação da legislação vigente e dos desafios que o estado tem para a  recuperação de áreas degradadas.

O colaborador da Apremavi, que atua há mais de vinte cinco anos com a recuperação de áreas degradadas, trouxe esperança e apontou caminhos em sua apresentação: disseminou os principais benefícios que a recuperação das florestas pode trazer para o Meio Ambiente, comunidades e até mesmo para a economia. 

O evento “Recuperação da Mata Atlântica em Santa Catarina: Práticas e Desafios” foi transmitido ao vivo e contou também com a participação do biólogo Marcos Maes, servidor do Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina – IMA; Donato Lucietti, Engenheiro Agrônomo da  EPAGRI e Carlyle Torres Bezerra de Menezes, professor da UNESC, tendo sido mediado por Júlia Sandri e JulianoDal Molin, da Fundação do Meio Ambiente de Nova Veneza.

Live “Recuperação da Mata Atlântica em Santa Catarina: Práticas e Desafios” aconteceu no dia 27 de maio.

Lançamento da série “Conservação e Restauração Andam Juntas”

Manter em pé o que resta não basta
Já quase todo o verde se foi
Agora é hora de ser refloresta
Que o coração não destrói

– Refloresta, Gilberto Gil.

No primeiro Dia da Mata Atlântica na Década da Restauração, a Apremavi lançou a série “Conservação e Restauração Andam Juntas”. Com ilustrações originais e textos com linguagem acessível, pretende-se divulgar a importância da associação entre a conservação de remanescentes da Mata Atlântica com a recuperação de áreas degradadas.

As publicações semanais irão apresentar os principais benefícios que as florestas proporcionam, os chamados serviços ecossistêmicos. O equilíbrio dos recursos hídricos, a polinização de cultivos, a  preservação da biodiversidade e do relevo são apenas algumas funções dependentes da floresta.  Confira a matéria de lançamento da série aqui. 

Conservação e Restauração andam juntas

Live sobre Proteção das Florestas Urbanas

Realizado no dia 07 de junho, sob a coordenação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e do Movimento Salve o Morro do Céu, o evento teve como objetivo discutir a urgência de se proteger e preservar fragmentos de mata que constituem as florestas urbanas, em face da ocupação intensa de áreas de mata em ambiente urbano, ante as fragilidades da gestão pública na tutela do meio ambiente.

Sua realização vem ao encontro dos objetivos da mobilização social em torno da preservação do Morro do Céu, fragmento de mata no coração da cidade de Criciúma, que perdeu o caráter de Unidade de Conservação em face da recente revogação da lei que a instituiu, criada em 2008. Preservar o Morro do Céu é a garantia para a continuidade dos seus serviços ecossistêmicos.

Miriam Prochnow, que participou representando a Apremavi falou da importância de se preservar as áreas de Mata Atlântica inseridas em áreas urbanas, especialmente quando se trata de municípios como Criciúma, que tem apenas 6% de remanescentes. Esses remanescentes são fundamentais para a manutenção dos serviços ambientais que garantem a qualidade de vida da população. Miriam enfatizou que a criação, implantação e manutenção de Unidades de Conservação é também responsabilidade dos governos municipais e que a sociedade deve monitorar esses compromissos. 

João de Deus Medeiros, Coordenador Geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), explicou que os remanescentes existentes em áreas urbanas também devem seguir os preceitos legais exigidos pela Lei da Mata Atlântica, não apenas os que estão em áreas rurais e que nessas áreas também é aplicado o Código Florestal. Lembrou ainda que todos os municípios inseridos no Bioma, devem elaborar os Planos Municipais de Conservação e Restauração da Mata Atlântica, como forma de garantir a sua proteção e uso sustentável.

Live debateu a urgência de se proteger e preservar fragmentos de mata que constituem as florestas urbanas.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

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