Apremavi participa de mais uma edição do Programa Klabin Caiubi

Apremavi participa de mais uma edição do Programa Klabin Caiubi

Apremavi participa de mais uma edição do Programa Klabin Caiubi

A Apremavi esteve presente na 36ª edição do Programa Klabin Caiubi, uma iniciativa liderada pela Klabin que realiza capacitação de professores em educação ambiental.

O evento ocorreu nos dias 19 e 20 de outubro em Correia Pinto (SC) e contou com a participação de professores das cidades de Bocaina do Sul, Capão Alto, Correia Pinto, Lages, Otacílio Costa e Painel (SC).

A abertura foi realizada por Alexsandro Evaristo, Gerente Industrial da Klabin, Mireli Moura Pitz Floriani, Bióloga da Klabin, além dos secretários de educação dos municípios de Lages e Bocaina do Sul. Na sequência, Mireli ministrou a palestra “Plantações Florestais Sustentáveis”, seguida de uma apresentação sobre a fauna catarinense e sua importância na dinâmica dos ecossistemas realizada pela Sumatra Inteligência Ambiental.

Já no período da tarde, Leandro Casanova, Coordenador de Projetos da Apremavi apresentou o Programa Matas Legais. Após, Tatiana Arruda Correia, Coordenadora de Projetos da Apremavi falou sobre as ações e resultados do Programa Matas Sociais em Santa Catarina, ambos os projetos são executados em parceria com a Klabin. Além disso, os técnicos da Apremavi realizaram a distribuição de 300 mudas de espécies nativas aos participantes.

São realizadas em média, duas edições do Programa Klabin Caiubi em Santa Catarina, sendo uma em cada semestre. As edições duram dois dias, compreendendo uma carga horária de 16 horas. Grupos de até 50 professores são convidados a participar, representando diferentes escolas de vários municípios. Ao final do curso, são disponibilizados aos participantes cartilhas e jogos. 

 

Palestra proferida pela equipe técnica da Apremavi durante a 36ª edição do Programa Klabin Caiubi. Foto: Klabin

Registros das palestras proferidas pela equipe técnica da Apremavi durante a 36ª edição do Programa Klabin Caiubi. Fotos: Klabin

Programa Klabin Caiubi

Com início em 2001, o Programa busca capacitar professores em temas associados à atuação da Klabin e para a consciência ambiental. São realizadas em média, duas edições do Programa Klabin Caiubi em Santa Catarina, sendo uma em cada semestre. As edições duram dois dias, compreendendo uma carga horária de 16 horas. Grupos de até 50 professores são convidados a participar, representando diferentes escolas de vários municípios. Ao final do curso, são disponibilizados aos participantes cartilhas e jogos. 

 

 

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autora: Tatiana Arruda Correia.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.
Foto da capa: Participação da Apremavi na 36ª edição do Programa Klabin Caiubi ©  Mireli Moura Pitz Floriani/Klabin.

Metas globais de desmatamento e restauração florestal estão longe de serem cumpridas

Metas globais de desmatamento e restauração florestal estão longe de serem cumpridas

Metas globais de desmatamento e restauração florestal estão longe de serem cumpridas

“ESTAMOS EM CRISE: os ecossistemas florestais que são a base de um clima habitável, de uma biodiversidade inestimável, de economias prósperas e de importância cultural intangível, continuam sob enorme pressão” –
Sumário executivo da Avaliação da Declaração Florestal de 2023

A Avaliação da Declaração Florestal (em inglês Forest Declaration Assessment), verifica anualmente o avanço nos compromissos florestais internacionais adotados por quase todos os países, como: acabar com a perda e degradação de florestas naturais até 2030 e restaurar 350 milhões de hectares de paisagens degradadas e florestas até 2030.

Esses compromissos foram descritos no Desafio de Bonn em 2011 (em inglês Bonn Challenge), Declaração de Florestas de Nova York em 2024 (em inglês New York Declaration on Forests – NYDF) e a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra em 2021 (em inglês Glasgow Leaders’ Declaration on Forests and Land Use).

Lançada em outubro, a publicação “Fora do caminho e andando para trás: acompanhamento do progresso nas metas florestais para 2030” realizou uma análise abrangente divida em quatro capítulos: objetivos florestais abrangentes; produção e desenvolvimento sustentável; financiamento para florestas e governança florestal, em conjunto com estudos de caso de 7 países e recomendações – lançando luz sobre o estado da ação florestal global.

 

Dados do relatório

Em 2022, o desmatamento global atingiu 6,6 milhões de hectares em todo o mundo, sendo 21% maior do que o necessário para eliminá-lo até 2030, com destaque para a América Latina tropical e não tropical e a África tropical. O relatório aponta que embora haja evidências de aumento global na restauração, o monitoramento desse progresso ainda é um desafio, devido à falta de transparência nos esforços públicos e privados no mundo. Somente 18 países reportaram seus esforços de restauração relacionados ao Desafio de Bonn.

Os dados atualizados de 2022 das espécies dependentes das florestas mostraram que elas diminuíram sua quantidade em 79% entre os anos de 1970 a 2018, evidenciando a perda da biodiversidade nas florestas em um ritmo alarmante.

O relatório sinaliza que é necessário investir muito mais nas florestas. Apenas 2,2 bilhões em fundos públicos são destinados para as florestas, o que não foi suficiente para superar os desafios. A maioria dos países em desenvolvimento ainda precisa de um apoio mais significativo para reformas mais ousadas, a fim de conciliar o desenvolvimento com as metas florestais. Além disso, os preços de créditos de carbono florestal no mercado voluntário ainda estão muito abaixo dos verdadeiros custos dos impactos das atividades de conservação e restauração que os economistas preveem como necessários para cumprir o limite de aumento de 1,5°C de temperatura.

 

O estudo de caso do Brasil

Os primeiros meses do governo Lula se mostraram otimistas em relação à redução no desmatamento na Amazônia brasileira. Só nos primeiros oito meses de 2023 houve uma redução de 48% no desmatamento, em comparação aos últimos 4 anos do Governo Bolsonaro, que teve um aumento de 60%. Essa redução foi possível graças a uma maior fiscalização dos órgãos ambientais, alavancada pela mudança de governo. As operações removeram milhares de garimpeiros ilegais e fazendas de gado de Terras Indígenas. Também é notável a criação de uma secretaria especial de combate ao desmatamento fortemente centrada no monitoramento através de sensoriamento remoto dentro do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Por outro lado, a conversão de ambientes naturais no Cerrado aumentou 20% desde o início de 2023, com um deslocamento do desmatamento da Amazônia. 

O relatório também chama a atenção para a disputa envolvida no governo Lula em torno do desenvolvimento econômico e a proteção ecológica, onde os interesses pró-agronegócio no Congresso Nacional catalisam retrocessos na agenda ambiental, como a aprovação do afrouxamento da Lei da Mata Atlântica pela Câmara dos Deputados.

 

Recomendações 
  1. Os governos devem redefinir as condutas das empresas em relação às florestas:

Devem construir um ambiente regulatório e fiscal que exija ações corporativas, divulgação e responsabilização pelas florestas; que incentiva a proteção, a gestão sustentável e a restauração das florestas; e que incentiva esforços voluntários para serem pioneiros em abordagens econômicas alternativas que reconheçam o verdadeiro valor das florestas em pé.

  1. As instituições financeiras, as empresas e os governos devem financiar:

Atividades que conservam as florestas e não as destruam; investir diretamente nos administradores florestais mais eficazes: povos indígenas e comunidades tradicionais.

  1. Governos, empresas e instituições financeiras devem trazer luz sobre si mesmo: 

Devem investir em coleta de dados, monitoramento ativo, transparência, elaboração pró ativa de relatórios sobre o estado das florestas e ecossistemas além dos seus planos e estratégias para alinhar as suas prioridades econômicas e de desenvolvimento com as florestas, e sobre o seu progresso na implementação dos compromissos florestais.

Capa do relatório: "Fora do caminho e andando para trás: acompanhamento do progresso nas metas florestais para 2030" da Avaliação da Declaração Florestal de 2023
Sobre a Avaliação da Declaração Florestal

A Avaliação da Declaração Florestal constitui um processo colaborativo em andamento, realizado de forma conjunta por organizações da sociedade civil e pesquisadores que formam os Parceiros de Avaliação da Declaração Florestal. Eles acompanham o progresso das metas florestais mundiais para 2030 e divulgam atualizações anuais sobre o avanço em direção a essas metas. Todas as conclusões desse processo de avaliação são submetidas a uma rigorosa revisão por pares, realizada por especialistas em todo o mundo.

> Conheça a plataforma 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer
Foto de capa: Operação Verde Brasil, Rondônia onde os Brigadistas do Prevfogo/Ibama participaram de uma operação conjunta para combater incêndios na Amazônia © Vinícius Mendonça/Ibama CC BY-SA 2.0 DEED

Histórias de vida de artivismo pela Natureza

Histórias de vida de artivismo pela Natureza

Histórias de vida de artivismo pela Natureza

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Uma pergunta para divagar sobre as nuances desses dois temas tão instigantes. O fato é que, para que a vida se torne mais interessante, precisamos da arte para nos envolver. Uma aliada da boa comunicação, tem sido usada para mobilizar a sociedade, produzindo transformações em vários níveis; e é nesse momento, que surge o artivismo, a união entre a arte e o ativismo. 

O artivismo pela natureza tem motivado muitas pessoas, unindo ambientalistas, artistas e amantes da vida. Tetê Brandolim e Wigold Schaffer são exemplos disso e a Floresta com Araucárias é um dos motivos de inspiração para eles. Ambos, com sua arte e exemplos de vida, estimulam as pessoas a se engajarem na busca por um mundo melhor.

Tetê e Wigold nunca se encontraram pessoalmente, mas compartilham a mesma paixão; e a Apremavi está feliz em poder compartilhar essas experiências.

 

A Araucária de Tetê 

A artista Tetê Brandolim aceitou o desafio de transformar em obra de arte a sua visão sobre a araucária e essa história começou quando Miriam Prochnow, fã da artista, viu as novas obras de Tetê, inspiradas nas árvores brasileiras, e perguntou se ela poderia fazer uma araucária para dar de presente para seu companheiro, Wigold.

Conhecida por seus quadros que criam jardins multicoloridos a partir de recortes de chita, o mais brasileiro dos tecidos, Tetê começou a plantar nas suas telas ipês amarelos, roxos, brancos e a criar uma verdadeira floresta. As obras são tão encantadoras que ela foi uma das premiadas na última Semana de Arte Portinari, promovida pelo Museu Casa de Portinari, em Brodowski. 

Fazer um quadro com ipê, que é todo colorido, é mais simples do que desenhar a araucária. Ela é linda e importante na floresta mas tem poucas cores”, conta Tetê. Por isso, o quadro foi produzido lentamente tendo um lindo céu azul onde duas araucárias, mãe e filha, recebem alguns dos “moradores” da ameaçada Floresta com Araucárias, uma das maiores riquezas da biodiversidade brasileira.  

Assim como Tetê, a araucária é uma grande mãe sábia, só que da floresta. Chega a viver mais de 700 anos quando pode seguir o fluxo da sua existência. Tetê Brandolim só, aos 82 anos, revelou o seu talento para as artes, em 2013, quando realizava o sonho de aprender a ler e escrever. Às vésperas de completar 93 anos de idade, ela continua todos os dias a produzir as suas obras. Já são mais de 700. Ela costuma dizer que todas estavam guardadas dentro do coração esperando a oportunidade de florescer

A vontade da artista é que a obra “Minha Primeira Araucária” desperte nas pessoas o mesmo amor que ela tem por esses seres tão especiais e únicos que nos oferecem tanto e só querem ter o direito de existir. 

A artista com a obra:  “Minha Primeira Araucária” por Tetê Brandolim, 2023.
Galeria de imagens da obra “Minha Primeira Araucária” por Tetê Brandolim, 2023. Tela em acrílico com colagem de tecidos, entre eles a chita – 80 x 60 cm.

> Mais sobre Tetê Brandolim no documentário: “Arte da Maturidade: Trajetória”

 
Wigold Schäffer, apaixonado por araucárias desde menino

Esta história de amor começa quando Wigold Schäffer, um menino de cinco anos, reclamava com seus pais por se incomodar com os desmatamentos que via em Santa Catarina na década de 1960. Pensava que se a degradação continuasse naquela velocidade, quando crescesse, não haveria mais árvores para seus filhos e netos conhecerem. Talvez por conta dos apelos tão constantes e insistentes, o pai de Wigold lhe entregou um saquinho com pinhões e orientou-o a plantá-los. Em 1964, aos cinco anos, ele plantava as cem primeiras sementes de araucária. Muitas germinaram. Daquelas sementinhas, restam hoje cerca de 20 araucárias grandes que produzem pinhões e alimentam gralhas, bugios e também a comunidade humana.

A percepção de que a degradação da Floresta com Araucária era abusiva marcou naquela criança o nascimento de um grande amor pela que foi, e continua sendo, uma das árvores mais exuberantes e também cobiçadas da Mata Atlântica. Desse amor de menino, anos depois, nasceram inúmeras ações em prol da conservação da floresta que a abriga.

A luta pela criação de Unidades de Conservação (UCs), a proposição de legislações protetoras, o estímulo para denúncias sobre desmatamentos, crimes ambientais e ações de restauração e a elaboração de materiais de educação ambiental foram possíveis a partir do trabalho da Apremavi, que ele ajudou a criar. Em parceria com outras pessoas e organizações, um conjunto de esforços permitiu que a Floresta com Araucária tivesse mais chances de sobreviver. Hoje, em Santa Catarina, onde a Apremavi estabeleceu sua sede, diversos exemplos de resultados positivos são somados, como a volta do papagaio-charão e de papagaio-de-peito-roxo, que todos os anos colorem os céus em busca do alimento proporcionado pelas araucárias da região serrana do estado. As espécies, que integram a lista de espécies da fauna ameaçadas de extinção, são nativas da Floresta com Araucária e dependem desse ecossistema para sobreviver.

Obra “Araucárias na Paisagem” por Wigold Schäffer, 2007
Obra “Araucárias na Paisagem” por Wigold Schäffer, 2007. Tela em acrílico – 40 x 60 cm.
Wigold também usou seu talento artístico como fotógrafo e pintor para eternizar lindos exemplares de araucárias e outras maravilhas da Mata Atlântica. A exposição “Belezas da Mata Atlântica”, é de autoria dele e nasceu da ideia de divulgar a riqueza da Mata Atlântica, um Bioma biodiverso em sua fauna, flora e população. Composta com 115 quadros com belas imagens da Floresta Atlântica, a mostra teve sua primeira exibição no Centro Ambiental Jardim das Florestas no dia do aniversário de 30 anos da Apremavi. Wigold também é o autor de dois ensaios fotográficos do livro “30 Anos, 30 Causas” que conta a história da Apremavi.
Algumas das fotos da exposição “Belezas da Mata Atlântica” por Wigold Schäffer
Apesar dos bons resultados em prol da natureza durante todos esses anos, infelizmente ainda são constantes as agressões às araucárias e a outras espécies que com elas convivem, não só em Santa Catarina, mas em todos os estados onde elas sobrevivem. A degradação que tanto incomodava Wigold quando criança, ainda existe.

São necessárias e urgentes medidas fortes do poder público para coibir a ocorrência de crimes ambientais. No entanto, a sociedade deve cumprir papel fiscalizador e denunciar irregularidades. Cada cidadão pode adotar medidas de proteção e recuperação da biodiversidade que estiverem a seu alcance como, por exemplo, o plantio de espécies nativas. A Floresta com Araucárias e os Campos Naturais associados a ela, bem como os animais que vivem nessas formações vegetais, terão chances reais para viver com qualidade somente se toda a comunidade unir esforços em prol da conservação.

A exemplo de Wigold Schäffer, devemos cultivar o amor à natureza. E como bem escreveu Rubem Alves, outro artivista da natureza, “aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas, porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno”.

 

Autoras: Maria Zulmira de Souza e Miriam Prochnow.
Revisão: Carolina Schaffer.
Foto de capa: Araucária, por Wigold B. Schäffer.

 

Apremavi e The Vita Coco Company lançam parceria para monitoramento de fauna

Apremavi e The Vita Coco Company lançam parceria para monitoramento de fauna

Apremavi e The Vita Coco Company lançam parceria para monitoramento de fauna

“Cuidando da Mata Atlântica” é o nome do projeto que lança a mais nova parceria da Apremavi com a empresa americana Vita Coco. 

Pensado para ser desenvolvido no âmbito do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, em Atalanta (SC), o projeto terá como principal atividade o monitoramento da avifauna e mastofauna do parque.

“Estamos entusiasmados com a parceria com a Vita Coco para proteger a biodiversidade e restaurar a Mata Atlântica, que é um dos biomas mais ricos e ameaçados do mundo. Nossas ações no Parque Mata Atlântica contribuirão para a conservação de espécies como a coruja-murucututu, conhecida por habitar a área”, afirmou Carolina Schaffer, vice-presidente da Apremavi.

Ao longo de um ano, além do monitoramento das espécies, o projeto contemplará também:

  • A restauração e o enriquecimento de 7,53 hectares de áreas localizadas no Parque Mata Atlântica;
  • A atualização do Plano de Manejo do Parque Mata Atlântica;
  • O desenvolvimento de ações de Educação Ambiental com escolas da região;
  • A elaboração de um mapa com proposta de criação de corredor ecológico em Atalanta conectando o Parque Mata Atlântica com outros fragmentos florestais no município.

O projeto faz parte da iniciativa da Vita Coco chamada Projeto Vita Coco, fundada em 2014 por meio do programa de Iniciativa Ambiental e Social da empresa para apoiar e capacitar comunidades fornecedoras de coco. Até à data, o Projeto Vita Coco, através dos seus parceiros locais, distribuiu mais de 370.000 mudas e árvores e treinou mais de 1.000 agricultores em práticas agrícolas regenerativas. Essa será a primeira iniciativa da empresa no Brasil. Já na Apremavi, o projeto irá contribuir com as metas do planejamento estratégico da instituição, que quer ter uma olhar mais aprofundado na interação da fauna com áreas restauradas ao longo dos anos

 

Plantio inaugural

Uma das primeiras ações do projeto foi a realização de um mutirão de plantio em parceria com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, durante o 2° Encontro das Unidades Regionais realizado em Atalanta (SC).

No total, foram plantadas 671 mudas de árvores nativas de 29 espécies diferentes da Mata Atlântica usadas para restaurar uma área de cerca de um hectare no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, na comunidade de Vila Gropp, em Atalanta (SC).

Área no Parque Natural Municipal Mata Atlântica onde foi realizado o primeiro plantio do projeto "Cuidando da Mata Atlântica. Foto: Carolina Schäffer
Plantio inaugural do projeto “Cuidando da Mata Atlântica” realizado no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica. Fotos: Carolina Schäffer.
Monitoramento de aves

O levantamento das aves do Parque Mata Atlântica ocorreu entre os dias 30 de outubro e 03 de novembro e foi conduzido por um especialista da avifauna da Mata Atlântica, o Biólogo Gustavo Malacco.

Para verificar a ocorrência das aves, enfocando, principalmente, na vocalização de espécies ameaçadas de extinção, raras, deficientes em dados e endêmicas, a técnica utilizada foi o “playback”, que consiste na reprodução de um som por poucos minutos, e com intervalos entre as repetições, para atrair as aves. Cada som resulta em respostas diferentes que indicam a presença das espécies.

Esta já é a segunda vez que Gustavo vem até Atalanta. Na primeira, em dezembro de 2021, o especialista conduziu um estudo da avifauna do município, que resultou na identificação de mais de 190 espécies e serviu de inspiração para o Guia de Aves de Atalanta, lançado pela Apremavi no dia das aves, em outubro de 2023.

Biólogo Gustavo Malacco realizando o levantamento de avifauna. Foto: Carolina Schäffer
Biólogo Gustavo Malacco realizando o levantamento de avifauna. Foto: Carolina Schäffer
Autora: Carolina Schäffer.

Apremavi sedia Encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Apremavi sedia Encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Apremavi sedia Encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Unidades Regionais (URs) do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica (PACTO) estiveram na sede da Apremavi, em Atalanta (SC), para fortalecer os diálogos e atuação em prol da restauração da Mata Atlântica.

Durante os dias 23 a 28 de outubro, a Apremavi e o Instituto Çarakura sediaram o segundo encontro das Unidades Regionais do PACTO. O evento reuniu representantes de 12 organizações brasileiras que constituem as unidades regionais, além da Secretaria Executiva e membros do Conselho de Coordenação da rede. Além da Apremavi, outras 15 organizações foram escolhidas, num universo de mais de 300 membros, como representantes regionais, sendo: Apoena, Associação Mico Leão Dourado, Cepan, Copaíba, Dap, Eco Ocelot, Gambá, Ibam, Instituto Çarakura, Iracambi, Mater Natura, MV, Natureza Bela, Regua e Save Brasil.

Na pauta do encontro estava o compartilhamento de experiências e saberes sobre o fazer restauração, trocas para construção e aprimoramento de viveiros e redes de coleta de sementes, aprendizado sobre ferramentas e protocolos de monitoramento, conversas sobre o CAR e o PRA como ferramentas de aplicação do Código Florestal e de ganho de escala na restauração, oficinas de drone e fotografia, bem como visitas à áreas restauradas pela Apremavi com o uso de diferentes metodologias e ao Viveiro Jardim das Florestas, o Centro Ambiental e a Trilha da Restauração, na sede da Apremavi.

Rubens Benini, Coordenador Nacional do Pacto, menciona que o encontro representa um importante momento não apenas para o Brasil, mas para o mundo, especialmente em uma década crucial para a restauração de ecossistemas. “A Mata Atlântica, o bioma mais degradado no Brasil, rica em biodiversidade e vital para a saúde do planeta, enfrenta desafios sérios, incluindo a perda de habitat e a ameaça à diversidade biológica. Ao unir esforços e compartilhar experiências, as Unidades Regionais buscam não apenas discutir técnicas e estratégias para revitalizar esse ecossistema, mas também estabelecer um exemplo inspirador de colaboração para a restauração. Em um contexto em que a restauração se torna uma prioridade global, o encontro destaca a importância da cooperação na busca por soluções que o desafio nos traz, promovendo a troca de experiências e contribuindo para a construção de um futuro mais equilibrado e saudável para o nosso planeta”, comenta Rubens.

Representantes das instituições que compõem o grupo de Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Foto: Wigold B. Schäffer.

Representantes das instituições que compõem o grupo de Unidades Regionais do Pacto conhecendo o trabalho da Apremavi por meio de diversas atividades. Fotos: Miriam Prochnow, Carolina Schäffer e Wigold B. Schäffer.

Mão na massa pela restauração

O mão na massa faz parte da história da Apremavi desde a sua fundação, não à toa, sempre que existe uma oportunidade, a instituição organiza mutirões para proporcionar momentos de plantio de árvores nativas.

Por isso, e para celebrar o momento de encontro, um mutirão foi realizado para restaurar uma área de cerca de um hectare no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, na comunidade de Vila Gropp, Atalanta (SC). No total, os representantes das URs e a Equipe da Apremavi plantaram 671 mudas de árvores nativas de 29 espécies diferentes da Mata Atlântica. Essa ação em união, positiva a todos os envolvidos, é a tônica do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi e representante da instituição no Conselho do PACTO, comenta que o encontro é um espaço de fortalecimento dos diálogos e de inspiração para a ação. “Além de fortalecer laços e parcerias entre organizações, estar com essa rede de potências é inspirador porque é na partilha de histórias de sucesso e das dificuldades que conseguimos ter ideias para superar os desafios e dar escala para a restauração, contribuindo para que o PACTO atinja sua meta de recuperar 15 milhões de hectares até 2050”, reflete Carolina.

A ação foi registrada pela RBA TV, afiliada da rede bandeirantes em SC, e pode ser assistida abaixo.

 

Mutirão de plantio realizado no Parque Natural Municipal da Mata Atlântica. Fotos: Miriam Prochnow e Alex Sieves 

Visita ao Instituto Çarakura

Após a estada na Apremavi, as Unidades Regionais desceram a serra catarinense e chegaram na capital catarinense, Florianópolis, para uma visita à sede do Instituto Çarakura e às áreas atendidas em seus projetos. O Instituto atua há 15 anos com educação, arte e permacultura para fomentar a restauração e conservação da Mata Atlântica.

A primeira parada foi uma roda de conversa com a líder indígena Eliara Antunes, da Terra Índigena Morro dos Cavalos, para fortalecer a agenda da restauração junto às comunidades indígenas resgatando a necessidade da valorização dos saberes ancestrais na conservação e proteção da Mata Atlântica, além de formalizar um convite para a participação ativa de representantes indígenas no PACTO.

O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro seguiu como palco do encontro, onde o grupo teve a oportunidade de compartilhar informações sobre as metodologias de restauração dos ecossistemas costeiros, como mangues e restingas, aplicadas pelo Çarakura no projeto Raízes da Cooperação.

E por fim, a rede encerrou as atividades do 2º Encontro das Unidades Regionais com uma vivência imersiva recheada de arte na sede do Instituto Çarakura, conhecendo sua história de criação e atuação pela restauração de um dos biomas mais ameaçados do Brasil.

 

Visita à sede do Instituto Çarakura e às áreas atendidas em seus projetos. Fotos: Carolina Schäffer

O Pacto Mata Atlântica

O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um movimento nacional que articula e integra atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, com benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Estabelecido em abril de 2009, o Pacto atua estrategicamente articulando instituições públicas e privadas, governos, empresas, comunidade científica e proprietários de terras para integrar seus esforços e recursos na geração de resultados em restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.

Atualmente conta com mais de 300 instituições membro e 16 Unidades Regionais, sendo a Apremavi uma delas desde 2021.

> Veja mais sobre o Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica

 

Mapa das Unidades Regionais do Pacto. Créditos: Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

Mapa das Unidades Regionais do Pacto. Créditos: Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.
Foto de capa: URs na Trilha da Restauração da Apremavi. Foto: Carolina Schaffer.

No 10º aniversário, OCF avalia a implementação do Código Florestal em evento

No 10º aniversário, OCF avalia a implementação do Código Florestal em evento

No 10º aniversário, OCF avalia a implementação do Código Florestal em evento

Nos dias 25 e 26 de outubro a Apremavi participou do evento realizado pelo Observatório do Código Florestal (OCF) para discutir a implementação do regramento ambiental. O encontro celebrou uma década de criação do observatório.

A sequência de reuniões ocorreu em Brasília e contou com a participação das organizações da sociedade civil que compõem a rede e com representantes dos governos federal, estaduais e municipais. Entre os temas debatidos nos grupos de trabalhos temáticos estão os desafios e gargalos para implementação do Código e boas práticas, como: o Cadastro Ambiental Rural (CAR), Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), o Programa de Regularização Ambiental (PRA), restauração, incentivos econômicos, fiscalização e transparência. 

Maíra Ratuchinski, Técnica Ambiental da Apremavi e representante da instituição  no evento, falou sobre a experiência da implementação do Código Florestal no âmbito do projeto Implantando o Código Florestal, com foco em Santa Catarina: “No estado de SC o PRA ainda não foi implementado. Porém, a Apremavi tem apoiado fortemente os proprietários rurais no planejamento e adequação ambiental dessas propriedades.

Além disso, ela relatou como a implementação é realizada na prática: “Realizamos visitas em propriedades rurais para verificar as informações do Cadastro Ambiental Rural. Identificamos inconsistências, se houver, planejamos medidas ambientais e discutimos a restauração com os proprietários. Em seguida, doamos mudas e usamos drones para mapear o uso do solo. Acreditamos que a regulamentação dos Programas de Regularização Ambiental (PRAs) pelos estados proporcionará segurança jurídica aos proprietários rurais”.

Encontro realizado pelo Observatório do Código Florestal entre os dias 25 e 26 de outubro em Brasília para discutir a implementação do Código. Foto: Maíra Ratuchinski,
Encontro realizado pelo Observatório do Código Florestal entre os dias 25 e 26 de outubro em Brasília para discutir a implementação do Código. Foto: Maíra Ratuchinski
O Observatório do Código Florestal

O Observatório do Código Florestal (OCF) foi criado há dez anos, e hoje conta com uma rede de cerca de 40 organizações brasileiras, que atuam coletivamente para monitorar a implementação bem-sucedida da Lei Florestal, fortalecendo o papel da sociedade civil na defesa da vegetação nativa brasileira. Com isso, visa a proteção dos biomas e dos valores culturais, a produção sustentável e a recuperação de ambientes naturais.

Nessa década, construímos muito conhecimento, ferramentas e informações para viabilizar a implementação da lei. Agora precisamos tornar essas ferramentas conhecidas e de uso para o poder público, para os produtores rurais, para o próprio Ministério Público e para a sociedade como um todo”, comenta Roberta del Giudice, secretária executiva da rede. “São instrumentos que possibilitam a formulação e implementação de políticas públicas para a implementação da lei”, completa.  

Apesar dos avanços e das ferramentas criadas ao longo da última década, os desafios para a efetiva implementação do código ainda são diversos e exigem esforços de todos os envolvidos – de produtores rurais aos governos em níveis municipais, estaduais e federais. O trabalho a ser feito é essencial para diminuição dos números de desmatamento e de degradação ambiental do país e para o cumprimento em compromissos firmados internacionalmente contra a crise climática, visto que regula diretamente as formas de uso e ocupação do território brasileiro.  

“Trabalhar para que as leis ambientais sejam cumpridas e implementadas é um dos objetivos da Apremavi. O Código Florestal é uma das leis mais importantes no Brasil e sua efetiva implementação é uma das formas de se combater as consequências das mudanças climáticas e garantir o bem-estar de todas as espécies. Participar de uma rede como o OCF faz com esse trabalho seja mais forte e eficiente, além de promover um importante intercâmbio e troca de experiências entre as organizações parceiras”, comenta Miriam Prochnow, co-fundadora, diretora e coordenadora de projetos da Apremavi.

 

> Saiba mais sobre o trabalho do OCF


O Observatório do Código Florestal também é a entidade responsável por agrupar os atores da Sociedade Civil que constituem o consórcio executor do projeto Políticas, Práticas, Transparência e Governança para Implementação do Código Floresta. A iniciativa tem como objetivo geral reverter e reduzir a perda de florestas no Brasil, e conta com a Apremavi para desenvolver atividades para a retificação do Cadastro Ambiental Rural, desenvolvimento de Projetos de Recuperação Ambiental (PRA) e de incidência política para a implantação plena do Código Florestal. 

 

 

Autora: Maíra Ratuchinski, com informações do OCF.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Comunicação do Observatório do Código Florestal.

Apremavi e parceiros avançam no monitoramento da restauração ecológica

Apremavi e parceiros avançam no monitoramento da restauração ecológica

Apremavi e parceiros avançam no monitoramento da restauração ecológica

Entre os dias 18 a 21 de setembro, a Apremavi e a Klabin, por meio dos times técnicos dos programas Matas Legais e Matas Sociais de Santa Catarina e do Paraná – com apoio da equipe do Projeto + Floresta – realizaram mais uma semana de monitoramento em áreas restauradas nas cidades de Arapoti, Cândido de Abreu, Curiúva, Imbaú, Ortigueira e Reserva, no Paraná. A iniciativa faz parte de um acompanhamento constante realizado pelas equipes, a fim de verificar de perto o desenvolvimento e evolução das áreas atendidas pelos projetos Matas Legais e Matas Sociais.

As ações também visam proporcionar mais um momento de troca com os proprietários parceiros, incentivando a aplicação dos indicadores que regem o “Guia de Monitoramento de Projetos de Restauração de Áreas Degradadas e Alteradas” elaborado pela Apremavi com apoio da Klabin, cujo objetivo é planejar ações necessárias visando à recuperação da vegetação nativa, buscando fortalecer os corredores ecológicos do Estado do Paraná. A primeira avaliação do guia ocorreu em maio deste ano e essas novas ações dão continuidade aos esforços da Apremavi na melhoria do monitoramento da restauração dos projetos executados pela instituição.

No total, foram visitadas 27 propriedades atendidas pelo Matas Legais com monitoramento em 44 áreas de intervenção, somando 35,58 hectares distribuídas entre as seguintes metodologias: condução da regeneração natural, plantio de mudas em área total e enriquecimento ecológico. Já pelo Matas Sociais, 23 propriedades foram visitadas com aplicação de monitoramento em 28 áreas de intervenção. As áreas monitoradas somam 9,9 hectares distribuídas nas mesmas metodologias citadas anteriormente.

“Como a Apremavi possui atuação em diferentes regiões, oportunizar momentos como esse é fundamental para promover o engajamento da Equipe. Além da execução da atividade principal que é o monitoramento, foi um período para troca de experiência e compreensão da realidade de cada Programa”, comenta Maurício Reis, Coordenador de Projetos da Apremavi.

“Além de prestar a consultoria inicial, mais importante que isso é o acompanhamento periódico. É gratificante ver o desenvolvimento e o avanço que os proprietários e as áreas têm ao longo da parceria, evoluindo passo a passo”, disse Henrique Luvison, gerente de Responsabilidade Ambiental da Klabin.

Apremavi e parceiros avançam no monitoramento da restauração ecológica. Foto: Maurício Reis

Registros das ações de monitoramento da restauração ecológica realizado em propriedades atendidas pelo Matas Legais no Paraná. Fotos: Maurício Reis e Edilaine Dick.

Matas Legais

É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O projeto desenvolve ações para o planejamento de propriedades e paisagens, estratégias de conservação e sustentabilidade para o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, e a melhorar a qualidade de vida da população.

A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.

> Conheça o Matas Legais

 

Matas Sociais

É uma parceria entre a Klabin, a Apremavi e o Sebrae que também ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O objetivo é contribuir para o fortalecimento social, econômico e ambiental de pequenas e médias propriedades rurais em benefício da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável.

> Conheça o Matas Sociais

 

Autor: Maurício Reis.
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Edilaine Dick e Elder Monteiro.

Apremavi participa de encontro do Comitê Brasileiro da IUCN

Apremavi participa de encontro do Comitê Brasileiro da IUCN

Apremavi participa de encontro do Comitê Brasileiro da IUCN

No último dia 18 de outubro, a Apremavi esteve presente no encontro do Comitê Brasileiro da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em Brasília (DF).

Para avançar na discussão de agendas relevantes para a conservação da biodiversidade no Brasil, nesse primeiro encontro presencial pós-pandemia, o comitê reuniu representantes das organizações membro, entre elas, além da Apremavi, SAVE Brasil, Instituto Ekos, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Ipê Pesquisas Ecológicas, WCS Brasil, Fundação Grupo Boticário, Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN), Associação de Zoológicos do Brasil, Ecoa e Associação de RPPN e Outras Reservas Privadas de Minas Gerais (ARPEMG).

O encontro, que aconteceu na sede do ISPN, também contou com a presença do Diretor do Escritório Regional da IUUICN para a América do Sul, Gabriel Quijandría, da Coordenadora Regional do Programa IUCN América do Sul, Connie Espinoza, e de Carlos Eduardo Marinelli, secretário substituto da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais.

 

Representantes das instituições membro do Comitê Brasileiro da IUCN. Foto: Arquivo Apremavi.

O grupo pretende definir os temas prioritários para atuação em rede nos próximos anos, bem como construir uma agenda de fortalecimento da organização no país e rumar para postular pautas nos encontros regionais e mundiais de conservação da natureza que vão acontecer nos anos vindouros.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, e atual Secretária Executiva do Comitê da IUCN no Brasil, participou da reunião e destacou a relevância da atuação em rede: “A IUCN tem potencial para orientar decisões e influenciar os rumos da conservação de ecossistemas no mundo, primordial para o combate das crises globais em curso”.

A IUCN agrega membros governamentais, organizações não governamentais, povos e comunidades tradicionais, propiciando o diálogo e as trocas de informações e cooperações diversas entre todas as regiões do mundo. No Brasil, o Comitê é composto por mais de vinte organizações com representatividade em todos os biomas.

 

A IUCN

Criada em 1948, a IUCN (sigla em inglês para International Union of Conservation of Nature) é a maior e mais antiga rede para a conservação da natureza do mundo, agregando mais de 1.400 organizações membros e contando com a contribuição de cerca de 15.000 especialistas voluntários de 160 países que influenciam os rumos da conservação da biodiversidade através da ótica da crise do clima, das comunidades tradicionais e do desenvolvimento sustentável.

Dentre as inúmeras contribuições da rede para a temática, está a publicação da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, que tem servido de base para governos, ONGs e empresas tomarem decisões que afetam os habitats naturais que remanescem no planeta. Outro ponto importante é a colaboração com governos nacionais e locais, comunidades e outros organismos, para que sistemas de áreas protegidas sejam criados e geridos corretamente.

A troca de experiências entre os membros começa nos comitês nacionais em cada país que promovem o diálogo, compartilham experiências e suportam cooperações diversas entre todas as regiões do mundo, e também no debate no âmbito das comissões, que são:

  1. Comissão de Educação e Comunicação – CEC (sigla em inglês);
    2. Comissão de Políticas Ambientais, Econômicas e Sociais – CEESP (sigla em inglês);
    3. Comissão de Espécies Ameaçadas – SSC (sigla em inglês);
    4. Comissão Mundial em Legislação Ambiental – WCEL (sigla em inglês);
    5. Comissão de Manejo de Ecossistemas – CEM (sigla em inglês); e,
    6. Comissão Mundial de Áreas Protegidas – WCPA (sigla em inglês).

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.

Guabiroba-crespa, endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção

Guabiroba-crespa, endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção

Guabiroba-crespa, endêmica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção

A guabiroba-crespa (Campomanesia reitziana) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, com ocorrência na Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Restinga dos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Ela também é chamada de Guabiroba-de-reitz ou guabiroba-morango, pois seu fruto tem gosto de morango no final.

A polpa da guabiroba-crespa é doce e por isso muito utilizada em sucos, geléias, licores e sorvetes. Além dos frutos, a sua árvore é de grande beleza, desabrochando com uma deslumbrante profusão de flores brancas que atraem abelhas, possuindo assim um potencial melífero. 

Pesquisas investigaram as propriedades medicinais da espécie e observaram propriedades relativas a efeitos anti-inflamatórios da dimetil-cardamonina (DMC), o principal constituinte do extrato metanólico de frutas de C. reitziana. Conhecimentos tradicionais associam a infusão das folhas da espécie a uma melhora no mal-estar gástrico e em quadros diarreicos.

A espécie pode ser utilizada na restauração de áreas degradadas, pois atrai animais silvestres, principalmente as aves, que apreciam seus frutos. Também é recomendada para arborização urbana. 

Mudas de guabiroba-crespa. Foto: Arquivo Apremavi

Detalhes das mudas e sementes da guabiroba-crespa. Fotos: Arquivo Apremavi

Guabiroba-crespa

Nome científico: Campomanesia reitziana D. Legrand
Família: Myrtaceae
Utilização: madeira utilizada para cabo de ferramentas, tábuas e lenha. Seus frutos são comestíveis, servindo de alimento para vários animais.
Coleta de sementes: diretamente da árvore quando começar a queda espontânea dos frutos ou recolhê-los do chão.
Época de coleta de sementes: outubro a novembro.
Fruto:  verde, arredondado, contendo até 4 sementes, possuindo aproximadamente 2 cm.
Flor: branca.
Crescimento da muda: médio
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.
Status de conservação: consta como Vulnerável na Lista Vermelha de Ameaça da Flora Brasileira

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Referências:

Brasil. Lista Vermelha de Ameaça da Flora Brasileira. 2014. Disponível em: https://specieslist.sibbr.gov.br/speciesListItem/list/drt1565629935045. Acesso em: 23 out. 2023.

Cury, B. J., Boeing, T., Somensi, L. B., Campos, A., Cechinel‐Filho, V., de Souza, P., & da Silva, L. M. (2022). Dimethyl cardamonin from fruits of Campomanesia reitziana D. Legrand promotes gastroprotection and gastric healing effects in rodents. Chemistry & Biodiversity, 19(12), e202200727. http://dx.doi.org/10.1002/cbdv.202200727.

Mariott, M., Mariano, L. N. B., Boeing, T., Cechinel Zanchett, C. C., Salamanca, E., Bella Cruz, A., … & da Silva, L. M. (2022). Preparations from Campomanesia reitziana reduce the gastrointestinal motility and castor oil‐induced diarrhea in a non‐opioid and non‐dopaminergic pathway in mice and display antimicrobial activity in vitro. Neurogastroenterology & Motility, 34(2), e14277.http://dx.doi.org/10.1111/nmo.14277.

Oliveira, M.I.U.; Costa, I.R.; Proença, C.E.B. Campomanesia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB10327>. Acesso em: 21 out. 2023 

Prochnow, M. (org) (2007). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi.

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.

Novo decreto do Governo Federal cria diretoria do Cadastro Ambiental Rural (CAR), por OCF

Novo decreto do Governo Federal cria diretoria do Cadastro Ambiental Rural (CAR), por OCF

Novo decreto do Governo Federal cria diretoria do Cadastro Ambiental Rural (CAR), por OCF

No mesmo dia, nota técnica com sugestões para disponibilização dos dados do cadastro é divulgada pelo Observatório do Código Florestal, ICV e Imaflora 

DO OBSERVATÓRIO DO CÓDIGO FLORESTAL | Recém-criada por decreto do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), a diretoria do Cadastro Ambiental Rural (CAR) terá trabalho pela frente. 

É o que aponta a nota técnica “Medidas para aprimoramento na disponibilização e acesso aos dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR)” divulgada nesta quarta-feira, 11, de autoria do Observatório do Código Florestal em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

Criado pelo Código Florestal (Lei 12.651 de 2012), o CAR é o registro de todos os imóveis rurais no Brasil em um sistema nacional, o Sicar, que permite monitorar a conformidade dos imóveis rurais e promover a regularização ambiental de acordo com o previsto pela legislação.

A nova diretoria, estabelecida pelo Decreto nº 11.731, publicado nesta quarta-feira, 11,  faz parte da mudança da estrutura regimental do MGI, que assumiu a gestão do sistema em junho deste ano por determinação da Lei nº 14.600/2023.

Até então, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), alocado dentro do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), era o responsável por apoiar a gestão e integração das bases de dados ambientais do CAR.

O diretor de políticas públicas do WWF Brasil, Raul do Valle, avalia a criação da diretoria como uma oportunidade para melhorias na operacionalização do sistema. 

“Esperamos que ele possa ser usado tanto pelo governo como pela sociedade para cruzar informações com outras bases de dados, fazer análises e permitir a identificação não apenas daqueles que não cumprem a lei, mas também daqueles que voluntariamente protegem florestas e outras formas de vegetação nativa para além do mínimo previsto em lei, para que possam ser reconhecidos por políticas públicas e privadas”, comenta.

Dentre as competências da nova diretoria do CAR estabelecidas pelo decreto, está a promoção do o acesso dos demais órgãos públicos aos dados do CAR em articulação com MMA e a Secretaria de Governo Digital, aprimoramento da infraestrutura do Sicar, a adoção das medidas administrativas, técnicas e tecnológicas necessárias à acessibilidade e à transparência dos dados públicos do CAR e à integração das bases de dados dos entes federativos à base de dados do mecanismo, em âmbito nacional.

A base de dados do CAR revela o nível de adequação das propriedades rurais ao estabelecido pelo Código Florestal e, consequentemente, o andamento do processo de implementação dessa política pública. Dessa forma, é essencial para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico, além do combate ao desmatamento no país.

 

NOTA TÉCNICA

A nova publicação técnica, enviada ao MGI e ao SFB, descreve, avalia e apresenta limitações ao acesso da sociedade aos dados do CAR e, a partir disso, apresenta recomendações de aprimoramento para melhoria da disponibilidade das informações ao público.

Dentre os problemas identificados, a nota descreve a falta de sincronia de atualização pelas diferentes rotas de acesso aos dados, o que provoca inconsistências em informações, a falta de consolidação de dados em um sistema único e a ausência de dados de histórico de cadastros.

“Já tivemos um grande avanço na transparência quando, em 2016, foram disponibilizados os dados do CAR à sociedade via consulta pública. Depois de alguns anos com pouco progresso, é o momento de retomar o diálogo e continuar aprimorando a disponibilização desses dados”, avaliou Ana Paula Valdiones, coordenadora de Transparência Ambiental do ICV.

Uma consulta pública realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no âmbito da formulação de seu Plano de Dados Abertos, em 2021, mostra que o CAR figura como a base mais votada pela sociedade na priorização de dados a serem abertos.

A secretária executiva do OCF, Roberta del Giudice, explica que os problemas apontados na nota afetam a integridade e a utilidade das informações. “Superar esses desafios é crucial para compreender melhor a situação dos imóveis rurais no Brasil, viabilizando o desenvolvimento de políticas para a implantação da Lei, com foco na restauração, valorização das commodities agrícolas brasileiras, políticas destinadas à valorização da agricultura familiar, dentre outras. O Observatório deseja sucesso à nova diretoria do MGI no cumprimento de sua atribuição e se coloca à disposição para contribuir com o que for necessário. Esperamos que o SFB e o MGI trabalhem de forma coordenada para garantir os resultados à sociedade”, diz. 

Os dados são subsídios, aponta a nota, para elaboração de políticas públicas, cumprimento de metas nacionais e estaduais para restauração de ecossistemas, fiscalização e licenciamento ambiental, além de identificação de requerimento de terras em áreas que não deveriam ser conhecidas como de uso privado, como Unidades de Conservação de Proteção Integral ou Terras Indígenas (TIs).

Além de apontamentos de melhorias específicas para cada rota de acesso, que são três, a nota apontou diferentes caminhos para melhor integração das bases de dados e detalhou dados ainda não disponíveis que poderiam ser publicados para melhorias na transparência ativa.

A equipe técnica também reforçou orientação, enviada ao MGI e ao SFB, para garantia da preservação das rotas de acesso durante e após a migração do CAR aos sistemas da pasta.

“O acesso ao CAR tem grande relevância para diferentes grupos que atuam conciliando produção agropecuária com conservação ambiental no Brasil. Com a transferência de sua gestão para o MGI, avaliamos que é importante estreitar o diálogo com os órgãos públicos para garantir a manutenção e o aprimoramento da disponibilidade e transparência desses dados”, afirma Bruno Vello, analista de políticas públicas do Imaflora e um dos autores do trabalho. 

Confira a nota técnica completa aqui.

 

Sobre o Observatório do Código Florestal

O Observatório do Código Florestal é uma rede de 43 entidades ligadas à questão ambiental criada com objetivo de monitorar a implementação da Lei Florestal, defender a vegetação e a produção sustentável no país.  O Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) são membros da rede. 

Informações para imprensa

Observatório do Código Florestal – Júlia Beatriz Oliveira – julia.oliveira@observatorioflorestal.org.br – 92 98427-8828

Instituto Centro de Vida – Rodrigo Vargas – rodrigo.vargas@icv.org.br

Imaflora – Jéssica Tabuti – jessica.tabuti@imaflora.org.br

Texto: Júlia Beatriz Oliveira
Edição: Simone Milach

Apremavi participa da Semana ODS na Prática

Apremavi participa da Semana ODS na Prática

Apremavi participa da Semana ODS na Prática

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compõem uma ampla iniciativa global composta por 17 metas interligadas e um total de 169 realizações a serem cumpridas até 2030. A concepção dos ODS foi resultado de um processo extenso que envolveu múltiplos setores da comunidade global, concluso em 2015, quando os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) chegaram a um acordo final durante uma Assembleia Geral.

A Apremavi deu início a um movimento para identificar em suas atividades os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em 2020, por meio de um estudo que mapeou como trabalhamos diariamente. Além disso, iniciou um processo para incorporar novas metas ​​relacionadas à Agenda 2030 no seu planejamento estratégico decenal.

> Conheça os ODS no trabalho da Apremavi

 

Palestra “Uma história de empreendedorismo”

Visando contribuir para os ODS a Apremavi participou de mais uma edição da Semana ODS na Prática organizada pelo Movimento ODS SC. A primeira ação ocorreu no dia 26/09 em Rio do Sul (SC) no Colégio Dom Bosco com os alunos do curso de empreendedorismo consciente, em parceria com o signatário Jean Pier Xavier de Liz. A palestra abordou a história do empreendedorismo do Viveiro Jardim das Florestas como visionário na busca pela produção de mudas nativas da Mata Atlântica. 

“Falar com jovens adultos é sempre uma oportunidade para inspirá-los, com base na nossa história de sucesso, a se tornarem líderes ativos na sociedade e impulsionarem ações de conservação da biodiversidade e restauração dos ecossistemas“ comenta Carolina Schäffer, diretora da Apremavi, coordenadora de projetos e da comunicação institucional.

Além da palestra, nos próximos dias será realizado um plantio de 360 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica ao redor de uma nascente em uma propriedade em Rio do Sul (SC).

 

O Movimento ODS SC

Desde 2020, a instituição faz parte do Movimento ODS de Santa Catarina, que tem como missão facilitar a incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no dia-a-dia das pessoas e na prática das organizações catarinenses, bem como discutir a implementação da Agenda 2030. Em SC somos 736 signatários, entre pessoas físicas e jurídicas, de 68 municípios que estão articulados em 13 comitês. O nosso é o Comitê do Vale Europeu.

Anualmente, o Movimento organiza a “Semana ODS na Prática” com ações realizadas pelos Comitês Locais para dar visibilidade às iniciativas relacionadas aos ODS em parceria com os signatários do Movimento. A semana ocorre duas vezes por ano, a primeira na última semana do mês de maio e a segunda na última semana do mês de setembro. Neste ano, a Apremavi participou da segunda semana, realizada de 25 a 30 de setembro.

> Conheça o Movimento ODS SC 

 

 

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.

Novas árvores são plantadas em comemoração aos 25 anos do Bosque de Heidelberg

Novas árvores são plantadas em comemoração aos 25 anos do Bosque de Heidelberg

Novas árvores são plantadas em comemoração aos 25 anos do Bosque de Heidelberg

Visando celebrar os 25 anos do projeto Bosque de Heidelberg, fruto da parceria entre a Apremavi e a ONG alemã Bund Für Umwelt und Naturschutz Deutschland (BUND), dois plantios foram realizados em Santa Catarina

O primeiro deles ocorreu no Dia da Árvore (21/09), no Centro Educacional Infantil Luize Heidrich em Taió (SC), em uma propriedade próxima à escola. Na ocasião, a Apremavi além de realizar o plantio com os alunos explicou sobre a importância do mesmo e também da restauração e conservação da Mata Atlântica.

As atividades fizeram parte de um projeto já existente na escola, conforme relata a professora Aline Becker Eyng: “O projeto do Dia da Árvore da escola é uma iniciativa importante para conscientizar as crianças sobre a importância das árvores e da preservação ambiental. Por meio de atividades lúdicas e educativas, as crianças aprendem sobre os benefícios das árvores para o meio ambiente e a vida humana, além de desenvolver habilidades e valores importantes como responsabilidade  ambiental, cooperação, criatividade e empatia”.

   + Confira a reportagem produzida pela Rede Web TV sobre a ação

Plantio em Taió (SC) no Dia da Árvore em parceria com o  Centro Educacional Infantil Luize Heidrich. Fotos: Miriam Prochnow

Plantio em Taió (SC) no Dia da Árvore em parceria com o  Centro Educacional Infantil Luize Heidrich. Fotos: Miriam Prochnow

Já no dia 3/10, ocorreu o segundo plantio, em Cerro Verde I, no município de Ponte Alta (SC), em parceria com a Epagri. A proposta surgiu por demanda dos moradores que queriam mais sombra e cores na praça e parquinho da comunidade.

Além do plantio, foi realizado uma conversa sobre paisagismo na propriedade rural com a extensionista rural do município de Ponte Alta, Adelina Berns; e a apresentação do Projeto Bosques de Heidelberg pela Coordenadora de Projetos da Apremavi, Tatiana Arruda Correa. A parte prática contou com a montagem de um canteiro no formato de uma mandala com as mudas de plantas que os moradores trouxeram para compartilhar e embelezar ainda mais o local.

Ao final da tarde, foi realizado um café solidário, como forma de integração e fortalecimento dos vínculos entre os participantes. Segundo Adelina, uma das idealizadoras da ação, a data do plantio é simbólica: “um dia para ficar marcado e reforçar que as ações só são possíveis com as parcerias e comprometimento dos envolvidos“.

Plantio em Ponte Alta (SC) em parceria com a Epagri. Foto: Arquivo Apremavi

Plantio em Ponte Alta (SC) em parceria com a Epagri. Foto: Arquivo Apremavi

Bosques de Heidelberg

A doação das mudas para o plantio foi possível através do projeto Bosques de Heidelberg,  uma parceria entre a Apremavi e a ONG alemã Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland – BUND. A BUND é uma organização sediada em Heidelberg, sul da Alemanha, que trabalha desde 1976 pela proteção e conservação ambiental desenvolvendo projetos com foco especial na educação e conscientização de jovens e adultos.


A Epagri 

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), atua em atividades que buscam o aperfeiçoamento das atividades agrícolas em território catarinense. Desenvolve pesquisas e presta atividades de extensão a produtores rurais de forma gratuita. É parceira de longa data da Apremavi, em diversas ações e projetos, como nas atividades do projeto Implantando o Código Florestal

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autoras: Adelina Cecilia de Andrade Bernes e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.
Foto da capa: Plantio em Taió (SC) realizado no Dia da Árvore em parceria com o Centro Educacional Infantil Luize Heidrich. Foto: Miriam Prochnow

Dia da árvore na Apremavi é sinônimo de ação

Dia da árvore na Apremavi é sinônimo de ação

Dia da árvore na Apremavi é sinônimo de ação

O Dia da Árvore é uma data emblemática que nos convida a refletir sobre a vital importância dessa forma de vida para todas as espécies. 

O plantio de mudas desempenha um papel fundamental na restauração ecológica de ecossistemas e também amplia a presença de árvores em áreas urbanas. Por meio das doações diretas e vendas de mudas para organizações que também realizam a distribuição de mudas nativas no Dia da Árvore, a Apremavi busca associar as atividades de educação e mobilização com a prática, promovendo o plantio de árvores e sensibilizamos sobre a necessidade da conservação e restauração para o enfrentamento das crises socioambientais do presente.

Ao lado de parceiros de longa data e centros de ensino de diferentes municípios, foram articuladas e apoiadas diversas atividades, buscando a distribuição das mudas e o compromisso de que as mesmas serão plantadas. Confira algumas ações realizadas pela Apremavi em rede com parceiros nesta data:

Doação de mudas

O projeto Matas Sociais – planejando propriedades sustentáveis, executado em parceria com a Klabin e o Sebrae, doou 2.640 mudas para instituições de ensino e governamentais de sete municípios:

  • Telêmaco Borba: Instituto Federal do Paraná – Campus Telêmaco Borba e Secretaria do Meio Ambiente;
  • Ventania: Secretaria do Meio Ambiente;
  • Ortigueira: Escola Municipal Professor Mercimeire Teodoro de Oliveira e Secretaria do Meio Ambiente;
  • Reserva: Secretaria do Meio Ambiente;
  • Imbaú: Centro Municipal de Educação Infantil Tia Lu, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e Câmara Municipal dos Vereadores de Imbaú (CEMEI);
  • Figueira: Secretaria Municipal de Figueira.
Plantio de mudas no Centro Municipal de Educação Infantil em Imbaú (PR). Crédito: Centro Municipal de Educação Infantil em Imbaú (PR)

Plantio de mudas no Centro Municipal de Educação Infantil Tia Lu em Imbaú (PR). Crédito: Adriana Sokulski Paes.

Distribuição de mudas na rede Archer

Por mais de duas décadas, no Dia da Árvore, a rede de Supermercados Archer, com sede em Brusque (SC), tem presenteado seus clientes com mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. Em 2023  foram distribuídas 30.000 mudas, todas provenientes do Viveiro Jardim das Florestas. A campanha de doação foi marcada pela chamada inspiradora “Preservar é fazer do futuro uma parte do seu dia a dia.”

Carregamento de mudas adquiridas pela rede Archer para doação. Foto: Taís Fontanive

Carregamento de mudas adquiridas pela rede Archer para doação. Foto: Taís Fontanive

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Fauna, Flora e Funga

Fauna, Flora e Funga

Fauna, Flora e Funga

“Precisamos urgentemente adicionar um terceiro “F” – funga – nas discussões sobre o enfrentamento dos desafios planetários frente às crise climática e da perda de biodiversidade” – Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade.

Os fungos estão por toda a parte do planeta e estima-se que mais de 90% das plantas dependem deles para existir, onde por meio de uma relação de simbiose eles fornecem nutrientes essenciais. Além da sua importância ecológica, eles fazem parte do nosso dia a dia, sendo utilizados para remédios e até a produção de pão, queijo e vinhos, por exemplo.

Apesar da sua enorme importância, eles não recebem a mesma atenção que outros reinos, como os animais e as plantas. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 625 espécies de fungos foram avaliadas no mundo, sendo que 46% delas estão categorizadas em alguma das categorias de ameaça. Em contrapartida, 62.666 espécies de plantas e 87.082 espécies de animais já foram avaliadas. Estima-se que possam existir 10 vezes mais espécies de fungos no mundo do que espécies de plantas, algo em torno de 2,2 até 3,8 milhões de espécies, mas apenas 8% disso já foi descrito pela ciência. 

O Brasil ainda não tem uma lista de espécies ameaçadas, porém a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) organizou uma lista não oficial com as espécies categorizadas pela IUCN que ocorrem em território brasileiro. Em janeiro deste ano, a Comissão de Sobrevivência de Espécies (SSC) da IUCN criou um novo grupo de especialistas com foco na conservação de fungos brasileiros para incluir fungos em programas de conservação de espécies, legislação ambiental, políticas públicas, gestão de ecossistemas e iniciativas de divulgação científica.

A lista da Flora e Funga do Brasil conta com 8.169 espécies de fungos, contrastando com 43.982 espécies de plantas. Além dos cortes na ciência nos últimos anos, a taxonomia, ciência que estuda e dá nome às espécies, sofre com grande desvalorização frente às demais áreas de estudos da Biologia. Isso se reflete muito nos números que vemos acima. 

Além de dar visibilidade para a Funga perante a sociedade, também precisamos de investimento e esforços para conhecer a real diversidade de espécies de fungos que ocorrem no país, conhecido por ser hiper diverso“, relata Bárbara Schünemann doutoranda em Botânica (UFRGS) que se dedica a descobrir novas espécies de fungos e estudar a história evolutiva deles.

 

Fauna, Flora e Funga

Falar sobre os fungos, da mesma forma que fazemos para os animais e as plantas, é necessário para a conservação deles. Para isso, pesquisadores, dentre eles Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos do Departamento de Botânica (UFSC) propuseram em 2018 o termo Funga visando valorizar a forma como nos referimos à diversidade de fungos. Assim, quando comunicamos sobre a diversidade da vida na Terra, é sugerida a utilização dos 3Fs: Fauna, Flora e Funga.

Segundo eles, essa valorização abre caminho para mudanças substanciais nas políticas educacionais e de conservação, dentre outras, facilitando a incorporação do estudo dos fungos em questões de interesse nacional, além da utilização em assembleias internacionais como as da IUCN e a Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB).

Bárbara ainda comenta sobre a importância dos 3Fs: “Essa inclusão é uma maneira de demonstrar que os fungos, assim como as plantas e os animais, desempenham um papel fundamental para a manutenção da vida de todos os seres vivos. O que também facilita o ensino e a divulgação científica desses organismos, pois assim os nomeamos de uma forma simples e mais direta”.

Além disso, ela relata a importância para a conservação dessa inclusão: “Já se é sabido, que a gente só preserva aquilo que conhecemos. Se damos nome e divulgamos a diversidade da Funga, é mais provável que a sociedade se interesse e queira preservar também esses organismos”.

 

O movimento 3F

Com o objetivo de incluir a Funga negligenciada nos quadros de política agrícola e de conservação internacional e desbloquear financiamentos para investigação micológica e programas educativos no mundo, a Fungi Foundation e a Earth Rights Advocacy (ERA) criaram uma comunidade global que reúne cientistas, artistas, ativistas e amantes da natureza que trabalham para obter essa proteção legal.

Pessoas físicas e organizações podem se juntar a outras pessoas no mundo todo fazendo parte do movimento usando a linguagem inclusiva “Flora, Fauna e Funga” e assinando a declaração presente no site.

Autoras: Thamara Santos de Almeida e Bárbara Schünemann.
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi participa do encontro da Rede de ONGs da Mata Atlântica

Apremavi participa do encontro da Rede de ONGs da Mata Atlântica

Apremavi participa do encontro da Rede de ONGs da Mata Atlântica

A Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) retomou as reuniões presenciais pós-pandemia de Covid-19 com a realização do encontro de suas filiadas na Região Sul, que contou com a participação da Apremavi e outras organizações.

O objetivo foi debater as principais pautas da região para a construção de projetos colaborativos em defesa da Mata Atlântica. O encontro aconteceu em Florianópolis no dia 14 de setembro, a partir da parceria entre a RMA e a Fundação SOS Mata Atlântica, com o apoio da Fundação Hempel.O evento contou com a presença de 30 pessoas, representando 20 organizações filiadas. 

“É muito significativo que depois desse período de pandemia estarmos reunidos de forma presencial, o objetivo desse encontro é buscar fortalecer o trabalho da RMA”, comenta João de Medeiros, Coordenador Geral da RMA na abertura do evento.

A Apremavi, que é uma das fundadoras da RMA, esteve representada por Miriam Prochnow, co-fundadora e diretora da Apremavi, que já foi Coordenadora Geral da RMA. ”O evento foi muito importante, foram debatidas pautas extremamente relevantes para os estados da região, que no caso da RMA, inclui também o Mato Grosso do Sul, além do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Além disso, Miriam aponta os temas prioritários do encontro e os desafios partilhados: “São comuns os problemas com desmatamentos ilegais, falta de fiscalização, impactos com obras de infraestrutura e especulação imobiliária. Temas prioritários considerados importantes por todas as organizações presentes são a defesa e implementação da Lei da Atlântica e a retomada da implantação e criação de Unidades de Conservação”.

Encontro Rede de ONGs da Mata Atlântica da região Sul. Foto: Miriam Prochnow e RMA

Registros do encontro da região Sul da Rede de ONGs da Mata Atlântica no dia 14 de setembro em Florianópolis. Fotos: Miriam Prochnow e Rede de ONGs da Mata Atlântica.

Bellô Monteiro, Coordenador da Fundação SOS Mata Atlântica, que também já foi Coordenador da RMA, comenta sobre a participação da Apremavi em projetos colaborativos e como o encontro foi apoiado: “A Apremavi é uma das organizações líderes da RMA e está empenhada em construir em conjunto com as outras organizações projetos colaborativos, é fundamental que esses projetos saiam da Rede para fortalecer a governança com a parceria da Fundação Hempel, que oportunizou o encontro”.

Outros dois encontros ainda serão realizados no âmbito dessa parceria, um da região Sudeste, em Itu (SP), no 29 de setembro, e outro da região Nordeste, em Salvador (BA), no dia 26 de outubro.

 

A Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) 

A RMA possui 156 organizações filiadas, distribuídas em 17 estados brasileiros, que se encontram no domínio da Mata Atlântica. Criada em 1992, a Rede tem por objetivo a defesa, preservação, conservação e recuperação da Mata Atlântica, por meio da promoção do intercâmbio de informações, da mobilização, da ação política coordenada e do apoio mútuo entre as ONGs. 

 

Autora: Miriam Prochnow.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.
Foto de capa: Encontro da região Sul da Rede de ONGs da Mata Atlântica no dia 14 de setembro em Florianópolis. Créditos: Rede de ONGs da Mata Atlântica.

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental lança nova etapa de formação

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental lança nova etapa de formação

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental lança nova etapa de formação

Estão abertas as inscrições da segunda Etapa da Formação Continuada e Multiplicadora (FCM) do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMJCS), com início no dia 19 de outubro.

Um dos espaços do FMCJS é o Processo de Formação Continuada e Multiplicadora (FCM) que em âmbito nacional busca ampliar os conhecimentos a respeito do complexo e importante tema das mudanças climáticas, suas causas, suas consequências, as estratégias para enfrentá-las ou para mitigá-las.

A primeira etapa de formação deste ano contou com três encontros à distância acerca da situação global e brasileira em relação às mudanças climáticas, sobre qual a formação que os membros desejam promover, e um terceiro com o compartilhamento de metodologias e ferramentas utilizadas por parceiros do Fórum nos processos de educação e formação, conforme consta a seguir:

> Live: Mudanças Climáticas: Desafios da Conjuntura Global e Nacional – 14/06

> Encontro: Que formação queremos – 27/06

> Encontro: Metodologias e ferramentas – 28/06

A segunda etapa de formação terá a participação da Apremavi e iniciará no dia 19 de outubro. Essa formação terá dois focos centrais: a compreensão atualizada do que causa e dos efeitos das mudanças climáticas, sempre com atenção especial às injustiças socioambientais e compreensão atualizada das mudanças climáticas em cada um dos biomas brasileiros e suas interrelações, com destaque às boas práticas que promovem a convivência sustentável com o planeta.

Programação prevista:

Dia 19 de outubro, às 19h (Horário de Brasília)
Diálogo sobre os desafios do “decênio decisivo” que a humanidade tem pela frente para enfrentar as mudanças climáticas com a presença do pesquisador Luiz Marques, que, retomando seu livro “Capitalismo e Colapso Ambiental”, acaba de publicar “O Decênio Decisivo” (Ed. Elefante, SP).

Dia 26 de outubro, às 19h (Horário de Brasília)
“Breve história do Ativismo e sua influência no Brasil e no mundo” com Wigold Schäffer, co-fundador da Apremavi, especialista em políticas públicas, conservação e restauração da Mata Atlântica.

Novembro (ainda sem data definida)
A pauta é o bioma Mata Atlântica, onde a programação detalhada será enviada para os inscritos, que contará com encontros virtuais ao vivo, vídeos, apostilas, livros, textos e outros materiais complementares.

> Faça a sua inscrição 

“Com as mudanças climáticas se transformando numa dura e muitas vezes, fatal realidade, os processos de formação são cada vez mais importantes. Precisamos estar preparados para o enfrentamento não só das emergências, mas principalmente para a implantação de um novo modo de vida, que tenha como peça central o combate, a mitigação e a adaptação às consequências do aquecimento global“ comenta Miriam Prochnow, co-fundadora da Apremavi que ministrará uma das formações sobre a Mata Atlântica.

Em 2021 a Apremavi e o FMCJS se uniram para realizar uma formação sobre a produção de mudas nativas, com ênfase na produção de araucárias. Por conta da pandemia de Covid-19, a primeira parte da formação ocorreu à distância, e com a melhora no cenário pandêmico uma visita presencial ao Viveiro Jardim das Florestas foi realizada. 

 

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental 

A instituição é uma articulação de entidades que atuam em rede para enfrentar as mudanças do clima, com o intuito de despertar uma consciência crítica e enfrentamento em relação às causas do aquecimento global, com atenção especial para os povos, comunidades e pessoas que as sociedades marginalizadas.

A Apremavi é uma das entidades que faz parte do Fórum e colabora com a articulação do Núcleo do Fórum em Santa Catarina e também na interligação entre os vários Biomas brasileiros.

> Conheça o trabalho da instituição

 

Autora: Thamara Santos de Almeida, com informações do FMJCS.
Revisão: Vitor Lauro Zanellato e Miriam Prochnow.

Cabriúva, o “bálsamo” da Mata Atlântica

Cabriúva, o “bálsamo” da Mata Atlântica

Cabriúva, o “bálsamo” da Mata Atlântica

A cabriúva (Myrocarpus frondosus) também é conhecida popularmente como cabriúna em Santa Catarina e cabreúva no Paraná. Nativa do Brasil, também ocorre na Argentina e no Paraguai. É encontrada na Mata Atlântica, especificamente na Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila e Floresta Ombrófila Mista.

O seu nome popular vem da língua tupi, kabu’ré iwa, que quer dizer “árvore-do-caburé”, já em relação ao seu nome científico Myrocarpus significa “fruto de bálsamo”; já o epíteto específico frondosus é porque a árvore apresenta copa ampla e frondosa. 

A espécie possui diversos usos, como comercial, medicina popular, paisagístico, apícola e para a restauração de áreas degradadas. No âmbito comercial destaca-se o uso do seus óleos essenciais, a planta produz um líquido aromático chamado de bálsamo que tem propriedades repelentes e é utilizado para aromatizar roupas, além de incensos e na indústria de perfumaria e tintas.

Do ponto de vista da medicina popular, a seiva é utilizada para doenças pulmonares,  casca e a resina para feridas e os frutos como anti-sépticos. Os índios de várias etnias do Paraná e Santa Catarina costumam usar a casca do caule para o tratamento de bronquite e contusão interna. Além disso, no sul da Bahia, é produzida uma cachaça afrodisíaca.

Cabriúva é apropriada para a arborização urbana e é indicada especificamente para parques. Além disso, as suas flores são melíferas, ou seja, são polinizadas por abelhas, assim a espécie é apropriada para práticas apícolas.

Em relação a restauração, ela é secundária inicial a secundária tardia, portanto ela não pode ser plantada a pleno sol. Recomenda-se que seja utilizada em plantios de enriquecimento de sub-bosque mistos com outras espécies pioneiras ou espécies secundárias iniciais de crescimento rápido.

O Instituto Hórus publicou algumas recomendações para o plantio da espécie, confira.

Prancha de cabripuva (Myrocarpus frondosus). Créditos: Wikimedia Commons

Aspectos da prancha, árvore, tronco e folhas da Cabriúva. Fotos: Christian Ostrosky (CC BY-NC-ND 2.0), Trap Hers (CC-BY-SA), Paul Hermann Wilhelm Taubert (domínio público via Wikimedia Commons) e Ramón Portal (CC BY-SA 2.0)

Cabriúva

Nome científico: Myrocarpus frondosus Allemão
Família:  Fabaceae
Utilização: madeira usada para a fabricação de móveis, carrocerias e dormentes. Também é muito utilizada na construção civil, como caibros, ripas, sarrafos, assoalhos, etc. Utilizada medicinalmente (bálsamo) e para fins paisagísticos.
Coleta de sementes: no chão após a queda espontânea dos frutos, quando estes mudam de cor.
Época de coleta de sementes: novembro a janeiro.
Fruto: secos.
Flor: amarela.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: normal.
Plantio: mata ciliar e área aberta.
Observação: devido a dificuldade de separação da semente junto ao fruto, estes deverão ser semeados como se fossem sementes.
Status de conservação: consta na lista de plantas ameaçadas de extinção no Paraná, na categoria rara. 

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Referências:

Aimi, S. C. (2018). Qualidade de diásporos e crescimento de mudas de Myrocarpus frondosus allemão no viveiro e no campo (Dissertação de doutorado, Universidade Federal de Santa Maria). 

Carvalho, P. (2003). Cabriúva: Myrocarpus frondosus.

Prochnow, M. (org) (2007). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi.

Sartori, Â.L.B. Myrocarpus in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB83493>. Acesso em: 08 set. 2023 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Árvore de cabriúva (Myrocarpus frondosus). Créditos: Ramón Portal (CC BY-SA 2.0)

Conhecendo a atuação da Apremavi em Áreas Prioritárias para a Biodiversidade

Conhecendo a atuação da Apremavi em Áreas Prioritárias para a Biodiversidade

Conhecendo a atuação da Apremavi em Áreas Prioritárias para a Biodiversidade

A biodiversidade está sendo reduzida em uma velocidade alarmante em todo mundo. Segundo a IUCN (Internacional Union for the Conservation of Nature), 42.000 espécies estão ameaçadas mundialmente. No Brasil, há 1.253 espécies ameaçadas, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Identificar áreas prioritárias para a biodiversidade é primordial para a conservação das espécies e ecossistemas. Pensando nisso, treze das principais organizações que trabalham em prol da conservação da natureza no mundo lançaram um mapeamento de Áreas Chave para a Biodiversidade (do inglês Key Biodiversity Areas – KBAs) com objetivo de identificar e conservar os lugares mais importantes para a natureza. O programa está sendo executado desde janeiro de 2018 e tem previsão até dezembro de 2024. 

As organizações consultaram dados científicos disponíveis e critérios globalmente padronizados. Até o momento, 15.000 KBAs foram mapeadas seguindo os seguintes critérios: biodiversidade ameaçada; biodiversidade geograficamente restrita; integridade ecológica; processos biológicos; e, insubstituibilidade da biodiversidade. Os critérios KBA têm limites quantitativos e podem ser aplicados a espécies e ecossistemas em ambientes terrestres, de águas interiores e marinhos.

A ideia é que esse mapeamento oriente a expansão de áreas protegidas pelos governos, informe a implementação de acordos ambientais internacionais, apoiem o ordenamento do território nacional e regional, informe entidades sobre a priorização de investimentos de conservação e comunidades locais e indígenas sobre os esforços de conservação.

Saiba mais sobre as KBAs neste vídeo produzido pelas organizações:

 

 

Sobreposição dos KBAs com as áreas de atuação da Apremavi

Em Santa Catarina, quatro Áreas Chaves para a Biodiversidade têm sobreposição com as áreas de atuação da Apremavi: o Parque Nacional da Serra do Itajaí, o Parque Nacional de São Joaquim, e as cidades de Urubici e Urupema.

A Apremavi acredita que a melhor estratégia para a conservação da biodiversidade é a criação de Unidades de Conservação. Por isso, há uma área temática institucional dedicada ao tema, que tem como intuito ampliar a conservação “in situ” dos remanescentes florestais de Mata Atlântica existentes em Santa Catarina, através da criação, implantação e apoio às Unidades de Conservação, em especial as de proteção integral.

Um dos exemplos de atuação é em prol do Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Blumenau (SC), onde a Apremavi junto a Rede de ONGs da Mata Atlântica em 2004, reivindicou a criação do Parque junto ao governo federal e desde então, tem atuado na defesa do parque. No ano passado, parlamentares de SC buscaram alterar a categoria de proteção da Unidade de Conservação, tentativa essa que foi denunciada pela Apremavi e outras organizações.

Esforços também são dedicados à defesa do Parque Nacional de São Joaquim em Urubici (SC). Em 2020, entidades científicas e ambientais de Santa Catarina, entre elas a Apremavi, assinaram em conjunto uma carta aberta com um manifesto contra um Projeto de Lei que buscava diminuir a área protegida. E em 2021, a Apremavi passou a integrar a Rede de Amigas e Amigos do Parque São Joaquim e participou da campanha “São Joaquim é Sagrado” com o intuito de tornar a sociedade aliada na luta contra as ameaças a Unidade de Conservação.

Ainda em Urubici, um casal está implantando uma agrofloresta, com o apoio do projeto Matas Legais, com o objetivo de incentivar o agroturismo na região e propiciar o retorno da biodiversidade na área. Já próxima à região do Parque Nacional de São Joaquim, a Fazenda Santa Bárbara é alvo de área piloto do projeto Conservador das Araucárias. Mais de 87 hectares estão sendo restaurados.

> Conheça as Áreas Chave para a Biodiversidade no mundo

 

Autora: Thamara Santos de Almeida com informações da Key Biodiversity Areas (KBAs).
Revisão:  Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.
Foto de capa: Parque Nacional da Serra do Itajaí, uma das Áreas Chave para a Biodiversidade. Crédito:©️ Carolina Schäffer

Projeto +Floresta inicia atividades de Educação Ambiental em Abelardo Luz (SC)

Projeto +Floresta inicia atividades de Educação Ambiental em Abelardo Luz (SC)

Projeto +Floresta inicia atividades de Educação Ambiental em Abelardo Luz (SC)

O Geração +Floresta, iniciativa de Educação Ambiental desenvolvida pelo projeto +Floresta da Apremavi, já promoveu trocas de conhecimento com mais de 120 estudantes.

A criação do programa busca integrar e sensibilizar a comunidade escolar sobre a atuação da Apremavi junto às temáticas relacionadas à restauração e conservação utilizando a educação ambiental como ferramenta. 

As atividades serão concentradas em Abelardo Luz (SC). Seis instituições de ensino localizadas no território de atuação do projeto fazem parte do programa, são elas: EBM 25 de Maio, EBM José Maria, EIEF Cacique Karenh, EEM Paulo Freire, EEM Semente da Conquista e IFC Campus Avançado de Abelardo Luz. As atividades teóricas e práticas foram conduzidas por Marluci Pozzan e Vanderson de Oliveira, técnicos da Apremavi.

Antes do início das atividades a equipe técnica da Apremavi se reuniu com os professores, direção das instituições envolvidas e Secretaria Municipal de Educação da cidade para apresentar a ideia e entender as demandas específicas de cada instituição. Assim, o programa foi dividido em temas específicos para cada fase do ensino básico: Ensino Fundamental será ministrada a temática de Biodiversidade com a apresentação da flora e fauna nativas da Floresta Ombrófila Mista e a conservação dos recursos hídricos; enquanto no Ensino Médio o tema norteador é o Planejamento de Propriedades e Paisagens com a apresentação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), legislação ambiental aplicada às pequenas propriedades, recuperação de áreas degradadas e a importância da reserva legal para a comunidade.

João Vitor Gris, estudante da EEM Paulo Freire, comenta sobre o que aprendeu na ação de educação ambiental: “A atividade mostrou como devem ser as medidas de mata que precisam ser deixadas em um tamanho específico, conforme o tamanho do terreno, e as consequências do não cumprimento das leis. Eu gostei bastante de saber sobre um assunto que eu não sou tão familiarizado, e o que mais me chamou a atenção foi como tudo isso é importante para todos”

Geração +Floresta em ação na EBM 25 de Maio. Foto: Marluci Pozzan

Geração +Floresta em ação na EBM 25 de Maio. Foto: Marluci Pozzan

+Floresta

A educação ambiental é apenas um dos objetivos do +Floresta, que tem um grande escopo de atuação em Abelardo Luz: contribuir com a restauração da vegetação nativa na Floresta Ombrófila Mista, no Oeste de Santa Catarina, com o incremento de espécies vegetais ameaçadas de extinção como a araucária, a imbuia e o xaxim-bugio, ambas com histórico de intensa exploração no estado.

É financiado pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autores: Edilaine Dick, Marluci Pozzan e Vanderson de Oliveira
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanellato
Foto da capa: início das atividades do Geração +Floresta ©️ Marluci Pozzan.

Apoie a campanha ‘Pare o Tsunami de Plástico’

Apoie a campanha ‘Pare o Tsunami de Plástico’

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O Brasil produziu 13,7 milhões de toneladas de plástico só no ano passado, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022 elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), além de estar na lista dos maiores poluidores por plástico no mundo.

Grande parte desses plásticos são descartáveis, também chamados de plástico de uso único. Eles são concebidos para que sejam utilizados apenas uma vez e descartados em seguida, como por exemplo: copos, pratos, talheres, canudos, sacos e sacolas.

Apesar de serem usados apenas uma vez, eles persistem no meio ambiente por décadas indo parar em rios e mares. Por isso, hoje encontramos os plásticos em todos os lugares do planeta, afetando inúmeras espécies marinhas e colaborando para a crise climática. Além disso, a poluição plástica também afeta a nossa saúde, pois já foram encontrados microplásticos em vários dos nossos órgãos devido ao consumo de água e alimentos contaminados. 

 

Apenas incentivar a redução, reutilização e a reciclagem do plástico de uso único não é o suficiente, os consumidores precisam ter alternativas possíveis e acessíveis para fazer escolhas sustentáveis que levem a recusa desse tipo de material. A lógica atual da gestão de resíduos é transferir a culpa para os consumidores que falham na separação e nas cidades que não realizam a coleta seletiva. Contudo, a responsabilidade é compartilhada, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos

É necessário exigir que as empresas e indústrias vão além da reciclagem e ofereçam opções sem plástico. Para isso, os governos precisam desenvolver e apoiar políticas que limitem a produção de plásticos descartáveis.

 

 

Responsabilidades compartilhadas na gestão de resíduos segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Créditos: Atlas do Plástico 2020

Vamos juntos parar o Tsunami de Plástico

Dentro dessa perspectiva, a ONG Oceana Brasil, com o apoio de mais de 60 organizações, entre elas a Apremavi, lançou na última quarta (16/08) a campanha “Pare o Tsunami de Plástico” com o objetivo de criar uma rede de apoio e chamar atenção da sociedade civil e do Congresso Nacional em prol do Projeto de Lei 2524/2022.

O projeto propõe a implementação da Economia Circular do Plástico no Brasil, pondo fim à produção de plástico de uso único. “A ideia é propor um novo modelo de produção e uso a fim de reduzir a quantidade desnecessária de plástico descartável colocado no mercado, além de manter os itens em circulação através de reuso e reciclagem, ou ainda com produtos comprovadamente compostáveis”, segundo o texto produzido pela Oceana para a campanha.

O PL também traz avanços na valorização e reconhecimento do protagonismo dos catadores e catadoras de materiais recicláveis no Brasil, que apesar de ser uma profissão regulamentada e primordial para a reciclagem, são os mais explorados ao longo da cadeia produtiva. Assim, o PL inclui as atividades das cooperativas e associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis no Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais. 

 

 

Durante o lançamento da campanha já tivemos a adesão de vários senadores e deputados com diversas orientações políticas, é uma disputa importante contra a indústria do plástico de uso-único. O PL passou por muita pressão até chegar onde está hoje, foi e está sendo uma luta“, relata Kellen Pasqualeto, Secretária Executiva da Aliança Resíduo Zero Brasil do Instituto Pólis pela empresa Apoena Socioambiental que esteve presente no evento de lançamento da campanha em Brasília.

O PL já está em tramitação no Senado Federal e foi construído de forma coletiva com organizações da sociedade civil, movimentos sociais, associações e indústrias. A proposta está em sintonia com o panorama global, um comitê da ONU (Organização das Nações Unidas) recentemente definiu o primeiro rascunho do Tratado Global Contra a Poluição Plástica

O Brasil é um dos países que não tem nenhuma lei que restringe esses tipo de produção desenfreada, esse alinhamento internacional é necessário. A previsão de aprovação do Tratado é até o final de 2024, a perspectiva é que ele impulsione, nos países signatários, a reparação das comunidades que foram impactadas pela extração e produção de plástico”, comenta Kellen.

+ Apoie a campanha ‘Pare o Tsunami de Plástico’

Autora: Thamara Santos de Almeida
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Mutirão de coleta de resíduos na margem da Marina do Davi e Foz do Igarapé do Gigante em Manaus (AM) no dia 29 de abril de 2023. ©️ Pitiu Produções para o Projeto Remada Ambiental

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