Plantadores de florestas de Ibirama visitam a Apremavi

Plantadores de florestas de Ibirama visitam a Apremavi

Plantadores de florestas de Ibirama visitam a Apremavi

Moradores da comunidade atingida por uma enxurrada em 2020 puderam conhecer melhor a Apremavi, que apoiou a restauração de áreas degradadas no episódio.

No dia 29 de março um grupo de 18 moradores do município de Ibirama visitou a Apremavi para conhecer a instituição e aprender ainda mais sobre restauração ambiental. O primeiro contato dos visitantes com a Apremavi se deu com a equipe técnica do projeto Restaura Alto Vale, que fez o convite para a visita.

Em 2020 os moradores da comunidade de Ribeirão das Pedras, em Ibirama (SC), viram a enxurrada atingir florestas, construções e ceifar vidas. A Apremavi visitou a comunidade meses após o evento climático extremo, onde com a ajuda e liderança de moradores, atendeu pelo projeto muitas das famílias atingidas, explicando a importância da restauração da mata ciliar, que havia sido destruída pela enxurrada em dezembro.

Com o apoio do Restaura Alto Vale, proprietários das terras arrasadas pelas chuvas ingentes se reuniram a restauraram várias APPs, sobretudo matas ciliares. Para isso, receberam mudas de árvores nativas; arame para a construção de cercas, quando necessário; orientações e visitas para o monitoramento dos plantios.

Para João Moretti, um dos proprietários que visitou a Apremavi, esse foi apenas o início do trabalho: “O que nós vivenciamos em 2020 foi muito extremo. As marcas da devastação no leito dos rios e margens ainda podem ser vistas, os borrachudos que apareceram na comunidade também mostram que o desequilíbrio ainda existe. Com o apoio do Restaura Alto Vale iniciamos o processo de recuperação. Espero ver novamente a sombra das árvores sobre o rio, como era antes da enxurrada”.

#Antes e Depois da área restaurada na propriedade de João Moretti. Fotos: Arquivo Apremavi.

Na visita do último mês os plantadores de florestas atualizaram os técnicos da Apremavi sobre a evolução dos plantios, e também puderam conhecer mais sobre a atuação da instituição. Foi realizada uma visita à estrutura do Centro Ambiental e do Viveiro Jardim das Florestas, responsável por produzir as mudas utilizadas para regenerar as áreas de Ribeirão das Pedras.

Após o almoço, foram guiados por uma área de restauração da mata ciliar na propriedade de Edegold Schäffer e também pelas trilhas da restauração, áreas demonstrativas da restauração ao longo dos anos. Por fim, o grupo se deslocou ao Parque Natural Municipal da Mata Atlântica, onde após uma breve discussão do histórico de uso e criação do Parque, visitou a trilha e a cachoeira.

Registros da visita ao Viveiro Jardim das Florestas e ao PNM Mata Atlântica.
Fotos: Vitor L. Zanelatto e Gabriela Goebel.

Gabriela Goebel, que atuou junto ao projeto Restaura Alto Vale, destaca o empenho e união dos proprietários: “Em nossas visitas nas propriedades atingidas discutimos a importância de restaurar a mata ciliar presente nas propriedades, já que muitas delas foram totalmente destruídas pela enxurrada. Estamos muito felizes com o engajamento da comunidade, que desde a primeira visita mostrou muita força para lidar com o desastre ocorrido e muito comprometimento com a causa ambiental”.

Autores: Gabriela Goebel e Vitor L. Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de capa: Vitor L. Zanelatto

ONGs ambientalistas publicam análise do Projeto que pretende alterar normas para o Parcelamento de Solo para fins urbanos em Urubici

ONGs ambientalistas publicam análise do Projeto que pretende alterar normas para o Parcelamento de Solo para fins urbanos em Urubici

ONGs ambientalistas publicam análise do Projeto que pretende alterar normas para o Parcelamento de Solo para fins urbanos em Urubici

O Projeto de Lei Complementar tem como autor o Executivo Municipal de Urubici, e busca, sem observância à Legislação Federal sobre o tema ou debate com a Sociedade Civil, alterar as regras para o Parcelamento de Solo para fins urbanos no município.

Entre as inconsistências diagnosticadas, está a inobservância da Lei Federal 6.766/79, evidenciada no artigo 3° da Lei Complementar: “Somente será admitido o parcelamento do solo, remembramentos e condomínios, para fins urbanos, se localizados na Macrozona Urbana, de acordo com os limites e parâmetros fixados na lei de uso e ocupação do solo e em lei Municipal do Perímetro Urbano”. O trecho não especifica o que está exatamente definido como Macrozona Urbana e se efetivamente essa projeção de Macrozona Urbana atende aos requisitos mínimos legais.

Além das incoerências identificadas com a Legislação Federal sobre a regulamentação agrária as organizações destacam a relevância da biodiversidade presente no município, conforme destaca o seguinte trecho do documento:

“É importante recordar que essa proteção é necessária, também, porque há regiões rurais do Município de Urubici com elevada importância ecológica, a exemplo do “Campo dos Padres”, considerado um ecótono, lugar de transição de diferentes ecossistemas, que serve de habitat de grande variedade de espécies vegetais e animais, incluindo mais de 180 espécies de aves, e protege nascentes hídricas que abastecem os rios Canoas, Itajaí e Tubarão”.

 

Paisagem na região do Campo dos Padres, em Urubici. Foto: Wigold B. Schaffer.

Além disso, a proposta de Lei desconsidera o previsto na Lei 11.428/2006 – Lei da Mata Atlântica, bem como do Decreto no 6.660/2008, que a regulamenta. O art. 31 da Lei da Mata Atlântica estabelece a necessária obediência do parcelamento do solo em área de vegetação secundária, em estágio médio de regeneração, do bioma, ao Plano Diretor municipal e demais normas aplicáveis, bem como sabe-se das restrições previstas nos §§ 1º e 2º do artigo: nos perímetros urbanos aprovados até 22/12/2006, data de publicação da Lei da Mata Atlântica, só se admite supressão dessa vegetação em caso de empreendimentos que garantam, ao menos, 30% da área com vegetação nativa de Mata Atlântica em estágio médio de regeneração, ao passo que nos perímetros urbanos delimitados após 22/12/2006, devem garantir ao menos 50%.

O estudo das ONGs ambientalistas ganha fechamento com recomendações ao Executivo e Legislativo Municipal de Urubici: “[…] Assim, pretende-se, com a presente análise, que o projeto da Lei Complementar xx seja revisto pela prefeitura de Urubici, e, se for o caso, submetido ao controle social por meio de discussões com o Ministério Público e com a Sociedade Civil”.

 

+ Acesse a íntegra da análise

Até a conclusão deste texto o Projeto de Lei Complementar que dispõe sobre o “Parcelamento de Solo para fins urbanos no Município de Urubici e dá outras providências” não estava publicado no site da Câmara Municipal de Urubici.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Foto de Capa: Wigold B. Schaffer

Apremavi vence o 28º Prêmio Expressão

Apremavi vence o 28º Prêmio Expressão

Apremavi vence o 28º Prêmio Expressão

O 12º Troféu Onda Verde concedido para a Apremavi é um reconhecimento aos resultados do projeto Bosques de Heidelberg, que promove plantios na Mata Atlântica e a conexão de comunidades com a floresta. O projeto recebe o 28º Prêmio Expressão de Ecologia na categoria ‘Parceria Global Pela Segurança Climática’.

O projeto é fruto da parceria teuto-brasileira entre a Apremavi e a Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland – BUND, que já realizavam intercâmbios e apoio mútuo nas ações desenvolvidas pela causa socioambiental. A iniciativa tomou forma em 1998, quando os primeiros bosques foram plantados no coração de Santa Catarina.

Na prática, a Apremavi promove a produção de mudas nativas da Mata Atlântica e o plantio em áreas públicas e privadas, identificadas como paisagens degradadas ou outras que apresentam as características necessárias para que uma floresta possa crescer. Na Alemanha, a BUND realiza junto aos alunos das escolas da cidade a captação de recursos para viabilizar os plantios em terras brasileiras, através da venda de alimentos, como cucas e panquecas, durante as feiras organizadas pela comunidade escolar.

A concentração da captação acontece no período de Natal, quando os alunos são estimulados a substituir os tradicionais presentes de natal pela “compra” de mudas de árvores para restaurar a Mata Atlântica e dar de presente o certificado desse plantio. É possível identificar uma característica que amplia o significado do projeto, e quiçá pode explicar seu sucesso: o envolvimento das comunidades locais para implementar e dar profundidade ao projeto, que oportuniza espaços para a educação ambiental, cidadania e intercâmbios culturais.

Antes e Depois de área restaurada em 1999, através do projeto Bosques de Heidelberg. O bosque faz parte da Kruger Haus, propriedade particular em Trombudo Central, no Alto Vale do Itajaí (SC). Fotos: Arquivo Apremavi.

Além dos plantios, desde 2008, é realizada bianualmente a ação “Der Regenwald kommt in die Klassenzimmer” (A Mata Atlântica vai às salas de aula) na qual representantes da Apremavi realizam em Heidelberg uma semana de palestras em todas as escolas que fazem parte do projeto. As palestras são ministradas em alemão, para estudantes de 09 a 17 anos (Ensino Fundamental e Médio), envolvendo a cada ano cerca de 600 alunos. A palestra aborda principalmente temas como a Mata Atlântica no Brasil, suas riquezas e belezas naturais e também os problemas e ameaças que afetam a sua biodiversidade.

Um dos primeiros bosques do projeto pode ser avistado aos fundos de uma pequena unidade escolar, no interior de Atalanta (SC). A Escola Municipal de Ensino Fundamental Ribeirão Matilde hoje conta com a sombra de imponentes árvores para as brincadeiras dos alunos antes das aulas ou durante o intervalo. Vinte anos após o plantio, alunos e professores organizaram a publicação de uma cartilha para colorir inspirada na floresta ao lado do colégio.

Vídeo elaborado nas celebrações alusivas aos 20 anos do projeto Bosques de Heidelberg, em 2019. 

Principais resultados do Projeto

Plantios: em mais de 20 anos de existência, o Bosques de Heidelberg já promoveu o plantio de 161.448 árvores plantadas e doadas em campanhas de educação ambiental nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, beneficiando 123 propriedades públicas e privadas e mais de 1.800 pessoas.

Troca de Saberes: foram realizadas sete ações “Der Regenwald kommt in die Klassenzimmer” (A Mata Atlântica vai às salas de aula), com a realização de palestras em 09 escolas da cidade de Heidelberg capacitando 3.610 alunos desde 2008.

Novas florestas: mais de 120 hectares já foram restaurados, sendo 15 bosques implantados em escolas da região do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina.

Reconhecimento: o bosque implantado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ribeirão Matilde, em Atalanta, recebeu o I Prêmio de Educação Ambiental do Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina, em 2019.

O Prêmio Expressão de Ecologia

O Prêmio Expressão de Ecologia foi criado em 1993 pela Editora Expressão, um ano após a Conferência Mundial do Meio Ambiente no Rio de Janeiro – Eco 92, o primeiro evento da ONU no Brasil que discutiu as questões ambientais. O objetivo do Prêmio Expressão de Ecologia é divulgar as principais ações de sustentabilidade e incentivar a replicabilidade dessas iniciativas.

Em vinte e oito anos de realização, o Prêmio Expressão de Ecologia registrou 3.118 cases inscritos, das principais empresas, ONGs, prefeituras e entidades do Sul e, no último ano, do estado de São Paulo também. Ao contrário da previsão inicial, o Prêmio coleciona centenas de inscrições a cada ano e seus eventos de premiação tornaram-se ponto de referência da comunidade ambiental.

Este é o 12º Troféu Onda Verde, a materialização do Prêmio Expressão de Ecologia, que a Apremavi conquistou. Na última edição, a instituição foi laureada com os cases do projeto Restaura Alto Vale e do Viveiro Jardim das Florestas.

A premiação desta edição vai ocorrer durante o Fórum de Gestão Sustentável 2022. O evento será realizado no dia 27 de maio, das 14h às 17h, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Arquivo Apremavi

Boca no trombone e mão na massa na Semana da Água

Boca no trombone e mão na massa na Semana da Água

Boca no trombone e mão na massa na Semana da Água

Presente nas necessidades e no organismo dos seres vivos, as fontes de água se encontram poluídas; infestadas por composições tóxicas formuladas pelo Homem e identificadas, cada vez com maior frequência, entre a água que cai da torneira e na corrente sanguínea de seres humanos e não humanos.

Neste ano, a Apremavi utilizou como ponto de partida para dar propósito ao Dia da Água o debate ‘Águas Pela Vida’, co-organizado pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental. Pesquisadores, representantes de movimentos sociais e do Poder Legislativo municipal de Florianópolis apresentaram diferentes perspectivas sobre o tema, mas formam coro sobre as necessidades para a proteção deste componente natural: é preciso agir com urgência e tratar a água não meramente como recurso, mas como direito essencial e inalienável de todos os seres.

Na roda de conversa foram relembrados dados da recente pesquisa sobre a qualidade da água nas cidades brasileiras, elaborada pela agência de jornalismo Repórter Brasil, com dados de testes realizados pelas empresas de abastecimento e reunidos pelo Ministério da Saúde. A análise mostrou que mais de 700 cidades apresentaram substâncias químicas e radioativas acima do limite permitido pelo Ministério da Saúde. Pior que dados alarmantes, a inexistência de informações: quase metade dos municípios (48%) não informaram os resultados dos testes feitos na água.

+ Confira o Mapa da Água e a situação na sua cidade.

Miriam Prochnow, co-fundadora e conselheira da Apremavi, propôs uma reflexão durante o evento: “Como a água nos toca? Onde ela nos encontra? É essencial relembrar nossas boas memórias, em rios, nascentes e cachoeiras, e confrontar com as agressões que nossa geração está promovendo. Os dados são assustadores, as mudanças climáticas já afetam o regime hídrico, trazendo secas e tragédias, como a que ocorreu em Petrópolis recentemente”. Vale ressaltar que tragédias como a citada não devem ser classificadas como “naturais”, mas sim antrópicas, até mesmo previsíveis, a partir de uma receita composta por mudanças no uso do solo, ocupação de APPs e descaso do Estado na proteção das florestas.

Miriam também lembrou que a poluição dos recursos hídricos é uma questão histórica no estado, que avanços já foram registrados no passado a partir de mobilizações da Sociedade Civil: “Em 1989 fizemos uma mobilização que chocou muitas pessoas em Blumenau. Buscamos chamar atenção para a qualidade da água. Ancoramos uma representação inusitada no rio, com uma faixa enorme”. Movidas por esperança, curiosidade ou indignação, muitas pessoas apoiaram o movimento e, já no início da década de 1990 Santa Catarina era vista como uma referência para a despoluição de mananciais.

Registro da mobilização realizada em Blumenau em 1989. Foto: Arquivo Apremavi.

Os especialistas defendem que o desmatamento seja zerado no Brasil imediatamente, caso contrário não existirá tempo para discutir e propor soluções que alterem a corrente de autodestruição em que ruma a sociedade. Confira a íntegra da live:

O professor João de Deus Medeiros, da UFSC, destacou a inação dos governos para a proteção dos cursos hídricos e do fornecimento de água. Pelo contrário, retrocessos aprovados nos últimos meses em diferentes instâncias, como o novo Código Ambiental de Santa Catarina (PL 18.350/2022) e o novo regramento para APPs em Áreas Urbanas (PL 14.285/2021) promovem a escassez e agravam a crise.

 

Petição pelas Águas do Brasil

A mesma coalizão que organizou a live no Dia da Água elaborou um manifesto sobre as Águas do Brasil, que se desdobra em um chamado para a manifestação popular, através de uma petição sobre o tema. O texto demanda uma investigação sobre a qualidade da água no Brasil, tendo em vista os dados divulgados no Mapa da Água.

Como ação concreta, é indicada a instalação de uma investigação minuciosa seguindo critérios das agências de controle (ANA e ANS), sob a supervisão do Ministério Público Federal e Polícia Federal, para apurar os seguintes fatos determinados:

1. Identificação das causas e dos responsáveis pela contaminação da água distribuída em numerosas cidades do Estado de Santa Catarina, e do Brasil, conforme amplamente divulgado pela mídia nacional, revelando a presença de substâncias nocivas à saúde, muitas vezes acima do limite permitido na legislação europeia e brasileira, como organoclorados, agrotóxicos, dentre outros;

2. Adoção das medidas cabíveis para que a população urbana e rural tenha acesso irrestrito a todas as informações que garantam o fácil entendimento de que suas águas são potáveis, saudáveis e seguras, resguardando os direitos inalienáveis de saciarmos nossa sede, nos alimentarmos, nos divertirmos, fazermos esportes aquáticos com segurança e celebrarmos nossos ritos religiosos,protegendo também o direito à vida de animais e plantas dos quais tanto dependemos.

3. Monitoramento da qualidade das águas (incluindo a quantificação de contaminantes emergentes) e plena transparência das informações, além da participação da sociedade civil organizada no planejamento das estratégias para garantir a qualidade dos recursos hídricos e o pleno saneamento básico.

+ Acesse e apoie a petição ‘Por uma Urgente e Profunda Investigação do Envenenamento da Nossa Água’

Matas Sociais viabiliza oficina sobre restauração no Paraná

Mudas de espécies nativas da Mata Atlântica produzidas pela Apremavi foram as protagonistas de uma oficina de capacitação para a restauração da Mata Ciliar, no assentamento Imbauzinho, próximo a cidade de Ortigueira (PR). Os participantes colocaram a mão na terra e realizaram o enriquecimento ecológico de uma APP com as mudas doadas através do Programa Matas Sociais.

A ação, associada ao Dia da Água, é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Agricultura e do Meio Ambiente de Ortigueira com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP-PR) e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do município. Participaram da formação líderes comunitários e moradores do assentamento, composta por palestras relacionadas a conscientização do uso e conservação dos recursos hídricos, assim como a urgência da preservação ambiental das florestas nativas e dos componentes naturais.

Registro dos participantes da Oficina. Foto: Arquivo Apremavi.

Conservação do Solo e da Água em Debate

No Dia da Água (22/03), integrantes da equipe Apremavi estiveram juntos com produtores rurais, técnicos agrícolas e agrônomos no ‘Dia de Campo sobre Conservação do Solo e da Água’’ promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI) no Centro de Treinamento de Agronômica (CETRAG).

O evento contou com palestras sobre o atual estado de conservação dos solos do Alto Vale do Itajaí e com estandes temáticos para discutir boas práticas necessárias para conservação dos solos e da água nas propriedades. A Apremavi acompanhou o lançamento da campanha da Epagri “Vale Solo e Água: quem cuida colhe resultados” para o ano de 2022.

A Apremavi exibiu em um estande do evento ações e projetos que evidenciam a importância da restauração de paisagens na conservação e regeneração dos componentes naturais como o solo e a água. Também foram doadas 100 mudas nativas de diferentes espécies produzidas no Viveiro Jardim das Florestas.

Espaço da Apremavi no Dia de Campo promovido pela Epagri. Foto: Arquivo Apremavi.

Proteção das nascentes e dos rios em pauta na rádio

Ainda no Dia da Água, foi ao ar na Rádio Sintonia uma entrevista com Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi, sobre as ações necessárias para a preservação dos recursos hídricos. A gravação colocou em destaque as possibilidades e caminhos para produtores rurais que buscam promover a restauração de áreas degradadas e o plantio de novas florestas.

Na oportunidade, Edilaine ainda compartilhou os principais resultados do projeto Restaura Alto Vale e reiterou o constante convite para que a comunidade conheça o trabalho e instalações da Apremavi, através de uma visita na sede, em Atalanta (SC). As visitas guiadas no Centro Ambiental e Viveiro da Apremavi estiveram suspensas desde o início da pandemia, mas agora estão sendo retomadas aos poucos. Para visitar a Apremavi, agende sua visita aqui.

+ Escute a entrevista para a Rádio Sintonia

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Colaboração: Gabriela Goebel e William Villar de Castro Ribas.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Vitor Lauro Zanelatto.

20 anos de Observatório do Clima

20 anos de Observatório do Clima

20 anos de Observatório do Clima

O Observatório do Clima completou ontem (23/03) 20 anos de fundação. São duas décadas de advocacy, potencialização das ações lideradas pela Sociedade Civil e participação no debate público e na construção de soluções para a emergência climática.

Semente cultivada por quatro organizações brasileiras, a ideia de criar um observatório para discutir questões climáticas coletivamente surgiu a partir da insatisfação quanto à forma como o desmatamento era tratado pelo governo nacional no contexto do Protocolo de Kyoto – o primeiro da Convenção do Clima na ONU (Organização das Nações Unidas), assinado no Japão em 1997. De lá até o presente, mais de 50 organizações brasileiras passaram a integrar a coalizão.

Em 2007 o Observatório do Clima iniciou a elaboração de diretrizes para a formulação de políticas públicas de clima no Brasil, um movimento inédito por parte da Sociedade Civil. Muitas das propostas e ambições das organizações que compunham o debate foram incorporadas à Lei 12.187/2009, que define a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Em 2013 o OC entrou numa nova fase: a de geração de dados. Com a chegada de Tasso Azevedo, Coordenador do MapBiomas e scipreneur Ashoka, foi criado o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), a primeira iniciativa não-governamental no mundo de cálculo anual de emissões em todos os setores da economia.

Outra frente de atuação imprescindível para a democratização do debate e envolvimento da população é a comunicação. O Observatório do Clima produz conteúdos para diferentes canais e estratégias, ampliando a oferta de conteúdos de qualidade sobre clima e as diversas questões socioambientais que fazem intersecção ao tema.

Momentos históricos do Observatório do Clima. Fotos: Reprodução – Observatório do Clima. 

A Apremavi parabeniza todos (as/es) integrantes do Observatório do Clima, e reafirma o compromisso de colaborar para o fortalecimento dessa que, com convicção, é exemplo do da resiliência e impacto da sociedade civil, não apenas para o Brasil, mas para todo o Planeta.

“O Observatório do Clima é uma das redes mais atuantes e combativas da atualidade. Seu trabalho é cada vez mais imprescindível diante do cenário de emergência climática que estamos enfrentando. O OC também tem crescido muito nos últimos anos, com a agregação de novas organizações e isso é muito importante para o fortalecimento das ações. A Apremavi tem muito orgulho por ser uma das organizações fundadoras do OC e já ter sediado um dos seus encontros nacionais” – Miriam Prochnow, co-fundadora e conselheira da Apremavi.

 

Diálogo pelo Futuro

Grande parte do desafio daqueles que integram o OC e as discussões sobre a emergência climática é acreditar na implantação plena na mudança sistêmica para a justiça climática, mesmo num mundo com o avanço de retrocessos e a continuidade da devastação das florestas.

Há muito sabe-se o que fazer para interromper a destruição que o Brasil sofre há mais de 500 anos, como mudar esse paradigma? Márcio Santilli e Txai Suruí, representando as múltiplas faces que dedicam suas vidas à justiça socioambiental, estiveram frente a frente para compartilhar suas visões e perspectivas para o Brasil e para a própria humanidade. Confira:

Observatório do Clima em Atalanta

Em abril 2017 o Observatório do Clima (OC) realizou seu encontro anual no Centro Ambiental Jardim das Florestas, sede da Apremavi. O evento foi uma celebração compartilhada, já que o Observatório do Clima e Apremavi haviam completado 15 e 30 anos de fundação, respectivamente,

Mais de 43 pessoas estiveram presentes, representando 21 membros e organizações observadoras. Além do debate da conjuntura socioambiental e climática, os presentes conheceram as estruturas da Apremavi, o trabalho de planejamento, conservação e restauração de paisagens no Alto Vale do Itajaí (SC). Os participantes também colocaram a mão na terra e, como de costume em encontros de ativistas ambientais, plantaram uma nova floresta na propriedade da Apremavi.

Como resultado das discussões daqueles dias foi lançada a Carta de Atalanta, um documento em protesto contra o ataque coordenado do Congresso Nacional e do Executivo Federal à proteção ambiental e aos direitos dos povos tradicionais.

+ Confira a íntegra da Carta de Atalanta

Participantes do encontro anual do OC de 2017, que ocorreu em Atalanta, durante o plantio em uma mata ciliar. Foto: Arquivo Apremavi.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Arquivo Apremavi.

Projeto da UE contra desmate importado precisa de ajustes, diz OC

Projeto da UE contra desmate importado precisa de ajustes, diz OC

Projeto da UE contra desmate importado precisa de ajustes, diz OC

Trinta e quatro organizações ambientalistas brasileiras, entre elas a Apremavi, publicaram nesta terça-feira (15/3) uma declaração conjunta em que pedem melhorias no projeto da UE de regulamento sobre produtos livres de desmatamento.

DO OBSERVATÓRIO DO CLIMA | As ONGs, filiadas ao Observatório do Clima, dizem na carta que a nova proposta de legislação europeia para banir commodities produzidas com desmatamento está na direção certa para cumprir as metas da Declaração de Glasgow sobre Florestas. O acordo voluntário de 2021 tem o objetivo de “deter e reverter” o desmatamento até 2030.

O Brasil é o maior país de floresta tropical do mundo, abrigando 60% da floresta amazônica. Se o país não combater o desmatamento, a declaração de Glasgow e o próprio objetivo do Acordo de Paris estariam em risco.

“É uma proposta necessária e positiva”, diz a declaração sobre o projeto de lei da UE. No entanto, a nova legislação possui lacunas que precisam ser corrigidas. Entre elas estão as necessidades de proteção mais ampla de ecossistemas e de controle mais rigoroso contra “vazamentos” de desmatamento dentro de uma mesma propriedade.

No comunicado, as ONGs argumentam que, ao usar a definição de “floresta” da FAO (agência da ONU para florestas e agricultura), a proposta acaba deixando desprotegidos importantes ecossistemas que poderiam ser alvo de expansão do agronegócio. O principal deles é o Cerrado, um hotspot de biodiversidade para onde o desmatamento da Amazônia pode vazar. Citando dados ainda a serem publicados do consórcio MapBiomas, as organizações afirmam que, “somente no Brasil, 75% do Cerrado, 89% da Caatinga, 76% do Pantanal e 74% do Pampa estariam em risco”.

O grupo de ONGs também diz que há espaço para melhorias nos critérios de due diligence. De acordo com a proposta da Comissão Europeia, a “parcela” de uma fazenda sujeita a auditoria é definida como a área real da propriedade em que uma determinada mercadoria está sendo produzida. Citando um estudo publicado em 2020 na revista Science que descobriu que até 20% das exportações de soja do Brasil para a Europa estavam contaminadas por desmatamento, incluindo o corte raso dentro da fazenda em áreas em que commodities são cultivadas para mercados menos rigorosos, as ONGs sugerem que toda a área de uma propriedade seja considerada para fins de due diligence.

A proposta também precisa de garantias rígidas sobre direitos humanos, dizem as ONGs. As avaliações de risco previstas na legislação proposta “precisam considerar explicitamente as leis e normas internacionais sobre direitos de posse, notadamente de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho”.

O lançamento da carta ocorre às vésperas de uma reunião do Conselho de Meio Ambiente da EU para discutir o regulamento, na próxima quinta-feira (17).

+ Confira o documento aqui. 

Autor: Observatório do Clima. 
Foto de Capa: Vitor Lauro Zanelatto.

Ato Pela Terra e força da Sociedade Civil

Ato Pela Terra e força da Sociedade Civil

Ato Pela Terra e força da Sociedade Civil

Brasileiras e brasileiros estiveram juntos em Brasília para demandar o arquivamento de projetos nocivos à vida e exaltar a pluralidade brasileira.

Na última quarta-feira (09/03) o gramado do Congresso Nacional recebeu milhares de pessoas, numa das maiores mobilizações dos últimos anos. O #AtoPelaTerra, liderado por Caetano Veloso e co-realizado por organizações do terceiro setor, teve como foco mobilizar a sociedade para o impedimento do avanço de propostas recheadas de retrocessos socioambientais que estão tramitando no Congresso, o chamado ‘Pacote da Destruição’.

O ato contou com shows do músico e de outros cantores, como Criolo, Emicida, Seu Jorge, Maria Gadú, Duda Beat, Nando Reis e Baco Exu do Blues. Antes disso, dezenas de ativistas, artistas e líderes ambientalistas do país estiveram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se comprometeu em paralisar a tramitação de projetos de lei que já foram aprovados pelos deputados, e estão agora na câmara revisora, como o que muda as regras para o licenciamento de agrotóxicos no Brasil.

Ao comparar com outras manifestações sobre políticas públicas, chama atenção a adesão e apoio de personalidades públicas, de diferentes setores. A participação em peso de cantores, atores, chefes de cozinha e escritores, entre outras classes formadoras de opinião, mostram uma preocupação genuína em colaborar com o desenvolvimento sustentável. Uma mobilização com essa caraterística há muito tempo não era vista no Brasil.

Organizações estimaram cerca de 15 mil participantes no Ato Pela Terra. Foto: Mídia Ninja.

Miriam Prochnow, Wigold Schäffer e Gabriela Schäffer, que integram o quadro de conselheiros da Apremavi, representaram a organização em Brasília, ao lado de centenas de integrantes de iniciativas socioambientais. Miriam compartilhou sua percepção sobre essa união multisetorial em prol do Brasil:

“O ato foi emocionante. Milhares de pessoas unidas em uma só voz e amor pela Terra. Falando claramente que a destruição e os retrocessos precisam parar imediatamente. Sem isso não teremos a mínima chance de sobrevivência enquanto espécie. Apesar da pauta pesada, a energia que emanou do movimento durante todo o tempo foi de paz, esperança e resiliência”.

Resiliência deve guiar a atuação em prol da biodiversidade e da vida neste ano, já que vários Projetos de Lei com retrocessos ambientais estão previstos para serem pautados no Congresso esse ano. Enquanto o Senado se mostrou aberto a ouvir as demandas da sociedade, a Câmara preferiu observar o ato da última quarta-feira pelas janelas e, no mesmo dia, seguiu caminho oposto das demandas da sociedade civil. Liderados por Arthur Lira, os deputados aprovaram um Requerimento de Urgência para a tramitação de uma proposta que libera mineração em Terras Indígenas. 

 

Registros da mobilização, desde as primeiras horas da tarde até os últimos shows, que ocorreram à noite. Fotos: Gabriela Schäffer e Wigold B. Schäffer. 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de Capa: Mídia Ninja.

Apremavi divulga novas oportunidades de trabalho

Apremavi divulga novas oportunidades de trabalho

Apremavi divulga novas oportunidades de trabalho

Se você tem interesse na causa ambiental e experiência com comunicação institucional no terceiro setor, ou é ilustrador profissional, esse é o momento de trabalhar conosco!

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI) apresenta duas oportunidades de trabalho, no âmbito da Coordenadoria de Comunicação e Informação. Ambas as vagas receberão propostas até o próximo dia 04/04, através de e-mail. Na mesma correspondência, deverá ser apresentado o portfólio profissional.

Vaga Assistente de Comunicação

Oportunidade para profissional pleno, para assistência na Coordenação de Comunicação e Informação da Apremavi. A preferência é pela contratação nos termos da CLT, em dedicação integral, condicionada ao trabalho presencial no Centro Ambiental e Viveiro Jardim das Florestas, sede da Apremavi, em Atalanta (SC).

Contratações PJ serão consideradas, com trabalho presencial opcional (possibilidade de realizar home office) e entrega prevista de 30 horas semanais.

+ Confira o Termo de Referência (TDR) com o detalhamento da oportunidade.

As propostas comerciais e os currículos deverão ser encaminhadas até às 23h59min (horário de Brasília) do dia 04 de março de 2022, para o e-mail info@apremavi.org.br

Contratação de Ilustrador (a/e)

Oportunidade para a elaboração do novo banco de ilustrações da Apremavi e cessão de propriedade do mesmo, com lançamento previsto durante as comemorações de 35 anos de fundação da organização. A contratação será PJ, isto é, sem vínculo empregatício e com pagamento mediante apresentação de nota fiscal.

+ Confira o Termo de Referência (TDR) com o detalhamento da oportunidade*

As propostas comerciais deverão ser encaminhadas até às 23h59min (horário de Brasília) do dia 04 de março de 2022, para o e-mail comunica@apremavi.org.br

A Apremavi tem como princípios a equidade e a diversidade. Incentivamos profissionais de grupos minoritários (de origem e raça, étnicos, gênero, orientação sexual, sociais, culturais, etários, e físicos) a apresentar proposta.

Ajude a Apremavi: compartilhe essas oportunidades de trabalho com profissionais que você conheça.

*Arquivo atualizado em 06/03/2022, com a ampliação de alguns dos prazos previstos na redação do TDR.

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Vitor Lauro Zanelatto.

Chuva de flores, o Ripão floresceu!

Chuva de flores, o Ripão floresceu!

Chuva de flores, o Ripão floresceu!

Não é por acaso que em algumas regiões do país essa espécie é chamada de chuva-de-ouro. As flores abundantes e agrupadas do Ripão (Cassia leptophylla Vogel) são capazes de embelezar desde avenidas movimentadas até silenciosas florestas.

Além do seu amplo uso no paisagismo, é indicada para plantios de recuperação de áreas degradadas. Sua germinação e desenvolvimento, que necessitam de condições ideais para ocorrer, são facilitadas pela inserção antrópica no ambiente, acelerando o processo de regeneração. Além disso, a espécie também é utilizada na fitoterapia, sendo preconizada como desintoxicante e depurativa*.

A característica lenhosa dos frutos dificulta a propagação das sementes pelos animais. Após o amadurecimento, entre maio e setembro, é possível realizar a coleta das sementes direto do chão, tendo estas maiores níveis de germinação, se comparado às coletadas diretamente da árvore.

A semeadura demanda alguns cuidados adicionais. É preciso realizar a quebra da dormência das sementes, utilizando água fervente ou ou através da escarificação com uma lixa. O plantio deve ser feito em canteiros semi-sombreados, preferencialmente em substrato organo-argiloso.

Em destaque: brotos de Cassia leptophylla produzidos no Viveiro Jardim das Florestas. Foto: Vitor L. Zanelatto. 
Galeria: Aspectos da Cassia leptophylla Vogel. Fotos: Gerson Luiz Lopes

Ripão

Nome científico: Cassia leptophylla Vogel
Família: Fabaceae
Utilização: Madeira utilizada para fabricação de caixas, brinquedos e pequenas obras. Espécie muito utilizada para o paisagismo em geral.
Coleta de sementes: diretamente da árvore.
Época da coleta de sementes: maio a julho.
Fruto: legumes cilíndricos indeiscentes, lenhosos e alongados, com até 45cm de comprimento.
Flor: pétalas amarelas de até 2cm, agrupadas em racemos terminais pendentes (cachos).
Floração: de agosto a dezembro.
Crescimento da muda: lento.
Germinação: baixa, emergência em 60 dias.
As sementes desta espécie necessitam de quebra de dormência em água fervente.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas.

Fontes consultadas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 03 mar. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.

PROCHNOW, Miriam (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Leandro da Rosa Casanova
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto

FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

Na última semana, a Secretaria Executiva do Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina lançou o Relatório Anual de Atividades de 2021. O documento apresenta uma síntese das atividades realizadas no período, como forma de reunir e organizar as ações e esforços dos integrantes e ampliar a transparência da iniciativa.

Em mais um ano com restrições impostas pela pandemia de Covid-19, as reuniões plenárias se mantiveram à distância. Foram realizados encontros nos meses de abril, agosto e novembro. Além disso, os integrantes puderam participar de eventos, debates sobre temas inerentes ao FF PR e SC e na elaboração de publicações, como o artigo submetido à  III Conferência Brasileira de Restauração Ecológica. Outro produto do trabalho do Fórum foi a aprovação das Diretrizes de Funcionamento.

+ Acesse a  íntegra do relatório


Em 2021, os trabalhos do FF PR e SC foram conduzidos por Vitor Lauro Zanelatto, Secretário Executivo do FF PR e SC, com o apoio de Edilaine Dick. A Secretaria Executiva é hospedada pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI). Integraram o Grupo de Apoio à Secretaria Executiva Alessandra Xavier  (SPVS) Ivone Namikawa (Klabin) Juliana Tramontina (Adami) e Luciane Costa (IFSC Lages). As empresas mantenedoras da iniciativa foram Adami, Arauco, Klabin e WestRock. 

+ Acesse as memórias de reunião de outros arquivos inerentes ao FF PR e SC

Capa do Relatório Anual de Atividades 2021.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de Capa: Vitor Lauro Zanelatto.

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

Criado em 06 de junho de 1961, o Parque Nacional de São Joaquim é um dos mais importantes e antigos parques nacionais do sul do Brasil.

Seus 49.800 hectares protegem ecossistemas ameaçados como a Floresta com Araucárias e os Campos de Altitude, espécies da flora ameaçada como o Pinheiro Brasileiro (Araucaria angustifolia) e o Xaxim (Dicksonia sellowiana), e também espécies ameaçadas da fauna como o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o leão-baio (Puma concolor) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Protege ainda as nascentes do rio Pelotas e belezas cênicas impressionantes como a Pedra Furada e o Cânion do Funil. É também o motor do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce nos municípios da região.

De acordo com a Diretora Executiva da Rede Pró UC, Angela Kuczach, o “ecoturismo tem crescido na região, e é no Parque Nacional que estão as atrações que as pessoas querem ver, como a Pedra Furada. Esta é uma oportunidade para gerar emprego e renda nas cidades do entorno do Parque com uma atividade de baixo impacto ambiental”.

Em 2021, em comemoração aos 60 anos do Parque, a Rede de Amigas e Amigos do Parque São Joaquim, que reúne voluntários, organizações locais e de outras regiões do Brasil, promoveu uma extensa programação virtual com gestores, especialistas, visitantes, guias e outros atores que se relacionam com o Parque.

Coexistiu com o clima de celebração a necessidade de alertar a sociedade sobre a ameaça de redução da área do Parque. O Projeto de Lei do Senado n° 208/2018 e o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados n° 10082/2018 propõem a redução de cerca de 20% da área do Parque. Esses projetos somam-se às tentativas anteriores de redução dos limites da Unidade.

Alertas de que as ameças ainda pairam sobre o Parque, a Rede lança agora a Campanha São Joaquim é Sagrado, com o intuito de tornar a sociedade aliada na luta contra as ameaças e na busca pela consolidação da área como fundamental para a conservação das paisagens, da biodiversidade, da água e da economia da região.

Artes da campanha São Joaquim é Sagrado. Fotos: Carolina Schäffer e Wigold B. Schäffer. 

A campanha São Joaquim é Sagrado

Com um perfil no Instagram e um canal no YouTube, a campanha São Joaquim é Sagrado apresenta as belezas do Parque Nacional de São Joaquim e mostra que a preservação dos elementos que a Unidade de Conservação protege, como água, ar puro, insetos, fauna e flora em geral, colaboram tanto para a qualidade de vida como para a economia da região.

Faça parte do movimento em prol do Parque Nacional de São Joaquim curtindo a página no Instagram e compartilhando fotos com a #sãojoaquimésagrado.

Banner de lançamento da campanha ‘São Joaquim é Sagrado’. Reprodução @saojoaquimesagrado

Autora: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Wigold B. Schaffer.

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Índices pluviométricos esperados para semanas ou meses são registrados em poucas horas, o solo, em muitas áreas degradadas e alvo de alterações antrópicas significativas, perde sustentação em áreas com declives. Uma paisagem que antes mostrava-se parcimoniosa àqueles desatentos aos riscos da ocupação sem planejamento torna-se em pouco tempo cenário de insegurança geotécnica e uma grave ameaça à vida.

A intensidade das chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis (RJ) desde o dia 15 de fevereiro, e com ápice na última semana, foi elemento decisório para que o Brasil observasse mais uma tragédia acontecer. Para quem é morador antigo da cidade, a situação relembra outro episódio sombrio: em 1988 uma situação similar resultou na morte de 171 petropolitanos.  Também na região Serrana do Rio de Janeiro, 918 mortes e pelo menos 99 pessoas desaparecidas foram registradas em 2011.

Agora, em 2022, segundo o Corpo de Bombeiros, 178 cidadãos perderam a vida em função das consequências das chuvas na região. Até o final da elaboração deste texto, outras 110 pessoas estavam desaparecidas. A Defesa Civil da cidade informou que foram registrados mais de 700 deslizamentos de terra, e muitas áreas ainda estão instáveis. 

Trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por sobreviventes em Petrópolis. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Apesar de quererem justificar os episódios recentes como uma desastrosa combinação de eventos naturais, é preciso relembrar que o cenário de destruição e dor visto em Petrópolis é recorrente no Brasil.

O Alto Vale do Itajaí (SC), berço de atuação da Apremavi, também sofreu repetidamente com a falta de planejamento urbano, planos de contingência e, principalmente, ausência de planos para a mudança sistêmica na ocupação de áreas impróprias à atividades antrópicas e portanto, de risco. No caso mais recente, em dezembro de 2020, 21 pessoas morreram na região, após 120 milímetros de chuva em seis horas causarem deslizamentos de terra e enxurradas em comunidades do interior de Presidente Getúlio e Rio do Sul.

Ainda no final de 2021, fortes chuvas afetaram mais de 70 mil pessoas na Bahia. Mais de 25 cidades decretaram Situação de Emergência e, mais uma vez, esforços foram reunidos para socorrer as vítimas, desalojados e desabrigados.

É possível perceber um padrão em todas essas tragédias, comprovado por análises técnicas e dados. Hora, se há informações, conhecimento dos elementos que aumentam as chances de destruição e a ciência repetidas vezes já orientou para as mudanças necessárias na relação entre a sociedade e a ocupação da paisagem, anunciar os elementos naturais como responsáveis pelas mortes, ou tratar tais situações como desastres, não é apenas uma abordagem imoral, é também muito útil àqueles que de fato possuem responsabilidade sobre o assunto e fazem pouco ou quase nada quando se trata de proteção e bem-estar das pessoas.

 

Faltou vontade e sobraram recursos para prevenir a tragédia

Segundo as informações disponibilizadas no Portal da Transparência, o Estado do Rio de Janeiro gastou apenas metade do previsto em orçamento no programa de prevenção e resposta a desastres. Apenas 47% do valor reservado no erário para ser gasto em estratégias de prevenção e resposta aos riscos de catástrofes foi de fato empenhado em 2021. Foram indicados para aplicações R$ 192,8 milhões deum total de R$ 407,8 milhões previstos no orçamento.

Segundo a apuração da imprensa, a baixa execução não tem relação com a crise financeira do estado. Há um evidente contraste nos investimentos de outras áreas, se comparado com os programas de prevenção de catástrofes. O governo empenhou 86% do total previsto no orçamento de 2021, deixando o programa “Prevenção e Resposta aos Riscos e Recuperação de Áreas Atingidas por Catástrofes” em 42º no ranking de execução, comparado aos 72 previstos no estado. Recursos inicialmente previstos para este e outros programas podem ter sido remanejados para outras áreas ou até mesmo mantidos imobilizados.

Ao contrário da demora para investir na prevenção, os prejuízos materiais da tragédia em Petrópolis já estão sendo divulgados. Segundo um levantamento preliminar da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) o temporal da última semana deverá causar uma perda de R$ 665 milhões, apenas considerando o PIB da cidade. A estimativa de custos para a reconstrução das áreas atingidas e nas obras públicas para a reconstrução da cidade ainda não foram divulgados, mas dado o grave cenário, serão necessários centenas de milhões e anos de trabalho.

 

A importância das Áreas de Preservação Permanente bem preservadas

Além das Unidades de Conservação, existem no Brasil, por força de lei, outras áreas que devem ser protegidas sempre, independentemente de sua localização no território, como as margens de rios, nascentes e topos de morro, entre outras. Essas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs), independentemente de estarem em áreas rurais ou urbanas, em terras particulares ou públicas.

As APPs são áreas que têm um papel crucial na prevenção de riscos de enchentes e desbarrancamentos, colaborando com a proteção das pessoas e da biodiversidade em eventos extremos da Natureza. Mesmo com os dados e situações indicando a necessidade de ampliar as áreas protegidas, a legislação brasileira sobre o assunto sofreu mudanças desastrosas e passíveis de contestações, como a mudança no Código Florestal (2012), e até mesmo as recentes mudanças no regramento sobre APPs em áreas urbanas (PL 14285/2021).

Após a Tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011, especialistas em áreas protegidas e planejamento territorial realizaram um estudo sobre o papel da UCs na mitigação dos efeitos de eventos extremos. Naquela época, a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, abrigava cerca de 280 mil habitantes e já era apontada como alvo de ocupação de APPs com moradias e atividades industriais e agropecuárias.

O co-fundador e conselheiro da Apremavi, Wigold Schäffer, é um dos autores do documento. Em depoimento ao Observatório do Clima, ele destacou o principal diagnóstico do estudo:

“92% dos deslizamentos que ocorreram naquela ocasião tinham alguma intervenção humana, seja pela construção de moradias, estradas e terraplanagem para construção, entre outras. Apenas 8% dos deslizamentos ocorreram em áreas com vegetação nativa bem conservada”.

Ainda segundo o documento, intervenção antrópica foram responsáveis por 90% dos deslizamentos de terra e rolamento de rochas; como estradas, caminhos, trilhas, terraplanagens, desmatamento de encostas e topos de morro, degradação da vegetação nativa e áreas de pastagens degradadas. Constatou-se também que as áreas que foram mais intensamente afetadas pela tragédia são aquelas consideradas APPs (margens de cursos d’água, encostas com alta declividade e topos de morro ou montanhas). Verificou-se, por outro lado, que nas áreas com a vegetação nativa bem conservada, mesmo quando localizadas em áreas com alta declividade ou topos de morro ou montanhas, a quantidade de deslizamentos e rolamento de rochas foi inferior a 10% do total desses eventos.

+ Confira a íntegra do estudo

Os autores do relatório emitiram uma série de recomendações aos órgãos competentes, como a desocupação das zonas de risco e o cumprimento da legislação. Não há registros de ações posteriores do Governo Federal ou Estadual para a implementação de iniciativas visando a regularização ambiental. Petrópolis, que também foi atingida na tragédia de 2011, tem um quinto de seu território sob alto risco: são mais de 12 mil moradias ameaçadas, segundo o plano municipal de 2018.

Região  de Nova Friburgo, após a trágica;edia de 2011. É possivel observar que os deslizamentos ocorreram em áreas consideradas de preservação permanente (APP de topo de morro, de encosta e de margem de rio). Fonte: ‘Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação & Áreas de Risco. O que uma coisa tem a ver com a outra?’


Despreparo da mídia para relacionar o caso às mudanças climáticas

A chuva mais intensa registrada em Petrópolis, segundo as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), foi o elemento conclusivo da tragédia. No entanto, a escassez de informações sobre as causas deste desequilíbrio chamam a atenção na maioria das matérias produzidas sobre o assunto.

Se faz necessária a escuta dos especialistas, divulgação dos efeitos das mudanças climáticas e conscientização da população sobre o tema, para que este seja central nas discussões sobre o futuro do país, desde os planejamentos territoriais das cidades até as campanhas e formulação de planos de governo.

Ao conceder uma entrevista para a TV Jovem Pan, o físico Paulo Artaxo, pesquisador brasileiro que integra o grupo de especialistas responsáveis por elaborar os relatórios do IPCC, fez questão de destacar a urgência em falar e agir sobre as mudanças climáticas; e não apenas esperar para remediar suas consequências.

“Essas tragédias são evitáveis. O Rio de Janeiro possui três radares, capazes de prever com razoável precisão a quantidade de chuvas. A questão não é técnica ou científica, mas sim contar com governos que se preocupem em fazer o necessário para prevenir tragédias. Os eventos climáticos extremos cada vez mais trazem prejuízos socioambientais e econômicos, falta ao país um plano de adaptação às mudanças climáticas”.

+ Confira aqui o resumo comentado do último relatório do IPCC (AR6, WG1)) elaborado pelo Observatório do Clima.


Entrevista completa concedida por Paulo Artaxo à Jovem Pan.

 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Registro do socorro às vítimas da tragédia em Petrópolis. Eduardo Anizelli/FolhaPress

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Por João de Deus Medeiros, Professor, Biólogo e Dr. em Botânica. Coordenador Geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica.

No apagar das luzes do ano de 2021 o Congresso Nacional “brinda” a sociedade brasileira com a edição da Lei no 14.285, de 29 de dezembro de 2021, a qual alterou dispositivos da lei de proteção da vegetação nativa (Lei no 12.651/2012) referentes à proteção de áreas de preservação permanente em áreas urbanas. Modificou ainda o Art. 22 da Lei no 11.952/2009 e o Art. 4o da lei no 6.766/1979.

A nova lei, como tantas outras que reduzem a proteção ambiental no Brasil, teve destacada participação de parlamentares catarinenses. Sua origem remonta ao PL 2510/2019, de autoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC); em maio de 2012 é apresentado pela Deputada Angela Amin (PP-SC) requerimento de urgência na tramitação do PL, sendo o mesmo aprovado em agosto de 2021, quando então é designado como relator o Deputado Darci de Matos (PSD-SC).

Ao tramitar no Senado o texto do PL2510/2019 foi alterado, incluindo a previsão de uma faixa mínima de 15 metros de APP ao longo dos cursos d’água em áreas urbanas. Retornando a Câmara, parecer do relator Darci de Matos conclui pela rejeição à emenda do Senado.

Logo após a edição do novo diploma legal muitas críticas e debates sobre a aplicação do mesmo foram suscitados. A crítica maior se associa ao entendimento de que a norma desloca para os municípios e o Distrito Federal a competência para definir as faixas marginais de qualquer curso d’água perene ou intermitente em áreas urbanas consolidadas, de forma distinta dos parâmetros estabelecidos no inciso I, do caput do art. 4o da Lei no 12.651/2012.

O questionamento quanto a incompatibilidade da norma com a Constituição da República é igualmente levantado, argumentando-se que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios a proteção do meio ambiente e o combate a poluição em qualquer de suas formas (Art. 23, IV), contudo, a competência para legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição é remetida à União, aos Estados e ao Distrito Federal (Art. 24, VI). Já o Art. 30 remete ao município a competência para legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Nesse contexto resta o questionamento quanto a competência legislativa dos municípios para editar norma estritamente vinculada a proteção do meio ambiente e ao combate à poluição, bem como se, havendo norma geral nacional regrando o tema, isso é cabível e até onde é razoável admitir que a flexibilização na proteção de um curso d’água se restringe tão somente ao interesse local de um dado município.

A respeito da discussão do “interesse local” é pedagógica a transcrição de partes de recente decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na ação Popular 1003121-88.2022.8.26.0053, onde é ressaltado que “Não fosse a poluição da bacia do Alto Tiete os municípios a jusante poderiam aproveitar os seus recursos hídricos, inclusive para consumo humano”, e ainda, “Nunca perdendo de vista a principais medidas necessárias a solução desse gravíssimo problema ambiental: da melhoria do saneamento (universalização da coleta e tratamento de esgoto), passando pela restauração da vegetação nativa e pelo uso sustentável da terra, ao controle de uso de pesticidas”. Fica evidente que as intervenções sobre um dado curso d’água não restringem seus efeitos aos limites do município. Intervenções que comprometem a qualidade ou o comportamento das águas, invariavelmente afetam diversas outras áreas a jusante, não havendo qualquer plausibilidade num eventual argumento de que a intervenção sobre APP de curso d’água se caracterize como algo meramente de interesse local. Infelizmente, no Brasil são numerosos os casos que poderíamos indicar, a título de exemplo, da extensão das consequências nefastas de intervenções indevidas ao longo dos cursos d’água.

Ainda restrito a interpretação da efetiva mudança trazida as APPs de cursos d’água, registra-se que a lei Lei no 14.285, em seu artigo 2o, estabeleceu que a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 4o …………………………………………………………………………………………………

§ 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos estaduais, municipais ou distrital de meio ambiente, lei municipal ou distrital poderá definir faixas marginais distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput deste artigo, com regras que estabeleçam:


I – a não ocupação de áreas com risco de desastres;


II – a observância das diretrizes do plano de recursos hídricos, do plano de bacia, do plano de drenagem ou do plano de saneamento básico, se houver; e


III – a previsão de que as atividades ou os empreendimentos a serem instalados nas áreas de preservação permanente urbanas devem observar os casos de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental fixados nesta Lei.” (NR)

Como podemos observar do texto legal, não houve alteração no caput do Art 4o da Lei no 12.651/2012, o qual estabelece os parâmetros mínimos das APPs como regra geral nacional, inclusive para as zonas urbanas.

O § 10 original, por sua vez, previa que, “No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, observar-se-á o disposto nos respectivos Planos Diretores e Leis Municipais de Uso do Solo, sem prejuízo do disposto nos incisos do caput” , ou seja, essa previsão não obrigava os municípios a estabelecerem exatamente as mesmas dimensões da faixa de APP do inciso I; a lei municipal poderia,
já com base na redação anterior do § 10 definir faixas marginais distintas. A lei no 12.651 não padronizou as faixas de proteção ao longo dos cursos d’água, apenas estabeleceu a base mínima a ser observada em todo o território nacional. Em sendo assim, o que temos é uma determinação estabelecendo que, para áreas urbanas consolidadas, consoante a nova redação dada pela Lei no 14.285, para definir faixas distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput do artigo 4o da Lei no 12.651/2012, o legislador municipal deverá respeitar estrita observância ao que ficou definido nos novos incisos I, II e III. Não há como interpretar que a nova redação do § 10 elimina a exigência legal de se observar os parâmetros mínimos das faixas marginais de cursos d’água.

Não resta qualquer duvida que a intenção dos proponentes e defensores da proposta ora traduzida na Lei no 14.285 sempre foi remeter aos municípios competência plena, até mesmo para definir faixas inferiores ao que define o inciso I do caput do artigo 4o da Lei no 12.651/2012, contudo essa pretendida e indevida competência plena não encontra respaldo algum no novo texto do § 10.

Considerando que a competência legislativa dos estados só pode aumentar o grau de proteção estabelecido na legislação federal e que, consoante a determinação do Art. 24, § 4o da Constituição da República, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário, é possível deduzir, subsidiariamente, que qualquer faixa de APP de curso d’água definida em lei municipal que se mostre inferior a largura mínima estabelecida na lei no 12.651/2012 terá sua validade questionada.

A Lei no 14.285/2021 traz uma redação que amplia a insegurança jurídica e poderá acirrar conflitos já existentes e que, frente aos dispositivos vigentes, poderiam ser perfeitamente evitados. A insegurança frente ao texto da nova lei pode ter sido a motivação do envio de Oficio da Federação Catarinense de Municípios (FECAM) endereçado ao Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, e que foi apreciado na sua 199a Reunião Ordinária, realizada no dia 04 de fevereiro de 2022. A deliberação do Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, propondo a criação de um Grupo de Trabalho para avaliar preliminarmente as implicações da Lei n 14.285/2021 reforça essa percepção de insegurança jurídica com a redação da nova norma.

Relembrando todo o histórico da origem e tramitação do PL 2510/2019, de autoria do Deputado Peninha, não surpreende que o Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina evite emitir uma resposta direta a FECAM indicando a efetiva abrangência da nova lei; o destacável é o fato de o referido Conselho não respaldar de imediato que a nova lei confere aos municípios a reconhecida pretensão de estabelecer faixas marginais de cursos d’água, em áreas urbanas, inferiores ao mínimo determinado na lei no 12.651/2012.

 

PL do Veneno é aprovado na Câmara

PL do Veneno é aprovado na Câmara

PL do Veneno é aprovado na Câmara

Iniciaram os trabalhos de um novo Ano Legislativo em Brasília, mas a agenda contrária ao regramento, instituições e legislação que asseguram o cuidado ao meio ambiente segue no mesmo ritmo dos últimos anos, ou ainda mais rápido. Em regime de urgência, a Câmara dos Deputados aprovou o texto do PL 6299/2002 na última quarta-feira (09/02).

O projeto é chamado por ativistas de ‘PL do Veneno’ por uma boa razão: várias mudanças no processo para o registro de novos agrotóxicos estão previstas, além da redução dos critérios técnicos do processo de análise. Se sancionado, o PL pode também autorizar o uso de agrotóxicos comprovadamente cancerígenos em território nacional, como o paraquate.
Entre as consequências do PL do Veneno estão:

  • Retirada do poder de Veto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) durante as análises;

  • Concessão de plenos poderes para a aprovação de novas substâncias ao Ministério da Agricultura, mesma pasta que registrou 1.589 novos agrotóxicos, mesmo com o veto do IBAMA e da ANVISA;
  • Substituição do termo agrotóxico por pesticida, sob a justificativa de uniformizar os termos e assemelhar a legislação brasileira a de outras nações. Na prática, as substâncias tóxicas ganharão um nome com menor impacto no imaginário da população;
  • Concessão de uma “aprovação temporária”de novas substâncias, caso os órgãos técnicos não concluam a análise no período previsto inicialmente;
  • Facilitação dos pesticidas e da importação e exportação de insumos;
  • Apresentação do conceito “risco inaceitável” para a proibição de substâncias.

Durante o discurso que precedeu a votação do PL, o relator, deputado Luiz Nishimori (PL/PR), declarou que a proposta representa’’modernidade”, viabilizando o uso de substâncias mais tecnológicas assegurando uma menor burocracia. Na prática, o texto promove uma desregulação irresponsável dos agrotóxicos, beneficiando grandes monoculturas em detrimento da saúde e segurança alimentar da população, além dos impactos aos recursos hídricos, cadeia trófica e à biodiversidade .

A aprovação se deu com 301 votos. Foram registradas duas abstenções e 150 votos contrários, sobretudo dos partidos de oposição. Nas próximas sessões deverão ser votados os “destaques” do texto, e então a proposta segue para análise do Senado, onde o PL já foi aprovado em 2016. Confira como votou cada deputado aqui.

‘Bancada do Câncer’ é como está sendo chamada a coalizão que lidera as negociações para a aprovação do PL 6299/2002. Foto: Observatório do Clima.

Combo da Morte

É assim que está sendo chamado um conjunto de projetos pendentes no Congresso, de interesse de bancada ruralista, dos latifundiários e daqueles que ocupam o Governo Federal. Entre eles, a anistia à grilagem e o desmonte das regras do licenciamento ambiental; que aguardam apreciação do Senado. Já sob a mesa da Câmara estão propostas como a liberação da caça de animais silvestres e agressões aos direitos de indígenas.

No Executivo, um Decreto está sendo preparado para mudar a forma como são concedidas licenças ambientais para obras de infraestrutura, repassando aos órgãos estaduais a competência de aprovar intervenções em portos, hidrovias, rodovias, ferrovias e usinas térmicas. Essa medida é vista como uma maneira de agradar bases e líderes políticos, justamente em ano eleitoral.

 

Agricultura familiar e orgânica é parte da solução

O ‘PL do Veneno’ ilustra a irresponsabilidade do governo e parlamentares com o solo brasileiro, desde a poluição da terra até o comprometimento da segurança daqueles que caminham sobre ela. A população, que vê aumentar o aumento da pobreza e o retorno do Brasil ao Mapa da Fome agora também assiste ao Legislativo comemorar a chegada de novos agrotóxicos no prato, na água e no ar.

O cenário merece ainda mais indignação quando se observa as características do Brasil, como a facilidade para a produção de múltiplas culturas, grande biodiversidade e recursos naturais, serviços ecossistêmicos que auxiliam no desenvolvimento das culturas. Outras formas de produzir alimentos já são realidade e têm grande potencial de crescimento, mas diferentemente das grandes monoculturas, não tem seus interesses ouvidos pelo Congresso.

A Apremavi sempre incentivou a viabilização da produção orgânica dos agricultores da região. Esse apoio vem desde suporte técnico às famílias até o empréstimo de veículos da organização para os produtores poderem participar de feiras orgânicas em outros municípios.

+ Confira no livro ’30 anos, 30 Causas’, o que fazemos para promover uma alimentação saudável.

Área de cultivo de hortaliças orgânicas em Atalanta (SC). Foto: Arquivo Apremavi. 

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer e  Miriam Prochnow.
Foto de capa: Arquivo Apremavi.

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

O Araçá-amarelo, descrito cientificamente como Psidium cettleyanum Sabine, é uma árvore de pequeno porte presente desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco, sobretudo na Floresta Ombrófila Densa da faixa litorânea. Pode ser encontrada com facilidade em pomares, na arborização das cidades e em plantios para a restauração de áreas degradadas.

É facilmente avistada em matas ciliares, terrenos úmidos e capoeiras. Os frutos, adocicados e ricos em vitamina C, são apreciados in natura ou em receitas, como sucos, doces, sorvetes e geléias. Na medicina popular, o chá das folhas é utilizado como antidiarréico e em banhos para aliviar as dores provocadas pela artrite e reumatismo. Cascas do tronco são utilizadas para estancar hemorragias em geral.*

Sua presença massiva na Mata Atlântica se dá sobretudo pelas características do fruto, que é fonte de alimento da avifauna e mamíferos. A consequente dispersão de espécies pela fauna dá origem a novas árvores, principalmente em áreas em estágios iniciais de regeneração.

Para a produção de novas mudas, como feito no Viveiro Jardim das Florestas, é necessário realizar a coleta de sementes diretamente do chão, condição que atesta o amadurecimento do fruto. É preciso realizar a remoção da polpa, sendo dispensável grandes cuidados, já que as sementes apresentam estrutura resistente. O uso de uma peneira e água corrente facilita o processo.

A semeadura pode ser feita diretamente, em recipientes individuais, ou em sementeiras, com posterior repicagem. Indica-se substrato organo-argiloso e irrigação diária, além da disposição das mudas em ambiente semi-sombreado.

Aspectos das folhas, galhos e frutos do Araçá-amarelo. Fotos: O Produtor Garden, Arquivo Apremavi.

Ficha Técnica

Nome científico: Psidium cettleyanum Sabine
Família: Myrtaceae
Utilização: como a madeira é resistente, pode ser empregada para a fabricação de cabo de ferramentas, carvão e lenha. Seus frutos são comestíveis, com potencial de utilização em diversas receitas, como geléias, sucos e sorvetes.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda dos frutos.
Época da coleta de sementes: outubro a março.
Fruto: baga amarela, carnosa e com polpa suculenta esbranquiçada, contendo várias sementes reniformes com testa óssea.
Flor: branca, hermafrodita e polistêmone.
Floração: de agosto a dezembro.
Crescimento da muda: moderado.
Germinação: alta, emergência em 60 dias.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

Exsicata de Araçá-amarelo (Psidium cettleyanum). Fonte: Programa REFLORA.

Fontes Consultadas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 03 mar. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.

PROCHNOW, Miriam (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.

*Informação Importante: Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações de profissionais habilitados.


Autor:
Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Produtor Garden

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

O grupo conheceu o Centro Ambiental Jardim das Florestas, a RPPN Serra do Pitoco e o PNM Mata Atlântica, além de diversas áreas restauradas em Atalanta.

Já ao desembarcar do ônibus, os visitantes foram apresentados as paisagens restauradas no entorno da sede da Apremavi, missão que deverá ser replicada no Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, no município de Major Vieira, uma área ocupada no passado por plantações de pinus e que deverá servir para a prática de agricultura familiar pelos assentados.

Os visitantes aprenderam sobre coleta de sementes, a produção de mudas no sistema Ellepot e os cuidados necessários antes e após o plantio. Edegold Schaffer e Wigold Schaffer, coordenadores das atividades do viveiro, apresentaram diferentes configurações possíveis para um plantio com mudas nativas, visando a produção de alimentos, o manejo sustentável e o retorno econômico. Há décadas, áreas demonstrativas com espécies da Mata Atlântica economicamente valorizadas são implementadas pela Apremavi, que tem alguns dos seus experimentos bem-sucedidos publicados pelo WRI em 2021, confira aqui.

Além das tradicionais áreas destinadas à visitação, como o viveiro de mudas nativas, a ‘Trilha da Restauração’ e o mirante do Centro Ambiental Jardim das Florestas, o grupo esteve em uma área que adotou a metodologia de planejamento de propriedades e paisagens da Apremavi, criando um mosaico benéfico à produção agrícola e preservação ambiental.

+ Saiba mais sobre o Planejamento de Propriedades e Paisagens

“É uma excelente iniciativa, o grupo está exatamente no momento de realizar o planejamento geral do assentamento e incluir a adequação ambiental desde o início, com certeza trará um grande diferencial para o futuro das atividades na região”, avaliou Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi.

Confira alguns registros da visita:

Registros da visita ao Centro Ambiental, viveiro e áreas restauradas na propriedade da Apremavi. Fotos: Miriam Prochnow.

Leandro de Lima, que é um dos integrantes do assentamento, disse: “Foi muito bom poder estar aqui, com quase 30 colegas. Observamos muitas atividades e inovações para preservar a Natureza. Vamos levar e aplicar no assentamento os muitos aprendizados sobre a proteção da água, dos animais e da floresta”.

Após o almoço, o destino foram as Unidades de Conservação de Atalanta: na RPPN Serra do Pitoco os visitantes conheceram parte do trajeto da nascente avistada na Trilha da Restauração. Já no PNM Mata Atlântica, descobriram as belezas das espécies nativas, com a Rainha-do-abismo (Sinningia macropoda), o Xaxim (Dicksonia sellowiana) e o Chal-chal (Allophylus edulis).

“Estamos voltando a Major Vieira conhecendo a Apremavi e suas atividades de perto. Essa parceria é muito importante e é gratificante ver a equipe empenhada em transmitir os conhecimentos muito valiosos para o que queremos fazer no assentamento”, destacou Osni Gorges, coordenador da Frente de Massas, ao final da visita.

Visita ao PNM Mata Atlântica e RPPN Serra do Pitoco, Unidades de Conservação em Atalanta (SC). Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

Olhar para o futuro

A Apremavi já apoiou o Assentamento Dom Pedro Casaldáliga com a elaboração do mapa de uso do solo e destacando as áreas que necessitam de restauração de acordo com o Código Florestal. Também já foram doadas algumas mudas, para a recuperação de espaços prioritários ao grupo. Inspirados pela visita em Atalanta, os assentados deverão realizar novas atividades para a restauração de áreas na comunidade.

Deverá ser debatido internamente como pretendem continuar com as ações futuras, que deverão integrar a campanha do MST para o plantio de 100 milhões de árvores, já apoiada pela Apremavi em outros assentamentos.

Registros de ações realizadas em assentamentos de Santa Catarina com apoio da Apremavi. Fotos: Arquivo Apremavi.

+ Conheça Jô Santin, liderança do MST SC, na série Mulheres que Restauram

38 anos do MST

O Movimento Sem Terra (MST) foi instituído em 22 de janeiro de 1984, em Cascavel, no interior do estado do Paraná, durante o 1º Encontro Nacional do MST.

No ano seguinte, durante o 1º Congresso Nacional do MST, os integrantes da classe trabalhadora camponesa definiram a sua principal estratégia de ação para os anos seguintes: a ocupação popular de terras improdutivas para Reforma Agrária. Atualmente, o MST é composto por 450 mil famílias assentadas e cerca de 90 mil famílias acampadas, organizadas em 24 estados brasileiros. Essas famílias estão organizadas por meio da agricultura familiar camponesa atuando em 1,9 mil associações comunitárias, 160 cooperativas e 120 agroindústrias, produzindo alimentos saudáveis para o campo e a cidade.

Recentemente, em reação ao aumento nos índices de pobreza no Brasil e avanço da pandemia de Covid-19, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e mais de um milhão de marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.

Saiba mais sobre o Movimento Sem Terra aqui.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante a visita. #vacinasim #acreditenaciência

Autores: Vitor Lauro Zanelatto e Miriam Prochnow
Revisão: Carolina Schäffer 
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Conhecer os processos do Viveiro Jardim das Florestas e as metodologias de restauração aplicadas pela Apremavi foram alguns dos objetivos da visita em 17/01, assim como o alinhamento de sinergias e parcerias para o futuro.

Os representantes da Terra Indígena Morro dos Cavalos, de Palhoça (SC), foram recebidos no Centro Ambiental Jardim das Florestas, num café da manhã com prosa, alinhando os objetivos e o roteiro da visita. Miriam Prochnow e Wigold Schaffer, apresentaram a história da Apremavi e as atividades realizadas pela instituição.

O grupo seguiu para o viveiro de mudas, onde conheceram as estruturas, processos e a tecnologia utilizada para a produção de mudas Ellepot. Os aprendizados no viveiro deverão auxiliar no novo projeto em desenvolvimento na Terra Indígena. ‘Ka’aguy Mirim – Floresta Sagrada’ é uma iniciativa que pretende valorizar as tradições e a cultura indígena ao mesmo passo que proporciona a restauração de áreas degradadas.

Uma das ações previstas é a implantação de um viveiro de mudas nativas na Terra Indígena, para o fornecimento das mudas necessárias à restauração na área da comunidade; e que servirá também para a produção de espécies importantes aos rituais e celebrações da comunidade.

A líder Kereku, que coordena o projeto, informou que jovens e monitores que deverão participar ativamente das atividades, realizando a coleta de sementes para o viveiro e também para as mulheres que integram o grupo de artesanato da TI. O trabalho será acompanhado por dois técnicos,  responsáveis pela assistência necessária.

Registros da visita guiada na sede da Apremavi. Fotos: Wigold B. Schaffer

Próximos Passos

Entre as medidas previstas para o apoio ao projeto Ka’aguy Mirim – Floresta Sagrada está a realização de um estágio para um pequeno grupo de indígenas no viveiro da Apremavi, visando uma troca ainda mais intensa das técnicas necessárias para o funcionamento eficiente de um viveiro de mudas nativas.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante a visita. #vacinasim #acreditenaciência

Autores: Miriam Prochnow e Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Wigold B. Schaffer

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

 As observações em campo ocorreram em dezembro e foram conduzidas por especialista da avifauna da Mata Atlântica, a convite da Apremavi.

Avistar pássaros de diferentes tamanhos e cores, principalmente em áreas próximas de remanescentes florestais, como é o caso das pequenas cidades do Alto Vale do Itajaí (SC), e identificar a biodiversidade por trás das vocalizações, voos e movimentos ágeis dos pássaros de Atalanta foi o principal objetivo da visita do Biólogo Gustavo Malacco, que esteve trabalhando em diferentes áreas da cidade em dezembro de 2021. Entre as avistadas algumas são conhecidas das comunidades, como o bem-te-vi, o tucano e os bandos de jacus; já outros chamam atenção pelo canto exótico e cores vivas da plumagem.

Foram analisadas seis paisagens, abrigando diferentes ambientes: áreas de floresta, ambientes antropizados (pastagens, plantações, edificações, estradas e áreas degradadas); aquáticos (lagoas e taboas) e aéreo. Para a observação, foram aplicadas técnicas de playback, enfocando, principalmente, na vocalização de espécies de aves ameaçadas de extinção, raras, deficientes em dados e endêmicas.

 
Etapas para a identificação das espécies
Passo-a-passo realizado por especialistas para possibilitar a identificação das espécies. Painel: Arquivo Apremavi.

Durante as observações foram registradas 176 espécies. Também foram analisados os registros fotográficos de Wigold B. Schaffer, que documenta a aparição de aves em Atalanta há anos. Ao todo, 196 táxons foram identificados, o que representa cerca de 22% da avifauna ocorrente na Mata Atlântica e pouco mais de 27% da avifauna ocorrente no estado de Santa Catarina.

Além dos estudos em campo, também foi observada a bibliografia e outras pesquisas desenvolvidas no Alto Vale do Itajaí. Na cidade de Laurentino, por exemplo, ao longo de 15 anos foram registradas 315 espécies, ilustrando a riqueza e diversidades, com a presença de dezenas de táxons ameaçados de extinção e endêmicos. Confira na galeria algumas das espécies registradas:

Algumas das espécies avistadas em Atalanta. Fotos: Gustavo Malacco e Wigold B. Schaffer. 

Espécies ameaçadas de extinção

Registrou-se três espécies consideradas ameaçadas de extinção em campo, sendo: Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco) e Saltator fuliginosus (bico-de-pimenta), ameaçadas em Santa Catarina, e Biatas nigropectus (papo-branco), ameaçada globalmente e em Santa Catarina, e também consta como quase ameaçada nacionalmente. Registros de espécies de aves em municípios limítrofes de Atalanta indicaram que algumas das 57 espécies que podem viver na região também estão em perigo. É o caso da Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo) e Phibalura flavirostris (tesourinha-da-mata).

Gabriela Goebel, bióloga e técnica ambiental na Apremavi, destaca a importância das constatações: “Esse tipo de estudo evidencia a rica diversidade de espécies que temos em nossa região, com espécies inclusive ameaçadas de extinção. É essencial conhecê-las para que possam ser construídas estratégias para conservação das mesmas. Além disso, possibilita que mais pessoas conheçam e tenham um olhar mais atento para a incrível biodiversidade da nossa região e da Mata Atlântica como um todo”.

O especialista recomendou a continuidade de amostragens em Atalanta, buscando documentar outros táxons com potencial de ocorrência, como por exemplo Sporophila falcirostris (cigarra-verdadeira) e Sporophila frontalis (pixoxó), ameaçados nacionalmente.

Espécies não avistadas, mas com potencial de ocorrer na região. Fotos: WikiAves 

Aves como indicadores de qualidade ambiental

O estudo também resultou num importante insumo para os trabalhos da Apremavi na restauração e conservação de paisagens florestais na região: a identificação de espécies que indicam uma boa conservação do ambiente. Da lista inicial com 196 espécies, 59 podem ser consideradas indicadoras de qualidade ambiental. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, como a necessidade por uma alimentação restrita (como insetos e outros pequenos invertebrados), pressão de caça sobre a espécie ou a especificidade de hábitat (vivem apenas em florestas bem conservadas).

Segundo Vitor Lauro Zanelatto, colaborador da Apremavi e estudante de Ciências Biológicas, a pesquisa deverá ser utilizada também em novas estratégias de conscientização e educação ambiental, evidenciando o impacto da restauração para toda a biodiversidade do ecossistema: “As informações do estudo são valiosas para nós, mostram não apenas o resultado da conservação da natureza, mas também os benefícios da restauração. Muitas das paisagens visitadas durante o estudo já foram campos degradados. Com mudas nativas, comprometimento e alguns anos para a regeneração, até mesmo aves ameaçadas de extinção já foram observadas. Isso é fantástico, inspirador!”

Sobre o pesquisador

Gustavo Malacco é Biólogo e mestre em Engenharia Florestal. Especialista na avifauna da Mata Atlântica, já realizou diversos estudos no bioma, identificando espécies e aconselhando medidas para a preservação da biodiversidade. Em Minas Gerais, liderou um projeto realizado pela ONG Angá, visando a reintrodução do bicudo (Sporophila maximiliani), ameaçada de extinção. Além de produzir um protocolo de reintrodução, a iniciativa atentou-se à morfologia, genética e, especialmente, monitoramento destas populações pós-soltura; sendo considerada exemplo para novas estratégias de reintrodução de populações da avifauna na Mata Atlântica.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Wigold B. Schäffer.

Indicações para nutrir e afagar a mente

Indicações para nutrir e afagar a mente

Indicações para nutrir e afagar a mente

“A gente nem percebe, mas a cidade é a tela sobre a qual pintamos nossa trajetória. Uma tela imensa – que jamais foi branca – e que vamos lentamente colorindo, pintando de maneira própria o cinza e as outras tonalidades que lá já estavam. Deixamos marcos únicos através das lembranças do cotidiano, do que vivemos na insignificante existência. Enquanto estamos expostos ao imprevisível que nos proporciona o exterior, abrimos brechas para que a cidade se embrenhe na nossa história”  Marina Harkot

A recém iniciada rotação em torno do Sol traz consigo oportunidades de mudança e reconciliação. A vacinação contra à Covid-19, essencial para a superação da pandemia, é realidade em todos os municípios do país, trazendo a esperança de encontros e sorrisos presenciais com segurança. Neste ano os brasileiros também irão às urnas, com o desafio primário de defender a democracia brasileira e a própria sociedade, ferida e sangrando através dos sucessivos retrocessos ambientais pelo pior governo instalado no regime democrático.

Memórias recentes da angústia, medo e dor que acometeram a população nos últimos meses colaboram – e seria estranho o contrário – para que a esperança seja ainda mais volátil, efêmera. Para que seja possível acreditar e defender o futuro de progresso, sustentabilidade e diversidade, é preciso defender antes a si mesmo: priorizar o autocuidado, identificar suas potencialidades e conhecer suas limitações; buscar conhecimento e inspiração, mas também ser gentil e reabilitar corpo e mente.

Para ajudar a nutrir a esperança e a força necessária para participar da (re)construção que a conjuntura demanda, a Apremavi selecionou uma série de conteúdos. Há indicações para os íntimos da leitura, fãs de podcasts e para aqueles que gostam de “maratonar” na Netflix.  Seguimos esperançando e defendendo o futuro na linha de frente em 2022.

 

# Ler e buscar inspiração

Justiça Climática
O respeitado livro de Mary Robinson, primeira presidente da Irlanda e enviada especial da ONU para mudança climática, chegou ao Brasil através de uma edição viabilizada pelo Instituto Alana e LACLIMA. Muitas vozes apresentam relatos comoventes e reais dos efeitos da mudança climática na vida. Regimes de chuvas imprevisíveis, enchentes, tsunamis, furacões, colheitas perdidas e florestas incendiadas: o fenômeno da alteração do clima no planeta Terra é verdadeiro e avassalador. Mas esse é um livro sobre esperança e resiliência. Demonstra o grande poder da troca, do diálogo e do encontro, e mostra como empatia, ações individuais e locais podem se tornar exemplos de quais caminhos seguir para ter um mundo mais justo e sustentável. Neste ano Mary foi entrevistada no programa Roda Viva, e apresentou sua análise sobre a atual conjuntura. Confira aqui.

Tuíra #03
A terceira edição da revista publicada pela Escola de Ativismo é um afago à pluralidade de nosso país e aos diálogos que as juventudes estão liderando. A abertura, assinada por Ailton Krenak dá sequência a textos sobre as consequências da pecuária industrial, saúde mental e espiritualidade. Além de ideias, é possível conhecer alguns dos ativistas que estão construindo movimentos e lutas em prol do progresso e justiça socioambiental. As páginas desta edição também guardam uma justa homenagem à socióloga, mestre em Arquitetura e Urbanismo e cicloativista Marina Kohler Harkot, que faleceu em 2020, após ser atropelada enquanto pedalava em São Paulo. Marina colaborou com a Escola de Ativismo e pesquisava mobilidade ativa, sendo este o tema de sua tese de Mestrado.
O ebook da Tuíra #03 está disponível aqui.

 

A Cidade Inteligente
Evgeny Morozov e Francesca Bria unem suas produções acadêmicas para propor um diagnóstico sobre a atuação das Big Techs nas cidades, publicizando ganhos em segurança, sustentabilidade e na economia. As ‘smart cities’ programadas e munidas das mais avançadas máquinas para coleta de dados e controle dos indivíduos colocam em ameaça agendas emancipatórias e a autonomia da participação dos cidadãos nas decisões sobre a cidade. Publicado pela Editora Ubu em 2019.

Saberes da Restauração
Em 2021 o Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica promoveu uma formação para membros das organizações que integram a coalizão, ministrando aulas e palestras sobre os diversos elementos necessários para que a restauração de paisagens seja feita com eficiência, sustentabilidade e ganhe escala.  Agora, a população também pode acessar e aprender e conhecer as discussões sobre a cadeia da restauração na Mata Atlântica. Os ebooks com a síntese da formação Saberes da Restauração estão disponíveis aqui.

 

# Assistir, se identificar e questionar

Não Olhe Para Cima
(Don’t Look Up)

Com estreia no último dez de dezembro, o sucesso quase imediato do filme pode ser atribuído ao elenco de peso e, principalmente as sátiras apresentadas ao longo do roteiro, que apresenta dois astrônomos de baixo escalão tentando alertar a humanidade sobre um asteroide que destruirá a Terra, enquanto encontra desserviço das mídias, manipulação do Estado por grandes indústrias e a inação ante aos desastres em favor do status quo. Embora o filme possa trazer lembranças de discursos negacionistas sobre a pandemia, não foi esta a principal inspiração para o roteiro. A negação de diagnósticos científicos e inação dos governos ante a emergência climática faz justiça à consternação de ativistas climáticos de todo o mundo que buscam a substituição de discursos moderados por medidas efetivas há décadas. Disponível na Netflix.

Fungos Fantásticos
(Fantastic Fungi)

Esse documentário convida para uma nova visão do reino dos fungos, a partir de uma visão biológica generalista, capacidades dos organismos e dos potenciais que estes seres vivos apresentam para novas soluções baseadas na natureza. Tem efeitos e imagens espetaculares de crescimento e decadência e depoimentos de caçadores de fungos, que exploram florestas em busca de novas espécies ou simplesmente de cogumelos para uma refeição. Disponível na Netflix.

Solo Fértil
(Kiss The Groud)

A agricultura regenerativa é uma das soluções que devem ser exploradas de forma sistêmica para promover o equilíbrio do planeta. Neste documentário, ativistas, especialistas e produtores exploram através de suas próprias experiências os caminhos para que as práticas naturais e orgânicas sejam projetadas para reverter os danos causados pela monocultura. Disponível na Netflix.

O Dilema das Redes
(The Social Dilemma)

Qual controle você de fato tem sobre suas ações no ambiente digital? Com quem e como seus dados pessoais, valiosos a grandes corporações, são compartilhados?  Esse documentário apresenta algumas das estratégias utilizadas pelas empresas de tecnologia para manter os usuários cada vez menos conectados e subservientes à predação de dados pessoais. Essas informações podem ser exploradas em campanhas de marketing, no mais inofensivo dos cenários, ou no ataque à democracia, manipulando campanhas eleitorais e colaborado na disseminação de fake news.  Disponível na Netflix.

 

# Ouvir o Brasil e desacelerar

Emicida – Amarelo
O mais recente álbum do rapper brasileiro Emicida apresenta ao mundo a diversidade e as contradições de um Brasil que se apresenta como diverso, mas pouco faz para valorizar a diversidade de seu povo. Entre preces e denúncias, as faixas apresentam colaborações de artistas como Fernanda Montenegro, Zeca Pagodinho, Majur e Pabllo Vittar, e representações dos versos de Belchior e do poema Ismália, do simbolista Alphonsus Guimarães. Está disponível no Spotify e demais agregadores de música. Além disso, um especial da Netflix apresenta o processo de gravação e a apresentação icônica realizada no Theatro Municipal de São Paulo.

Roda Viva – Txai e Almir Suruí
O respeitado programa de entrevistas da TV Cultura recebeu em 29 de novembro de 2021 Almir Suruí, reconhecido internacionalmente por denunciar o desmatamento na Amazônia e buscar alternativas sustentáveis para a floresta. Almir dividiu o centro do estúdio com sua filha, Txai Suruí, responsável por representar os povos indígenas através de um potente discurso na cerimônia de abertura da COP26 e alvo de ataques da extrema-direita brasileira por conta do seu trabalho em defesa dos direitos dos indígenas. A gravação do episódio está disponível em vídeo, no YouTube, e como podcast, no Spotify e outros agregadores.

Gilberto Gil – uma obra de resistência
A obra de Gilberto Gil oferece um caminho sempre atual e revigorante para quem peregrina em busca da fraternidade e justiça. Suas canções são reflexos de uma atuação combativa em prol da cultura popular e da própria população brasileira, exprimindo em sua arte as mazelas e cicatrizes do país. No último ano lançou ‘Refloresta’, canção concebida para a divulgação da necessidade da restauração e conservação florestal, em parceria com o Instituto Terra, de Lélia e Sebastião Salgado. Escute aqui.

Duda Beat – Te Amo lá Fora
O mais recente álbum da cantora pernambucana mantém as letras com a “sofrência” por amores não correspondidos que promovem identificação e reflexões entre as linhas das composições. As melodias com ritmos tradicionais e populares brasileiros são incorporadas em mixagens modernas, criativas e representativas da cultura nacional.
Disponível no Spotify e demais plataformas.

 

# Visitar  – Unidades de Conservação

Parque Natural Municipal da  Mata Atlântica | Atalanta – SC
A Unidade de Conservação foi criada em 2000, e destaca-se pela beleza cênica das paisagens, proximidade das cidades e fácil acesso às trilhas, que apresentam baixa dificuldade. Os principais atrativos do parque são a cachoeira Perau do Gropp, com 41 metros de queda, e a cascata Córrego do Rio Caçador, com 18 metros de altura. O acesso até a cachoeira e a cascata é feito pela Trilha da Lontra que tem aproximadamente 1.000 metros de extensão. Durante a caminhada os visitantes podem observar os paredões rochosos cobertos por samambaias, avencas e musgos, além de terem a oportunidade de conhecer algumas espécies nobres da Mata Atlântica como o cedro (Cedrella fissilis), a canela sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana). Saiba mais aqui.

 

Parque Municipal Lagoa do Peri | Florianópolis – SC
O Parque Municipal da Lagoa do Peri é um dos principais destinos para quem está em Florianópolis e busca contato com a Mata Atlântica. É berçário de animais típicos, como a Lontra e o Macaco-prego. E até aves ameaçadas são encontradas, como é o caso da Gralha-azul. É a maior lagoa de água doce da costa catarinense. São 5,2km² de extensão; 11m de profundidade, suas águas não são afetadas pelas oscilações da maré, pois está a cerca de 3m acima do nível do mar. A área em volta da lagoa tem mata e trilhas belíssimas que levam a cachoeiras e antigos engenhos coloniais.  Saiba mais aqui.

Reserva Natural Guaricica | Antonina – PR
É fruto do trabalho de restauração da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) em áreas de paisagens na cidade de Antonina. As visitas, que ocorrem sob agendamento, possibilitam sentir o ar puro e os perfumes da mata, ao ouvir as aves e ver os vestígios da fauna que retornaram com a segurança de uma área protegida e ao ouvir as histórias de vida dos colaboradores que atuam na reserva. A floresta protege animais da Mata Atlântica, sedia projetos de pesquisa e atividades de educação ambiental. Saiba mais aqui.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Miriam Prochnow.

Força e esperança para começar 2022

Força e esperança para começar 2022

Força e esperança para começar 2022

Iniciamos um novo ano de trabalho na Apremavi com esperança e força. Esperança em participar da construção de um ciclo repleto de flores e conquistas, que nossas mudas nativas e missão encontrem ainda mais áreas para germinar e crescer.

A força servirá para manter o ativismo diuturno, sobretudo para a proteção da legislação ambiental. Seguiremos vigilantes e presentes, participando do debate, fornecendo informações precisas, baseadas na ciência, defendendo a participação da sociedade civil nos debates.

Nosso compromisso em propor soluções sustentáveis e ajudar na restauração e conservação de todas as formas de vida se renova com a chegada do novo ano. Contamos com a sua ajuda para que 2022 seja marcado pela conservação dos ecossistemas, pela proteção da biodiversidade, pelo combate aos retrocessos, fakenews e negacionismo e por ações concretas em prol do futuro.

Centro Ambiental Jardim das Florestas, Atalanta (SC). A sede da Apremavi é um dos sonhos que transformaram-se em conquistas graças à união e parcerias de sucesso. Foto: Wigold B. Schaffer.

 

35 anos de atuação

No próximo dia 09 de julho a Apremavi completará 35 anos de fundação. A inovação, constante ao longo desses anos, e a responsabilidade ao superar os muitos desafios que surgiram ao longo do tempo também oportunizaram os espaços ocupados no presente: em iniciativas de impacto em prol da restauração e conservação da Mata Atlântica, em grandes eventos e discussões sobre o futuro do planeta e no coração de milhares de parceiros, que ajudam a sonhar e fazer a diferença. Por outro lado, o propósito que reuniu os fundadores da Apremavi há 35 anos não se modificou, mas foi fortalecido e ampliado, em parte porque os desafios superados mostraram que a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida era, além de importante para a defesa das florestas do Alto Vale do Itajaí (SC), essencial para a preservação da vida humana.

O desenvolvimento das mudas nativas no VIveiro Jardim das Florestas ilustra essa história, que continua sendo escrita a cada ação ativista. Confiamos em nossas raízes, originadas na semente de 1987, e estamos crescendo, um processo contínuo de superação dos ventos desafiadores e produção de novas sementes de esperança; como uma das milhões de árvores que plantamos ao longo desse tempo.

Durante este ano serão lançados conteúdos, projetos e oportunidades para que o aniversário da Apremavi seja celebrado. Acompanhe as mídias da Apremavi para participar destes momentos e ajudar a construir os próximos 35 anos!

Logomarca comemorativa aos 35 anos de fundação da Apremavi.

 

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Pin It on Pinterest