FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

FF PR e SC lança Relatório Anual de Atividades 2021

Na última semana, a Secretaria Executiva do Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina lançou o Relatório Anual de Atividades de 2021. O documento apresenta uma síntese das atividades realizadas no período, como forma de reunir e organizar as ações e esforços dos integrantes e ampliar a transparência da iniciativa.

Em mais um ano com restrições impostas pela pandemia de Covid-19, as reuniões plenárias se mantiveram à distância. Foram realizados encontros nos meses de abril, agosto e novembro. Além disso, os integrantes puderam participar de eventos, debates sobre temas inerentes ao FF PR e SC e na elaboração de publicações, como o artigo submetido à  III Conferência Brasileira de Restauração Ecológica. Outro produto do trabalho do Fórum foi a aprovação das Diretrizes de Funcionamento.

+ Acesse a  íntegra do relatório


Em 2021, os trabalhos do FF PR e SC foram conduzidos por Vitor Lauro Zanelatto, Secretário Executivo do FF PR e SC, com o apoio de Edilaine Dick. A Secretaria Executiva é hospedada pela Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI). Integraram o Grupo de Apoio à Secretaria Executiva Alessandra Xavier  (SPVS) Ivone Namikawa (Klabin) Juliana Tramontina (Adami) e Luciane Costa (IFSC Lages). As empresas mantenedoras da iniciativa foram Adami, Arauco, Klabin e WestRock. 

+ Acesse as memórias de reunião de outros arquivos inerentes ao FF PR e SC

Capa do Relatório Anual de Atividades 2021.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de Capa: Vitor Lauro Zanelatto.

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

São Joaquim é Sagrado: campanha chama atenção para a importância do Parque

Criado em 06 de junho de 1961, o Parque Nacional de São Joaquim é um dos mais importantes e antigos parques nacionais do sul do Brasil.

Seus 49.800 hectares protegem ecossistemas ameaçados como a Floresta com Araucárias e os Campos de Altitude, espécies da flora ameaçada como o Pinheiro Brasileiro (Araucaria angustifolia) e o Xaxim (Dicksonia sellowiana), e também espécies ameaçadas da fauna como o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o leão-baio (Puma concolor) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Protege ainda as nascentes do rio Pelotas e belezas cênicas impressionantes como a Pedra Furada e o Cânion do Funil. É também o motor do ecoturismo, uma das atividades econômicas que mais cresce nos municípios da região.

De acordo com a Diretora Executiva da Rede Pró UC, Angela Kuczach, o “ecoturismo tem crescido na região, e é no Parque Nacional que estão as atrações que as pessoas querem ver, como a Pedra Furada. Esta é uma oportunidade para gerar emprego e renda nas cidades do entorno do Parque com uma atividade de baixo impacto ambiental”.

Em 2021, em comemoração aos 60 anos do Parque, a Rede de Amigas e Amigos do Parque São Joaquim, que reúne voluntários, organizações locais e de outras regiões do Brasil, promoveu uma extensa programação virtual com gestores, especialistas, visitantes, guias e outros atores que se relacionam com o Parque.

Coexistiu com o clima de celebração a necessidade de alertar a sociedade sobre a ameaça de redução da área do Parque. O Projeto de Lei do Senado n° 208/2018 e o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados n° 10082/2018 propõem a redução de cerca de 20% da área do Parque. Esses projetos somam-se às tentativas anteriores de redução dos limites da Unidade.

Alertas de que as ameças ainda pairam sobre o Parque, a Rede lança agora a Campanha São Joaquim é Sagrado, com o intuito de tornar a sociedade aliada na luta contra as ameaças e na busca pela consolidação da área como fundamental para a conservação das paisagens, da biodiversidade, da água e da economia da região.

Artes da campanha São Joaquim é Sagrado. Fotos: Carolina Schäffer e Wigold B. Schäffer. 

A campanha São Joaquim é Sagrado

Com um perfil no Instagram e um canal no YouTube, a campanha São Joaquim é Sagrado apresenta as belezas do Parque Nacional de São Joaquim e mostra que a preservação dos elementos que a Unidade de Conservação protege, como água, ar puro, insetos, fauna e flora em geral, colaboram tanto para a qualidade de vida como para a economia da região.

Faça parte do movimento em prol do Parque Nacional de São Joaquim curtindo a página no Instagram e compartilhando fotos com a #sãojoaquimésagrado.

Banner de lançamento da campanha ‘São Joaquim é Sagrado’. Reprodução @saojoaquimesagrado

Autora: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Wigold B. Schaffer.

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Petrópolis e o esforço dos governantes em ignorar o passado

Índices pluviométricos esperados para semanas ou meses são registrados em poucas horas, o solo, em muitas áreas degradadas e alvo de alterações antrópicas significativas, perde sustentação em áreas com declives. Uma paisagem que antes mostrava-se parcimoniosa àqueles desatentos aos riscos da ocupação sem planejamento torna-se em pouco tempo cenário de insegurança geotécnica e uma grave ameaça à vida.

A intensidade das chuvas que atingiram a cidade de Petrópolis (RJ) desde o dia 15 de fevereiro, e com ápice na última semana, foi elemento decisório para que o Brasil observasse mais uma tragédia acontecer. Para quem é morador antigo da cidade, a situação relembra outro episódio sombrio: em 1988 uma situação similar resultou na morte de 171 petropolitanos.  Também na região Serrana do Rio de Janeiro, 918 mortes e pelo menos 99 pessoas desaparecidas foram registradas em 2011.

Agora, em 2022, segundo o Corpo de Bombeiros, 178 cidadãos perderam a vida em função das consequências das chuvas na região. Até o final da elaboração deste texto, outras 110 pessoas estavam desaparecidas. A Defesa Civil da cidade informou que foram registrados mais de 700 deslizamentos de terra, e muitas áreas ainda estão instáveis. 

Trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por sobreviventes em Petrópolis. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

Apesar de quererem justificar os episódios recentes como uma desastrosa combinação de eventos naturais, é preciso relembrar que o cenário de destruição e dor visto em Petrópolis é recorrente no Brasil.

O Alto Vale do Itajaí (SC), berço de atuação da Apremavi, também sofreu repetidamente com a falta de planejamento urbano, planos de contingência e, principalmente, ausência de planos para a mudança sistêmica na ocupação de áreas impróprias à atividades antrópicas e portanto, de risco. No caso mais recente, em dezembro de 2020, 21 pessoas morreram na região, após 120 milímetros de chuva em seis horas causarem deslizamentos de terra e enxurradas em comunidades do interior de Presidente Getúlio e Rio do Sul.

Ainda no final de 2021, fortes chuvas afetaram mais de 70 mil pessoas na Bahia. Mais de 25 cidades decretaram Situação de Emergência e, mais uma vez, esforços foram reunidos para socorrer as vítimas, desalojados e desabrigados.

É possível perceber um padrão em todas essas tragédias, comprovado por análises técnicas e dados. Hora, se há informações, conhecimento dos elementos que aumentam as chances de destruição e a ciência repetidas vezes já orientou para as mudanças necessárias na relação entre a sociedade e a ocupação da paisagem, anunciar os elementos naturais como responsáveis pelas mortes, ou tratar tais situações como desastres, não é apenas uma abordagem imoral, é também muito útil àqueles que de fato possuem responsabilidade sobre o assunto e fazem pouco ou quase nada quando se trata de proteção e bem-estar das pessoas.

 

Faltou vontade e sobraram recursos para prevenir a tragédia

Segundo as informações disponibilizadas no Portal da Transparência, o Estado do Rio de Janeiro gastou apenas metade do previsto em orçamento no programa de prevenção e resposta a desastres. Apenas 47% do valor reservado no erário para ser gasto em estratégias de prevenção e resposta aos riscos de catástrofes foi de fato empenhado em 2021. Foram indicados para aplicações R$ 192,8 milhões deum total de R$ 407,8 milhões previstos no orçamento.

Segundo a apuração da imprensa, a baixa execução não tem relação com a crise financeira do estado. Há um evidente contraste nos investimentos de outras áreas, se comparado com os programas de prevenção de catástrofes. O governo empenhou 86% do total previsto no orçamento de 2021, deixando o programa “Prevenção e Resposta aos Riscos e Recuperação de Áreas Atingidas por Catástrofes” em 42º no ranking de execução, comparado aos 72 previstos no estado. Recursos inicialmente previstos para este e outros programas podem ter sido remanejados para outras áreas ou até mesmo mantidos imobilizados.

Ao contrário da demora para investir na prevenção, os prejuízos materiais da tragédia em Petrópolis já estão sendo divulgados. Segundo um levantamento preliminar da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) o temporal da última semana deverá causar uma perda de R$ 665 milhões, apenas considerando o PIB da cidade. A estimativa de custos para a reconstrução das áreas atingidas e nas obras públicas para a reconstrução da cidade ainda não foram divulgados, mas dado o grave cenário, serão necessários centenas de milhões e anos de trabalho.

 

A importância das Áreas de Preservação Permanente bem preservadas

Além das Unidades de Conservação, existem no Brasil, por força de lei, outras áreas que devem ser protegidas sempre, independentemente de sua localização no território, como as margens de rios, nascentes e topos de morro, entre outras. Essas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs), independentemente de estarem em áreas rurais ou urbanas, em terras particulares ou públicas.

As APPs são áreas que têm um papel crucial na prevenção de riscos de enchentes e desbarrancamentos, colaborando com a proteção das pessoas e da biodiversidade em eventos extremos da Natureza. Mesmo com os dados e situações indicando a necessidade de ampliar as áreas protegidas, a legislação brasileira sobre o assunto sofreu mudanças desastrosas e passíveis de contestações, como a mudança no Código Florestal (2012), e até mesmo as recentes mudanças no regramento sobre APPs em áreas urbanas (PL 14285/2021).

Após a Tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011, especialistas em áreas protegidas e planejamento territorial realizaram um estudo sobre o papel da UCs na mitigação dos efeitos de eventos extremos. Naquela época, a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, abrigava cerca de 280 mil habitantes e já era apontada como alvo de ocupação de APPs com moradias e atividades industriais e agropecuárias.

O co-fundador e conselheiro da Apremavi, Wigold Schäffer, é um dos autores do documento. Em depoimento ao Observatório do Clima, ele destacou o principal diagnóstico do estudo:

“92% dos deslizamentos que ocorreram naquela ocasião tinham alguma intervenção humana, seja pela construção de moradias, estradas e terraplanagem para construção, entre outras. Apenas 8% dos deslizamentos ocorreram em áreas com vegetação nativa bem conservada”.

Ainda segundo o documento, intervenção antrópica foram responsáveis por 90% dos deslizamentos de terra e rolamento de rochas; como estradas, caminhos, trilhas, terraplanagens, desmatamento de encostas e topos de morro, degradação da vegetação nativa e áreas de pastagens degradadas. Constatou-se também que as áreas que foram mais intensamente afetadas pela tragédia são aquelas consideradas APPs (margens de cursos d’água, encostas com alta declividade e topos de morro ou montanhas). Verificou-se, por outro lado, que nas áreas com a vegetação nativa bem conservada, mesmo quando localizadas em áreas com alta declividade ou topos de morro ou montanhas, a quantidade de deslizamentos e rolamento de rochas foi inferior a 10% do total desses eventos.

+ Confira a íntegra do estudo

Os autores do relatório emitiram uma série de recomendações aos órgãos competentes, como a desocupação das zonas de risco e o cumprimento da legislação. Não há registros de ações posteriores do Governo Federal ou Estadual para a implementação de iniciativas visando a regularização ambiental. Petrópolis, que também foi atingida na tragédia de 2011, tem um quinto de seu território sob alto risco: são mais de 12 mil moradias ameaçadas, segundo o plano municipal de 2018.

Região  de Nova Friburgo, após a trágica;edia de 2011. É possivel observar que os deslizamentos ocorreram em áreas consideradas de preservação permanente (APP de topo de morro, de encosta e de margem de rio). Fonte: ‘Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação & Áreas de Risco. O que uma coisa tem a ver com a outra?’


Despreparo da mídia para relacionar o caso às mudanças climáticas

A chuva mais intensa registrada em Petrópolis, segundo as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), foi o elemento conclusivo da tragédia. No entanto, a escassez de informações sobre as causas deste desequilíbrio chamam a atenção na maioria das matérias produzidas sobre o assunto.

Se faz necessária a escuta dos especialistas, divulgação dos efeitos das mudanças climáticas e conscientização da população sobre o tema, para que este seja central nas discussões sobre o futuro do país, desde os planejamentos territoriais das cidades até as campanhas e formulação de planos de governo.

Ao conceder uma entrevista para a TV Jovem Pan, o físico Paulo Artaxo, pesquisador brasileiro que integra o grupo de especialistas responsáveis por elaborar os relatórios do IPCC, fez questão de destacar a urgência em falar e agir sobre as mudanças climáticas; e não apenas esperar para remediar suas consequências.

“Essas tragédias são evitáveis. O Rio de Janeiro possui três radares, capazes de prever com razoável precisão a quantidade de chuvas. A questão não é técnica ou científica, mas sim contar com governos que se preocupem em fazer o necessário para prevenir tragédias. Os eventos climáticos extremos cada vez mais trazem prejuízos socioambientais e econômicos, falta ao país um plano de adaptação às mudanças climáticas”.

+ Confira aqui o resumo comentado do último relatório do IPCC (AR6, WG1)) elaborado pelo Observatório do Clima.


Entrevista completa concedida por Paulo Artaxo à Jovem Pan.

 

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Registro do socorro às vítimas da tragédia em Petrópolis. Eduardo Anizelli/FolhaPress

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Sobre a largura mínima das faixas marginais de curso d’água em área urbana com a nova Lei 14.285/2021

Por João de Deus Medeiros, Professor, Biólogo e Dr. em Botânica. Coordenador Geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica.

No apagar das luzes do ano de 2021 o Congresso Nacional “brinda” a sociedade brasileira com a edição da Lei no 14.285, de 29 de dezembro de 2021, a qual alterou dispositivos da lei de proteção da vegetação nativa (Lei no 12.651/2012) referentes à proteção de áreas de preservação permanente em áreas urbanas. Modificou ainda o Art. 22 da Lei no 11.952/2009 e o Art. 4o da lei no 6.766/1979.

A nova lei, como tantas outras que reduzem a proteção ambiental no Brasil, teve destacada participação de parlamentares catarinenses. Sua origem remonta ao PL 2510/2019, de autoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC); em maio de 2012 é apresentado pela Deputada Angela Amin (PP-SC) requerimento de urgência na tramitação do PL, sendo o mesmo aprovado em agosto de 2021, quando então é designado como relator o Deputado Darci de Matos (PSD-SC).

Ao tramitar no Senado o texto do PL2510/2019 foi alterado, incluindo a previsão de uma faixa mínima de 15 metros de APP ao longo dos cursos d’água em áreas urbanas. Retornando a Câmara, parecer do relator Darci de Matos conclui pela rejeição à emenda do Senado.

Logo após a edição do novo diploma legal muitas críticas e debates sobre a aplicação do mesmo foram suscitados. A crítica maior se associa ao entendimento de que a norma desloca para os municípios e o Distrito Federal a competência para definir as faixas marginais de qualquer curso d’água perene ou intermitente em áreas urbanas consolidadas, de forma distinta dos parâmetros estabelecidos no inciso I, do caput do art. 4o da Lei no 12.651/2012.

O questionamento quanto a incompatibilidade da norma com a Constituição da República é igualmente levantado, argumentando-se que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios a proteção do meio ambiente e o combate a poluição em qualquer de suas formas (Art. 23, IV), contudo, a competência para legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição é remetida à União, aos Estados e ao Distrito Federal (Art. 24, VI). Já o Art. 30 remete ao município a competência para legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Nesse contexto resta o questionamento quanto a competência legislativa dos municípios para editar norma estritamente vinculada a proteção do meio ambiente e ao combate à poluição, bem como se, havendo norma geral nacional regrando o tema, isso é cabível e até onde é razoável admitir que a flexibilização na proteção de um curso d’água se restringe tão somente ao interesse local de um dado município.

A respeito da discussão do “interesse local” é pedagógica a transcrição de partes de recente decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na ação Popular 1003121-88.2022.8.26.0053, onde é ressaltado que “Não fosse a poluição da bacia do Alto Tiete os municípios a jusante poderiam aproveitar os seus recursos hídricos, inclusive para consumo humano”, e ainda, “Nunca perdendo de vista a principais medidas necessárias a solução desse gravíssimo problema ambiental: da melhoria do saneamento (universalização da coleta e tratamento de esgoto), passando pela restauração da vegetação nativa e pelo uso sustentável da terra, ao controle de uso de pesticidas”. Fica evidente que as intervenções sobre um dado curso d’água não restringem seus efeitos aos limites do município. Intervenções que comprometem a qualidade ou o comportamento das águas, invariavelmente afetam diversas outras áreas a jusante, não havendo qualquer plausibilidade num eventual argumento de que a intervenção sobre APP de curso d’água se caracterize como algo meramente de interesse local. Infelizmente, no Brasil são numerosos os casos que poderíamos indicar, a título de exemplo, da extensão das consequências nefastas de intervenções indevidas ao longo dos cursos d’água.

Ainda restrito a interpretação da efetiva mudança trazida as APPs de cursos d’água, registra-se que a lei Lei no 14.285, em seu artigo 2o, estabeleceu que a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 4o …………………………………………………………………………………………………

§ 10. Em áreas urbanas consolidadas, ouvidos os conselhos estaduais, municipais ou distrital de meio ambiente, lei municipal ou distrital poderá definir faixas marginais distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput deste artigo, com regras que estabeleçam:


I – a não ocupação de áreas com risco de desastres;


II – a observância das diretrizes do plano de recursos hídricos, do plano de bacia, do plano de drenagem ou do plano de saneamento básico, se houver; e


III – a previsão de que as atividades ou os empreendimentos a serem instalados nas áreas de preservação permanente urbanas devem observar os casos de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental fixados nesta Lei.” (NR)

Como podemos observar do texto legal, não houve alteração no caput do Art 4o da Lei no 12.651/2012, o qual estabelece os parâmetros mínimos das APPs como regra geral nacional, inclusive para as zonas urbanas.

O § 10 original, por sua vez, previa que, “No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, observar-se-á o disposto nos respectivos Planos Diretores e Leis Municipais de Uso do Solo, sem prejuízo do disposto nos incisos do caput” , ou seja, essa previsão não obrigava os municípios a estabelecerem exatamente as mesmas dimensões da faixa de APP do inciso I; a lei municipal poderia,
já com base na redação anterior do § 10 definir faixas marginais distintas. A lei no 12.651 não padronizou as faixas de proteção ao longo dos cursos d’água, apenas estabeleceu a base mínima a ser observada em todo o território nacional. Em sendo assim, o que temos é uma determinação estabelecendo que, para áreas urbanas consolidadas, consoante a nova redação dada pela Lei no 14.285, para definir faixas distintas daquelas estabelecidas no inciso I do caput do artigo 4o da Lei no 12.651/2012, o legislador municipal deverá respeitar estrita observância ao que ficou definido nos novos incisos I, II e III. Não há como interpretar que a nova redação do § 10 elimina a exigência legal de se observar os parâmetros mínimos das faixas marginais de cursos d’água.

Não resta qualquer duvida que a intenção dos proponentes e defensores da proposta ora traduzida na Lei no 14.285 sempre foi remeter aos municípios competência plena, até mesmo para definir faixas inferiores ao que define o inciso I do caput do artigo 4o da Lei no 12.651/2012, contudo essa pretendida e indevida competência plena não encontra respaldo algum no novo texto do § 10.

Considerando que a competência legislativa dos estados só pode aumentar o grau de proteção estabelecido na legislação federal e que, consoante a determinação do Art. 24, § 4o da Constituição da República, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário, é possível deduzir, subsidiariamente, que qualquer faixa de APP de curso d’água definida em lei municipal que se mostre inferior a largura mínima estabelecida na lei no 12.651/2012 terá sua validade questionada.

A Lei no 14.285/2021 traz uma redação que amplia a insegurança jurídica e poderá acirrar conflitos já existentes e que, frente aos dispositivos vigentes, poderiam ser perfeitamente evitados. A insegurança frente ao texto da nova lei pode ter sido a motivação do envio de Oficio da Federação Catarinense de Municípios (FECAM) endereçado ao Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, e que foi apreciado na sua 199a Reunião Ordinária, realizada no dia 04 de fevereiro de 2022. A deliberação do Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina, propondo a criação de um Grupo de Trabalho para avaliar preliminarmente as implicações da Lei n 14.285/2021 reforça essa percepção de insegurança jurídica com a redação da nova norma.

Relembrando todo o histórico da origem e tramitação do PL 2510/2019, de autoria do Deputado Peninha, não surpreende que o Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina evite emitir uma resposta direta a FECAM indicando a efetiva abrangência da nova lei; o destacável é o fato de o referido Conselho não respaldar de imediato que a nova lei confere aos municípios a reconhecida pretensão de estabelecer faixas marginais de cursos d’água, em áreas urbanas, inferiores ao mínimo determinado na lei no 12.651/2012.

 

PL do Veneno é aprovado na Câmara

PL do Veneno é aprovado na Câmara

PL do Veneno é aprovado na Câmara

Iniciaram os trabalhos de um novo Ano Legislativo em Brasília, mas a agenda contrária ao regramento, instituições e legislação que asseguram o cuidado ao meio ambiente segue no mesmo ritmo dos últimos anos, ou ainda mais rápido. Em regime de urgência, a Câmara dos Deputados aprovou o texto do PL 6299/2002 na última quarta-feira (09/02).

O projeto é chamado por ativistas de ‘PL do Veneno’ por uma boa razão: várias mudanças no processo para o registro de novos agrotóxicos estão previstas, além da redução dos critérios técnicos do processo de análise. Se sancionado, o PL pode também autorizar o uso de agrotóxicos comprovadamente cancerígenos em território nacional, como o paraquate.
Entre as consequências do PL do Veneno estão:

  • Retirada do poder de Veto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) durante as análises;

  • Concessão de plenos poderes para a aprovação de novas substâncias ao Ministério da Agricultura, mesma pasta que registrou 1.589 novos agrotóxicos, mesmo com o veto do IBAMA e da ANVISA;
  • Substituição do termo agrotóxico por pesticida, sob a justificativa de uniformizar os termos e assemelhar a legislação brasileira a de outras nações. Na prática, as substâncias tóxicas ganharão um nome com menor impacto no imaginário da população;
  • Concessão de uma “aprovação temporária”de novas substâncias, caso os órgãos técnicos não concluam a análise no período previsto inicialmente;
  • Facilitação dos pesticidas e da importação e exportação de insumos;
  • Apresentação do conceito “risco inaceitável” para a proibição de substâncias.

Durante o discurso que precedeu a votação do PL, o relator, deputado Luiz Nishimori (PL/PR), declarou que a proposta representa’’modernidade”, viabilizando o uso de substâncias mais tecnológicas assegurando uma menor burocracia. Na prática, o texto promove uma desregulação irresponsável dos agrotóxicos, beneficiando grandes monoculturas em detrimento da saúde e segurança alimentar da população, além dos impactos aos recursos hídricos, cadeia trófica e à biodiversidade .

A aprovação se deu com 301 votos. Foram registradas duas abstenções e 150 votos contrários, sobretudo dos partidos de oposição. Nas próximas sessões deverão ser votados os “destaques” do texto, e então a proposta segue para análise do Senado, onde o PL já foi aprovado em 2016. Confira como votou cada deputado aqui.

‘Bancada do Câncer’ é como está sendo chamada a coalizão que lidera as negociações para a aprovação do PL 6299/2002. Foto: Observatório do Clima.

Combo da Morte

É assim que está sendo chamado um conjunto de projetos pendentes no Congresso, de interesse de bancada ruralista, dos latifundiários e daqueles que ocupam o Governo Federal. Entre eles, a anistia à grilagem e o desmonte das regras do licenciamento ambiental; que aguardam apreciação do Senado. Já sob a mesa da Câmara estão propostas como a liberação da caça de animais silvestres e agressões aos direitos de indígenas.

No Executivo, um Decreto está sendo preparado para mudar a forma como são concedidas licenças ambientais para obras de infraestrutura, repassando aos órgãos estaduais a competência de aprovar intervenções em portos, hidrovias, rodovias, ferrovias e usinas térmicas. Essa medida é vista como uma maneira de agradar bases e líderes políticos, justamente em ano eleitoral.

 

Agricultura familiar e orgânica é parte da solução

O ‘PL do Veneno’ ilustra a irresponsabilidade do governo e parlamentares com o solo brasileiro, desde a poluição da terra até o comprometimento da segurança daqueles que caminham sobre ela. A população, que vê aumentar o aumento da pobreza e o retorno do Brasil ao Mapa da Fome agora também assiste ao Legislativo comemorar a chegada de novos agrotóxicos no prato, na água e no ar.

O cenário merece ainda mais indignação quando se observa as características do Brasil, como a facilidade para a produção de múltiplas culturas, grande biodiversidade e recursos naturais, serviços ecossistêmicos que auxiliam no desenvolvimento das culturas. Outras formas de produzir alimentos já são realidade e têm grande potencial de crescimento, mas diferentemente das grandes monoculturas, não tem seus interesses ouvidos pelo Congresso.

A Apremavi sempre incentivou a viabilização da produção orgânica dos agricultores da região. Esse apoio vem desde suporte técnico às famílias até o empréstimo de veículos da organização para os produtores poderem participar de feiras orgânicas em outros municípios.

+ Confira no livro ’30 anos, 30 Causas’, o que fazemos para promover uma alimentação saudável.

Área de cultivo de hortaliças orgânicas em Atalanta (SC). Foto: Arquivo Apremavi. 

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer e  Miriam Prochnow.
Foto de capa: Arquivo Apremavi.

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

Araçá-amarelo, alimento garantido para os bichos!

O Araçá-amarelo, descrito cientificamente como Psidium cettleyanum Sabine, é uma árvore de pequeno porte presente desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco, sobretudo na Floresta Ombrófila Densa da faixa litorânea. Pode ser encontrada com facilidade em pomares, na arborização das cidades e em plantios para a restauração de áreas degradadas.

É facilmente avistada em matas ciliares, terrenos úmidos e capoeiras. Os frutos, adocicados e ricos em vitamina C, são apreciados in natura ou em receitas, como sucos, doces, sorvetes e geléias. Na medicina popular, o chá das folhas é utilizado como antidiarréico e em banhos para aliviar as dores provocadas pela artrite e reumatismo. Cascas do tronco são utilizadas para estancar hemorragias em geral.*

Sua presença massiva na Mata Atlântica se dá sobretudo pelas características do fruto, que é fonte de alimento da avifauna e mamíferos. A consequente dispersão de espécies pela fauna dá origem a novas árvores, principalmente em áreas em estágios iniciais de regeneração.

Para a produção de novas mudas, como feito no Viveiro Jardim das Florestas, é necessário realizar a coleta de sementes diretamente do chão, condição que atesta o amadurecimento do fruto. É preciso realizar a remoção da polpa, sendo dispensável grandes cuidados, já que as sementes apresentam estrutura resistente. O uso de uma peneira e água corrente facilita o processo.

A semeadura pode ser feita diretamente, em recipientes individuais, ou em sementeiras, com posterior repicagem. Indica-se substrato organo-argiloso e irrigação diária, além da disposição das mudas em ambiente semi-sombreado.

Aspectos das folhas, galhos e frutos do Araçá-amarelo. Fotos: O Produtor Garden, Arquivo Apremavi.

Ficha Técnica

Nome científico: Psidium cettleyanum Sabine
Família: Myrtaceae
Utilização: como a madeira é resistente, pode ser empregada para a fabricação de cabo de ferramentas, carvão e lenha. Seus frutos são comestíveis, com potencial de utilização em diversas receitas, como geléias, sucos e sorvetes.
Coleta de sementes: diretamente da árvore ou no chão após a queda dos frutos.
Época da coleta de sementes: outubro a março.
Fruto: baga amarela, carnosa e com polpa suculenta esbranquiçada, contendo várias sementes reniformes com testa óssea.
Flor: branca, hermafrodita e polistêmone.
Floração: de agosto a dezembro.
Crescimento da muda: moderado.
Germinação: alta, emergência em 60 dias.
Plantio: mata ciliar, área aberta, solo degradado.

Exsicata de Araçá-amarelo (Psidium cettleyanum). Fonte: Programa REFLORA.

Fontes Consultadas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 03 mar. 2022.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.

PROCHNOW, Miriam (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul: APREMAVI, 2007.

*Informação Importante: Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações de profissionais habilitados.


Autor:
Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto de Capa: Produtor Garden

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

No aniversário do MST, grupo de assentados visita a Apremavi

O grupo conheceu o Centro Ambiental Jardim das Florestas, a RPPN Serra do Pitoco e o PNM Mata Atlântica, além de diversas áreas restauradas em Atalanta.

Já ao desembarcar do ônibus, os visitantes foram apresentados as paisagens restauradas no entorno da sede da Apremavi, missão que deverá ser replicada no Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, no município de Major Vieira, uma área ocupada no passado por plantações de pinus e que deverá servir para a prática de agricultura familiar pelos assentados.

Os visitantes aprenderam sobre coleta de sementes, a produção de mudas no sistema Ellepot e os cuidados necessários antes e após o plantio. Edegold Schaffer e Wigold Schaffer, coordenadores das atividades do viveiro, apresentaram diferentes configurações possíveis para um plantio com mudas nativas, visando a produção de alimentos, o manejo sustentável e o retorno econômico. Há décadas, áreas demonstrativas com espécies da Mata Atlântica economicamente valorizadas são implementadas pela Apremavi, que tem alguns dos seus experimentos bem-sucedidos publicados pelo WRI em 2021, confira aqui.

Além das tradicionais áreas destinadas à visitação, como o viveiro de mudas nativas, a ‘Trilha da Restauração’ e o mirante do Centro Ambiental Jardim das Florestas, o grupo esteve em uma área que adotou a metodologia de planejamento de propriedades e paisagens da Apremavi, criando um mosaico benéfico à produção agrícola e preservação ambiental.

+ Saiba mais sobre o Planejamento de Propriedades e Paisagens

“É uma excelente iniciativa, o grupo está exatamente no momento de realizar o planejamento geral do assentamento e incluir a adequação ambiental desde o início, com certeza trará um grande diferencial para o futuro das atividades na região”, avaliou Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi.

Confira alguns registros da visita:

Registros da visita ao Centro Ambiental, viveiro e áreas restauradas na propriedade da Apremavi. Fotos: Miriam Prochnow.

Leandro de Lima, que é um dos integrantes do assentamento, disse: “Foi muito bom poder estar aqui, com quase 30 colegas. Observamos muitas atividades e inovações para preservar a Natureza. Vamos levar e aplicar no assentamento os muitos aprendizados sobre a proteção da água, dos animais e da floresta”.

Após o almoço, o destino foram as Unidades de Conservação de Atalanta: na RPPN Serra do Pitoco os visitantes conheceram parte do trajeto da nascente avistada na Trilha da Restauração. Já no PNM Mata Atlântica, descobriram as belezas das espécies nativas, com a Rainha-do-abismo (Sinningia macropoda), o Xaxim (Dicksonia sellowiana) e o Chal-chal (Allophylus edulis).

“Estamos voltando a Major Vieira conhecendo a Apremavi e suas atividades de perto. Essa parceria é muito importante e é gratificante ver a equipe empenhada em transmitir os conhecimentos muito valiosos para o que queremos fazer no assentamento”, destacou Osni Gorges, coordenador da Frente de Massas, ao final da visita.

Visita ao PNM Mata Atlântica e RPPN Serra do Pitoco, Unidades de Conservação em Atalanta (SC). Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

Olhar para o futuro

A Apremavi já apoiou o Assentamento Dom Pedro Casaldáliga com a elaboração do mapa de uso do solo e destacando as áreas que necessitam de restauração de acordo com o Código Florestal. Também já foram doadas algumas mudas, para a recuperação de espaços prioritários ao grupo. Inspirados pela visita em Atalanta, os assentados deverão realizar novas atividades para a restauração de áreas na comunidade.

Deverá ser debatido internamente como pretendem continuar com as ações futuras, que deverão integrar a campanha do MST para o plantio de 100 milhões de árvores, já apoiada pela Apremavi em outros assentamentos.

Registros de ações realizadas em assentamentos de Santa Catarina com apoio da Apremavi. Fotos: Arquivo Apremavi.

+ Conheça Jô Santin, liderança do MST SC, na série Mulheres que Restauram

38 anos do MST

O Movimento Sem Terra (MST) foi instituído em 22 de janeiro de 1984, em Cascavel, no interior do estado do Paraná, durante o 1º Encontro Nacional do MST.

No ano seguinte, durante o 1º Congresso Nacional do MST, os integrantes da classe trabalhadora camponesa definiram a sua principal estratégia de ação para os anos seguintes: a ocupação popular de terras improdutivas para Reforma Agrária. Atualmente, o MST é composto por 450 mil famílias assentadas e cerca de 90 mil famílias acampadas, organizadas em 24 estados brasileiros. Essas famílias estão organizadas por meio da agricultura familiar camponesa atuando em 1,9 mil associações comunitárias, 160 cooperativas e 120 agroindústrias, produzindo alimentos saudáveis para o campo e a cidade.

Recentemente, em reação ao aumento nos índices de pobreza no Brasil e avanço da pandemia de Covid-19, o MST doou mais de 6 mil toneladas de alimentos e mais de um milhão de marmitas para pessoas e famílias inteiras em situação de fome e insegurança alimentar em todas as grandes regiões do país.

Saiba mais sobre o Movimento Sem Terra aqui.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante a visita. #vacinasim #acreditenaciência

Autores: Vitor Lauro Zanelatto e Miriam Prochnow
Revisão: Carolina Schäffer 
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Indígenas da TI Morro dos Cavalos visitam a Apremavi

Conhecer os processos do Viveiro Jardim das Florestas e as metodologias de restauração aplicadas pela Apremavi foram alguns dos objetivos da visita em 17/01, assim como o alinhamento de sinergias e parcerias para o futuro.

Os representantes da Terra Indígena Morro dos Cavalos, de Palhoça (SC), foram recebidos no Centro Ambiental Jardim das Florestas, num café da manhã com prosa, alinhando os objetivos e o roteiro da visita. Miriam Prochnow e Wigold Schaffer, apresentaram a história da Apremavi e as atividades realizadas pela instituição.

O grupo seguiu para o viveiro de mudas, onde conheceram as estruturas, processos e a tecnologia utilizada para a produção de mudas Ellepot. Os aprendizados no viveiro deverão auxiliar no novo projeto em desenvolvimento na Terra Indígena. ‘Ka’aguy Mirim – Floresta Sagrada’ é uma iniciativa que pretende valorizar as tradições e a cultura indígena ao mesmo passo que proporciona a restauração de áreas degradadas.

Uma das ações previstas é a implantação de um viveiro de mudas nativas na Terra Indígena, para o fornecimento das mudas necessárias à restauração na área da comunidade; e que servirá também para a produção de espécies importantes aos rituais e celebrações da comunidade.

A líder Kereku, que coordena o projeto, informou que jovens e monitores que deverão participar ativamente das atividades, realizando a coleta de sementes para o viveiro e também para as mulheres que integram o grupo de artesanato da TI. O trabalho será acompanhado por dois técnicos,  responsáveis pela assistência necessária.

Registros da visita guiada na sede da Apremavi. Fotos: Wigold B. Schaffer

Próximos Passos

Entre as medidas previstas para o apoio ao projeto Ka’aguy Mirim – Floresta Sagrada está a realização de um estágio para um pequeno grupo de indígenas no viveiro da Apremavi, visando uma troca ainda mais intensa das técnicas necessárias para o funcionamento eficiente de um viveiro de mudas nativas.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante a visita. #vacinasim #acreditenaciência

Autores: Miriam Prochnow e Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Wigold B. Schaffer

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

Estudo identifica mais de 190 espécies de aves em Atalanta

 As observações em campo ocorreram em dezembro e foram conduzidas por especialista da avifauna da Mata Atlântica, a convite da Apremavi.

Avistar pássaros de diferentes tamanhos e cores, principalmente em áreas próximas de remanescentes florestais, como é o caso das pequenas cidades do Alto Vale do Itajaí (SC), e identificar a biodiversidade por trás das vocalizações, voos e movimentos ágeis dos pássaros de Atalanta foi o principal objetivo da visita do Biólogo Gustavo Malacco, que esteve trabalhando em diferentes áreas da cidade em dezembro de 2021. Entre as avistadas algumas são conhecidas das comunidades, como o bem-te-vi, o tucano e os bandos de jacus; já outros chamam atenção pelo canto exótico e cores vivas da plumagem.

Foram analisadas seis paisagens, abrigando diferentes ambientes: áreas de floresta, ambientes antropizados (pastagens, plantações, edificações, estradas e áreas degradadas); aquáticos (lagoas e taboas) e aéreo. Para a observação, foram aplicadas técnicas de playback, enfocando, principalmente, na vocalização de espécies de aves ameaçadas de extinção, raras, deficientes em dados e endêmicas.

 
Etapas para a identificação das espécies
Passo-a-passo realizado por especialistas para possibilitar a identificação das espécies. Painel: Arquivo Apremavi.

Durante as observações foram registradas 176 espécies. Também foram analisados os registros fotográficos de Wigold B. Schaffer, que documenta a aparição de aves em Atalanta há anos. Ao todo, 196 táxons foram identificados, o que representa cerca de 22% da avifauna ocorrente na Mata Atlântica e pouco mais de 27% da avifauna ocorrente no estado de Santa Catarina.

Além dos estudos em campo, também foi observada a bibliografia e outras pesquisas desenvolvidas no Alto Vale do Itajaí. Na cidade de Laurentino, por exemplo, ao longo de 15 anos foram registradas 315 espécies, ilustrando a riqueza e diversidades, com a presença de dezenas de táxons ameaçados de extinção e endêmicos. Confira na galeria algumas das espécies registradas:

Algumas das espécies avistadas em Atalanta. Fotos: Gustavo Malacco e Wigold B. Schaffer. 

Espécies ameaçadas de extinção

Registrou-se três espécies consideradas ameaçadas de extinção em campo, sendo: Spizaetus tyrannus (gavião-pega-macaco) e Saltator fuliginosus (bico-de-pimenta), ameaçadas em Santa Catarina, e Biatas nigropectus (papo-branco), ameaçada globalmente e em Santa Catarina, e também consta como quase ameaçada nacionalmente. Registros de espécies de aves em municípios limítrofes de Atalanta indicaram que algumas das 57 espécies que podem viver na região também estão em perigo. É o caso da Amazona vinacea (papagaio-de-peito-roxo) e Phibalura flavirostris (tesourinha-da-mata).

Gabriela Goebel, bióloga e técnica ambiental na Apremavi, destaca a importância das constatações: “Esse tipo de estudo evidencia a rica diversidade de espécies que temos em nossa região, com espécies inclusive ameaçadas de extinção. É essencial conhecê-las para que possam ser construídas estratégias para conservação das mesmas. Além disso, possibilita que mais pessoas conheçam e tenham um olhar mais atento para a incrível biodiversidade da nossa região e da Mata Atlântica como um todo”.

O especialista recomendou a continuidade de amostragens em Atalanta, buscando documentar outros táxons com potencial de ocorrência, como por exemplo Sporophila falcirostris (cigarra-verdadeira) e Sporophila frontalis (pixoxó), ameaçados nacionalmente.

Espécies não avistadas, mas com potencial de ocorrer na região. Fotos: WikiAves 

Aves como indicadores de qualidade ambiental

O estudo também resultou num importante insumo para os trabalhos da Apremavi na restauração e conservação de paisagens florestais na região: a identificação de espécies que indicam uma boa conservação do ambiente. Da lista inicial com 196 espécies, 59 podem ser consideradas indicadoras de qualidade ambiental. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, como a necessidade por uma alimentação restrita (como insetos e outros pequenos invertebrados), pressão de caça sobre a espécie ou a especificidade de hábitat (vivem apenas em florestas bem conservadas).

Segundo Vitor Lauro Zanelatto, colaborador da Apremavi e estudante de Ciências Biológicas, a pesquisa deverá ser utilizada também em novas estratégias de conscientização e educação ambiental, evidenciando o impacto da restauração para toda a biodiversidade do ecossistema: “As informações do estudo são valiosas para nós, mostram não apenas o resultado da conservação da natureza, mas também os benefícios da restauração. Muitas das paisagens visitadas durante o estudo já foram campos degradados. Com mudas nativas, comprometimento e alguns anos para a regeneração, até mesmo aves ameaçadas de extinção já foram observadas. Isso é fantástico, inspirador!”

Sobre o pesquisador

Gustavo Malacco é Biólogo e mestre em Engenharia Florestal. Especialista na avifauna da Mata Atlântica, já realizou diversos estudos no bioma, identificando espécies e aconselhando medidas para a preservação da biodiversidade. Em Minas Gerais, liderou um projeto realizado pela ONG Angá, visando a reintrodução do bicudo (Sporophila maximiliani), ameaçada de extinção. Além de produzir um protocolo de reintrodução, a iniciativa atentou-se à morfologia, genética e, especialmente, monitoramento destas populações pós-soltura; sendo considerada exemplo para novas estratégias de reintrodução de populações da avifauna na Mata Atlântica.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Wigold B. Schäffer.

Indicações para nutrir e afagar a mente

Indicações para nutrir e afagar a mente

Indicações para nutrir e afagar a mente

“A gente nem percebe, mas a cidade é a tela sobre a qual pintamos nossa trajetória. Uma tela imensa – que jamais foi branca – e que vamos lentamente colorindo, pintando de maneira própria o cinza e as outras tonalidades que lá já estavam. Deixamos marcos únicos através das lembranças do cotidiano, do que vivemos na insignificante existência. Enquanto estamos expostos ao imprevisível que nos proporciona o exterior, abrimos brechas para que a cidade se embrenhe na nossa história”  Marina Harkot

A recém iniciada rotação em torno do Sol traz consigo oportunidades de mudança e reconciliação. A vacinação contra à Covid-19, essencial para a superação da pandemia, é realidade em todos os municípios do país, trazendo a esperança de encontros e sorrisos presenciais com segurança. Neste ano os brasileiros também irão às urnas, com o desafio primário de defender a democracia brasileira e a própria sociedade, ferida e sangrando através dos sucessivos retrocessos ambientais pelo pior governo instalado no regime democrático.

Memórias recentes da angústia, medo e dor que acometeram a população nos últimos meses colaboram – e seria estranho o contrário – para que a esperança seja ainda mais volátil, efêmera. Para que seja possível acreditar e defender o futuro de progresso, sustentabilidade e diversidade, é preciso defender antes a si mesmo: priorizar o autocuidado, identificar suas potencialidades e conhecer suas limitações; buscar conhecimento e inspiração, mas também ser gentil e reabilitar corpo e mente.

Para ajudar a nutrir a esperança e a força necessária para participar da (re)construção que a conjuntura demanda, a Apremavi selecionou uma série de conteúdos. Há indicações para os íntimos da leitura, fãs de podcasts e para aqueles que gostam de “maratonar” na Netflix.  Seguimos esperançando e defendendo o futuro na linha de frente em 2022.

 

# Ler e buscar inspiração

Justiça Climática
O respeitado livro de Mary Robinson, primeira presidente da Irlanda e enviada especial da ONU para mudança climática, chegou ao Brasil através de uma edição viabilizada pelo Instituto Alana e LACLIMA. Muitas vozes apresentam relatos comoventes e reais dos efeitos da mudança climática na vida. Regimes de chuvas imprevisíveis, enchentes, tsunamis, furacões, colheitas perdidas e florestas incendiadas: o fenômeno da alteração do clima no planeta Terra é verdadeiro e avassalador. Mas esse é um livro sobre esperança e resiliência. Demonstra o grande poder da troca, do diálogo e do encontro, e mostra como empatia, ações individuais e locais podem se tornar exemplos de quais caminhos seguir para ter um mundo mais justo e sustentável. Neste ano Mary foi entrevistada no programa Roda Viva, e apresentou sua análise sobre a atual conjuntura. Confira aqui.

Tuíra #03
A terceira edição da revista publicada pela Escola de Ativismo é um afago à pluralidade de nosso país e aos diálogos que as juventudes estão liderando. A abertura, assinada por Ailton Krenak dá sequência a textos sobre as consequências da pecuária industrial, saúde mental e espiritualidade. Além de ideias, é possível conhecer alguns dos ativistas que estão construindo movimentos e lutas em prol do progresso e justiça socioambiental. As páginas desta edição também guardam uma justa homenagem à socióloga, mestre em Arquitetura e Urbanismo e cicloativista Marina Kohler Harkot, que faleceu em 2020, após ser atropelada enquanto pedalava em São Paulo. Marina colaborou com a Escola de Ativismo e pesquisava mobilidade ativa, sendo este o tema de sua tese de Mestrado.
O ebook da Tuíra #03 está disponível aqui.

 

A Cidade Inteligente
Evgeny Morozov e Francesca Bria unem suas produções acadêmicas para propor um diagnóstico sobre a atuação das Big Techs nas cidades, publicizando ganhos em segurança, sustentabilidade e na economia. As ‘smart cities’ programadas e munidas das mais avançadas máquinas para coleta de dados e controle dos indivíduos colocam em ameaça agendas emancipatórias e a autonomia da participação dos cidadãos nas decisões sobre a cidade. Publicado pela Editora Ubu em 2019.

Saberes da Restauração
Em 2021 o Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica promoveu uma formação para membros das organizações que integram a coalizão, ministrando aulas e palestras sobre os diversos elementos necessários para que a restauração de paisagens seja feita com eficiência, sustentabilidade e ganhe escala.  Agora, a população também pode acessar e aprender e conhecer as discussões sobre a cadeia da restauração na Mata Atlântica. Os ebooks com a síntese da formação Saberes da Restauração estão disponíveis aqui.

 

# Assistir, se identificar e questionar

Não Olhe Para Cima
(Don’t Look Up)

Com estreia no último dez de dezembro, o sucesso quase imediato do filme pode ser atribuído ao elenco de peso e, principalmente as sátiras apresentadas ao longo do roteiro, que apresenta dois astrônomos de baixo escalão tentando alertar a humanidade sobre um asteroide que destruirá a Terra, enquanto encontra desserviço das mídias, manipulação do Estado por grandes indústrias e a inação ante aos desastres em favor do status quo. Embora o filme possa trazer lembranças de discursos negacionistas sobre a pandemia, não foi esta a principal inspiração para o roteiro. A negação de diagnósticos científicos e inação dos governos ante a emergência climática faz justiça à consternação de ativistas climáticos de todo o mundo que buscam a substituição de discursos moderados por medidas efetivas há décadas. Disponível na Netflix.

Fungos Fantásticos
(Fantastic Fungi)

Esse documentário convida para uma nova visão do reino dos fungos, a partir de uma visão biológica generalista, capacidades dos organismos e dos potenciais que estes seres vivos apresentam para novas soluções baseadas na natureza. Tem efeitos e imagens espetaculares de crescimento e decadência e depoimentos de caçadores de fungos, que exploram florestas em busca de novas espécies ou simplesmente de cogumelos para uma refeição. Disponível na Netflix.

Solo Fértil
(Kiss The Groud)

A agricultura regenerativa é uma das soluções que devem ser exploradas de forma sistêmica para promover o equilíbrio do planeta. Neste documentário, ativistas, especialistas e produtores exploram através de suas próprias experiências os caminhos para que as práticas naturais e orgânicas sejam projetadas para reverter os danos causados pela monocultura. Disponível na Netflix.

O Dilema das Redes
(The Social Dilemma)

Qual controle você de fato tem sobre suas ações no ambiente digital? Com quem e como seus dados pessoais, valiosos a grandes corporações, são compartilhados?  Esse documentário apresenta algumas das estratégias utilizadas pelas empresas de tecnologia para manter os usuários cada vez menos conectados e subservientes à predação de dados pessoais. Essas informações podem ser exploradas em campanhas de marketing, no mais inofensivo dos cenários, ou no ataque à democracia, manipulando campanhas eleitorais e colaborado na disseminação de fake news.  Disponível na Netflix.

 

# Ouvir o Brasil e desacelerar

Emicida – Amarelo
O mais recente álbum do rapper brasileiro Emicida apresenta ao mundo a diversidade e as contradições de um Brasil que se apresenta como diverso, mas pouco faz para valorizar a diversidade de seu povo. Entre preces e denúncias, as faixas apresentam colaborações de artistas como Fernanda Montenegro, Zeca Pagodinho, Majur e Pabllo Vittar, e representações dos versos de Belchior e do poema Ismália, do simbolista Alphonsus Guimarães. Está disponível no Spotify e demais agregadores de música. Além disso, um especial da Netflix apresenta o processo de gravação e a apresentação icônica realizada no Theatro Municipal de São Paulo.

Roda Viva – Txai e Almir Suruí
O respeitado programa de entrevistas da TV Cultura recebeu em 29 de novembro de 2021 Almir Suruí, reconhecido internacionalmente por denunciar o desmatamento na Amazônia e buscar alternativas sustentáveis para a floresta. Almir dividiu o centro do estúdio com sua filha, Txai Suruí, responsável por representar os povos indígenas através de um potente discurso na cerimônia de abertura da COP26 e alvo de ataques da extrema-direita brasileira por conta do seu trabalho em defesa dos direitos dos indígenas. A gravação do episódio está disponível em vídeo, no YouTube, e como podcast, no Spotify e outros agregadores.

Gilberto Gil – uma obra de resistência
A obra de Gilberto Gil oferece um caminho sempre atual e revigorante para quem peregrina em busca da fraternidade e justiça. Suas canções são reflexos de uma atuação combativa em prol da cultura popular e da própria população brasileira, exprimindo em sua arte as mazelas e cicatrizes do país. No último ano lançou ‘Refloresta’, canção concebida para a divulgação da necessidade da restauração e conservação florestal, em parceria com o Instituto Terra, de Lélia e Sebastião Salgado. Escute aqui.

Duda Beat – Te Amo lá Fora
O mais recente álbum da cantora pernambucana mantém as letras com a “sofrência” por amores não correspondidos que promovem identificação e reflexões entre as linhas das composições. As melodias com ritmos tradicionais e populares brasileiros são incorporadas em mixagens modernas, criativas e representativas da cultura nacional.
Disponível no Spotify e demais plataformas.

 

# Visitar  – Unidades de Conservação

Parque Natural Municipal da  Mata Atlântica | Atalanta – SC
A Unidade de Conservação foi criada em 2000, e destaca-se pela beleza cênica das paisagens, proximidade das cidades e fácil acesso às trilhas, que apresentam baixa dificuldade. Os principais atrativos do parque são a cachoeira Perau do Gropp, com 41 metros de queda, e a cascata Córrego do Rio Caçador, com 18 metros de altura. O acesso até a cachoeira e a cascata é feito pela Trilha da Lontra que tem aproximadamente 1.000 metros de extensão. Durante a caminhada os visitantes podem observar os paredões rochosos cobertos por samambaias, avencas e musgos, além de terem a oportunidade de conhecer algumas espécies nobres da Mata Atlântica como o cedro (Cedrella fissilis), a canela sassafrás (Ocotea odorifera) e o xaxim-bugio (Dicksonia sellowiana). Saiba mais aqui.

 

Parque Municipal Lagoa do Peri | Florianópolis – SC
O Parque Municipal da Lagoa do Peri é um dos principais destinos para quem está em Florianópolis e busca contato com a Mata Atlântica. É berçário de animais típicos, como a Lontra e o Macaco-prego. E até aves ameaçadas são encontradas, como é o caso da Gralha-azul. É a maior lagoa de água doce da costa catarinense. São 5,2km² de extensão; 11m de profundidade, suas águas não são afetadas pelas oscilações da maré, pois está a cerca de 3m acima do nível do mar. A área em volta da lagoa tem mata e trilhas belíssimas que levam a cachoeiras e antigos engenhos coloniais.  Saiba mais aqui.

Reserva Natural Guaricica | Antonina – PR
É fruto do trabalho de restauração da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) em áreas de paisagens na cidade de Antonina. As visitas, que ocorrem sob agendamento, possibilitam sentir o ar puro e os perfumes da mata, ao ouvir as aves e ver os vestígios da fauna que retornaram com a segurança de uma área protegida e ao ouvir as histórias de vida dos colaboradores que atuam na reserva. A floresta protege animais da Mata Atlântica, sedia projetos de pesquisa e atividades de educação ambiental. Saiba mais aqui.

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Miriam Prochnow.

Força e esperança para começar 2022

Força e esperança para começar 2022

Força e esperança para começar 2022

Iniciamos um novo ano de trabalho na Apremavi com esperança e força. Esperança em participar da construção de um ciclo repleto de flores e conquistas, que nossas mudas nativas e missão encontrem ainda mais áreas para germinar e crescer.

A força servirá para manter o ativismo diuturno, sobretudo para a proteção da legislação ambiental. Seguiremos vigilantes e presentes, participando do debate, fornecendo informações precisas, baseadas na ciência, defendendo a participação da sociedade civil nos debates.

Nosso compromisso em propor soluções sustentáveis e ajudar na restauração e conservação de todas as formas de vida se renova com a chegada do novo ano. Contamos com a sua ajuda para que 2022 seja marcado pela conservação dos ecossistemas, pela proteção da biodiversidade, pelo combate aos retrocessos, fakenews e negacionismo e por ações concretas em prol do futuro.

Centro Ambiental Jardim das Florestas, Atalanta (SC). A sede da Apremavi é um dos sonhos que transformaram-se em conquistas graças à união e parcerias de sucesso. Foto: Wigold B. Schaffer.

 

35 anos de atuação

No próximo dia 09 de julho a Apremavi completará 35 anos de fundação. A inovação, constante ao longo desses anos, e a responsabilidade ao superar os muitos desafios que surgiram ao longo do tempo também oportunizaram os espaços ocupados no presente: em iniciativas de impacto em prol da restauração e conservação da Mata Atlântica, em grandes eventos e discussões sobre o futuro do planeta e no coração de milhares de parceiros, que ajudam a sonhar e fazer a diferença. Por outro lado, o propósito que reuniu os fundadores da Apremavi há 35 anos não se modificou, mas foi fortalecido e ampliado, em parte porque os desafios superados mostraram que a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida era, além de importante para a defesa das florestas do Alto Vale do Itajaí (SC), essencial para a preservação da vida humana.

O desenvolvimento das mudas nativas no VIveiro Jardim das Florestas ilustra essa história, que continua sendo escrita a cada ação ativista. Confiamos em nossas raízes, originadas na semente de 1987, e estamos crescendo, um processo contínuo de superação dos ventos desafiadores e produção de novas sementes de esperança; como uma das milhões de árvores que plantamos ao longo desse tempo.

Durante este ano serão lançados conteúdos, projetos e oportunidades para que o aniversário da Apremavi seja celebrado. Acompanhe as mídias da Apremavi para participar destes momentos e ajudar a construir os próximos 35 anos!

Logomarca comemorativa aos 35 anos de fundação da Apremavi.

 

Autor: Vitor L. Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Retorno econômico de espécies nativas é destaque em nova publicação

Retorno econômico de espécies nativas é destaque em nova publicação

Retorno econômico de espécies nativas é destaque em nova publicação

Um retorno de investimento com mediana de 15,8%, podendo alcançar 28,4% ao ano: esta é uma das principais conclusões da análise de 40 projetos de plantio de árvores nativas brasileiras em quatro dos seis biomas brasileiros.

Uma parceria entre o WRI Brasil e a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura resultou na análise minuciosa de 40 casos de atividades econômicas sustentáveis utilizando espécies nativas, muitas delas em pequenas propriedades rurais, como as beneficiadas pelos projetos da Apremavi em Santa Catarina e no Paraná.

Dois biomas predominam nas páginas do estudo: a Amazônia e a na Mata Atlântica. As iniciativas analisadas foram realizadas por 30 diferentes agentes, como produtores rurais familiares, associações, cooperativas, ONGs e empresas rurais. Em comum para muitos dos casos está a parceria entre proprietários rurais e organizações com experiência em fornecer orientações e apresentar metodologias validadas, para aumentar a eficiência e sucesso da intervenção.

Quatro dos casos apresentados no estudo são frutos do trabalho da Apremavi. São áreas modelo implementadas entre 1964 e 2015, em diferentes cidades do Alto Vale do Itajaí (SC). Os plantios utilizaram de espécies com bom desenvolvimento no clima da Região Sul, como a Palmito-juçara (Euterpe edulis), Erva-mate (Ilex paraguariensis) e Araucária (Araucaria angustifolia).

Foto em destaque: esquema e registro fotográfico de uma área implantada em Santa Terezinha (SC) em 2015, visando o extrativismo da erva-mate. Foto: Arquivo Apremavi.
Miniaturas: mudas com potencial econômico produzidas no Viveiro Jardim das Florestas – Apremavi. Fotos: Vitor lauro Zanelatto. 

A avaliação econômica desses projetos mostrou que as taxas internas de retorno (TIR) dos investimentos variam de 2,5% a 28,4% ao ano, com mediana de 15,8%. Mais de 90% dos casos mostram TIR superior a 9% – percentual competitivo na comparação com outras atividades agropecuárias. A rentabilidade é também um indicativo de que o Brasil tem uma grande oportunidade de gerar emprego e renda de forma sustentável, valorizando a biodiversidade e conservação das florestas.

Além do retorno econômico direto, foram observados outros benefícios garantidos a partir das florestas plantadas: os modelos com espécies nativas podem retirar de 6,7 a 12,5 toneladas de dióxido de carbono equivalente da atmosfera por hectare ao ano. A preservação do solo, melhoria da qualidade da água e aumento da polinização nas áreas também produzem impacto positivo na área e em outras eventuais atividades agrícolas.
Todos os 40 casos que serviram de base para o estudo foram documentados em uma publicação, com os ciclos do arranjo e desenhos esquemáticos sobre a intervenção realizada. Confira aqui.

 
Live marcou o lançamento da publicação

Os resultados do estudo, que observou mais 12 mil hectares de terras brasileiras, foi lançado em 01/12, em uma live especial no canal do YouTube da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura. Os painelistas contextualizaram as principais informações para fazer a análise econômica e financeira, os custos de implementação e manutenção e os diferentes contextos observados nos casos.

Na oportunidade, também foram discutidas as oportunidades que o resultado do trabalho sugere para as florestas e economia brasileira. Os modelos financeiros, elaborados a partir de dados fornecidos pelos executores e parceiros dos casos, evidenciam que a economia verde e sustentável já é uma realidade, mas precisa de escala.

“Há um enorme potencial para os produtos florestais brasileiros nas cadeias produtivas nacionais e globais. No caso do mercado de madeira tropical, por exemplo, menos de 10% da produção mundial tem origem no Brasil”, afirmou Miguel Calmon, líder da Força-Tarefa Silvicultura de Espécies Nativas da Coalizão Brasil, responsável pela iniciativa.

Confira como foi o evento de lançamento:

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto.

320ha restaurados: encontro celebra conclusão do Restaura Alto Vale

320ha restaurados: encontro celebra conclusão do Restaura Alto Vale

320ha restaurados: encontro celebra conclusão do Restaura Alto Vale

Na última semana a Apremavi realizou o encontro de conclusão do Restaura Alto Vale, projeto executado desde 2018, com patrocínio do BNDES. Mais de 80 pessoas participaram do evento, realizado nos dias 01 e 02 de dezembro, a fim de garantir a participação presencial com segurança e respeitando todas as normas de prevenção à Covid-19. A programação ocorreu em modo híbrido, e representantes de vários estados puderam acompanhar e colaborar com o debate.

A agenda de palestras, discussões e interações entre personagens que apoiaram a execução do projeto apresentou os resultados de quatro anos de trabalho, reconhecendo e buscando fortalecer as parcerias que garantiram o êxito da iniciativa: 320 hectares de áreas degradadas restauradas, mais de 400 mil mudas de árvores nativas doadas e orientação para a adequação ambiental de mais de 700 propriedades em 34 municípios de Santa Catarina são apenas algumas conquistas do projeto.

Além disso, a agenda destacou a necessidade de manter e ampliar as parcerias do projeto para a atuação em outros desafios que ainda precisam ser superados. Palestras de renomados especialistas, como Roberta del Giudice, João Paulo Capobianco e Antonio Nobre, provocaram a reflexão para a co-construção de soluções visando fortalecer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e desenvolver o Programa de Recuperação Ambiental (PRA) em Santa Catarina.

Para Edilaine Dick, coordenadora do Restaura Alto Vale, o encontro foi um sucesso: “Além de compartilhar e celebrar os resultados do projeto, os encontros permitiram fortalecer os laços de parceria entre as instituições e pensar em encaminhamentos conjuntos para os próximos projetos que estão a caminho”, destaca.

Registros das apresentações e falas do encontro. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto. 

Outro destaque foi a apresentação de novos projetos e iniciativas lideradas pela Apremavi e que, assim como o Restaura Alto Vale, irão demandar parcerias multissetoriais para o sucesso. Nesse sentido, produtores rurais, líderes de cooperativas, empresas e governos municipais e estadual foram convidados a participar da construção de novas articulações, que deverão dar continuidade ao processo de restauração e conservação das paisagens florestais catarinenses. Além disso, foi lançado o curta “A Restauração Transforma Paisagens e Pessoas”, uma animação audiovisual sobre o trabalho da Apremavi na Década da Restauração.

O Encontro foi apoiado pelo Observatório do Código Florestal (OCF), coletivo formado por mais de 30 organizações brasileiras que busca incidir e acompanhar a implementação do Código Florestal brasileiro. Outro apoiador é o Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina (FF PR e SC), responsável por reunir empresas do setor florestal, empresas de consultoria, organizações da sociedade civil e academia para o debate e proposição de soluções para assuntos que dizem respeito à silvicultura e à conservação.

Após o encontro os participantes puderam visitar o viveiro e Centro Ambiental Jardim das Florestas. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto. 

22º Prêmio Fritz Muller

O Restaura Alto Vale recebeu na última sexta-feira o maior reconhecimento de Santa Catarina no setor ambiental: o 22º Prêmio Fritz Muller, concedido pelo Governo do Estado através do Instituto de Meio Ambiente (IMA). O projeto conquistou o troféu da categoria “Recuperação de Áreas Degradadas”, entregue na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), em Florianópolis, na última sexta-feira.

Maíra Ratuschinski, técnica do Restaura Alto Vale, e Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi, representaram a instituição na entrega do prêmio. Confira as fotos do evento:

Maíra e Miriam recebendo o 22º Prêmio Fritz Muller, entregue em Florianópolis no dia 03/12/2021. Fotos: Mafalda Press.

O presidente do IMA, Daniel Vinicius Netto, reforçou a importância e significado da premiação, adiada em 2020 por conta da pandemia de Covid-19. “Esse é um prêmio especial, pois reconhece os cases de sustentabilidade, logística reversa, melhores tecnologias de controle ambiental, gestão de resíduos e todas as boas soluções para reduzir os impactos negativos no meio ambiente com a atividade produtiva”, afirmou.

Os vencedores estão detalhados no Anuário Ambiental Fritz Müller 2021, que foi lançado durante a solenidade. Na cerimônia também foi entregue o Prêmio Raulino Reitz para uma personalidade de destaque na defesa ao meio ambiente. O escolhido desta edição é o professor catarinense Arlindo Philippi Júnior, engenheiro civil formado pela UFSC e um dos principais nomes da área no país.

A Apremavi agradece os milhares de parceiros que ajudaram a tornar o Restaura Alto Vale um grande sucesso. Edilaine Dick, que lidera o projeto desde 2018, sintetiza o impacto da iniciativa para o meio ambiente e também para as pessoas: “O projeto foi construído e desenvolvido por muitas mãos, inúmeros parceiros e mais de 700 agricultores que acreditaram no trabalho da Apremavi e no objetivo do projeto. Aceitaram o desafio de contribuir com a melhoria de cada nascente e rio que está sendo recuperado, auxiliando dessa forma no controle de processos erosivos, enchentes e enxurradas e no combate às mudanças climáticas, além de promover inúmeros benefícios socioambientais para essa e para as próximas gerações”.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante os eventos.
#vacinasim #acreditenaciência

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Vitor Lauro Zanelatto.

Matas Sociais realiza planejamento para a proteção de nascentes

Matas Sociais realiza planejamento para a proteção de nascentes

Matas Sociais realiza planejamento para a proteção de nascentes

O trabalho dos técnicos ambientais do programa Matas Sociais foi junto às nascentes na última segunda-feira (29/11). O projeto iniciou o planejamento ambiental de uma propriedade na comunidade de Pinhal Chato, município de Reserva (PR).

Uma parceria entre a Secretaria de Agricultura da cidade e a Associação de Produtores Rurais de Campinas Bela (APROCAN) está dedicada em realizar a proteção e recuperação das nascentes da propriedade de Ana Paula e Ana Claudia Rodrigues Pinto, que buscam combater o assoreamento e melhorar a qualidade da água, utilizada na propriedade.

Segundo o técnico da Apremavi Emílio Ribas, o trabalho deve começar em dezembro, e contará com o plantio de mudas nativas em parceria com o projeto Matas Legais, manejo do solo para o escoamento da água das chuvas e a instalação do modelo “solo-cimento”, intervenção de baixo custo e impacto ambiental que promove a estabilização e proteção das nascentes.

Visita técnica na propriedade com os parceiros para o planejamento das atividades de recuperação ambiental. Fotos: Emílio Ribas/Arquivo Apremavi. 

Método Solo-cimento

O solo-cimento tem baixo custo de instalação e auxilia na redução do assoreamento das fontes (acúmulo de sedimentos no solo), queda de material orgânico, contaminação por enxurradas e outros fatores externos que podem comprometer a qualidade e a disponibilidade de água.

O modelo pode ser implementado com pedra brita, cimento, canos PVC e outros materiais simples e baratos. Com um baixo impacto ambiental, a qualidade da água e proteção da nascente é promovida, beneficiando a natureza e as pessoas que dependem das nascentes para o abastecimento. O Programa Matas Sociais elaborou um guia para a aplicação do método, confira aqui.

O Programa Matas Sociais

Ações como a proteção de nascentes em Reserva (PR) são um dos objetivos do Matas Sociais – Planejando Propriedades Sustentáveis, projeto da parceria entre a Klabin, a Apremavi e o Sebrae que visa contribuir para o fortalecimento econômico, ambiental e social das pequenas e médias propriedades rurais dos municípios da região de Ortigueira, Telêmaco Borba e Imbaú no Paraná e mais recentemente, em Santa Catarina.

Mais de 500 propriedades rurais já foram atendidas pelo projeto, que propicia a recuperação de áreas de preservação permanente e reserva legal, conservação de remanescentes florestais, planejamento na instalação das atividades produtivas e a diversificação da produção agropecuária. Confira mais informações e notícias sobre o projeto aqui.

Autor:  Vitor L. Zanelatto.
Foto de capa: Arquivo Apremavi.

Amigos da Terra lança Edital para Contratação de consultoria

Amigos da Terra lança Edital para Contratação de consultoria

Amigos da Terra lança Edital para Contratação de consultoria

Da Amigos da Terra: contratação de Auditoria de Demonstrações Financeiras

Objetivo do Edital: Contratação de consultoria pessoa jurídica, para prestação de serviços de auditoria de demonstrações financeiras da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira e seus parceiros, incluindo aquisições e contratações, bem como avaliação da elegibilidade e da aderência da aplicação dos recursos, de acordo com as normas e regulamentos estabelecidos, e os controles internos e processos que suportam estas atividades, no âmbito do projeto “Políticas, práticas, transparência e governança para a implantação do Código Florestal”.

Tipo de Contratação: Prestação de Serviços por Pessoa Jurídica.


Processo de seleção
  • As propostas deverão ser enviadas com o assunto: “AUDITORIA FINANCEIRA OCF – Nome da pessoa jurídica”, para o e-mail: adm@amazonia.org.br 

  • A proposta deve incluir: (1) carta de apresentação, (2) portfolio para comprovação, da experiência exigida e (4) proposta comercial.
  • Data limite para envio: 15/12/2021. Envios após esta data não serão considerados.
  • A seleção será baseada em processo de pontuação, considerando preço e portfólio de experiência

ATENÇÃO: Leia o edital antes de submeter a candidatura. O edital está disponível aqui.

Foto de capa:  Vitor L. Zanelatto.

Em 2021, mês da árvore teve plantios, doações de mudas e muitas palestras

Em 2021, mês da árvore teve plantios, doações de mudas e muitas palestras

Em 2021, mês da árvore teve plantios, doações de mudas e muitas palestras

O Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, é um chamado para a ação cidadã e reflexão dos compromissos e responsabilidades que devemos ter para com as florestas e toda a biodiversidade que elas abrigam, e para com as paisagens naturais, por séculos alvos de desmatamento e outras agressões.

A Apremavi trabalha para que a população assuma o compromisso conjunto de recuperar e conservar as florestas e as paisagens. No entanto, a restauração e a conservação não se fazem apenas com mudas e ferramentas. É preciso do cuidado humano para que os ecossistemas sobrevivam.

Pensando nisso, preparamos uma programação especial em setembro, viabilizando ações junto à escolas, projetos sociais e governos locais para conscientizar a população e convidar mais pessoas a se juntarem ao time de Plantadores de Florestas.
Confira uma síntese das atividades:

 

Restaura Alto Vale visita escolas

O mês de setembro foi intenso para a equipe do Restaura Alto Vale, responsável por organizar doações de mudas nativas para 27 escolas, de diferentes regiões do estado. No total, 7.740 mudas saíram do Viveiro Jardim das Florestas para ações educativas e de conscientização relacionadas ao Dia da Árvore. Os técnicos do projeto também oportunizaram palestras e atividades em centros de ensino no Alto Vale e no Planalto Norte.

As atividades presenciais iniciaram no dia 11 de setembro, com a participação do Restaura Alto Vale no “Dia da Família” na Escola de Educação Infantil Professora Dóres Stupp. Na oportunidade foram doadas mudas para os presentes. Já nos dias 13 e 20 de setembro, a Escola de Ensino Fundamental Luis Ledra, também de Rio do Sul, recebeu o técnico Almir da Luz para a realização de atividades de educação ambiental que envolveram 13 turmas entre o 1º e 9º ano, resultando na participação de 340 crianças e jovens.

No dia 22 de setembro o trabalho foi em Atalanta. A Escola Municipal de Ensino Fundamental do Ribeirão Matilde, parceira de longa data da Apremavi em projetos de educação ambiental e responsável por um dos primeiros Bosques de Heidelberg no Brasil, reuniu seus alunos para assistir a palestra sobre o Dia da Árvore.

Atividades desenvolvidas em escolas de Rio do Sul e Atalanta pela equipe do projeto Restaura Alto Vale. Fotos: Arquivo Apremavi.

Já no planalto catarinense o momento de diversão e conscientização ambiental foi liderado pela Coordenadora de Projetos da Apremavi, Edilaine Dick, que visitou a Escola de Educação Básica Maria do Rosário Fischer, em Monte Carlo, para uma contação de histórias. Cerca de 45 alunos do pré escolar I e II conheceram a história da árvore que era triste e, com a ajuda dos alunos da escola ficou muito feliz, pois passou a viver na floresta novamente. Os pequenos também brincaram com um jogo da memória que a Apremavi elaborou para a apresentação de espécies de árvores nativas da Mata Atlântica. Para finalizar o dia, um plantio foi realizado no pátio da escola.

A atividade teve um significado especial, me desafiei a criar a própria história que contaria para as crianças, e pensar em todos os detalhes de como montar os painéis e qual seria a participação deles. Foi lindo, não só a árvore ficou feliz como eu e as crianças pelo resultado e entendimento do recado que estava sendo passado, de como as árvores devem ser bem cuidadas para dar flores e frutos. Orgulho ainda maior pelo Joaquim ter me ajudado em todo o processo“. Destaca Edilaine, sobre a ação realizada na escola “Maria do Rosário”, onde seu filho estuda.

Alunos da Escola de Educação Básica Maria do Rosário Fischer brincando com o jogo da memória de espécies. Foto: Edilaine Dick.

Já as técnicas Maíra e Gabriela viajaram até Canoinhas (SC) para uma troca de saberes com o Grupo Escolar Municipal Reinaldo Kruger. As especialistas explicaram sobre a importância das árvores e a preservação das florestas. Em seguida os alunos das nove turmas participantes aprenderam como deve ser feito o plantio das mudas que foram doadas pela Apremavi.

Juliano Oliveira, extensionista da Epagri em Canoinhas e articulador da ação, destaca a importância de conectar as atividades de sala de aula com o território: “A demanda por esses aprendizados surgiu com alunos que residem no meio rural do município com objetivo de incentivar o plantio de árvores nas propriedades rurais. Dentro do plano de ensino municipal estas atividades já estão programadas, começamos a colocar em prática”.

Alunos do Grupo Escolar Municipal Reinaldo Kruger participando das atividades propostas pela equipe do Restaura Alto Vale. Fotos: Arquivo Apremavi.

Semana intensa para equipes do Paraná

Fruto da parceria entre Apremavi e Klabin, o projeto Matas Legais aproveitou o Dia da Árvore para realizar ações de educação ambiental na região em que atua. Na cidade de São Jerônimo da Serra foram entregues cerca de 1.400 mudas para distribuição gratuita à comunidade escolar do Colégio Estadual do Campo São Jorge, no bairro Terra Nova. Os alunos puderam levar para casa mudas de diferentes espécies, como palmeira-real, ipê-amarelo, hortênsia e também frutíferas.

A Escola Estadual Jandira Ferreira Rosas recebeu a equipe do Matas Legais para uma conversa com os estudantes sobre a importância da conservação e restauração de paisagens florestais, e como essas ações influenciam a qualidade de vida da população. Cerca de 210 alunos, entre 12 a 16 anos, participaram da troca de saberes.

Atividades realizadas em escolas e creche do Paraná, através do projetos Matas Legais. Fotos: Arquivo Apremavi.

O projeto Matas Sociais também realizou mobilizações e destinou centenas de mudas nativas para creches e escolas na região onde atua, incentivando o plantio em propriedades rurais e Áreas de Preservação Permanente (APPs). Ao todo, cinco unidades educacionais foram beneficiadas.

Dia da Árvore 2021 rendeu doações de mudas também através do projeto Matas Sociais: registros dos alunos recebendo as mudas doadas. Fotos: Arquivo Apremavi.

 

Matas Legais SC

A frente do Projeto Matas Legais em Santa Catarina foi responsável pela doação de aproximadamente 11.698 mudas nativas apenas no mês de setembro. As entregas foram realizadas em diversos municípios, como Correia Pinto, Santa Cecília, Bocaina do Sul, Urubici, São Joaquim, Luiz Alves, Bocaina do Sul, Atalanta, Rio do Sul, Ituporanga e Rio Rufino.

Outra atividade importante ocorreu no dia 22 de setembro, em parceria com a Prefeitura de Lages, que realizou, no Largo da Catedral da cidade, a Feira de Sementes Crioulas e Mudas. Na oportunidade foram distribuídas 400 mudas de diversas espécies nativas da Mata Atlântica, específicas de clima frio, aos presentes. Essa iniciativa dá continuidade ao movimento do poder público municipal que incentiva o plantio de espécies frutíferas nativas.

“Um trabalho de resgate cultural através da implantação de Projetos como de Frutíferas Nativas só traz benefícios à região, ainda mais quando se trabalha com áreas como educação”, destaca Josie Moraes Mota, agrônoma da Secretaria de Agricultura e Pesca de Lages. A ideia é também beneficiar propriedades que exploram o turismo rural na Coxilha Rica. O projeto conta com parceiros de diferentes setores, como a Secretaria de Agricultura e Pesca de Lages, o escritório da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) de Lages e o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

 

Atividades desenvolvidas pelo projeto Matas Legais em Lages e outras cidades de Santa Catarina. Fotos: Daiana Barth.

Semana ODS na Prática

Além das ações vinculadas aos projetos que a Apremavi desenvolve, a instituição também participou com duas ações na Semana ODS na Prática, uma ação coordenada entre os Comitês Locais do Movimento ODS SC para dar visibilidade às iniciativas relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Uma das atividades foi a realização, no dia 24 de setembro, em parceria com o Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da UNESC da palestra “Restauração: a experiência da Apremavi e a conexão com os ODS”. Miriam Prochnow, Leandro Casanova e Carolina Schaffer compartilham a experiência da Apremavi com a Restauração de Ecossistemas e a conexão dessa pauta com a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A outra ação foi a realização, no dia 25 de setembro, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, do mutirão de plantio de árvores nativas da Mata Atlântica na nova Sede dos Bombeiros de Trombudo Central. A Apremavi doou 260 mudas para a ação.

 

Mutirão de plantio no novo quartel dos bombeiros de Trombudo Central (SC). Fotos: Edegold Schäffer.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante as atividades.
#vacinasim #acreditenaciência

Autores: Carolina Schäffer e Vitor L. Zanelatto.

Ipê-rosa, o rei da primavera

Ipê-rosa, o rei da primavera

Ipê-rosa, o rei da primavera

A árvore do Ipê, independente da espécie, possui grandíssimo valor aos olhos de todos, apaixonando cada um que tem a oportunidade de vê-la florescer. Presente em praticamente todas cidades e regiões brasileiras, pode ser encontrada em toda a América Central e Sul, desde o México até o norte da Argentina e no Paraguai, onde é o símbolo do país.

Uma árvore com longo histórico de utilização pelo ser humano, especialmente para fins ornamentais, já que apresenta uma beleza única. É amplamente distribuída pelo Brasil, sendo encontrada abundantemente na Mata Atlântica e em todos os seus biomas, com exceção do Pampa, e também nas cidades, quando é vista em praças públicas, parques, jardins botânicos e ao longo de avenidas Além do grande valor paisagístico, é muito utilizada na recuperação de áreas degradadas, pela sua fácil integração em diversos biomas brasileiros.

Outra utilização relativamente comum do Ipê é a retirada de sua casca interna para a produção de chás, que possuem propriedades medicinais, combatendo inflamações, tendo ação antifúngica, antiviral e antioxidante, além de fortalecer o sistema imunológico*. Infelizmente, a espécie é ainda hoje alvo de extrações ilegais, por conta da sua madeira, de alta qualidade e longevidade. Também apresenta uma relação muito interessante e próxima com as aves em especial, espécies de beija-flor, como o Bico-reto-de-banda-branca (Heliomaster squamosus), o Beija-flor-preto (Florisuga fusca) e o Beija-flor-de-veste-preta (Anthracothorax nigricollis), que ajudam na sua polinização.

Diferentes estruturas e aspectos do Ipê-rosa. Fotos: Jan Meerman, Nicole Estrella, J. Arturo de Nova e Ivani Martínez; através do Biodiversity4All.

De grande porte, atinge até 30 metros de altura quando no meio da floresta. Seu tronco costuma ter por volta de 60-80 cm de espessura e é correspondente a cerca de um terço do seu tamanho, enquanto seus ramos e florações costumam ocupar a maior e mais notória parte, fazendo com que um simples olhar seja um grande espetáculo aos olhos. Suas folhas são compostas, com cinco folíolos que, entre julho e setembro, costumam dar espaço para esplêndidos ramos de flores esperando serem polinizadas por artrópodes e aves.

O nome ipê origina-se da língua indígena Tupi, significando “casca dura”. Também é popularmente conhecida por outros nomes, como pau d’arco, por se tratar de uma árvore que, durante muitos anos, foi utilizada por indígenas para a manufatura de arcos.

 

Ficha técnica

Nome científico: Tabebuia rosea (Bertol.)
Família: Bignoniaceae
Utilização: Construções, medicina tradicional, paisagismo e restauração florestal
Flor: Rosa
Fruto: Secos e deiscentes
Coleta das sementes: Pode ser feita diretamente da árvore quando os frutos começarem a se abrir, em seguida devem ser deixados ao sol protegidos por tela fina para completar a abertura e liberação das sementes. O plantio deve ser realizado poucos dias após a coleta, pois as sementes perdem rapidamente sua capacidade germinativa.
Crescimento da muda: Moderado
Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (least concern).

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações de profissionais habilitados.

 

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Exsicata de Tabebuia rosea (Bertol.). Foto: Jardim Botânico do RJ/REFLORA.

Fontes consultadas

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 5ª edição.

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ed.). Programa REFLORA/CNPq. Disponível em: http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/. Acesso em: 27 set. 2021.

Botanic Gardens Conservation International (BGCI) & IUCN SSC Global Tree Specialist Group. 2019. Tabebuia rosea. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T61986278A149016658. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T61986278A149016658.en. Acesso em: 27 set. 2021.

Autor: João Casimiro

Revisão: Carolina Schaffer e Vitor Lauro Zanelatto

Foto de capa: Mauricio Mercadante

Clima Legal promove plantio em Lebon Régis

Clima Legal promove plantio em Lebon Régis

Clima Legal promove plantio em Lebon Régis

A comunidade escolar do colégio “30 de Outubro” colocou a mão na terra na última sexta-feira e juntou-se a Apremavi para plantar um novo bosque no terreno que pertence à escola.

Lebon Régis, município do planalto catarinense com pouco mais de doze mil habitantes, foi o destino de 150 mudas nativas da Mata Atlântica. As futuras árvores foram doadas através do Clima Legal, projeto permanente da Apremavi dedicado a neutralização dos gases de efeito estufa e combate da emergência climática.

Michele Silveira, diretora da Escola 30 de Outubro, conheceu a atuação da Apremavi a partir do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS), responsável por viabilizar a visita dela e outras lideranças locais catarinenses no Centro Ambiental Jardim das Florestas, em julho deste ano. Segundo ela, esperança é a palavra que representa o significado desta ação, que envolveu mais de cem alunos:
“É uma grande alegria a recuperação das áreas degradadas no entorno da escola. Envolver as crianças e os jovens nesse processo é extremamente importante, eles são o nosso futuro e responsáveis por dar continuidade nos projetos da escola. Queremos ser um exemplo de sustentabilidade e preservação da natureza”.

O plantio das mudas foi realizado em uma área da escola, que está localizada no Assentamento Rio dos Patos, uma das comunidades criadas pela reforma agrária na cidade. Os estudos estão conectados com a realidade da comunidade escolar, valorizando a cultura local e integrando os anseios dos alunos; que já desenvolveram uma série de projetos para colocar em prática os aprendizados teóricos, como a construção de um relógio biológico no jardim da escola e a instalação de um carneiro hidráulico para bombear água até a horta sem a necessidade de energia elétrica.

Confira as fotos do plantio e espaços de troca de saberes que a escola 30 de Outubro desenvolveu para além das salas de aula:

Momentos do mutirão de plantio e espaços da Escola “30 de Outubro”. Fotos: Vitor Lauro Zanelatto.

O plantio das mudas nativas dá continuidade a um trabalho de identificação das nascentes que existem na área e cálculo das áreas de preservação permanente, realizado na disciplina de matemática. O principal objetivo deste esforço conjunto é prover proteção às nascentes e alguns gradientes em estágio inicial de regeneração. O espaço está sendo monitorado pelos próprios alunos, que já haviam realizado os cálculos para a definição da Área de Preservação Permanente (APP).

Para Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi e uma das articuladoras da ação, essa atividade é o primeiro passo para concretização de uma parceria mais ampla, com o objetivo de transformar a escola num polo de exemplos de projetos de sustentabilidade.

Informação importante: todas as normas e orientações necessárias de combate ao Coronavírus foram observadas durante o plantio.
#vacinasim #acreditenaciência

Autores: Miriam Prochnow e Vitor L. Zanelatto

Apremavi publica Termo de Referência para Consultoria de Elaboração de Projeto de Carbono

Apremavi publica Termo de Referência para Consultoria de Elaboração de Projeto de Carbono

Apremavi publica Termo de Referência para Consultoria de Elaboração de Projeto de Carbono

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, está com um processo aberto para contratação de consultoria visando a elaboração de Documento de Concepção de Projeto (PDD) para restauração da Mata Atlântica, na região da Floresta com Araucárias – Conservador da Floresta com Araucárias.

O objetivo é a contratação de Pessoa Física ou Jurídica para a elaboração de um PDD (Project Design Description) para a modalidade de Grouped Projects integrando os padrões VCS e CCB e acompanhar as etapas necessárias para a validação do projeto junto à entidade independente contratada pela Apremavi (validation/verification bodies – VVBs).

 

Interessados devem enviar propostas, até o dia 24 de setembro de 2021, para info@apremavi.org.br. Para mais informações, acesse o Termo de Referência (TdR).

Autora: Miriam Prochnow.

Brazil Matters: Carta do Comitê Brasileiro é entregue durante Congresso Mundial da IUCN

Brazil Matters: Carta do Comitê Brasileiro é entregue durante Congresso Mundial da IUCN

Brazil Matters: Carta do Comitê Brasileiro é entregue durante Congresso Mundial da IUCN

Membros do Comitê Brasileiro da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês para International Union of Conservation of Nature) entregam hoje, dia 03 de setembro, uma carta aberta aos candidatos à presidência da IUCN.

Brazil Matters é uma carta que expõe o escopo das ações conjuntas a serem promovidas e apoiadas pelo Comitê Brasileiro de Membros da IUCN e seus parceiros durante o Congresso Mundial de Conservação da Natureza de 2021, seu fórum e nas atividades da rede como um todo.

O Comitê Brasileiro entende que o Congresso Mundial é uma oportunidade importante para fortalecer o Comitê, engajar os membros brasileiros da IUCN e pontos focais das comissões em iniciativas globais estratégicas durante e após o Congresso e assim ampliar o escopo de trabalho e a visibilidade do Brasil como ponto importante na agenda da conservação da natureza e da biodiversidade. A carta está disponível em português, inglês, francês e espanhol. Acesse a íntegra aqui.

Assinam a Carta as organizações que são membros do Comitê Brasileiro da IUCN:
Arpemg, Apremavi, Biodiversitas, CEPAN, CI – Conservação Internacional, Direto por um Planeta Verde, Ecoa, Ekos, FUMDHAM, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, FVA – Fundação Vitória Amazônica, IDESAM, Imaflora, Instituto Çarakura, Instituto Espinhaço, Instituto Mamirauá, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, ISPN, LABAQUAC, Renctas, Save Brasil, Sociedade Civil Mamirauá , WSC e WWF.


O Congresso

Realizado uma vez a cada quatro anos, o Congresso Mundial de Conservação da IUCN reúne líderes e tomadores de decisão do governo, sociedade civil, povos indígenas, empresas e academia, com o objetivo de conservar o meio ambiente e aproveitar as soluções que a natureza oferece para os solucionar os diversos desafios globais.

O Congresso é composto por dois momentos: o Fórum e a Assembleia de Membros.

O Fórum é um centro de debate público, reunindo pessoas de todas as esferas da vida para discutir os desafios de conservação e sustentabilidade mais urgentes do mundo. Inclui diferentes eventos que vão desde diálogos de alto nível a workshops de treinamento que exploram as profundezas da conservação e inovação.

Já a Assembleia de Membros é o órgão máximo de tomada de decisão da IUCN. Um parlamento ambiental global único, envolve governos e ONGs – grandes e pequenas, nacionais e internacionais – que tomam decisões conjuntas sobre conservação e sustentabilidade.

O congresso de 2021 é promovido pela União Internacional de Conservação da Natureza e pelo Governo da França com apoio de parceiros internacionais e locais. Estava previsto para acontecer em julho de 2020, mas em decorrência da pandemia de Covid-19, migrou para um formato híbrido e está acontecendo agora, entre 03 e 11 de setembro de 2021.

Cerimônia de Abertura do Congresso Mundial de Conservação 2020.

Contatos para a imprensa:

carolina@apremavi.org.br | roberto@imaflora.org | angela@ipe.org.br

 

Autora: Carolina Schäffer.

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