Apremavi é homenageada por Lages (SC) no mês do Meio Ambiente

Apremavi é homenageada por Lages (SC) no mês do Meio Ambiente

Apremavi é homenageada por Lages (SC) no mês do Meio Ambiente

Na última quinta (29/06), a Apremavi recebeu da Prefeitura de Lages, por meio da Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, uma homenagem pela parceria de 10 anos no mês do Meio Ambiente.

A décima edição do Mês do Meio Ambiente de Lages (SC) foi marcada por um evento de encerramento que homenageou instituições parceiras na realização de atividades alusivas ao tema e na conscientização da população ao longo desses anos, dentre elas, a Apremavi. Essa homenagem reconhece e valoriza o compromisso da entidade em prol do meio ambiente.

“É fundamental o engajamento das entidades, fortalecendo parcerias como essa, com a participação da sociedade civil, poder públicos e empresas privadas para validar as ações de uso consciente e equilibrado dos recursos naturais e também propor discussões acerca da conservação de áreas prioritárias no município de Lages”, comenta Tatiana Arruda Correia, Coordenadora de Projetos da Apremavi, sobre a parceria entre a importância da parceria.

A solenidade ocorreu no auditório do Órion Parque e todos os representantes receberam medalhas e, ao final das homenagens, foram distribuídas mudas de árvores nativas a todos os presentes. Ao todo, 26 instituições, entre públicas e privadas, foram homenageadas. Neste ano as atividades iniciaram no dia 1º de junho com plantio de árvores nativas, no Quartel da Polícia Militar Ambiental (PMA), com participação de um grupo de protetores ambientais. 

O Secretário Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente, Jean Felipe de Souza, comentou sobre a importância do mês: “Junho em Lages é especial por ocasião das atividades de Educação Ambiental desenvolvidas em praças, escolas, universidades, atingindo diversos públicos com oficinas e palestras”.

Autora: Tatiana Arruda Correia.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.

Saúde única: a conservação, a restauração e o monitoramento podem prevenir doenças

Saúde única: a conservação, a restauração e o monitoramento podem prevenir doenças

Saúde única: a conservação, a restauração e o monitoramento podem prevenir doenças

As zoonoses (doenças infecciosas transmitidas entre animais silvestres e/ou domésticos e humanos) estão intimamente relacionadas com os impactos ambientais, como o desmatamento, urbanização, caça de animais silvestres, mudanças climáticas, dentre outros. Isso ocorre porque quando os ambientes naturais sofrem perturbações antrópicas a biodiversidade diminui, restando apenas espécies generalistas e oportunistas.

A redução da biodiversidade, mudanças nas relações ecológicas e “encontros” entre espécies que não possuem contato promovem condições para a transmissão e aumento da presença de agentes infecciosos (microorganismos responsáveis por causar doenças infecciosas), como vírus, bactérias, protozoários e fungos. Dessa forma, quando protegermos a diversidade biológica e restauramos os ecossistemas também estamos prevenindo o surgimento de novas doenças e também daquelas já conhecidas, como a febre amarela. 

Precisamos enfrentar as zoonoses por meio da Saúde Única (do inglês One Health). Essa abordagem visa integrar e reconhecer a interconexão entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde dos ecossistemas. Destacando assim que a saúde humana, animal e ambiental estão intrinsecamente ligadas e que a promoção e proteção da saúde em todas essas esferas: somos uma só saúde.

A saúde única postula que os problemas complexos dessa interação humana-animal-ambiental são resolvidos da melhor forma quando diversos setores da sociedade se organizam, se comunicam e cooperam de forma multidisciplinar, tanto a nível local quanto global.

Eixos que integram a saúde única Crédito: Aliança pela Restauração na Amazônia.

Eixos que integram a saúde única: Crédito: Aliança pela Restauração na Amazônia.

Precisamos agir antes que uma nova emergência aconteça

O monitoramento da biodiversidade é fundamental, não só para a conservação das espécies, mas também para a prevenção e controle das zoonoses. O monitoramento pode ser feito pela participação de todas as pessoas, não só por instituições de pesquisa, mas também por Organizações da Sociedade Civil, produtores rurais, professores, estudantes, dentre outros. 

Pensando nisso, a Plataforma de Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), desenvolveu o Sistema de Informação em Saúde Silvestre, que conta com um aplicativo para celular e a plataforma web. Qualquer pessoa pode participar do monitoramento de animais silvestres e contribuir assim para o alerta de doenças nos animais, antes que acometam as pessoas. O SISS-Geo permite a inclusão de registros de animais vivos, mortos ou doentes, georreferenciados e com fotografias, condições da saúde do animal, identificação da espécie, impactos ambientais, dentre outras informações. 

A utilização do app por toda a sociedade permite um monitoramento dos animais em tempo real, e principalmente, em áreas remotas onde eles dificilmente seriam monitorados de outra forma. Por meio desses dados, alertas são gerados instantaneamente para os órgãos competentes, tanto a nível municipal, quanto estadual e federal. Além disso, os pesquisadores conseguem identificar mudanças em doenças conhecidas e até mesmo prever áreas onde tem mais possibilidade delas ocorrerem.

> Conheça e registre animais silvestres no SISS-Geo 

 

Gripe Aviária, recomendações e a importância do monitoramento

Em maio, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) foi registrada pela primeira vez no Brasil. O que fez com que o MAPA declarasse um estado de emergência zoosanitária. O vírus é suscetível a maioria das aves domésticas e silvestres, especialmente as aquáticas. Atualmente, o Brasil registra 53 casos positivos para o vírus, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de adaptação a novos hospedeiros, a possibilidade de transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um alto risco para a população mundial. Até o momento, não temos transmissão entre humanos, mas isso pode mudar cada vez que o vírus encontra novas oportunidades.

O primeiro caso da doença foi confirmado no litoral catarinense em 27/06, no município de São Francisco do Sul em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus), e foi detectado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

 

Confira algumas recomendações:

∙ Não se aproxime nem toque em aves ou outros animais silvestres;

∙ Não manuseie ou entre em contato com animais aparentemente doentes ou mortos;

∙ Comunique os órgãos competentes: em caso de aves de qualquer espécie apresentando sinais clínicos de Influenza Aviária (sinais respiratórios, neurológicos, tais como dificuldade respiratória, andar cambaleante, torcicolo ou girando em seu próprio eixo, ou mortalidade alta e súbita) entre em contato com o CIDASC em SC através de qualquer Unidade Veterinária Local ou pelo 0800 643 9300 e notifique no MAPA

∙ Registre aves vivas, mortas ou doentes no SISS-Geo: apesar de muitos casos já terem sidos confirmados ao longo do Brasil, a maioria dos casos de morte de aves não tiveram uma suspeita confirmada para a Influenza, as aves estão morrendo de alguma outra doença ou causa que ainda não foi investigada e/ou identificada. Portanto, esse monitoramento de animais silvestres contínuo é fundamental.

 

Referências e indicações de leitura:

Cartilha “Saúde Única: O papel da restauração florestal para garantir saúde humana, animal e ambiental na Amazônia” da Aliança pela Restauração na Amazônia da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE)

Glossário de Biossegurança da Fundação Oswaldo Cruz

Guia “Biodiversidade faz bem à Saúde” da Fundação Oswaldo Cruz

Artigo “Socioecological vulnerability and the risk of zoonotic disease emergence in Brazil” publicado na revista SCIENCE ADVANCES 

∙ Policy Brief “Saúde Silvestre: reduzindo o reduzindo o risco zoonótico e promovendo a saúde única” do Projeto Redes Socioecológicas do SinBiose do CNPq

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Direito à diversidade: uma luta de todos e para todos

Direito à diversidade: uma luta de todos e para todos

Direito à diversidade: uma luta de todos e para todos

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ (28/06) marca a luta pelo fim da discriminação, preconceito e violência contra essa parcela da população e fortalece a defesa da diversidade, buscando a representatividade, o respeito e os direitos para todos que compõem a comunidade e fazem parte dessa luta.

A diversidade faz parte da essência da natureza humana desde os primórdios; vivemos em sociedade e são plurais as culturas, origens, histórias, etnias, idiomas, raças, orientações sexuais e crenças. O respeito à essa pluralidade é o pressuposto de sociedades democráticas e está presente também na Carta de Princípios da Apremavi:

“Respeitar e valorizar as diferenças individuais (de origem, nacionalidade, gênero, cor/ raça, religião, étnicas, sociais, culturais, etárias, físicas e de orientação sexual)”.

O respeito à diversidade é subterfúgio na defesa da biodiversidade. A Apremavi acredita em um futuro onde seres humanos vivem em harmonia entre si e com a natureza e isso só é possível quando há acolhimento e aceitação de todas identidades, quando toda forma de amar e ser é soma e não exclusão.

 

Diversidade sexual e o desafio da luta pelo direito de existir

A diversidade sexual é formada por uma múltipla combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais e é basicamente composta por quatro elementos: identidade de gênero, orientação sexual, sexo biológico e expressão de gênero.

Entenda mais sobre o assunto coma ilustração elaborada para a cartilha Paisagens florestais e o protagonismo das mulheres do Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina do Diálogo Florestal publicada no ano passado.

 

Ilustração sobre diversidade sexual elaborada para a cartilha Paisagens florestais e o protagonismo das Mulheres

Ilustração elaborada para a cartilha Paisagens florestais e o Protagonismo das Mulheres.

Dentro dessa perspectiva, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é um chamado para honrar e fortalecer a luta pelo direito à ser diverso. Sobretudo quando os direitos dessa parcela da população vêm enfrentando retrocessos nas esferas jurídica e legislativa e a violência segue com dados alarmantes.

O Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, publicado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, denuncia que durante o ano de 2022 ocorreram 273 mortes de forma violenta no país. Isso significa dizer que o Brasil assassinou uma pessoa LGBTQIA+ a cada 32 horas em 2022.  Dados de 2023 já apontam 80 mortes.

Além de serem vulneráveis à violências e negativas de Direitos Fundamentais, como a própria vida, o preconceito é generalizado contra a comunidade. Cabe a toda a sociedade a luta para reverter essa situação. O Dossiê aponta algumas soluções para combate à LGBTFOBIA:

    • Voto com consciência: escolher candidatos e acompanhar o trabalho de políticos que defendem as causas da comunidade e incluem em seus projetos e planos de governo pautas de defesa e garantia dos direitos.
    • Denúncias e políticas públicas: usar canais municipais, estaduais e federais que recebem denúncias, além de procurar conselhos de Direitos Humanos para relato de vivências, ajuda na quantificação e qualificação dos dados para um melhor planejamento e execução de políticas públicas. Use: Disque 100, Aplicativo Rugido, Canal do Observatório.
    • Apoio à figuras públicas: seguir e acompanhar o trabalho de ícones da comunidade LGBTQ+, como Rita von Hunty, Liniker, Linn da Quebrada,Louie Ponto, dentre outras pessoas, ajuda a promover a luta e a causa.

 

Reino animal multidiverso e sem preconceito

No reino animal a diversidade sexual é natural e vem sendo documentada em diversas espécies, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e até mesmo peixes. 

Conheça alguns exemplos:

  • Bonobo (Pan paniscus): espécie totalmente bissexual, ou seja, tanto machos como fêmeas se envolvem em comportamentos heterossexuais e homossexuais, geralmente para além da função reprodutiva, mas para alívio da tensão, além de possuirem uma sociedade matriarcal.
  • Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis humboldtiaba): os golfinhos mostram uma variedade de comportamentos sexuais, incluindo atividade homossexual. Eles podem formar relações sexuais de curto prazo ou de longo prazo com parceiros do mesmo sexo e muitas vezes não-reprodutivo.
  • Pinguim-rei (Apenodytes patagonicus): muitas espécies de pinguins, como os pinguins-imperadores, exibem comportamento homossexual e até mesmo formando casais e adotando filhotes abandonados.
  • Albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis): não se trata de animais inerentemente homossexuais, mas há vestígio no bando da existência de casais formados por duas fêmeas sem parentesco entre si. E mais: elas cuidam de filhotes cujos pais são machos que já estão em um ‘casamento estável’ com outra fêmea, mas ‘pulam a cerca’ para acasalar com uma ou ambas as fêmeas do casal de mesmo sexo.

 

Referências:

De Waal, F. B. M. (1995). Bonobo sex and society. Scientific American. March, (272), 50.

Pincemy, G., Dobson, F. S., & Jouventin, P. (2010). Homosexual mating displays in penguins. Ethology, 116(12), 1210-1216.

Sylvestre, J. P. (1985). Some observations on behaviour of two Orinoco dolphins (Inia geoffrensis humboltiana Pilleri and Gihr 1977) in captivity at Duisburg Zoo. Aquatic mammals, 11(2), 58-65.

Zuk, M., & Bailey, N. W. (2008). Birds gone wild: same-sex parenting in albatross. Trends in ecology & evolution, 23(12), 658-660.

 

Autoras: Carolina Schäffer e Thamara Santos de Almeida

MMA retoma atuação para a proteção da Biodiversidade

MMA retoma atuação para a proteção da Biodiversidade

MMA retoma atuação para a proteção da Biodiversidade

No Dia Internacional da Biodiversidade (22/05) o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou algumas novidades no âmbito da biodiversidade: o 6º Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Consulta Pública para atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB).

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é um tratado internacional que foi adotado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1992, no Rio de Janeiro. A CDB configura um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente e representa um marco para a conservação da diversidade biológica. Ainda, reconhece a importância do conhecimento tradicional das comunidades indígenas e locais e incentiva a sua participação nos processos de tomada de decisão relacionados à biodiversidade.

Os países signatários se comprometeram a implementar medidas que conservem a biodiversidade e a promover o desenvolvimento sustentável e apoiar ações em nível global como o Brasil, por meio do Decreto nº 2.519 de 16 de março de 1998, que promulgou a adesão do Brasil ao compromisso e, por conseguinte, o dever do Estado Brasileiro em promover as medidas estabelecidas nos 42 artigos da Convenção. 

Em 2010, durante a Décima Conferência das Partes (COP-10) no Japão, foi estabelecido o Plano Estratégico para Biodiversidade 2011-2020, que contempla um conjunto de 20 metas globais – Metas de Aichi – que deveriam ser alcançadas até 2020. Assim, o Brasil tem o compromisso global de apresentar os avanços no cumprimento das metas propostas, que partem de cinco grandes objetivos:

(A) abordar as causas da perda de biodiversidade por meio de programas de conscientização;
(B) reduzir as pressões diretas sobre a biodiversidade e promover o uso sustentável;
(C) melhorar a situação da biodiversidade, através da salvaguarda de ecossistemas, espécies e diversidade genética;
(D) aumentar os benefícios de biodiversidade e serviços ecossistêmicos para todos; e
(E) aumentar a implantação, por meio de planejamento participativo, da gestão de conhecimento e capacitação.

> Saiba mais no site do OECO Jornalismo Ambiental

 

6º Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica 

O 6º Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), lançado recentemente, teve como objetivo fornecer diagnóstico sobre a proteção da biodiversidade no país em relação às metas nacionais Biodiversidade e as 20 Metas da Biodiversidade de Aichi. Além disso, também foi analisada a contribuição dos povos indígenas e dos povos e comunidades tradicionais para a consecução das Metas de Aichi. 

A publicação teve a participação de 100 instituições e reuniu informações entre os anos 2014 a 2018. Uma versão resumida foi apresentada à CDB em 2019, mas o governo Bolsonaro optou por manter o relatório engavetado por 4 anos.

 

Progresso insuficiente da meta relacionada com a restauração 

Destaca-se a avaliação da meta nacional 14 relacionada com a restauração, que apontam um progresso insuficiente, descrevendo que: “Até 2020, ecossistemas provedores de serviços essenciais, inclusive serviços relativos à água e que contribuem à saúde, meios de vida e bem-estar, terão sido restaurados e preservados, levando em conta as necessidades das mulheres, povos e comunidades tradicionais, povos indígenas e comunidades locais, e de pobres e vulneráveis”.

Apesar de ter ocorrido um aumento de mais de 300% no número de imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) entre 2015 e 2018, essa é apenas a primeira etapa prevista para o cumprimento do Código Florestal. Segundo a publicação, ainda não houve um avanço na análise dos dados autodeclarados pelos proprietários por parte dos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente. 

Os proprietários que tiverem um passivo ambiental identificado precisam aderir ao Programa de Regularização Ambiental – PRA do estado para que estejam legalmente vinculados ao compromisso de promover a recuperação em suas áreas. Também foi diagnosticado a necessidade de restauração de 10,1 milhões de hectares degradados de APP hídrica na Mata Atlântica e no Cerrado com prioridade para garantir a segurança hídrica.

Dessa forma, o relatório aponta que depois desse ciclo de análise será possível avaliar o passivo ambiental que fará o direcionamento das ações de recuperação, por ora, é possível observar apenas o interesse dos proprietários em buscarem a adequação ambiental da sua propriedade, as ações práticas ainda estão limitadas. 

É preciso também avançar na demarcação de terras dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, ferramentas importantes para a conservação da biodiversidade e dos recursos biológicos e etnoecológicos. Por fim, a avaliação destacou a importância do cumprimento do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG), que estima recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030.

Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo da Mata Atlântica e Cerrado que possuem um passivo ambiental, ou seja, precisam ser restauradas. Créditos: MMA.

Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo da Mata Atlântica e Cerrado que possuem um passivo ambiental, ou seja, precisam ser restauradas. Créditos: MMA.

Perspectivas

Segundo a publicação, a perspectiva é que Brasil inicie os esforços de atualização 7° Relatório Nacional, que compreende o período de 2019 a 2022, já no ano que vem, pois segundo a Décima Quinta Conferência das Partes, realizada em 2022, os países signatários têm até janeiro de 2026 para submeterem esse novo documento.

“O Brasil se destacou, no período, por ter alcançado de forma quase integral 50% das Metas de Aichi (…) Apesar do reduzido apoio governamental nos últimos anos, agora o Brasil está retomando o seu compromisso com o desenvolvimento e a implementação de políticas e soluções para integrar a conservação e o uso sustentável dos recursos biológicos em estratégias de desenvolvimento sustentável”, comenta Marina Silva, atual Ministra do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças do Clima, no prefácio do relatório.

> Confira o documento na Íntegra

 

6º Relatório Nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB)
 
Consulta pública para a  atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB)

A Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade – EPANB é uma ferramenta de gestão integrada que possui um papel crucial na promoção da conservação da biodiversidade em nível nacional, ajudando os países a cumprir seus compromissos internacionais no âmbito da CDB.

Ela é também um instrumento que cumpre a Meta 17 de Aichi, por ser um instrumento de monitoramento do progresso das ações brasileiras que constam de seu Plano de Ação para a Biodiversidade.

> Confira o documento na íntegra

Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade – EPANB

 

Em 2016, o Brasil consolidou essas estratégias e entregou para a CDB a primeira versão deste documento, contendo seu plano de ação, prioritariamente, informações, ações e projetos sob a coordenação da Secretaria de Biodiversidade do MMA. Ao todo, foram sistematizadas 721 ações distribuídas entre as 20 Metas Nacionais de Biodiversidade.

Um vídeo produzido pelo Ministério sobre a  Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade está disponível no YouTube. Confira: 

 

 

Com o objetivo de atualizar a EPANB com o novo Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, adotado em dezembro de 2022 durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15) da CDB a Secretaria de Biodiversidade, Florestas e Direitos dos Animais MMA abriu uma consulta pública na plataforma Participa + Brasil, onde todos os cidadãos podem contribuir para o processo  decisório.

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto.

SinBiose do CNPq lança recomendações para tomadores de decisão na área ambiental

SinBiose do CNPq lança recomendações para tomadores de decisão na área ambiental

SinBiose do CNPq lança recomendações para tomadores de decisão na área ambiental

Órgão de pesquisa vinculado ao MCTI lança sete publicações para apoiar tomadores de decisão

O centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose) é uma iniciativa pioneira do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vinculado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI) que busca integrar informações e gerar conhecimento científico novo e relevante sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.

Na última quinta (15/06), o SinBiose lançou seu primeiro conjunto de “Policy Briefs”, que são produtos voltados à tomadores de decisão com potencial de contribuição no âmbito das políticas públicas.

O lançamento ocorreu em Brasília, mas teve uma transmissão on-line, que contou com mesa-redonda com participação de representantes de quatro Ministérios (MCTI, MMA, MAPA e Saúde) e os Presidentes do IBAMA e do ICMBio. 

“O maior desafio é estancar esse processo de perda de biodiversidade e perda de habitat; só no ano passado perdemos dois milhões de hectares, somando só a Amazônia e o Cerrado“, comenta Rodrigo Agostinho, advogado, biólogo, ambientalista e atual presidente do IBAMA na abertura do evento.

 

Saiba mais sobre os Policy Briefs

No total, sete documentos na área de gestão costeira, da gestão de florestas, do uso e ocupação do solo, na identificação de lacunas de conhecimento, no manejo agrícola e na predição de zoonoses no país foram lançados. Destacamos aqui o Policy Briefs relacionado a restauração ecológica

 

Quando a regeneração natural é uma solução eficaz para restaurar a floresta?

A publicação, conduzida pelo projeto REGENERA, apresenta a regeneração natural como uma solução baseada na natureza, de baixo custo, os casos em que ela vale a pena e como monitorar a integridade ecológica da área restaurada a partir de uma área de referência. Para isso, são definidos os conceitos de regeneração natural, sucessão ecológica, serviços ecossistêmicos e indicadores ecológicos.

No final, são apresentadas as seguintes recomendações: 

  • Utilizar a regeneração natural como método para recomposição da vegetação nativa apenas em áreas que tiveram baixa intensidade de uso da terra e/ou que estejam próximas a fragmentos florestais;
  • Incentivar o uso da regeneração natural em processos de regularização ambiental, restauração ecológica em unidades de conservação e outros contextos onde a degradação ambiental tenha sido mínima;
  •  Definir na legislação federal, estadual e municipal o uso de indicadores ecológicos de fácil mensuração para monitorar o desenvolvimento das florestas em regeneração natural e identificar se as áreas estão se desenvolvendo com alta integridade ecológica ou se há necessidade de manejo;
  • Aprimorar a definição dos conceitos relacionados à regeneração natural e seus indicadores ecológicos no Plano Nacional de Vegetação Nativa. Esses indicadores devem ser sensíveis às medidas de integridade ecológica e aplicáveis à regeneração natural e não apenas a plantios de mudas;
  • Fortalecer a discussão sobre o uso da regeneração natural para restauração de florestas na Comissão-Executiva para Controle do Desmatamento Ilegal e Recuperação da Vegetação Nativa (Conaveg), incluindo mecanismos para o monitoramento da integridadedos processos de regeneração natural em grandes áreas públicas.

 

SinBiose

O SinBiose é uma iniciativa pioneira de Centro de Síntese no Brasil e na América Latina, conduzida com a experiência do CNPq. Ele é resultado de um processo cuidadoso de planejamento, que envolveu pesquisa, visitas técnicas e consulta à comunidade científica e diversas instituições das áreas de pesquisa e gestão ambiental.

Em 2019, o SinBiose foi implantado como programa de pesquisa do CNPq e conta com apoio do MCTI, da Capes e das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa.

O SinBiose preencheu uma lacuna importante no ecossistema de pesquisa e inovação brasileiro, inaugurando um modelo brasileiro para uma pesquisa de síntese conectada com as grandes questões ambientais e seus reflexos na sociedade. A proposta de trabalho do Centro envolve utilizar informações disponíveis em grandes bases de dados para avançar no entendimento de questões complexas e propor soluções inovadoras a partir do diálogo entre a ciência e a gestão.

Autora: Thamara Santos de Almeida com informações do CNPq
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi apoia criação de Rede de Sementes em Abelardo Luz (SC)

Apremavi apoia criação de Rede de Sementes em Abelardo Luz (SC)

Apremavi apoia criação de Rede de Sementes em Abelardo Luz (SC)

Mobilizar e capacitar agricultores familiares de Abelardo Luz (SC) para a coleta e beneficiamento de sementes florestais nativas é uma forma de conectar experiências a fim de potencializar os  resultados em prol da restauração e conservação da Mata Atlântica. Foi com esse intuito que surgiu a primeira Rede de Sementes da região – apoiada pela Apremavi. 

O primeiro encontro de mobilização dos agricultores dos Assentamentos da Reforma Agrária para criação da rede ocorreu no dia 13/04 na Escola Paulo Freire no Projeto de Assentamento (PA) José Maria, em Abelardo Luz. A reunião contou com a participação de nove agricultores, onde a Apremavi apresentou a ideia de formação da rede, que parte das demandas da cadeia da restauração e das atuais dificuldades na coleta de sementes enfrentadas em todo estado. 

Além de conservar a variabilidade genética das espécies locais e valorizar o conhecimento da comunidade sobre as espécies nativas, a rede ainda permitirá a remuneração pelas sementes coletadas como forma de complemento na renda dos agricultores. Ainda, no momento da reunião foi lançado o primeiro desafio aos coletores: a coleta de sementes de Araucária – o pinhão. 

A entrega do pinhão coletado foi realizada em dois momentos, nos meses de maio e junho, totalizando 140kgs de pinhão para a produção de mudas de araucária no Viveiro Jardim das Florestas. Ao final do inverno, prevê-se a capacitação dos agricultores para coleta e ampliação da variedade de sementes coletadas. Sobre a participação na rede, o morador do PA José Maria, Matheus dos Santos, indica que “é uma experiência ótima, pois além de contribuir com a natureza na produção de novas plantas também gera renda e conhecimento para as famílias participantes”.

As sementes coletadas servirão para fomentar a produção de mudas no Viveiro Jardim das Florestas para o Projeto +Floresta e outros projetos executados pela Apremavi. Além disso, poderão no futuro oportunizar outras técnicas de restauração, como a muvuca de sementes. Nesse contexto, a equipe da Apremavi também tem se aperfeiçoado para apoiar a rede de sementes e usar novas técnicas em seus projetos de restauração.

Edilaine Dick, coordenadora do projeto + Floresta destaca que “a rede de sementes ainda está na fase embrionária, e muitos serão os desafios que precisarão ser superados, mas com certeza, será uma oportunidade de aprendizado para a Apremavi e para os coletadores”. Em relação a parceria com os coletadores, Edilaine ainda comenta “é uma parceria que dará certo e oportunizará a troca de conhecimento, envolvimento da comunidade e conservação das florestas”. 

Primeiro encontro da criação da Rede de Sementes em Abelardo Luz (SC). Foto: Vanderson de Oliveira

Primeiro encontro da criação da Rede de Sementes em Abelardo Luz (SC). Foto: Vanderson Silva

Apremavi participa do II Encontro Anual do Redário

Com o objetivo de conhecer outras iniciativas de rede de sementes, a Coordenadora de Projetos da Apremavi, Marluci Pozzan, participou do II Encontro Anual do Redário. O evento ocorreu na Aldeia Multiétnica, em Alto Paraíso de Goiás (GO), entre os dias 02 e 05 de junho de 2023. 

Marluci comenta sobre a experiência do evento: “Foi uma oportunidade enriquecedora de entender melhor o funcionamento das redes e do redário. Há muitas iniciativas de sucesso com redes de sementes de base comunitária em vários biomas brasileiros e a experiência desses grupos é muito bem-vinda para embasar a formação da rede em Abelardo Luz. Foram dias muito proveitosos de partilha de conhecimento”. 

O Redário (Rede de Redes de Sementes) atualmente conta com 22 redes de sementes nativas mapeadas em diversos estados brasileiros e realiza seu encontro anual para conectar as iniciativas e possibilitar o compartilhamento de experiências entre as redes. As ações do Redário são voltadas ao fortalecimento de redes e núcleos coletadores e acesso a mercado e recursos.

 

II Encontro Anual do Redário em Alto Paraíso de Goiás (GO). Foto: Claudia Alves de Araújo

II Encontro Anual do Redário em Alto Paraíso de Goiás (GO). Foto: Claudia Alves de Araújo

+Floresta

O +Floresta foi lançado para contribuir com a restauração da vegetação nativa na Floresta Ombrófila Mista, no Oeste de Santa Catarina, com o incremento de espécies vegetais ameaçadas de extinção como a araucária, a imbuia e o xaxim-bugio, ambas com histórico de intensa exploração no estado.

Será desenvolvido ao longo de oito anos, de 2022 a 2030, no município de Abelardo Luz (SC), sendo que as unidades de implantação estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária – 13 de Novembro, Bela Vista, José Maria, Maria Silverstone, Recanto Olho D’Água, Roseli Nunes e Volta Grande, e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena – T.I. Toldo Imbu.

O projeto + Floresta é financiado pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.

 

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autoras: Marluci Pozzan e Edilaine Dick.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.
Foto da capa: II Encontro Anual do Redário em Alto Paraíso de Goiás (GO). Foto: Claudia Alves de Araújo

População vai às ruas contra desmonte socioambiental promovido pelo Congresso Nacional

População vai às ruas contra desmonte socioambiental promovido pelo Congresso Nacional

População vai às ruas contra desmonte socioambiental promovido pelo Congresso Nacional

Mobilizadores pedem fim à violência aos indígenas e ao desmonte de políticas socioambientais

Organizações e coletivos, povos originários e a população em geral realizam mobilizações em várias cidades do Brasil em protesto contra as recentes ameaças socioambientais aprovadas no Congresso Nacional. Em São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis os atos aconteceram no dia 18 de junho. Em Brasília o ato será no dia 21 e no Rio de Janeiro no dia 23.

O chamado contra o “desmonte socioambiental” e a decisão de ir para as ruas se deu a partir da aprovação da Medida Provisória (MP) 1.150, que impacta a restauração de florestas e abre brechas para mais desmatamento na Mata Atlântica, do relatório da MP 1.154 – que “esvazia” os Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI) –, e do Projeto de Lei (PL) 490, do Marco Temporal, que ameaça a demarcação de territórios indígenas. Há previsão de que mais mobilizações se espalhem por outras cidades do país.

Ato cívico na Avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto Agência Brasil

Ato cívico na Avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto Agência Brasil

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MP 1.150 e emendas

No final de março, a Medida Provisória 1150, enviada pelo governo Bolsonaro, foi aprovada na Câmara dos Deputados. A MP, a princípio, alterava os prazos do Programa de Regularização Ambiental (PRA)* do Código Florestal e adiava, pela 6ª vez, o início da recuperação de áreas desmatadas ilegalmente há mais de 15 anos. Segundo dados do Boletim Informativo do Balanço do Código Florestal, o texto aprovado prorroga a restauração de 21 milhões de hectares de áreas desmatadas ilegalmente há mais de 15 anos, abrindo possibilidade para que a recuperação destas áreas nunca aconteça.

Para piorar, ao passar pela Câmara dos deputados, o texto aprovado flexibilizou ainda mais a proteção ambiental: abriu brechas para o desmatamento de 26 milhões de hectares da Mata Atlântica. Dados recentes divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), revelam que o bioma já perdeu mais de 20 mil campos de floresta no último ano, analisando fragmentos maiores que 3 hectares. Se considerada uma tecnologia mais avançada, que enxerga fragmentos menores (a partir de 0.5 hectares), a área desmatada foi de 75,1 mil hectares”.

O impacto da MP atingiu inclusive as cidades, sendo incluídas e aprovadas emendas que possibilitam o desmatamento em Áreas de Preservação Permanente (APPs) em beiras de rios nas cidades e que retiram a necessidade de zona de amortecimento nas Unidades de Conservação urbanas.

Quando foi para o Senado Federal, os jabutis foram impugnados e assim rejeitados. O adiamento da restauração florestal, entretanto, foi aprovado. Voltando para votação na Câmara, os parlamentares trouxeram de volta todos os jabutis. No começo de junho, na semana do meio ambiente, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, vetou as ameaças à Mata Atlântica, às florestas de beira de rios e às Unidades de Conservação. Porém, o Congresso Nacional ainda pode derrubar o veto.

 

Relatório da MP 1.154

A MP 1.154 é a medida provisória, aprovada na primeira semana do Governo Lula, que reestruturou os ministérios para como são hoje. Com a nova estrutura, o Cadastro Ambiental Rural (CAR)*, que havia sido transferido para o Ministério da Agricultura e Pecuária no Governo anterior, voltou para atribuição do MMA. A medida também criou o Ministério dos Povos Indígenas.

O relatório da MP, porém, de autoria do Deputado Federal Isnaldo Bulhões Jr. (MBD-AL), alterou o texto base, “esvaziando” algumas atribuições que hoje são de responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI).

Do Ministério do Meio Ambiente foi transferida a gestão do CAR, ferramenta de monitoramento e fiscalização de desmatamento nos imóveis rurais de todo país, para o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. 

A Agência Nacional de Águas (ANA), que faz a gestão dos mananciais de água do país, também foi retirada do Ministério do Meio Ambiente, sendo transferida para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR). No governo Bolsonaro, a ANA esteve dentro deste ministério.

O novo texto retira, ainda, a responsabilidade de reconhecimento e demarcação de terras indígenas do MPI e a transfere para o Ministério da Justiça. A Ministra Sônia Guajajara criticou os retrocessos em andamento contra os povos indígenas. “Todo mundo lembra da campanha do presidente Lula que trouxe a pauta indígena para o centro de sua campanha eleitoral, assumindo o compromisso de retomar os processos de demarcação das terras indígenas. Foi nesta perspectiva que foi criado o Ministério dos Povos Indígenas. E agora nós vemos este Congresso promovendo um verdadeiro ataque a este ministério, num país que levou 523 anos para reconhecer a importância dos povos indígenas e menos de cinco meses para tentar nos calar e tutelar novamente”.

Em maio deste ano, 790 organizações assinaram um manifesto contra o “esvaziamento” dos ministérios, que solicita a correção de alguns pontos em relação às políticas socioambientais.

 

Marco Temporal

No mesmo período, a Câmara dos Deputados aprovou – por 283 votos a favor e 155 contra – o Projeto de Lei 490, conhecido como PL do Marco Temporal. A proposta defende uma tese que restringiria demarcações de Terras Indígenas (TIs) apenas às áreas em que comunidades originárias já vivessem ou disputassem até outubro de 1988. Porém, de acordo com Simone Nacif, porta-voz da Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD) em entrevista ao jornal DW, o projeto votado ignora as injustiças históricas sofridas pelos povos indígenas, que foram expulsos de suas terras como parte da política de Estado, principalmente na Ditadura Militar. Após terem sido expulsos por séculos de perseguição, desde que o Brasil foi ocupado, estes povos também não tiveram a oportunidade de reivindicar formalmente o reconhecimento das suas terras. Além disso, os povos indígenas seguem ameaçados pela degradação ambiental e pela violência do garimpo, de empreendimentos imobiliários e da agropecuária.

Agora, o PL segue para votação no Senado Federal, sob o número 2903/2023.

A tese do Marco Temporal também está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). A votação foi retomada na última quarta-feira (07), mas foi suspensa após um pedido de vista do Ministro André Mendonça, tendo um prazo de até 90 dias para ser retomada a votação.

Além dessas, outras propostas legislativas avançam no Congresso, como o PL 1.282/2019. O projeto que ficou conhecido como “PL da Irrigação” altera o Código Florestal para permitir o desmatamento de florestas em beiras de rios para uso do agronegócio. Sob a justificativa de utilidade pública, potencializa a crise hídrica e o conflito pela água no país. 

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*O PRA é o maior programa de restauração ambiental do Brasil. O Programa de Regularização Ambiental é um conjunto de ações a serem desenvolvidas por proprietários e posseiros rurais com o objetivo de adequar e regularizar o imóvel que possui áreas desmatadas sem estar em conformidade com a Lei antes de 02 de julho de 2008. A regularização pode ser feita por meio da recuperação ou compensação de áreas de preservação permanente ou reservas legais. 

Com a alteração proposta, o prazo para se inscrever no CAR e acessar os benefícios do PRA, foram estendidos. O processo de adesão ao PRA não terá mais prazo determinado para acontecer, o que se dará somente após a análise do CAR, e um ano da convocação do produtor rural. 

* O CAR é um registro público eletrônico nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

 

Autor: Ascom Observatório do Código Florestal
Foto de capa: Ato cívico em Florianópolis (SC), autor desconhecido

MapBiomas aponta aumento de 22% no desmatamento em 2022

MapBiomas aponta aumento de 22% no desmatamento em 2022

MapBiomas aponta aumento de 22% no desmatamento em 2022

O Relatório Anual de Desmatamento de 2022 do MapBiomas aponta aumento no desmatamento, a maioria da área desmatada é devido a agricultura e em áreas privadas, além de ser ilegal e seguir impune

O MapBiomas teve início em 2015 como uma rede colaborativa, formada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia. Desde então, a iniciativa fornece informações detalhadas e atualizadas sobre a dinâmica da cobertura do solo no Brasil, permitindo o acompanhamento das mudanças ao longo do tempo. 

Os resultados do MapBiomas estão disponíveis gratuitamente para toda sociedade. A plataforma permite a visualização dos mapas gerados, bem como o acesso a dados e estatísticas sobre desmatamento, regeneração florestal, expansão urbana, agricultura, entre outros temas relacionados ao uso da terra.

O projeto vem colaborando para o aprofundamento e entendimento sobre onde, quando, quanto e como foi a evolução do desmatamento em todos os biomas brasileiros, agregando novos sistema de detecção e aprimorando os cruzamentos territoriais para melhor caracterização do desmatamento. Assim, desde 2019 eles validam e elaboram relatórios anuais de desmatamento em todos os biomas brasileiros.

RAD 2022 MapBiomas

O quarto Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022), publicado pelo projeto, analisou os alertas de desmatamento detectados no Brasil no ano de 2022 e foi lançado oficialmente no dia 12 de junho em um webinar on-line. O relatório é fruto do projeto MapBiomas Alerta, que visa contribuir para o fim do desmatamento no Brasil a partir de um sistema de validação, refinamento e geração de laudos de alertas de desmatamento em todo o país.

Os sistemas de detecção incluem imagens de satélite diárias de alta resolução espacial de diversos sistemas de alertas (ex. DETER/INPE, SAD/Imazon, GLAD/UMD, SAD Caatinga, SAD Mata Atlântica, SAD Pantanal, SAD Pampa e SIRAD-X/ISA).

O RAD aponta que em 2022, foram 20.572 km² (2.057.251 ha) desmatados, isso significa que houve um aumento de 22,3% na área desmatada no Brasil em relação ao ano de 2021. 

Alertas de desmatamento pelo Brasil em 2022. Fonte: RAD 2022 MapBiomas

Mapa dos alertas de desmatamento distribuídos ao longo dos biomas brasileiros em 2022. Fonte: RAD2022 MapBiomas

Por quê?

A principal causa do desmatamento apontada pelo relatório ao longo do Brasil é a agropecuária, que respondeu por quase 96% do desmatamento no Brasil em 2022, consolidando-se como o principal vetor de supressão de vegetação nativa, seguida de outros vetores como garimpo, mineração, causa natural, expansão urbana, dentre outros. 

Infográfico dos vetores (causas) de desmatamento distribuídos ao longo dos biomas brasileiros em 2022. Fonte: RAD2022 MapBiomas

Infográfico dos vetores (causas) de desmatamento distribuídos ao longo dos biomas brasileiros em 2022. Fonte: RAD2022 MapBiomas

Onde?

Quando olhamos para os distintos recortes territoriais em todo Brasil, a maioria das áreas são privadas: 56,8% da área desmatada recaiu sobre áreas de domínio privadas, e mais 14,1% em assentamentos, 9,5% em terras públicas não destinadas.

Por outro lado, quilombos e terras indígenas e Unidades de Conservação são os mais conservados: 3,1% nas Unidades de Conservação, principalmente em UCs de Uso Sustentável, e TIs representaram 1,4% da área total. 

Em relação as áreas privadas que foram desmatadas, 83% delas (1.729.099 ha) ocorreram em imóveis declarados no CAR. Quando considerado os últimos 4 anos, foram 212.884 imóveis rurais que tiveram alertas de desmatamento detectado.

Todos os biomas tiveram um aumento de área desmatada em Reserva Legal em 2022 em relação a 2021, com exceção do Cerrado. O número de alertas que têm sobreposição com Áreas de Preservação Permanente (APP) declaradas no CAR chegou a 9% (6.867 alertas) do total (em área 1,1%, 23.839 ha). Em todos os biomas, houve aumento da área desmatada em APPs em 2022 quando comparado a 2021. 

 

Ranking de desmatamento por bioma:
  • 1° Amazônia: 58% do total (1.192.635 ha) dos alertas;
  • 2° Cerrado: 32,1% da área (659.670 ha);
  • 3° Caatinga: 7% de área (140.637 ha);
  • 4° Mata Atlântica: mesmo com a maior parte da sua área florestal desmatada, restando menos de 29% da sua cobertura florestal, na Mata Atlântica foram desmatados 30.012 ha, o que representa 1,5% da área total desmatada no país;
  • 5° Pampa: apesar de responder pela menor área de alertas (0,2% do total), o Pampa teve um aumento de 27,2% na área desmatada de 2021 para 2022;
  • 6° Pantanal: observou-se uma diminuição no número de alertas validados (-8,9%), mas um aumento de 4,4% na área desmatada entre 2021 e 2022.

 

Santa Catarina ocupa o 22° lugar no ranking do desmatamento em comparação com os demais Estados do Brasil em relação a sua área desmatada. Contudo, houve um aumento de 58% de área desmatada em 2022 em relação a 2021. Já em relação ao número de eventos de desmatamento, SC está em 15° lugar, com um aumento de 151% de eventos, em 2022 comparando com 2021. E segundo os dados do Atlas da Mata Atlântica, Santa Catarina ocupa, pelo quarto ano seguido, a lista dos Estados com índices recordes de desmatamento da Mata Atlântica.

 

Desmatamento ilegal

Quando analisadas as autorizações de supressão de vegetação registradas no SINAFLOR/IBAMA ou nos sistemas estaduais consultados descobriu-se o que já se imaginava que esses dados se tratam de desmatamento ilegal, pois 99% dos alertas de desmatamento (95% da área total desmatada) no Brasil não possuem autorização para tal.

E pior: a impunidade domina o desmatamento. As ações de autuação e embargo realizadas pelo IBAMA e ICMBio até maio de 2023 atingiram 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada identificada de 2019 a 2022

 

Ações possíveis

O monitoramento do desmatamento é fundamental para prevenir, controlar e penalizar o desmatamento ilegal. Contudo,além de monitorar é primordial atacar a impunidade dos desmatadores, conforme apontado no relatório do MapBiomas “o risco de ser penalizado e responsabilizado pela supressão ilegal da vegetação nativa precisa ser real e devidamente percebido pelos infratores ambientais”. O cumprimento do Código Florestal e a fiscalização são medidas fundamentais para combater o desmatamento ilegal. 

O relatório, ainda sugere três frentes de atuação em prol do combate ao desmatamento:

  1. garantir que todo desmatamento seja detectado e reportado;
  2. garantir que todo desmatamento reportado sendo de natureza ilegal receba ação para responsabilização e punição dos infratores (ex. autuações, embargo); e
  3. assegurar que o infrator não se beneficie da área desmatada ilegalmente e receba algum tipo de penalização (ex. suspensão do CAR, cancelamento de regularização fundiária, exclusão de cadeias produtivas).
Resumo executivo RAD2022 MapBiomas

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Com apoio da Apremavi, município de Salete é pioneiro na implementação do Código Florestal

Com apoio da Apremavi, município de Salete é pioneiro na implementação do Código Florestal

Com apoio da Apremavi, município de Salete é pioneiro na implementação do Código Florestal

O projeto “Políticas, Práticas, Transparência e Governança para Implementação do Código Florestal” busca apoiar proprietários rurais na implementação do Código Florestal, a partir da análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e da verificação da adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).

A Apremavi, em parceria com a Prefeitura Municipal de Salete e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), realizou mobilizações para cadastro de proprietários rurais interessados na adequação das propriedades à legislação ambiental e na verificação do CAR e adesão ao PRA. Reuniões estratégicas e visitas de planejamento nas propriedades ocorreram entre os meses de maio, agosto, junho e outubro de 2022. 

A partir dessas visitas foi feita uma checagem das informações declaradas pelo proprietário no Cadastro Ambiental Rural. E em parceria com o proprietário, foi elaborada uma proposta para regularização ambiental da propriedade, atualização do mapa de uso do solo da área, foram dadas orientações para a retificação do CAR, bem como foram elaborados os projetos técnicos de restauração e feita a entrega das mudas para os plantios de restauração. As mudas foram doadas aos proprietários com apoio do Projeto Matas Legais, que é realizado pela Apremavi em parceria com a Klabin. O monitoramento das áreas em restauração também é previsto no projeto.

Marcos Kniess, proprietário rural, agradece a Apremavi pelo auxílio no cumprimento do Código Florestal sem custo para o proprietário: “Fiquei muito satisfeito com o trabalho realizado, que contribuiu para o bem do meio ambiente e a legalização da minha propriedade. O trabalho foi feito com muita dedicação e profissionalismo, agora a minha propriedade está legal no CAR. Muito obrigada, pra mim representa muito, e não teve nenhum custo”.

Baseado no trabalho de campo, o mapa é disponibilizado ao proprietário, para que possa realizar a retificação do CAR, fase essa que a Apremavi conta com a parceria da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI). Para um melhor detalhamento nos mapas de uso do solo o mesmo é confeccionado com imagens produzidas com a utilização de drone.

Levi José Lenzi, ex Secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Salete (SC), relata como foi a procura pela parceria em prol do cumprimento do Código Florestal: “Em 2022, preocupado com as propriedades rurais de Salete que deveriam se adequar ao Programa de Regularização Ambiental – PRA, procuramos a Apremavi que, com seus parceiros, desenvolveu o projeto piloto aqui no município, dando suporte aos agricultores e as mudas para recuperação das áreas degradadas”.

Além disso, Levi relata que também foi um dos proprietários rurais que aderiu ao projeto “Como proprietário de área rural e apicultor também aderi ao projeto executando a restauração de duas áreas que precisavam ser recuperadas”. Ainda, ele ressalta a importância da parceria “Gostaria de dizer que são iniciativas como esta  que facilitam a recuperação de áreas degradadas a custo zero para os participantes”.

Como resultados, em Salete (SC), 19 propriedades foram atendidas, ocorreu o planejamento de restauração de 5,12 hectares, foram doadas 4.100 mudas, todos os proprietários aderiram ao CAR e ao PRA e três deles já tiveram o CAR retificado.

 

Iniciativa pioneira inspira outros municípios de Santa Catarina

A iniciativa pioneira em Salete (SC) inspirou outros municípios a fazerem o mesmo. No dia 28 de março deste ano, esse modelo de cumprimento do código, em parceria entre os três setores: governamentais, empresas e terceiro setor, foi levado para reuniões de aproximação com os escritórios locais da Epagri de Santa Terezinha (SC) e de Rio do Campo (SC). O que representa o início do trabalho de mobilização a ser realizado nesses municípios.  

Em parceria com estes setores a Apremavi mostra na prática como é possível cumprir o Código Florestal, além de colaborar para a restauração ecológica, preservação dos recursos hídricos e conservação da biodiversidade.

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autoras: Edilaine Dick e Maíra Ratuchinski.
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.
Foto da capa: Maíra Ratuchinski.

Semana do Meio Ambiente é marcada por diversas ações na Apremavi

Semana do Meio Ambiente é marcada por diversas ações na Apremavi

Semana do Meio Ambiente é marcada por diversas ações na Apremavi

A Semana do Meio Ambiente é uma das mais movimentadas na Apremavi. Visitas no Centro Ambiental e Viveiro Jardim das Florestas, palestras em escolas, doação de mudas, participação em eventos foram algumas das ações comemorativas deste ano.

O Dia Mundial do Meio Ambiente, inaugurado há mais de 50 anos, faz um chamado para as possibilidades e responsabilidades que cada indivíduo possui para promover as cobranças que estão ao seu alcance e cobrar por aquelas que são possíveis apenas através de ações sistêmicas e institucionais. Com os debates socioambientais cada vez mais qualificados e valorizados sobre o tema, são muitas as estratégias para sequestro da pauta para estratégias de promoção, como o greenwashing

Por isso, é oportuno observar o Dia do Meio Ambiente como uma oportunidade de tocar o solo, plantando árvores e observando o direito que é concedido a todos os brasileiros pela constituição Cidadã, no artigo 225: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à sociedade o dever de defender e preservar para que as futuras gerações possam dele desfrutar”. Em 2023, o trabalho na Semana do Meio Ambiente buscou conectar e inspirar mais pessoas a defender o meio ambiente para além das efemérides. Confira as principais atividades: 

 

Atividades em Atalanta 


O Centro Ambiental, localizado em Atalanta (SC), recebeu a visita de cerca de sessenta alunos, que passaram o dia observando as cores e texturas da mata por onde passa a Trilha da Restauração, aprendendo sobre o cuidados com as sementes e mudas no viveiro e conhecendo a história de ativismo da Apremavi pela conservação e restauração da Mata Atlântica. O Centro de Educação Infantil Uta Kriese de Agrolândia (SC) e a Escola Erci Dick, de Monte Carlo (SC), foram atendidas através do programa de visitas guiadas da Apremavi. 

Visita guiada no Centro Ambiental. Foto: Taís Fontanive

Visita guiada na Trilha da Restauração localizada no Centro Ambiental da Apremavi. Foto: Taís Fontanive

O Viveiro Jardim das Florestas recebeu o programa Vale Agrícola, produzido e apresentado pela jornalista Aline Leonhardt, do município de Aurora, no Alto Vale do Itajaí (SC). Aline veio até Atalanta para a gravação das principais orientações e cuidados para quem busca transformar um pinhão numa muda de araucária.

Confira o vídeo, gravado com Wigold B. Schäffer, co-fundador da Apremavi: 

 

Atividades em centros de ensino

Mudas produzidas no viveiro foram utilizadas para o plantio de uma nova floresta, em Lages (SC). Alunos do Instituto Federal Catarinense (IFSC) de Lages plantaram 100 mudas doadas pela Apremavi em uma das ações da Semana do Meio Ambiente da organização.  No total, 54 pessoas do Câmpus fizeram parte das atividades. A ação envolveu os cursos técnicos em Meio Ambiente, Agroecologia, Análises Químicas, além do curso superior de Gestão do Agronegócio.

Ações de Educação Ambiental em escolas foram realizadas pela Apremavi no âmbito dos Projetos Matas Legais e Matas Sociais no Paraná:

A equipe do Matas Legais realizou ações de Educação Ambiental em duas escolas em Curiúva (PR), uma no Colégio Estadual Jandira Ferreira Rosas e outra no Colégio Estadual Professor Gabriel Rosa. Cerca de 400 estudantes e professores do ensino fundamental e médio participaram das atividades. Os temas abordados envolveram a importância da preservação e recuperação do meio ambiente, mudanças climáticas, dentre outros. 

Após as palestras os alunos participaram do jogo educativo “Fique Legal com o Clima” desenvolvido pela Apremavi. O engajamento dos alunos foi tão grande que foram jogadas várias rodadas. Ao final das atividades foram doadas cerca de 350 mudas de espécies nativas, dentre elas frutíferas e de paisagismo. 

 

Atividade do jogo “Fique Legal com o Clima” executada com os alunos do ensino fundamental e médio. Foto: Pedro Ferreira

Atividade do jogo “Fique Legal com o Clima” executada com os alunos do ensino fundamental e médio. Foto: Pedro Ferreira

Já os técnicos do Matas Sociais ministram ações em duas escolas, uma em Telêmaco Borba (PR) e outra em Reserva (PR), que envolveram cerca de 90 alunos.

Na cidade de Telêmaco Borba, as ações foram desenvolvidas na Escola Municipal Gonçalves Lêdo, em parceria com as secretarias de meio ambiente e educação. A atividade foi o plantio de mudas com o intuito de recuperar uma nascente. Foram plantadas 200 mudas e na ocasião os alunos também tiveram a oportunidade de entender na prática como é feito o trabalho de restauração ecológica. O projeto de recuperação desta Área de Preservação Permanente (APP) de uma nascente de zona urbana com 0,6 hectares prevê o plantio de aproximadamente 1.600 mudas.

Plantio de mudas em área de APP urbana junto aos alunos da Escola Municipal Gonçalves Lêdo pelo projeto Matas Sociais. Foto: William Villar de Castro Ribas

Plantio de mudas em área de APP urbana junto aos alunos da Escola Municipal Gonçalves Lêdo pelo projeto Matas Sociais. Foto: William Villar de Castro Ribas


Já em Reserva (PR),
foram ministradas palestras na Escola Municipal Evangelina Bittencourt dos Santos com o objetivo de elucidar a importância da preservação das florestas para recuperação dos recursos hídricos e preservação do meio ambiente. Além disso, ocorreu um plantio de espécies nativas no entorno da escola para a melhoria do aspecto paisagístico com a distribuição de cerca de 400 mudas de árvores nativas. 

Wiliam de Castro Ribas, Técnico Ambiental da Apremavi, comenta sobre a importância das ações para a comunidade: “Os trabalhos de educação ambiental e a preservação da água e da natureza são de extrema importância para o aumento da qualidade de vida dos moradores locais”.

Palestra de educação ambiental ministrada pelo projeto Matas Legais na Escola Municipal Evangelina Bittencourt em Reserva (PR). Foto: William Villar de Castro Ribas

Palestra de educação ambiental ministrada pelo projeto Matas Legais na Escola Municipal Evangelina Bittencourt em Reserva (PR). Foto: William Villar de Castro Ribas

 

Participação em eventos 

Entre os dias cinco e sete de junho Florianópolis recebeu o XI Encontro de Sustentabilidade em Projeto (ENSUS 2023). A iniciativa reúne, anualmente, professores, técnicos, alunos e comunidade que buscam pela sustentabilidade integrada aos projetos e ao desenvolvimento de novos produtos, nas áreas de Arquitetura, Engenharia e Design.  

A Apremavi esteve no evento, apresentando a tecnologia Ellepot, aplicada na produção de mudas do Viveiro Jardim das Florestas desde 2019. Também foram compartilhados os objetivos e saberes produzidos pela Apremavi em sua atuação para a restauração de áreas degradadas, materializados na cartilha “Planejando Propriedades e Paisagens”, distribuída aos participantes do evento.

Além das publicações, mudas de espécies nativas da Mata Atlântica produzidas pelo Viveiro Jardim das Florestas também foram doadas ao público participante do evento, que pôde conhecer mais sobre a produção e utilização de espécies nativas em projetos de restauração ambiental e entender na prática os benefícios da tecnologia Ellepot, conforme destaca Gabriela Goebel, Técnica Ambiental da Apremavi: “Participar de um evento de inovação como o Ensus, apresentando a qualidade das mudas e os benefícios da tecnologia Ellepot,  como a substituição de materiais plásticos na produção de mudas e um rápido crescimento das raízes, foi muito valioso para os participantes e também para nós”

Exposição da Apremavi no XI Encontro de Sustentabilidade em Projeto (ENSUS 2023) em Florianópolis (SC). Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Exposição da Apremavi no XI Encontro de Sustentabilidade em Projeto (ENSUS 2023) em Florianópolis (SC). Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autores: Pedro Ferreira, William Villar de Castro Ribas, Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto
Revisão: Carolina Schäffer
Foto da capa: Plantio de mudas em área de APP urbana na Escola Municipal Gonçalves Lêdo em Telêmaco Borba (PR). Foto: William Villar de Castro Ribas

Apremavi participa da reunião do Conselho do Pacto Mata Atlântica

Apremavi participa da reunião do Conselho do Pacto Mata Atlântica

Apremavi participa da reunião do Conselho do Pacto Mata Atlântica

O Conselho de Coordenação do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica se reuniu no último dia 31 de maio, na sede da Fundação SOS Mata Atlântica, em São Paulo, para definição das linhas de ação da rede e dos grupos de trabalho para o biênio 2023-2024.

Composto por 27 membros, o Conselho de Coordenação do movimento conta com sete representantes da iniciativa privada, dez representantes da sociedade civil, dois centros de pesquisas, três associações e colegiados, e quatro órgãos de governo.

O novo Conselho tomou posse durante a primeira reunião ordinária do mandato no dia 11 de abril, ocasião em que os novos coordenadores do Pacto, Rubens Benini (TNC Brasil) e João Augusti (Bracell), também acolheram a Apremavi que compõe essa instância pela primeira vez. Junto com outras 26 instituições, o biênio 2023-2024 trouxe como novidade a participação de 12 representantes mulheres, totalizando um percentual de 46% dos integrantes. Além disso, o conselho conta com uma renovação de 38%, visto que foram eleitos 10 membros que não faziam parte da gestão anterior.

Engajar produtores, destravar recursos e melhorar a qualidade da restauração estão entre os principais objetivos do Pacto nessa gestão”, afirma Rubens Benini na fala de boas-vindas ao Conselho.

Reunião do Conselho do Pacto Mata Atlântica. Foto: Dap Web<br />

Participantes da reunião do Conselho de Coordenação do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica. Foto: Dap Web

O Pacto Mata Atlântica

O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um movimento nacional que tem a missão de articular e integrar atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, com benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Estabelecido em abril de 2009, o Pacto atua estrategicamente articulando instituições públicas e privadas, governos, empresas, comunidade científica e proprietários de terras para integrar seus esforços e recursos na geração de resultados em restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.

Sua atuação se dá através das unidades regionais que têm como função atuar no diagnóstico da cadeia de restauração, auxiliando na identificação dos cenários e dos atores locais, bem como na identificação das lacunas de informações e dos elos dessa cadeia.

Autora: Carolina Schäffer

Formações em geoprocessamento aprimoram a análise da restauração feita pela Apremavi

Formações em geoprocessamento aprimoram a análise da restauração feita pela Apremavi

Formações em geoprocessamento aprimoram a análise da restauração feita pela Apremavi

Aprimorar continuamente a capacidade técnica, formar profissionais, promover a colaboração entre pessoas, a fim de qualificar o monitoramento e planejamento de ações de restauração ecológica, é fundamental para impulsionar a Década da Restauração de Ecossistemas, conforme postulado pela ONU no Plano de Ação para a Restauração de Ecossistemas na América Latina e no Caribe. 

Somado a isso, em 2017 o Brasil assumiu o compromisso político, por meio do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG) de restaurar pelo menos 12 milhões de hectares até 2030.

Dar escala à restauração é primordial e o processo de mensurar os avanços da restauração pode ser facilitado utilizando tecnologias de ponta. O geoprocessamento é a ciência que une a geografia com a tecnologia para coletar, analisar e exibir dados geográficos usando dispositivos eletrônicos. As fotografias aéreas de áreas restauradas obtidas por meio de drones e as imagens das propriedades rurais obtidas por satélite, são excelentes fontes de informação para a elaboração de mapas por meio de ferramentas de geoprocessamento. 

 

Equipe técnica da Apremavi, no Centro Ambiental, pilotando o drone usado para mapeamento das propriedades. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Equipe técnica da Apremavi, no Centro Ambiental, pilotando o drone usado para mapeamento das propriedades. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Uma das ferramentas do geoprocessamento são os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) como o ArcGis, software desenvolvido pela Esri (Environmental Systems Research Institute), que permite visualizar, questionar, analisar e interpretar dados para compreender relações, padrões e tendências.

O desenho de mapas, com uso do ArcGis, qualifica a implantação dos projetos de restauração e o monitoramento das áreas restauradas. À luz da legislação ambiental, especialmente o Código Florestal, são analisadas as áreas dentro de uma propriedade que precisam ser restauradas, avaliadas as mudanças ao longo do tempo e identificadas novas áreas que necessitam de intervenção. 

 

Mapa de uso do solo elaborado no ArcGis e sendo utilizado em campo na semana de campo no Paraná que ocorreu no início de maio de 2023 e ao fundo uma Área de Preservação Permanente em processo de restauração. Foto: Thamara Santos de Almeida

Mapa de uso do solo elaborado no ArcGis e sendo utilizado em campo na semana de campo no Paraná que ocorreu no início de maio de 2023 e ao fundo uma Área de Preservação Permanente em processo de restauração. Foto: Thamara Santos de Almeida

Apremavi promove troca interna de saberes sobre geoprocessamento

Um dos compromissos da Apremavi é formar e incentivar processos de aprendizado e capacitação da equipe, sobretudo sabendo dos desafios relacionados ao uso de novas tecnologias para ganhar escala na restauração. Uma importante etapa de capacitação interna em geoprocessamento ocorreu entre os dias 20 a 24 de junho de 2022, no Centro Ambiental da Apremavi em Atalanta (SC). A equipe técnica dos projetos que a Apremavi executa teve um contato inicial com o ArcGis e outros softwares para a criação de mapas de uso do solo por meio da explanação dos Coordenadores de Projeto da Apremavi, Edinho Schäffer e Maurício Reis.

Uma nova fase de capacitação ocorreu entre os dias 23 a 26 de agosto, e teve como objetivo aprofundar o conhecimento acerca das técnicas relacionadas à elaboração desses mapas. “Foi um processo maravilhoso poder ministrar essa formação para os nossos colegas de trabalho, pois também já passamos por essa etapa do aprendizado e tivemos as mesmas dúvidas e desafios”, relata Maurício Reis. 

Recentemente, a equipe contou com mais uma capacitação, que ocorreu entre os dias 28 fevereiro a 3 de março de 2023. Dessa vez, as Técnicas Ambientais, Daiana Tânia Barth e Maíra Ratuchinski, junto com Leandro Casanova, Coordenador de Projetos, tiveram a oportunidade de capacitar novos colegas que desconheciam as ferramentas e os conhecimentos compartilhados durante o ano passado.

O momento de troca de conhecimentos oportunizou de modo prático capacitar novos membros da equipe que desconheciam a ferramenta do ArcGis. Foi uma experiência gratificante e ao mesmo tempo desafiadora, mas de aprendizado mútuo para todos os envolvidos. Além de proporcionar o desenvolvimento e aprimoramento de comunicação verbal e didática da equipe”, relata Maíra sobre os momentos de capacitação.

Maíra Ratuchinski, Técnica Ambiental da Apremavi, pilotando o drone no monitoramento de áreas restauradas. Foto: Arquivo Apremavi

Maíra Ratuchinski, Técnica Ambiental da Apremavi, pilotando o drone no monitoramento de áreas restauradas. Foto: Arquivo Apremavi

Autores: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi divulga Relatório de Atividades de 2022

Apremavi divulga Relatório de Atividades de 2022

Apremavi divulga Relatório de Atividades de 2022

Lançado hoje, o Relatório de Atividades de 2022 pode ser uma fonte de inspiração para continuarmos com as mãos-na-massa e a boca-no-trombone em prol da conservação dos ecossistemas e sua biodiversidade e pela manutenção da qualidade de vida de todas as espécies do Planeta.

Em 2022, junto com a celebração dos 200 anos do naturalista e botânico Fritz Müller – chamado por Darwin de Príncipe dos Observadores, comemoramos os 35 anos de fundação da Apremavi.

Mesmo com uma caminhada por vezes árdua e cheia de desafios, até aqui podemos dizer que temos uma trajetória de sucesso, sobretudo na consolidação de parcerias duradouras e na transformação de sementes em novas florestas.

Para o plantio de cada uma das mudas que compõem essas florestas, a colaboração de muitas pessoas foi necessária. E por isso, o maior ativo da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida segue sendo, sem dúvidas, a poderosa rede diversa, dispersa em vários territórios e com múltiplas habilidades, mas que se une em doação para contribuir com os projetos e praticar o constante ativismo socioambiental necessário para enfrentar as muitas crises do mundo de hoje.

A inovação, também constante ao longo desses 35 anos, e a responsabilidade ao superar os muitos desafios que surgiram, também oportunizaram os espaços ocupados no presente: em iniciativas de impacto pela restauração e conservação da Mata Atlântica, em eventos e discussões sobre o futuro do Planeta e no coração de milhares de parceiros, que ajudam a sonhar e fazer a diferença.

O ano de 2022 também marcou o início de uma nova era da instituição na agenda da restauração, tendo a Apremavi sido reconhecida parceira oficial das Nações Unidas (ONU) para a Década da Restauração de Ecossistemas (2020 – 2030) e assumindo metas ambiciosas de restauração no âmbito dos projetos que executa, como o Conservador das Araucárias, que pretende, até 2030, restaurar 7 mil hectares de áreas degradadas sobretudo na região da tão ameaçada Floresta com Araucárias.

Além da continuidade do trabalho para restaurar os ecossistemas da Mata Atlântica, esperamos que em 2023 possamos criar ainda mais oportunidades de diálogo com as comunidades locais, ocupar espaços de compartilhamento de conhecimento e experiências, e também avançar nos trabalhos de conservação e estudo da biodiversidade, que são importantes indicadores de sucesso da restauração.

Confiamos em nossas raízes, originadas na semente plantada em 1987, e estamos crescendo, um processo contínuo de superação dos ventos desafiadores e produção de novas sementes de esperança; como uma das nove milhões de árvores que plantamos ao longo desse tempo.

Vamos juntos construir as parcerias de sucesso dos próximos 35 anos de instituição?

Relatório de atividades 2022

Autora: Carolina Schäffer.

Reflexões e inspirações para dar sentido ao Dia Mundial do Meio Ambiente

Reflexões e inspirações para dar sentido ao Dia Mundial do Meio Ambiente

Reflexões e inspirações para dar sentido ao Dia Mundial do Meio Ambiente

5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. A celebração deste dia completa seu 50º aniversário este ano, após ter sido instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas (a ONU), em 1972. Mundialmente, as ações em prol desse dia são lideradas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mas diversas ONGs, comunidades, governos, empresas e celebridades de 150 países utilizam a data para defender as causas ambientais.

Neste ano o tema da campanha mundial é “soluções para a poluição plástica” com o uso da hashtag e slogan #CombataAPoluiçãoPlástica.

Plantios de mudas em áreas públicas, apresentações teatrais, debates e produções de textos sobre a temática ambiental. O Dia do Meio Ambiente concentra as discussões sobre a temática nas escolas e a oportunidade da realização de atividades de educação para o tema conectadas com as disciplinas do ensino básico. Essa oportunidade valiosa precisa ser aproveitada.

Nesse sentido, é preciso valorizar as potencialidades dos territórios e escutar as demandas dos estudantes. Atividades podem ser co-construídas em parques, praças e outras áreas naturais, buscando uma observação e interpretação da importância da conservação da Natureza. Além da análise em nível local, também é possível debater desafios globais, como a emergência climática e a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

As crises que o Planeta enfrenta são múltiplas, e muitas delas estão longe de terem solução. Por isso, para além das discussões possíveis, é preciso que a data seja encarada como um momento de transformação e empoderamento dos sujeitos, para que a responsabilidade com o Meio Ambiente seja também vista como oportunidade de empreender novas soluções.

Com o intuito de inspirar atividades práticas em sala de aula e em espaços não formais de educação, a Apremavi separou uma lista de obras inspiradoras com temáticas relevantes e disponíveis gratuitamente para a Semana do Meio Ambiente de 2023.

Aborda o que são mudanças climáticas, suas causas e efeitos, principalmente sobre os artrópodes e doenças.

Pode ser utilizado para consulta sobre o impacto da nossa espécie sobre a biodiversidade, a economia, segurança alimentar, suas causas e o que podemos fazer com foco em soluções baseadas na natureza.

Nesse livro infantil, as crianças são convidadas pela Ararajuba (espécie de ave rara e brasileira) a conhecerem uma espécie de mamífero ameaçada de extinção em cada bioma brasileiro.

O livro traz de forma didática vários conceitos sobre espécies ameaçadas de extinção e uma lista de espécies brasileiras com ilustrações feitas pelas crianças.

O guia aborda as relações que envolvem doenças, agentes infecciosos, vetores e hospedeiros, impactos e hábitos das pessoas que podem melhorar a saúde da população.

Um guia rápido especialmente desenvolvido para educadores e alunos, que contribui para a descoberta da Mata Atlântica, sua história, localização, biodiversidade, seus benefícios e a importância de protegê-la e recuperá-la para nossa qualidade de vida e de centenas de outras espécies. 

  • Educação Ambiental: atividades práticas alinhadas aos objetivos do desenvolvimento sustentável – vol 1, 2 e 3

As cartilhas convidam a pensar e a aplicar, em sala de aula, atividades práticas relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

 

Publicações da Apremavi

Na aba publicações em nosso site é possível encontrar diversos livros, cartilhas e folders que a Apremavi já publicou sobre a temática ambiental, tais como:

Lançado em 2004, este livro traz informações importantes sobre o ecossistema mais ameaçado da Mata Atlântica, a Floresta com Araucárias. Fala do histórico da destruição, da situação da floresta em Santa Catarina, das ameaças atuais, das oportunidades e medidas necessárias para sua preservação.

Lançado em 2002, este livro é uma espécie de guia, que reúne informações para ajudar pessoas que querem preservar, recuperar e obter benefícios da Mata Atlântica. Contempla informações sobre o Bioma: o que é, onde se localiza, qual sua importância, sua situação atual, quais as ameaças e quais as leis que o protegem.

Lançado durante a festa de comemoração do vigésimo aniversá­rio da Apremavi, dia 13 de julho de 2007, a edição conta a história do viveiro de mudas Jardim das Florestas e traz informações sobre o plantio adequado de árvores nativas, tanto na área rural como na urbana. A publicação ainda exibe um guia com espécies de árvores nativas.

Autores: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Agir para reconstruir a biodiversidade é urgente

Agir para reconstruir a biodiversidade é urgente

Agir para reconstruir a biodiversidade é urgente

Em meio a sexta extinção em massa de espécies, causada pela ação humana, é preciso agir com urgência para frear a perda de biodiversidade na Terra.

Em 22 de maio é celebrado o Dia Internacional da Diversidade Biológica, ou da Biodiversidade. A data foi criada pelas Nações Unidas (ONU) para comemorar a adoção do texto da Convenção da Diversidade Biológica, que busca a conservação de todos os elementos da biodiversidade, desde as espécies até os componentes abióticos necessários para a manutenção das diferentes formas de vida. Desde 2002 a ONU organiza campanhas temáticas de sensibilização em prol da data ao redor do mundo. Em 2023 o tema é “do acordo à ação: reconstruir a biodiversidade”, onde uma das mensagens chave é:

“Precisamos de uma abordagem de todo o governo e toda a sociedade.
Todos devem estar engajados. Todos devem estar envolvidos”

A biodiversidade pode ser definida como a diversidade de formas de vida que existem no planeta, desde animais, plantas, fungos até bactérias e outros microrganismos. O termo também engloba os diversos níveis de organização biológica, desde os genes até os ecossistemas.

Atualmente, o planeta vive uma dupla crise: a perda da biodiversidade e a crise climática. Segundo a IUCN, cerca de 42.000 espécies estão correndo o risco de desaparecer do planeta, ao mesmo passo que a emergência climática já afeta de forma desigual as pessoas e a biodiversidade ao longo do mundo.

 

Acordo histórico em prol da Biodiversidade

No final do ano passado, a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP15),  que ocorreu em Montreal, no Canadá, terminou com a definição do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF em inglês), um acordo histórico para proteger a biodiversidade do planeta.

Ao todo, a convenção recomendou 23 metas que devem ser adotadas com urgência até 2030, algumas delas são ambiciosas, prevendo 30% dos ecossistemas restaurados ou com início de restauração ao longo do mundo e, outros 30% dos ecossistemas devem ser protegidos.

 

Restauração ecológica: uma chance para a biodiversidade

A restauração ecológica pode dar uma segunda chance para que a biodiversidade prospere ao reconstruir habitats que foram perdidos. Muitos ecossistemas estão fragmentados ou foram perdidos devido ao desmatamento; ao recuperarmos esses ambientes e reconectarmos paisagens fragmentadas, criamos corredores ecológicos que permitem a movimentação de espécies e o fluxo gênico. 

Há mais de 35 anos a Apremavi colabora para a conservação da biodiversidade por meio da execução de projetos de restauração e conservação da Mata Atlântica, sobretudo apoiando a criação e a implantação de Unidades de Conservação. 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor L. Zanelatto.

Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná

Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná

Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná

Entre os dias 8 a 11 de maio a equipe técnica da Apremavi realizou uma série de atividades de campo no Paraná para testar o Guia de Monitoramento de Projetos de Restauração de Áreas Degradadas e Alteradas desenvolvido em parceria com a Klabin

Desde o ano passado a Apremavi é parceira oficial da  Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021 – 2030). O objetivo da Década é inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.

Em 2021, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), lançaram o “Plano de Ação para a Restauração de Ecossistemas na América Latina e no Caribe”, durante a XXII Reunião do Fórum de Ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe.

Uma das barreiras apontadas pelo documento para alcançar as metas de restauração diz respeito ao investimento limitado em pesquisa científica e monitoramento de áreas restauradas e aponta a necessidade de métodos avaliativos de monitoramento. Uma das sugestões apontadas pela publicação é a promoção de uma nova geração de profissionais e técnicos que participem no planejamento, implementação, avaliação e monitoramento de projetos e programas de restauração de ecossistemas. A restauração vai além do plantio de árvores, é um esforço interdisciplinar, por isso, se faz necessário monitorar e avaliar a efetividade dessas atividades nos diversos projetos de restauração desenvolvidos e treinar a equipe técnica para isso.

Pensando nisso, há alguns anos a Apremavi está trabalhando na elaboração de um protocolo de monitoramento de áreas restauradas e degradadas. A primeira versão do guia de monitoramento foi elaborada considerando principalmente as particularidades do Projeto Restaura Alto Vale

O “Guia de Monitoramento de Projetos de Restauração de Áreas Degradadas e Alteradas” foi elaborado a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica, inúmeras reuniões realizadas com a equipe técnica e testes realizados em campo. Ele foi embasado no “Protocolo de Monitoramento para Programas e Projetos de Restauração Florestal (2013)” do Pacto Pela Restauração da Mata Atlântica, no “Guia para Monitoramento de Reflorestamentos para Restauração (Melo, 2010)” e na Portaria n° 170 de 01 de Junho de 2020 do Instituto Água e Terra (IAT) do Governo do Estado do Paraná.

O guia foi elaborado no contexto de propriedades restauradas pelos programas Matas Legais e Matas Sociais e em áreas de Área de Preservação Permanente da própria Klabin. Contudo, o mesmo pode ser modificado e aplicado para a realidade dos demais projetos que a Apremavi executa em conjunto com seus parceiros, apoiadores e financiadores.

Os projetos de restauração são realizados com apoio do proprietário rural e/ou parceiro, sendo que a maioria deles são desenvolvidos em Áreas de Preservação Permanente (APP). Para elaboração do guia foram consideradas três estratégias ou metodologias principais adotadas nos projetos de restauração, sendo:

– Condução da regeneração natural;

– Introdução de espécies nativas em área total (plantio de mudas);

– Enriquecimento de florestas secundárias.

 

 

Equipes técnicas da Apremavi se reúnem no Paraná para testar o guia de monitoramento

Entre 8 e 11 de maio, às equipes técnicas dos programas Matas Legais e Matas Sociais de Santa Catarina e do Paraná, acompanhados de integrantes da Diretoria e da Coordenação de Comunicação e Informação, estiveram nas cidades de Curiúva e Imbaú, no Paraná, visando testar em campo o guia de monitoramento.

Para isso, foram amostradas propriedades de distintas áreas, metodologias de restauração e localidades de ambos os projetos. A equipe testou na prática a aplicação da pesquisa de monitoramento no aplicativo Survey 123 do ArcGis.

A pesquisa envolvia uma série de perguntas relacionadas a fase de implantação dos projetos (fase I) e pós implantação (fase II). O primeiro passo era preencher a pesquisa com o nome do proprietário, da propriedade, área restaurada, fase e a metodologia de restauração. Após isso, parcelas eram avaliadas aleatoriamente ao longo dos projetos de restauração, onde a quantidade de regenerantes, diversidade de espécies, dentre outros fatores, eram amostrados. Por fim, a partir da pesquisa, o projeto de restauração era classificado em “em adequação”, “ satisfatório” ou “adequado”.

Apremavi avalia guia de monitoramento de áreas restauradas em propriedades no Paraná. Foto: Carolina Schäffer

Equipes técnicas dos programas Matas Legais e Matas Sociais de Santa Catarina e do Paraná, acompanhados de integrantes da Diretoria e da Coordenação de Comunicação e Informação avaliando em campo o guia de monitoramento de áreas restauradas. Fotos: Carolina Schäffer.

Para finalizar a semana, a equipe se reuniu na Biblioteca Pública Municipal Paulo Freire, de Imbaú (PR), para discutir as necessidades de alterações no guia e dividir a execução das próximas etapas de elaboração do mesmo.

“A avaliação do guia em campo foi muito esclarecedora, foi possível ver que o trabalho em prol da restauração não é mecânico, é preciso ter um treinamento e olhar clínico junto aos colegas a fim de traduzir da melhor forma possível o real; o que não é tarefa simples”, relata Leandro Casanova, Coordenador de Projetos da Apremavi.

Tatiane Arruda Correia, Coordenadora de Projetos da Apremavi, destaca a importância da semana para conhecer as distintas realidades das propriedades atendidas: “Foi muito bom conhecer um pouco mais da realidade do Paraná e compreender as dificuldades de mensurar e ter informações mais aproximadas do monitoramento da restauração. Ao longo da semana visitamos propriedades grandes, como as atendidas pelo Matas Legais, e também foi importante trazer a realidade da agricultura familiar por meio das pequenas propriedades do Matas Sociais”.

 

Matas Legais

É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O projeto desenvolve ações para o planejamento de propriedades e paisagens, estratégias de conservação e sustentabilidade para o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, e a melhorar a qualidade de vida da população.

A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.

> Conheça o Matas Legais

 

Matas Sociais

É uma parceria entre a Klabin, a Apremavi e o Sebrae que também ocorre em Santa Catarina e no Paraná. O objetivo é contribuir para o fortalecimento social, econômico e ambiental de pequenas e médias propriedades rurais em benefício da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável.

> Conheça o Matas Sociais

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Pesquisa da Apremavi aponta lacunas na adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA)

Pesquisa da Apremavi aponta lacunas na adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA)

Pesquisa da Apremavi aponta lacunas na adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) são ferramentas do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) que garantem que, em propriedades privadas, uma parcela da área seja destinada à conservação da vegetação nativa, buscando garantir a qualidade de vida de toda a sociedade.

A inscrição do imóvel rural no CAR é obrigatória para todas as propriedades e posses rurais. No entanto, apenas os proprietários e possuidores dos imóveis que se inscreveram no CAR têm direito à adesão ao PRA.

O PRA compreende o conjunto de ações e/ou iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e posseiros rurais visando adequar e promover a regularização do imóvel e de firmar o compromisso do proprietário em manter, recuperar ou recompor as Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reserva Legal e as áreas de uso restrito do imóvel rural, ou ainda o compromisso de compensar áreas de Reserva Legal quando for necessário.

Os instrumentos do PRA são:

  • O Cadastro Ambiental Rural – CAR;
  • O termo de compromisso;
  • O Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas.

Uma das diversas vantagens do PRA é o direito que ele concede aos proprietários de imóveis a continuarem com atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em APPs.

 

Pesquisa sobre o PRA junto aos proprietários rurais

Sabendo da importância dos instrumentos do Código Florestal para a conservação e para os proprietários rurais, a Apremavi realizou em 2022 uma pesquisa para compreender o entendimento dos proprietários acerca do PRA. 

O estudo foi feito nas regiões catarinenses do Alto Vale do Itajaí e do Planalto Norte, com participantes do projeto Restaura Alto Vale. A pesquisa foi norteada pelas seguintes questões: 

  1. Se os proprietários já tinham ouvido falar sobre o PRA,
  2. Se entendiam o que era o programa e haviam aderido; 
  3. Se tinham conhecimento da obrigatoriedade de restauração das APPs existentes no imóvel.

Em relação à primeira pergunta, se já tinham ouvido falar do PRA, 60% dos entrevistados responderam que não. Já na segunda questão, acerca do entendimento do assunto: 58% não entendiam, 27% declararam entenderam “mais ou menos” e 15% informaram que entendiam. Ainda em relação à adesão, 77% dos entrevistados não lembravam de ter aderido ao programa quando realizaram o CAR, 14% declararam que aderiram e 9% não. Por fim, em relação à obrigatoriedade de restauração das APPs existentes no imóvel onde ocorreu supressão da vegetação: 89% tinham conhecimento da lei, enquanto 11% não.

Os resultados foram apresentados a atores da agenda da restauração, representantes de governos locais e pesquisadores na IV Conferência Brasileira de Restauração Ecológica realizada pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE), em Vitória (ES), em novembro de 2022 pela Gabriela Goebel, Técnica Ambiental da Apremavi.

 

Atuação da Apremavi no cumprimento do Código Florestal 

Dentre as diversas ações da Apremavi em prol do cumprimento do Código Florestal, no último ano a instituição, em parceria com o Observatório do Código Florestal e diversas outras instituições, realizou uma campanha de comunicação para alertar os proprietários rurais sobre o processo de adesão ao PRA.

A ideia surgiu a partir da lacuna de compreensão por parte dos proprietários, apontada na pesquisa, e a pouca divulgação sobre o assunto por parte do Poder Público. O objetivo foi divulgar as informações sobre o CAR e o PRA, além de atentar para o prazo de adesão, que antes do retrocesso da Medida Provisória n° 1.150 era até dia 31 de dezembro de 2022.

“A pesquisa realizada permitiu ter um retrato do entendimento que os proprietários rurais têm sobre o que significa o PRA, assunto que ficou obsoleto nos 10 anos de implantação do Código Florestal. Também permitiu traçar estratégias para a campanha realizada pela Apremavi, que teve alcance nacional, falando da importância do PRA e orientando os proprietários sobre como realizarem a adesão“, relata Edilaine Dick, Coordenadora de Projetos na Apremavi, sobre a importância da pesquisa.

 

MP 1.150 ataca o Código Florestal 

Uma proposta do ainda governo Bolsonaro, a Medida Provisória (MP) 1.150, aprovada na Câmara dos Deputados no último dia 30 de março, fragiliza o Código Florestal e a Lei da Mata Atlântica.

Especificamente em relação ao PRA a aprovação da MP adiaria pela 6ª vez o prazo de adesão. Segundo a Nota Técnica do Observatório do Código Florestal: “esse é um processo que pode demorar anos para cada imóvel e décadas para os mais de 6,9 milhões de imóveis já inscritos no CAR. Pior: após a convocação pelo órgão ambiental, o proprietário ainda terá 1 ano para aderir ao PRA e dar início à adequação ambiental do imóvel”.

Com a aprovação dessa MP, a busca voluntária do titular do imóvel rural pela regularização do seu passivo ambiental é eliminada, cabendo apenas ao Estado analisar, identificar e convocar o proprietário ou possuidor do imóvel rural irregular para aderir ao PRA. Do ponto de vista da aplicação da lei isso é deixar as áreas desmatadas ilegalmente sem prazo para a restauração, já que apenas 0,6% dos imóveis inscritos no CAR estão em processo de análise concluída, segundo os dados do Boletim do CAR de fevereiro de 2023. 

“A MP representa um retrocesso para a efetiva implantação do Código Florestal e mais ainda para a restauração das florestas ao estender novamente o prazo de adesão ao PRA, o que pode fazer com que novamente o programa fique esquecido pelos proprietários rurais e gestores”, comenta Edilaine.

 

Implantando o Código Florestal

As ações aqui relatadas são em decorrência do projeto “Políticas, Práticas, Transparência e Governança para Implementação do Código Florestal”, que tem como objetivo geral reverter e reduzir a perda de florestas no Brasil.

É executado por um consórcio de organizações que integram o Observatório do Código Florestal, sob a coordenação dos Amigos da Terra Amazônia. A Apremavi é uma das organizações que compõem o consórcio. O Observatório do Código Florestal (OCF) é um rede de 39 organizações da sociedade civil que atuam com o propósito de articular pessoas, na implementação do Código Florestal, para gerar um impacto socioambiental positivo. 

O projeto é apoiado pelo Governo da Noruega e pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (NORAD) via Iniciativa Internacional de Clima e Floresta da Noruega – NICFI. Será executado entre 2021 e 2025.

 

Autoras: Thamara Santos de Almeida e Gabriela Goebel.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Welinton Oliveira.

Pauta ambiental é tema de reuniões da Apremavi em Brasília

Pauta ambiental é tema de reuniões da Apremavi em Brasília

Pauta ambiental é tema de reuniões da Apremavi em Brasília

Na semana de 24 a 28 de abril, Miriam Prochnow e Wigold Schaffer, co-fundadores e conselheiros da Apremavi, estiveram em Brasília para uma semana de eventos relacionados à pauta ambiental. 

Acampamento Terra Livre

Cerca de 6 mil indígenas participaram da 19ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), com o tema “O futuro indígena é hoje, sem demarcação não há democracia”. Os representantes da Apremavi tiveram a oportunidade de acompanhar uma das marchas, visitar o acampamento e também, a pedido do Deputado Estadual Marquito de Santa Catarina, participaram de uma audiência com a Ministra Sônia Guajajara. A ministra recebeu uma delegação Xokleng da TI Ibirama-La Klãnõ, de Santa Catarina, com reivindicações de apoio às atividades do grupo da juventude indígena e outras pautas gerais.

O momento alto da mobilização foi o anúncio, por parte do governo federal, da conclusão dos processos de reconhecimento oficial de seis territórios: Terras Indígenas (TIs) Kariri-Xocó, em Alagoas; Tremembé da Barra do Mundaú, no Ceará; Arara do Rio Amônia, no Acre; Uneiuxi, no Amazonas; Rio dos Índios, no Rio Grande do Sul; e Avá-Canoeiro, em Goiás. Essas áreas estavam entre as treze destacadas pelo Grupo de Trabalho de Povos Indígenas da transição de governo como aptas para a homologação. Aguarda-se ainda a conclusão dos processos restantes, entre eles os das TIs catarinenses Toldo Imbu, em Abelardo Luz, e Morro dos Cavalos, em Palhoça.

 

Celebrando o Dia da Caatinga

O Dia da Caatinga é celebrado no dia 28 de abril e durante a semana foram realizadas várias atividades em prol da conservação desse que é o único bioma totalmente brasileiro.

No dia 26 aconteceu uma audiência na Câmara dos Deputados, na qual foi lançado o livro “Piauí – Terra querida, filha do Sol do Equador” do fotógrafo e produtor André Pessoa, e também a retomada da luta pela proteção da Serra Vermelha, região de encontro da Caatinga com a Mata Atlântica.

Já no dia 27 ocorreram reuniões no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), uma com o secretário executivo, João Paulo Capobianco, e a outra com a Ministra Marina Silva. Todos assumiram compromissos de trabalhar pela conservação dessa biodiversidade endêmica da região brasileira. Existe a expectativa de que a Serra Vermelha seja incluída no Parque Nacional da Serra das Confusões. Inclusive existe uma determinação judicial para que isso aconteça.

 

Discutindo o Pagamento de Serviços Ambientais 

Uma pauta importante, especialmente por conta das ações de conservação e restauração, é a questão dos serviços ecossistêmicos. Nesse sentido, a Apremavi está dedicando esforços para que seus projetos possam também ter algum componente de pagamento de serviços ambientais (PSA). Como esse tema ainda não está equacionado no país, é fundamental participar dos debates sobre esse assunto. Na semana em Brasília, os representantes da Apremavi participaram de duas reuniões, uma no Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outra com organizações da sociedade civil. O assunto permanece no radar para os próximos desdobramentos. 

Acampamento Terra Livre. Foto: Wigold Schäffer e Miriam Prochnow

Registros da semana de mobilização em Brasília em prol das políticas públicas ambientais. Fotos: Miriam Prochnow e Wigold Schäffer.

“A semana em Brasília foi de grande importância, o clima esteve em todas as reuniões, o que gerou uma grande esperança na retomada da agenda ambiental,mas também de muita seriedade, diante do tamanho dos desafios”, relata Miriam Prochnow.

 

Políticas públicas é uma das áreas temáticas de atuação da Apremavi

Semanas de reuniões como essa em Brasília fazem parte da atuação da Apremavi na área temática de Políticas Públicas. O objetivo dessa atuação é propor e influenciar a aprovação de legislação específica e políticas públicas ambientais que promovam e garantam o desenvolvimento sustentável no país.

Ao mesmo tempo em que desenvolve projetos em parceria com órgãos governamentais, a Apremavi atua para aprimorar essas políticas públicas dirigidas aos recursos naturais em geral e à Mata Atlântica em particular. Desde sua origem, a Associação identifica problemas, faz denúncias, confecciona laudos sobre delitos ambientais, propõe soluções e opera junto ao Poder Público visando a implementação de políticas que propiciem a conservação e a recuperação dos ecossistemas atlânticos, bem como o aperfeiçoamento da ação dos órgãos governamentais, federais e estaduais, na gestão do meio ambiente em Santa Catarina. Para ampliar essa atuação e fortalecer o terceiro setor,  a Apremavi também participa de diversas redes e coletivos no Brasil e no mundo.

 

Autora: Miriam Prochnow.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.

Apremavi participa da celebração dos 50 anos da Acaprena

Apremavi participa da celebração dos 50 anos da Acaprena

Apremavi participa da celebração dos 50 anos da Acaprena

A Acaprena (Associação Catarinense de Preservação da Natureza), primeira ONG ambientalista de Santa Catarina, completou 50 anos na data de hoje (5/5). Para celebrar e marcar essa data tão importante, um livro que conta sua história e trajetória foi lançado hoje, em Blumenau (SC), e contou com a participação da Apremavi.

A obra “Acaprena – 50 anos da primeira entidade ambiental catarinense”, produzida pela Editora Expressão, conta os detalhes da história da instituição e das suas cinco décadas de atuação. 

 

Obra “Acaprena - 50 anos da primeira entidade ambiental catarinense"

Miriam Prochnow, co-fundadora e coordenadora de projetos da Apremavi, relata a emoção que foi presenciar o lançamento da obra: “Foi um momento de grande felicidade participar da celebração dos 50 anos da Acaprena, a ONG que inspirou e apoiou a criação da Apremavi. Muito além de um intercâmbio de organizações com propósitos comuns, é uma verdadeira rede de pessoas amigas que trabalham em prol de uma vida de qualidade para todas as espécies e profunda conexão com a natureza. Essa energia será muito necessária ainda para superarmos todos os desafios que a humanidade tem pela frente, para se manter na Terra”.

 

Evento de comemoração dos 50 anos da Acaprena e lançamento do livro “Acaprena – 50 anos da primeira entidade ambiental catarinense”. Fotos: Acervo Apremavi.

Apremavi saúda os 50 anos da Acaprena

Logo no início  do livro aparece  a sessão “Apremavi saúda os 50 anos da Acaprena”, onde Miriam Prochnow e Wigold Schäffer, co-fundadores da Apremavi, saúdam a instituição e compartilham detalhes de como a história da ONG está relacionada com a história da Apremavi.

Na década de 1980, na região da Serra da Abelha, a Terra Indígena Laklãnõ, em Ibirama (SC), estava sendo devastada por madeireiros que atuavam sem restrições. A situação levou Miriam Prochnow e Wigold B. Schäffer a procurar orientações junto a Lauro E. Bacca e Lúcia Sevegnani, representantes da Acaprena.

Os dois foram os primeiros a mostrar para Miriam e Wigold o que era uma Organização Não Governamental (ONG) e a incentivá-los a criar uma organização no Alto Vale do Itajaí, dedicada à causa ambiental da região. Assim nasceu a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi)

 

 

Grupo diante de araucária. A segunda da esquerda para a direita é Miriam Prochnow, pioneira da Apremavi, que na época ainda não havia sido fundada. Com echarpe branco no centro da foto, a professora Lúcia Sevegnani, da Acaprena. Foto: Wigold B. Schäffe

Grupo diante de araucária. A segunda da esquerda para a direita é Miriam Prochnow, pioneira da Apremavi, que na época ainda não havia sido fundada. Com echarpe branco no centro da foto, a professora Lúcia Sevegnani, da Acaprena. Foto: Wigold B. Schäffer

A Acaprena

A Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) foi fundada em 05 de maio de 1973 por um grupo de estudantes de Biologia da Universidade Regional de Blumenau (FURB). A ONG tem uma importante atuação na área de educação ambiental e participou de diversas discussões ambientais em Santa Catarina e no Brasil como um todo.

Desde a sua fundação desenvolveu amplo trabalho de educação ambiental, e participou de diversas discussões ambientais em Blumenau, no Estado de Santa Catarina e pelo Brasil. Foi modelo para outras associações criadas em todo Estado que continuam a luta pela conservação da natureza e desenvolvimento sustentável. 

Autora: Thamara Santos de Almeida, com informações da Apremavi e do livro de 50 anos da Acaprena.
Revisão: Carolina Schäffer e Miriam Prochnow.

Matas Legais proporciona troca de experiências entre proprietários rurais no Paraná

Matas Legais proporciona troca de experiências entre proprietários rurais no Paraná

Matas Legais proporciona troca de experiências entre proprietários rurais no Paraná

A história de restauração protagonizada por Renato dos Santos Moreira e Maria Dilce Moreira começa em 1986, em conjunto com a fundação do Assentamento São Luiz II, na cidade de Sapopema (PR). Naquele ano o casal plantou 10 sementes de Araucária, apenas uma germinou.

Em 2012, quase trinta anos depois da germinação da primeira mudinha, a propriedade passou a ser atendida pelo Programa Matas Legais, contando com auxílio e orientações técnicas para diversificar a produção. Hoje o sistema produtivo está dividido entre agricultura orgânica, Sistemas Agroflorestais (SAFs), pecuária, apicultura, piscicultura e silvicultura. Todas as atividades são para subsistência da família. 

Além desse auxílio, a Klabin, o Matas Legais doou 2.090 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica produzidas no Viveiro Jardim das Florestas, da Apremavi, que foram usadas tanto na restauração da Área de Preservação Permanente (APP) da propriedade como na implantação dos SAFs.

Devido ao amor e a dedicação que Renato e Dilce têm pela terra, pela água cristalina e pelo consumo de alimentos sem agrotóxicos, hoje a propriedade é uma referência e recebe visitas de universidades, colégios técnicos agropecuários e do público em geral.

Imagem área da propriedade do Renato dos Santos Moreira e Maria Dilce Moreira em Sapopema (PR). Foto: Weliton Machado

Imagem área da propriedade do Renato dos Santos Moreira e Maria Dilce Moreira em Sapopema (PR). Foto: Weliton Machado

Ações no Assentamento São Luiz II inspiram outros proprietários

Douglas Bedore de Alcântara e Selma Alcantara adquiriram há cerca de 2 anos uma propriedade rural no município de Japira (PR), onde pretendem implantar um sistema sustentável de produção. Dentre as ações previstas está a implantação de Sistemas Agroflorestais e turismo rural. Como o casal Renato e Dilce já possuem SAFs implantados há aproximadamente 12 anos, conquista impulsionada pelo investimento e apoio que a Klabin disponibiliza na região, e trabalham com turismo rural, a Apremavi articulou um encontro de troca de saberes entre os produtores.

Essa experiência presencial demonstrou na prática que é possível conciliar a subsistência, a sustentabilidade da propriedade e estabelecer conexões”, contou Douglas após o dia de transferência de saberes.

Renato, parceiro de longa data do Matas Legais, também relatou a importância da troca de experiências: “a visita foi maravilhosa, pudemos trocar experiências e ideias, fico feliz em ver esse casal voltando para a propriedade rural e contando com o apoio do Matas Legais na doação de mudas e assistência técnica. Assim como nós, tudo isso começa com uma semente“, comenta Renato.

Maurício Reis, coordenador de projetos da Apremavi, comenta que foi uma oportunidade fantástica poder intermediar esse encontro; “casais que até então não se conheciam, porém foram unidos por um fato em comum: a paixão em cuidar do meio onde vivem. Esperamos que o início dessa história possa motivar outras pessoas que também amam, cuidam e defendem a natureza”, relata Maurício.

 

Troca de experiências entre proprietários rurais no Paraná. Foto: Maurício Reis

Encontro de troca de saberes entre proprietários rurais articulado pela Apremavi. Fotos: Maurício Reis e Weliton Machado

Desenvolvendo o Ecoturismo

O Assentamento São Luiz II, onde a propriedade de Renato e Dilce está inserida, possui uma paisagem natural exuberante que desperta interesse para o desenvolvimento de turismo ecológico no Assentamento. Além de ser o território com maior estrutura para receber esse tipo de atividade, Renato e seu filho Rodrigo atuam como guias turísticos locais e fornecem uma oportunidade de imersão na cultura e costumes locais aos visitantes.

 

O Matas Legais

É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que acontece em Santa Catarina e no Paraná. Além de ações para o planejamento e propriedades e paisagens, como as que ocorrem no Assentamento São Luiz II, o projeto desenvolve estratégias de conservação e sustentabilidade para desenvolvimento do negócio florestal para parceiros da Klabin, o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, a melhorar a qualidade de vida da população e aprimorar o manejo florestal sustentável, que é reconhecido por diferentes certificações internacionais.

A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.

> Conheça o Matas Legais

Autor: Maurício Reis.
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Vitor L. Zanelatto, Carolina Schäffer e Elder Monteiro.

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