Pau-brasil, árvore símbolo do Brasil

Pau-brasil, árvore símbolo do Brasil

Pau-brasil, árvore símbolo do Brasil

O Pau-brasil (Paubrasilia echinata) é uma árvore nativa da Mata Atlântica. Ocorre na Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Restinga, a partir do nordeste do Brasil (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia) até o Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Em alguns lugares a árvore é popularmente conhecida como ibirapitanga em tupi-gurani, onde “ybirá” significa “árvore” e “pintanga” representa “vermelho”. A espécie é símbolo do nosso país, segundo a Lei 6.607 de 7 de dezembro de 1978, que também declara o dia do Pau-brasil.

Antes da colonização a árvore era tradicionalmente utilizada pelos povos indígenas para diversas produções bioculturais, como ,a confecção de arcos, flechas, instrumentos musicais e produção de tintura vermelha para pintura corporal. 

Quando os colonizadores chegaram no país, eles se referiram à árvore como “bersil”, que significava “brasa” na época, devido ao vermelho vívido. Aos poucos, ela acabou sendo chamada de pau-brasil, mas também é conhecida como pau-vermelho, pau-de-pernambuco, arabutã, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-rosado e pau-de-tinta.

A extração do pau-brasil pelos portugueses foi uma história que envolveu exploração das florestas e escravização dos povos indígenas, que eram forçados a trabalhar nas matas para a retirada de madeira. Devido a essa exploração histórica, desde 1992 ela encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção.

 

Árvore do Pau-brasil (Paubrasilia echinata). Foto: Wigold Schäffer

Detalhes da Árvore, sementes e flores do Pau-brasil. Fotos: Miriam Prochnow e Wigold Schäffer

Pau-brasil

Nome científico: Paubrasilia echinata Lam.

Família: Fabaceae

Utilização: possui potencial ornamental e paisagístico.

Flor: As flores do pau-brasil, apresentam pétalas e sépalas amarelas, com exceção de uma sépala verde e uma pétala com mancha vermelha.

Frutificação: novembro a janeiro.

Floração: a partir de setembro até meados de outubro.

Coleta de sementes: outubro a novembro.

Status de conservação: Em perigo segundo a Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção publicada em 2022 pelo MMA

 

Referências:

Lorenzi, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992.

Gagnon, E.; Lewis, G.P.; Lima, H.C. Paubrasilia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB602728>. Acesso em: 03 mai. 2023

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor L. Zanelatto.

Bromélia-poço-de-jacó, beleza ameaçada da Mata Atlântica

Bromélia-poço-de-jacó, beleza ameaçada da Mata Atlântica

Bromélia-poço-de-jacó, beleza ameaçada da Mata Atlântica

A bromélia-poço-de-jacó (Billbergia alfonsi-joannis) é uma espécie da família Bromeliaceae que só existe na Mata Atlântica. Ela ocorre nas fitofisionomias da Floresta Ombrófila e Estacional Semidecidual dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.

Por sua exuberante beleza, a poço-de-jacó, como é popularmente conhecida, foi declarada flor símbolo do município de Atalanta (SC).

Ilustração botânica das estruturas morfológicas da bromélia-poço-de-jacó. Figura: retirada da publicação GAIOTTO, Daniel Ferraz; TARDIVO, Rosângela Capuano; CERVI, Armando Carlos. O gênero Billbergia Thunberg (Bromeliaceæ) no estado do Paraná, Brasil. Fontqueria, 2010.

Ilustração botânica das estruturas morfológicas da bromélia-poço-de-jacó. Figura: retirada da publicação GAIOTTO, Daniel Ferraz; TARDIVO, Rosângela Capuano; CERVI, Armando Carlos. O gênero Billbergia Thunberg (Bromeliaceæ) no estado do Paraná, Brasil. Fontqueria, 2010.

As plantas epífitas, relação ecológica onde uma planta vive sobre a outra, como a bromélia-poço-de-jacó, desempenham papéis fundamentais no ecossistema, como manutenção da umidade, abrigo e alimento para a fauna, ciclagem de nutrientes e regulação climática. 

O nome popular da espécie “poço de jacó” vem justamente de um desses papéis fundamentais, devido às pequenas poças de água que se formam em sua base, que acabam sendo habitats importantes para várias espécies de animais, sobretudo anfíbios e insetos.

Atualmente, a espécie está ameaçada de extinção no estado de Santa Catarina, sendo categorizada como Vulnerável, devido à perda de habitat (desmatamento da Mata Atlântica) e coleta predatória, em decorrência do uso ornamental e econômico da espécie.

Se você vir uma espécie de jacó na natureza, por favor, apenas observe e não colete! A coleta predatória é uma das principais ameaças de extinção para a espécie.

 

bromélia-poço-de-jacó (Billbergia alfonsi-joannis). Foto: Miriam Prochnow

Bromélia-poço-de-jacó (Billbergia alfonsi-joannis). Fotos: Miriam Prochnow e Wigold Schäffer

Bromélia-poço-de-jacó

Nome científico: Billbergia alfonsi-joannis Reitz

Família: Bromeliaceae

Utilização: a espécie possui potencial ornamental

Flor: verdes com brácteas rosáceas

Frutificação: desconhecida

Floração: julho e outubro a dezembro

Status de conservação: Não avaliada na IUCN, não ameaçada na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção publicada em 2022 e Vulnerável no estado de Santa Catarina segundo a Resolução CONSEMA Nº 51/2014

 

Fontes consultadas:

GAIOTTO, Daniel Ferraz; TARDIVO, Rosângela Capuano; CERVI, Armando Carlos. O gênero Billbergia Thunberg (Bromeliaceæ) no estado do Paraná, Brasil. Fontqueria, 2010.

MARTINELLI, Gustavo et al. Bromeliaceae da Mata Atlântica brasileira: lista de espécies, distribuição e conservação. Rodriguésia, v. 59, p. 209-258, 2008.

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi avança na implementação da Agenda 2030

Apremavi avança na implementação da Agenda 2030

Apremavi avança na implementação da Agenda 2030

A Apremavi recebeu o selo de signatária do Movimento ODS SC em 2023, que reconhece a implementação da agenda 2030 na organização.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) fazem parte de uma agenda mundial composta por 17 objetivos interconectados e 169 metas a serem alcançadas até 2030. A criação dos ODS foi um processo longo e complexo envolvendo diversos segmentos da sociedade mundial, até que em 2015, os países membros da ONU negociaram um acordo final sobre eles durante uma Assembléia Geral. 

Em 2020 a Apremavi iniciou um movimento de implantação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a partir de um diagnóstico em todas as áreas da organização. Além disso, foram realizadas e apoiadas diversas organizações realizadas sobre o tema, atividades de educação ambiental, doação de mudas para plantios e realização de lives sobre o tema.

> Conheça a página de ODS da Apremavi 

 

O Movimento ODS Santa Catarina é um movimento social constituído por voluntários, de caráter apartidário, plural e ecumênico criado com o objetivo de facilitar a incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no dia-a-dia das pessoas e na prática das organizações catarinenses. Em SC o Movimento possui 736 signatários, entre pessoas físicas e jurídicas, de 68 municípios que estão articulados em 13 comitês.

A Apremavi é signatária do Movimento ODS SC, por meio do Comitê do Vale Europeu, desde de 2020. No início de abril a organização recebeu o selo de 2023, em reconhecimento ao cumprimento dos compromissos e realizações de ações inerentes os desenvolvimento dos ODS como signatário enviando o Relatório de Compromissos 2022.

Selo Signatário do Movimento ODS SC 2023

Selo signatário do movimento ODS SC de 2023

Os ODS em destaque

Cada vez mais, a Apremavi busca pautar a Agenda 2030 desde o planejamento das ações. Além disso, destacar a presença dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e quais os caminhos para que impactos efetivos sejam realizados nas estratégias de comunicação é uma das formas de ampliar o debate e promover o assunto na comunidade e no público que a organização concentra em seus canais, muitas vezes utilizados como referência por professores, pesquisadores e jornalistas.


A partir das metas previstas em cada ODS, as ações desenvolvidas pela Apremavi em seus projetos e áreas temáticas serão identificados no site, em uma seção dedicada. O símbolo dos ODS presentes nas atividades irão aparecer dessa forma:

Essa ação está relacionada com os ODS:

 

Autores: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi contribui para avanço no debate do extrativismo do pinhão

Apremavi contribui para avanço no debate do extrativismo do pinhão

Apremavi contribui para avanço no debate do extrativismo do pinhão

Nos dias 31 de março a 1 de abril, início da safra do pinhão em Santa Catarina, a Apremavi participou da Festa da Colheita do Pinhão em São Joaquim (SC). O objetivo do evento foi estimular a atuação das entidades que atuam no uso e conservação de recursos naturais para promoção do desenvolvimento da cadeia do pinhão.

Organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de São Joaquim e Região (SINTRAF) e o Centro Vianei de Educação Popular, a iniciativa possibilitou discussões sobre o extrativismo do pinhão em território catarinense que, cada vez mais, precisa estar alinhado a urgência da restauração e conservação da Floresta com Araucárias e seus ecossistemas associados.

O primeiro dia do evento ocorreu na Casa da Cultura, no centro de São Joaquim, com o Seminário da Cadeia do Pinhão. O debate apontou a necessidade de ações para  o manejo e o uso sustentável do pinhão na Serra Catarinense. Nesse sentido, o fortalecimento da cadeia produtiva, o desenvolvimento de estratégias para agregar valor; organização social e produtiva da agricultura familiar e das redes de conhecimento integrando as ações de pesquisa, assessoria técnica e capacitação foram apontadas como demandas pelos participantes.

Na oportunidade Wigold Schäffer, co-fundador e conselheiro da Apremavi, ministrou uma palestra sobre a importância e conservação da Araucária angustifolia com foco nos projetos que a instituição desenvolve. Em relação ao status de conservação das florestas de Santa Catarina, Wigold destacou uma das conclusões do Inventário Florístico e Florestal de Santa Catarina: “O empobrecimento das florestas catarinenses decorre das constantes intervenções humanas na floresta, como a exploração indiscriminada de madeira, roçadas e, principalmente no planalto e no oeste catarinense, o pastoreio de bovinos dentro da floresta, surtiram estes efeitos”.

O segundo dia do evento contou com atividades práticas, culturais e de integração. Uma das atividades práticas conduzidas foi a Sapecada de Pinhão, tradicional preparação das sementes da araucária em fogueiras feitas com as grimpas secas dos pinheiros, herança dos tropeiros da região Sul do Brasil.

Fala do Wigold Schäffer na festa da colheita do pinhão. Foto: Edilaine Dick

Registros de diversos momentos da Festa da Colheita do Pinhão. Fotos: Edilaine Dick e Wigold Schäffer

A Floresta com Araucárias

Cientificamente denominada como Floresta Ombrófila Mista, é uma das fitofisionomias constituintes da Mata Atlântica. Abriga uma grande diversidade de espécies, muitas delas encontradas unicamente nessa formação florestal e estão ameaçadas de extinção, como é o caso Araucaria angustifolia, endêmica e predominante desse local, conhecida popularmente como pinheiro-brasileiro.

A espécie surgiu durante o período Jurássico, há cerca de 200 milhões de anos. Nesse período eram abundantes, mas estima-se que atualmente a extensão da Floresta com Araucária em remanescentes bem conservados está reduzida a 3% em Santa Catarina e 0,8% no estado do Paraná, de sua distribuição original.

> Leia: Pintura rupestre inédita de araucária é descoberta no Paraná

Os povos indígenas guaranis e kaingangs, que habitavam a região Sul do Brasil antes da chegada dos europeus, já utilizavam as sementes de araucária (pinhão) como alimento, comestíveis e ricas em nutrientes. A partir da presença de imigrantes europeus no território  a espécie começou a ser explorada comercialmente, sobretudo pela madeira de alta qualidade.

Além da importância para os povos indígenas, a espécie possui uma grande importância ecológica. Uma das principais é a produção de pinhões para a fauna, que são fonte de alimento para espécies de aves, roedores e marsupiais, destacando a cutia, os papagaios como o papagaio-de-peito-roxo, o papagaio charão e a gralha-azul, que além de se alimentarem desse recurso auxiliam em sua dispersão.

A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) é uma das principais dispersoras de sementes da Araucária. Ao coletar os pinhões para armazená-los, ela os enterra e, acaba auxiliando na germinação e origem de novos pinheiros.

 

Período de defeso do pinhão

O período de defeso do pinhão é um período em que é proibida a coleta e a comercialização dessas sementes. O objetivo é proteger a espécie durante o período reprodutivo, garantindo a restauração natural das florestas e a manutenção da biodiversidade local.

Além da importância para a Araucária o período de defeso é essencial para algumas espécies de animais, já relatadas anteriormente, que dependem dos pinhões como fonte de alimento. Essa proibição da coleta e da comercialização durante o período de defeso ajuda a garantir que essas espécies tenham acesso aos pinhões, contribuindo para a manutenção da cadeia alimentar e da biodiversidade local.

Ao nível federal, a Portaria Normativa 20 de 27/09/1976 emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estabeleceu a data de 15 de abril para o início da colheita, transporte e comercialização do pinhão.

Contudo, ao nível estadual, o Estado de Santa Catarina, por meio da Lei nº 15.457, de 17 de janeiro de 2011, fixou o início da colheita no dia 1° de abril, data em que a festa da colheita do pinhão foi realizada. Como as portarias têm significância inferior às leis, a data definida pela legislação catarinense é postulada como o início da colheita no estado.

 
Soluções possíveis em prol da conservação da Araucária

Apesar das ameaças que a espécie enfrenta e dos diversos desafios em prol da sua restauração e conservação, é notório que a restrição legal à exploração e corte de Araucária e outras espécies madeireiras, que já perdura por mais de vinte anos, vem dando uma chance para a Florestas com Araucárias, que em algumas regiões está num lento e gradual processo de recuperação de sua estrutura e biodiversidade. 

Essa recuperação deve ainda levar décadas em razão do reduzido percentual de remanescentes espalhados em milhares de fragmentos isolados já altamente degradados por exploração madeireira predatória e conversão de áreas para atividades agropecuárias no passado. 

Atualmente, algumas atividades econômicas são aliadas da recuperação da Floresta com Araucárias, a exemplo do turismo ecológico que está em franco desenvolvimento nas regiões serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e se vale do destaque dos pinheiros na paisagem como atrativo turístico. Outra atividade que contribui para a preservação da araucária é a sua semente, o pinhão, altamente nutritivo e apreciado como alimento. A coleta e venda do pinhão gera renda para muitas famílias de coletadores e também para os proprietários de terras.

Essas atividades econômicas, desde que desenvolvidas com os cuidados ambientais necessários, merecem apoio de políticas públicas e devem ser estimuladas ao mesmo tempo, em que deve ser fortemente combatida qualquer tentativa, sob qualquer pretexto, de reabrir o corte ou a exploração madeireira comercial na Floresta com Araucárias sob risco de extinção dos últimos exemplares de araucária, de canela-preta, de canela-sassafrás, de cedro, de peroba e de centenas de outras espécies vegetais e animais que ainda guardam a carga genética e permitem gradual recuperação da floresta.

Outra atividade que merece ser estimulada é o plantio e reflorestamento com araucária, erva-mate, goiaba-serrana e outras espécies, principalmente as frutíferas. Esses plantios podem ser feitos em sistema agroflorestal, permitindo também o consórcio com espécies agrícolas, ampliando a produção de alimentos nas áreas restauradas.

 

Restaurar é urgente!

A Apremavi atua em ações de conservação e restauração da Floresta com Araucárias. Entre os anos de 2013 e 2015 implementou o Projeto Araucária, que promoveu a restauração de 92 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal em pequenas propriedades rurais, além de plantios em zonas de amortecimento de Unidades de Conservação de Santa Catarina, como o Parque Nacional das Araucárias

Em 2022 a Apremavi iniciou a implantação do Conservador das Araucárias, projeto em parceria com a Tetra Pak que vai restaurar 7.000 hectares prioritariamente na área de abrangência da Floresta com Araucária em Santa Catarina, no Paraná e em São Paulo. 

 

Autores: Tatiana Arruda Correia, Wigold Schäffer e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.
Foto de capa: Registro da Pinha da Araucária em uma das atividades da Festa da Colheita do Pinhão, por Wigold Schäffer.

Ecoloja on-line da Apremavi é lançada no Dia Nacional da Botânica

Ecoloja on-line da Apremavi é lançada no Dia Nacional da Botânica

Ecoloja on-line da Apremavi é lançada no Dia Nacional da Botânica

No Dia Nacional da Botânica a Apremavi lança a ecoloja on-line com produtos da biodiversidade da Mata Atlântica

 
História do Dia Nacional da Botânica

A botânica é a ciência que estuda as plantas, desde sua estrutura, fisiologia e evolução, até seu uso econômico e medicinal. É uma área muito importante para a compreensão da biodiversidade do planeta e para a conservação dos ecossistemas naturais.

O Dia Nacional da Botânica, celebrado no dia 17 de abril, foi instituído pela Lei nº 1.147, de 24 de maio de 1994, em homenagem às comemorações dos 200 anos do nascimento do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868).

Martius chegou no Brasil em 1817, na comitiva de intelectuais que acompanhava a Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I. Ele realizou expedições científicas no Brasil entre os anos de 1817 e 1820, e depois entre 1823 e 1831, acompanhado do zoólogo Johann Baptiste von Spix. Durante essas viagens, ele coletou e estudou uma grande quantidade de espécies de plantas, animais e minerais, além de fazer observações sobre a geografia e as culturas indígenas brasileiras.

Coletou itens da flora nacional, catalogou e os descreveu na obra Flora Brasiliensis, considerada uma das obras mais importantes da botânica mundial que serve como referência nos dias atuais para a botânica brasileira e encontra-se disponível on-line. 

> Acesse na íntegra a Flora Brasiliensis

Flora Brasiliensis

Uma das ilustrações botânicas presentes na obra Flora Brasiliensis, o exemplo em questão é uma prancha de uma espécie do gênero Billbergia da família Bromeliaceae. Fonte: Flora Brasiliensis.

A importância de exemplos da biodiversidade brasileira

Um estudo publicado em 2021, conduzido com professores brasileiros, mostrou que 57% deles nunca abordam ou raramente abordam a biodiversidade local em aulas de Ciências e Biologia, o que dificulta a compreensão das espécies locais, suas ameaças e a promoção da sustentabilidade. Um dos fatores apontados pelos professores  para essa pouca abordagem foi a falta de conhecimento sobre a biodiversidade local.

No início deste ano publicamos uma matéria sobre a impercepção botânica, que está relacionada com a incapacidade ou tendência que as pessoas têm de não perceberem ou ignorarem a presença das plantas e sua relação ecológica que se soma a importância de atuarmos na falta de conhecimento sobre a biodiversidade local.

 

Ecoloja da Apremavi: uma forma de aproximação com a biodiversidade da Mata Atlântica

Visitar a Apremavi é mergulhar em algumas das mais belas paisagens da Mata Atlântica, onde a  biodiversidade local inspira e motiva o público a contribuir com a restauração das florestas e a conservação da biodiversidade. Além das lembranças, nossos visitantes buscam levar pra casa algum item para materializar essa experiência, assim a Ecoloja da Apremavi surgiu a partir dessa demanda.

Nossos produtos são inspirados no contato direto e intenso com a Mata Atlântica e sua biodiversidade, sem esquecer o ativismo, propósito e utilidade. A Ecoloja on-line, lançada hoje, é uma oportunidade para aqueles que ainda não puderam estar presencialmente na Apremavi, e também para quem se apaixonou por algum dos nossos produtos e quer comprar novamente.

Comprar os nossos produtos contribui efetivamente para a divulgação da biodiversidade local, a agenda da restauração e também para a troca de conhecimentos em prol da conservação da natureza, uma vez que parte da arrecadação é destinada à sustentabilidade da Apremavi, incluindo atividades de manutenção do Viveiro Jardim das Florestas e a oferta dos Programas de Visitas e Estágios em nosso Centro Ambiental. 

 

> Conheça a Ecoloja

Ecoloja da Apremavi

Autores: Vitor Lauro Zanelatto e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Primeiro trimestre é marcado por visitas de instituições de ensino na Apremavi

Primeiro trimestre é marcado por visitas de instituições de ensino na Apremavi

Primeiro trimestre é marcado por visitas de instituições de ensino na Apremavi

Após os anos críticos da pandemia do Covid-19, do recesso escolar e férias, o Programa de Visitas Guiadas da Apremavi voltou com tudo em 2023.

O primeiro trimestre do ano foi marcado pela visita de 168 pessoas de diferentes instituições de ensino do Alto Vale do Itajaí (SC) e do exterior, dentre elas a Fundação do Meio Ambiente de Nova Veneza, o Colégio Unidavi de Rio do Sul, a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) de Ibirama, a Escola de Educação Básica (EEB) Silva Jardim de Alfredo Wagner, a EEB Prefeito Arno Siewerdt de Pouso Redondo, o Centro Educacional (CE) Leandro dos Santos de Ituporanga, a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade de Yale.

As visitas aconteceram na sede da Apremavi, em Atalanta (SC), onde o público conheceu o processo de produção de mudas do Viveiro Jardim das Florestas, as instalações do Centro Ambiental, a Trilha da Restauração, tendo a oportunidade de contemplar as belezas da Serra do Pitoco e conhecer uma das principais nascentes do município. Além disso, alguns grupos visitaram a RPPN Serra do Pitoco, que em 2022 completou 25 anos de existência, e também o principal atrativo turístico do município, a Cachoeira Perau do Gropp, que está localizada dentro do Parque Natural Municipal Mata Atlântica.

Visitação no Parque Mata Atlântica

Visitas no Viveiro Jardim das Florestas, Centro Ambiental da Apremavi e Parque Natural Municipal da Mata Atlântica em Atalanta (SC). Fotos: Arquivo Apremavi

“As visitas técnicas na Apremavi são de fundamental importância, tanto para os estudantes quanto para a própria Apremavi, pois é durante as visitas de campo que os visitantes podem vivenciar na prática o que aprendem na teoria em sala de aula”, relata Edegold Schäffer, Coordenador Geral do Viveiro da Apremavi, que em conjunto com a Taís Fontanive, Auxiliar Administrativo da instituição, conduz a maior parte das visitas guiadas. 

O Programa de Visitas segue com agenda aberta e para grupos com mais de 5 pessoas é necessário fazer o agendamento prévio.

Visite a Apremavi em 2023 você também!

> Agenda a sua visita

 

Autora: Taís Fontanive.
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto.

Apremavi estrela documentário lançado pela TV alemã

Apremavi estrela documentário lançado pela TV alemã

Apremavi estrela documentário lançado pela TV alemã

Lançado no dia 01 de abril, o documentário da série Plan B, de iniciativa da maior emissora pública alemã, a ZDF, comunica a trajetória e divulga o trabalho da Apremavi. Os filmes da série contam histórias de sucesso e apresentam ideias para resolver problemas, mostrando que há outros caminhos a percorrer.

“Florestas para Cidade - Recuperação contra as Mudanças Climáticas

Urwald für die Stadt – Aufforsten gegen den Klimawandel”, título em alemão para “Florestas para Cidade – Recuperação contra as Mudanças Climáticas”, mostra iniciativas e projetos para um futuro ecológico e sustentável, com tecnologias e atividades que visam a recuperação de florestas. O documentário tem a autoria de Gesine Enwaldt e Ingo Mende, com apoio de Nikolaus Tarouquella-Levitan, que estiveram em Atalanta (SC), em maio de 2022.

Na Apremavi a equipe conheceu todo o processo de produção de mudas, além de participar de um plantio de restauração de uma nascente. Também visitou a Krüger Haus, em Trombudo Central (SC), que desenvolve atividades de resgate da história da colonização alemã e é parceira da Apremavi em vários plantios de restauração. Uma das áreas restauradas junto com eles forma um dos primeiros Bosques de Heidelberg no Brasil.

Gravações da participação da Apremavi em documentário lançado pela TV alemã

Bastidores das gravações da participação da Apremavi em documentário lançado pela TV alemã. Fotos: Miriam Prochnow e Nikolaus Tarouquella-Levitan. 

A co-autora do documentário, Gesine, comenta que as mudanças climáticas estão destruindo nossas florestas, com secas, incêndios e cada vez mais tempestades: “em todo o mundo, as pessoas estão procurando maneiras de impedir a morte das florestas. A própria natureza oferece as melhores receitas para florestas saudáveis: não só no campo, mas também na cidade. Mesmo entre asfalto e concreto, florestas de resfriamento podem ser plantadas nas menores áreas, como é o caso das Tiny Forest, conceito de pequenas florestas desenvolvido pelo japonês Akira Miyawaki principalmente para terrenos baldios nas cidades”, enfatiza Gesine.

 

Plantadores de florestas pelo mundo: uma interação necessária 

O exemplo mostrado no documentário, das 14 pequenas florestas plantadas na Alemanha e na Polônia, com o incentivo do cientista florestal Stefan Scharfe, interage com o trabalho da Apremavi em salvar a Mata Atlântica, como contam no filme os seus fundadores, Wigold Schaffer e Miriam Prochnow. 

“Quando fundamos a Apremavi tivemos que aprender muitas coisas do zero: como produzir árvores nativas, como plantar florestas, como convencer a população a conservar a Mata Atlântica. Hoje, 36 anos e 9 milhões de mudas plantadas depois podemos dizer que a instituição já atingiu alguns objetivos, entretanto, as crises que a humanidade enfrenta hoje nos obrigam a continuar ainda com mais propósito a trabalhar pela nossa missão”, comenta Wigold Schaffer.

Carolina Schaffer, atual vice-presidente da Apremavi, acompanhou as filmagens e comenta que o documentário vem em boa hora por entender que não estamos sozinhos na, por vezes exaustiva, luta pela restauração das áreas degradadas e pela conservação do solo, da biodiversidade e da água, luta que nos enche de energia. “Não importa o lugar nem o tamanho da ação, o importante é que todas as gerações estejam envolvidas e tenham a intenção de fazer algo para garantir o nosso futuro” comenta Carolina. 

“A interação entre essas iniciativas deve continuar”, comenta Miriam Prochnow, que tem ancestrais vindos da região da Pomerânia e quer muito visitar a primeira Tiny Forest da Polônia, “Miyawaki”, plantada nessa região por iniciativa de Agnieszka e Nikolaus Tarouquella-Levitan. A pequena floresta fica na Pomerânia Ocidental, em Rozwarów, no município de Kamień Pomorski, onde voluntários da Fundação Perspektywa plantaram 4,5 mil mudas. “Em recente visita à Alemanha esse foi um dos debates principais com os amigos plantadores de florestas: como fazer para que mais e mais pessoas se sintam estimuladas a plantar árvores e contribuir no combate às mudanças climáticas e ao estabelecimento de um sentimento de solidariedade e paz ao redor do mundo” reflete Miriam.

Gravações na Primeira Tiny Forest na Polônia

Primeira Tiny Forest da Polônia, “Miyawaki”, plantada nessa região por iniciativa de Agnieszka e Nikolaus Tarouquella-Levitan. Foto: Nikolaus Tarouquella-Levitan.

Autoras: Miriam Prochnow e Carolina Schaffer
Revisão: Thamara Santos de Almeida
Foto de capa: extraída do documentário.

Matas Sociais doa mudas para Bosque Renascer

Matas Sociais doa mudas para Bosque Renascer

Matas Sociais doa mudas para Bosque Renascer

As mulheres do Assentamento Guanabara, localizado em Imbaú (PR), realizaram o plantio do Bosque Renascer como uma homenagem póstuma às mulheres militantes do grupo de assentados que já faleceram e estiveram presentes nas lutas pelos direitos delas enquanto vivas. O plantio contou com a doação de 100 mudas e apoio da Apremavi, através do Programa Matas Sociais.

O plantio foi realizado em abril de 2022 e envolveu cerca de 50 pessoas. Cada árvore plantada representa uma militante que lutou pelas causas inerentes à existência do MST, como a produção de alimentos saudáveis e o cuidado com a natureza; a busca para que todas as pessoas que estão em algum acampamento sejam assentadas; o respeito pela vida e a dignidade humana. 

“A criação do bosque é de extrema importância pelo fato de valorizar e destacar a importância fundamental das mulheres em nossa sociedade. Além disso, projetos como o Matas Sociais que fortalecem a agricultura familiar e promovem a sustentabilidade são de extrema notoriedade para o crescimento das comunidades locais”, comenta Emílio André Ribas, Coordenador de Projetos da Apremavi pelo programa Matas Sociais.

 
O Programa Matas Sociais

É uma parceria entre a Klabin, a Apremavi e o Sebrae que contribui para o fortalecimento social, econômico e ambiental de pequenas e médias propriedades rurais em benefício da agricultura familiar e do desenvolvimento sustentável.

 
A parceria da Apremavi com o MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento social que procura articular e organizar os trabalhadores rurais e a sociedade para conquistar a reforma agrária. Em quase 40 anos de história, mais de 450 mil famílias foram assentadas em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de terem sido criadas 120 agroindústrias e 190 cooperativas.

Dentre as bandeiras do MST está o plantio de árvores nativas, tendo o movimento criado uma campanha para plantar 100 milhões de árvores em assentamentos de todo o país nos próximos 10 anos. Em Santa Catarina a meta é de 4 milhões de árvores plantadas. Para alcançar essas metas ambiciosas, Apremavi e MST tem trabalhado no desenvolvimento de algumas ações em conjunto.

Veja como a Apremavi e o MST têm trabalhado juntos para restaurar a Mata Atlântica em Santa Catarina.

Autores: William Villar de Castro Ribas, Vitor Lauro Zanelatto e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Ainda há tempo de combatermos as mudanças climáticas, agir é urgente!

Ainda há tempo de combatermos as mudanças climáticas, agir é urgente!

Ainda há tempo de combatermos as mudanças climáticas, agir é urgente!

“Nossas escolhas reverberarão por centenas, até milhares de anos” –  trecho da apresentação do relatório-síntese do IPCC, lançado em março de 2023.


Nas últimas semanas dois relatórios importantes no contexto das mudanças climáticas foram lançados: o reporte síntese do sexto relatório do IPCC para tomadores de decisão (Synthesis Report of The IPCC sixth Assessment Report: Summary for Policymakers) e o décimo relatório do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), dedicado ao território brasileiro.

Em comum, as duas produções reafirmam o cenário de emergência climática, apresentando dados robustos e delimitando estratégias efetivas para que os ecossistemas e contribuições na natureza não sejam completamente colapsados e a vida na Terra ainda seja possível. 

Confira os detalhes dos relatórios: 

Relatório IPCC 2023: reporte para tomadores de decisão

Focado na descarbonização e adaptação, o documento apresenta o mais robusto diagnóstico científico dos impactos e custos de implementação de estratégias para combater a emergência climática. 

O novo relatório síntese do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU), divulgado na última semana, não apresenta grandes novidades em seu conteúdo sobre a necessidade imediata de combater a mudança no clima. Os últimos reportes já indicaram que limitar o aumento da temperatura mundial até 1,5 ºC é pouco tangível, dada a inação dos países em combater as emissões de gases do efeito estufa.

Projeções indicam que o limite será ultrapassado entre 2030 e 2035, ainda que temporariamente (no momento já são 1,1ºC acima da era pré-industrial). Diversos cenários são projetados para o futuro, e apenas naqueles em que há ações mais ambiciosas de redução de gases de efeito estufa (GEE), o mundo consegue voltar à temperatura abaixo desse limiar antes do fim do século. Tomar as rédeas do aumento da temperatura é uma questão de sobrevivência para milhares de espécies e ecossistemas, para o equilíbrio global de todas as formas de vida na Terra; inclusive para a espécie humana, de modo especial para as populações humanas mais vulneráveis. 

> Leia mais sobre justiça climática

A novidade do relatório está nas negociações e incidência que ocorreu nas entrelinhas das 37 páginas que constituem o relatório. Cientistas e líderes governamentais estiveram em diálogo para que o texto extravase os parâmetros científicos e seja, de forma ainda mais prática, norteador de iniciativas na esfera governamental. Os cientistas projetaram diversos cenários para o futuro, e apenas naqueles em que há ações mais ambiciosas de redução de gases de efeito estufa (GEE), o mundo consegue voltar à temperatura abaixo desse limiar antes do fim do século.

> Acesse a íntegra do relatório (inglês)

 

Impactos das mudanças climáticas. Fonte: IPCC. Adaptado pela Apremavi.<br />

Impactos das mudanças climáticas. Fonte: IPCC. Adaptado pela Apremavi.

Na apresentação síntese do relatório, quatro mensagens-chave são destacadas aos tomadores de decisão para que a emergência climática seja controlada:
・Reduzir as emissões de forma rápida e acentuada para criar um mundo mais seguro e sustentável;
・Ampliar as práticas e a infraestrutura para aumentar a resiliência;
・Reduzir as emissões globais de GEE (Gases do Efeito Estufa) em quase metade até 2030;
・Pulverizar as ações necessárias ao longo de várias dimensões.

A defesa de uma ação urgente e de qualificar as estratégias também são pautadas. Com opções experimentadas e testadas disponíveis para implementação imediata, não há desculpa para inação. O relatório ainda defende que as medidas precisam ser projetadas para diversos contextos, ampliadas e aplicadas amplamente, demonstrando uma qualificação do debate e da interseccionalidade que a mudança no clima possui. 

 

 

Fatores humanos que permitem a ação contra as mudanças climáticas. Fonte: IPCC. Adaptado pela Apremavi.

Fatores humanos que permitem a ação contra as mudanças climáticas. Fonte: IPCC. Adaptado pela Apremavi.

Décimo relatório do SEEG 2023

Lançado no final de março pelo SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, o décimo relatório de análise das emissões brasileiras trouxe um histórico das emissões de gases de efeito estufa desde 1970 a 2021 relacionando as implicações dessas emissões para as metas climáticas do país.

O relatório é dividido entre a sessão do sumário executivo, com um resumo dos principais pontos levantados pela publicação. Em seguida, as mudanças na metodologia de avaliação são apresentadas, bem como, as emissões por setor (agropecuária, energia, resíduos e mudanças de uso da terra e florestas). Além disso, são apresentadas as emissões por estado e por fim as relações com os dados apresentados com políticas brasileiras e caminhos possíveis para o novo governo.

O principal ponto levantado pelo relatório é que em uma década (2010 a 2021) as emissões brutas de gases de efeito estufa cresceram em 40%, mesmo com a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, a PNMC, em 2010. A atividade que mais contribuiu para esse aumento foi o desmatamento, seguido da pecuária, energia, processos industriais e resíduos. O que fez com que a última década fosse considerada como perdida pela luta contra o aquecimento global segundo o Observatório do Clima

Só no último ano de avaliação do relatório, em 2021, o Brasil emitiu 2,4 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa, um aumento de 12,2% em relação a 2020, quando o país havia emitido 2,1 bilhões de toneladas. Essa aceleração é mais do que duas vezes superior à média mundial estimada para o mesmo ano, sendo esse o maior aumento de emissões em quase duas décadas. 

 

Recomendações para o novo governo segundo o relatório do SEEG

Com base nas lições aprendidas em dez anos de SEEG, o Observatório do Clima faz as seguintes recomendações ao novo governo:

  • Corrigir imediatamente a “pedalada” de carbono da NDC brasileira, antes da SB58, a reunião intersessional da UNFCCC em Bonn em junho de 2023; paralelamente, abrir um processo participativo de construção de uma NDC para 2030 que substitua a primeira e que seja compatível com a meta de 1,5°C. 
  • Elaborar um plano de implementação da NDC. 
  • Estabelecer uma trajetória para as emissões do Brasil, que preveja orçamentos de carbono com valores máximos a emitir a cada ano ou a cada cinco anos, incluindo uma proposta de trajetória de redução de desmatamento e de aumento da regeneração e recuperação florestal. 
  • Ampliar o Programa ABC, no Ministério da Agricultura, com vistas a que todo o recurso do Plano Safra possa ser destinado à agropecuária de baixa emissão. 
  • Retomar a Plataforma ABC e o Comitê técnico de acompanhamento para o monitoramento, verificação e reporte das reduções das emissões de gases de efeito estufa no setor agropecuário. 
  • Entregar à ONU até 2024 a estratégia de longo prazo do Brasil para a descarbonização da economia até o meio do século. 
  • Para atacar as emissões dos setores de energia e processos industriais, é importante que sejam retomados os esforços de elaboração e atualização de planos setoriais de mitigação de emissões, como o plano setorial de transporte e de mobilidade urbana (PSTM). Tendo como ponto de partida amplos debates com a sociedade, esses planos precisam estabelecer mecanismos eficazes de redução de emissões, bem como de mensuração e monitoramento de metas. 
  • Desincentivar o uso de termelétricas a gás natural inflexíveis — que operam continuamente, independentemente das condições de geração de outras categorias de usinas, em especial as previstas na lei de privatização da Eletrobras, que aumentarão em um terço as emissões do setor elétrico brasileiro. 
  • Implementar o Plano Nacional de Resíduos Sólidos com foco no encerramento de lixões e na aplicação de medidas de mitigação de emissões (e.g valorização da fração orgânica, aproveitamento energético e outros).

> Confira a íntegra do documento

 

Sobre o IPCC

O IPCC é um órgão científico intergovernamental criado em 1988 pelas Nações Unidas (ONU) como uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O órgão é composto por diversos especialistas em clima que trabalham de forma voluntária em diversos grupos de trabalho com o objetivo de fornecer informações científicas objetivas sobre as mudanças climáticas, suas consequências e opções de resposta. Os relatórios produzidos são baseados em evidências científicas sólidas e revisados por pares, são amplamente considerados como a fonte mais autorizada de informações sobre o clima e são usados por governos e organizações em todo o mundo para orientar políticas e decisões relacionadas ao clima.

 

Sobre o SEEG

O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) é uma iniciativa do Observatório do Clima que compreende a produção de estimativas anuais das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no território brasileiro. O portal conta com uma série de documentos analíticos sobre a evolução das emissões de forma simples e clara sobre os métodos e dados do sistema.

Anualmente o SEEG é atualizado oferecendo informações detalhadas sobre as emissões de GEE por setor econômico, atividades e fontes específicas. Atualmente, o SEEG aponta 87 soluções nos setores de Transportes, Energia Elétrica, Resíduos, Agropecuária e Mudanças de Uso da Terra e Florestas.

 

Sobre o Observatório do Clima

O Observatório do Clima (OC) completou 21 anos no último dia 23 de março e é a maior rede de entidades da sociedade civil dedicada ao debate sobre as mudanças climáticas no Brasil. 

É composto por mais de 80 organizações da sociedade civil que trabalham em prol da mitigação das mudanças climáticas, sendo uma referência no Brasil e no mundo em relação às questões relacionadas às mudanças climáticas e às ações necessárias para combatê-las. Ele é responsável pela publicação do SEEG desde 2013.

Autores: Vitor Lauro Zanellato e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: ©️ Carolina Schäffer.

Pela criação do Parque Nacional da Serra Vermelha!

Pela criação do Parque Nacional da Serra Vermelha!

Pela criação do Parque Nacional da Serra Vermelha!

No sul do estado do Piauí existe um significativo remanescente florestal pertencente aos domínios da Mata Atlântica e já altamente ameaçado por carvoeiros que pretendem derrubar a floresta para fabricar carvão. Essa região é chamada Serra Vermelha.

A Serra Vermelha possui cerca de 120.000 hectares, compreendendo o encontro de três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Por isso, é uma região importante, considerada floresta relictual, ou seja, seus remanescentes são muito antigos.

Por representar uma zona de contato entre formações, chamada de tensão ecológica, isso reflete em uma rica biodiversidade, com espécies inclusive ameaçadas de extinção, com destaque para a onça-pintada, onça-parda, tamanduá-bandeira, umburana-de-cheiro, jurema, etc.

Além da sua importância para a biodiversidade, a Serra Vermelha é uma área de beleza cênica extraordinária, podendo ser explorada pela atividade de ecoturismo. 

Faz parte da região abrangida pelos Parques Nacionais da Serra das Confusões e Serra da Capivara.

A conservação da região também ajudaria a evitar a erosão e desertificação, uma vez que ela serve de divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Parnaíba e São Francisco, recarga de aquíferos e mananciais das nascentes do rio Paraim – Gurguéia, Piauí e riachos temporários do São Francisco.

A problemática da Serra Vermelha iniciou em 2006 quando ambientalistas constataram que a empresa carioca JB Carbon estava transformando em carvão a última floresta do semiárido nordestino, de aproximadamente 300 mil hectares. A ação chamou a atenção da imprensa nacional e o IBAMA em Brasília mandou suspender o projeto imediatamente.  Diante do escândalo, a Procuradoria da República entrou com uma Ação Civil Pública para acabar de vez com o projeto.

Campanha pede a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha

“Municípios piauienses de Morro Cabeça no Tempo e Curimatá seriam beneficiados

Exatos 17 anos depois do início da campanha “Ajude a salvar a Serra Vermelha”, em 2006, liderada por um conjunto de ONGs do Piauí e do Brasil inteiro que pediam a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha, o Instituto Ecológico Caatinga (IEC), e a Rede Ambiental do Piauí (REAPI), com apoio do Centro de Referência e Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD), Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) e Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (APREMAVI), lançam um novo cartaz e retomam o movimento em defesa da última grande floresta tropical do semiárido brasileiro, no estado do Piauí.

A ideia é pedir o apoio do Ministério do Meio Ambiente para que uma nova unidade de conservação seja criada entre os municípios de Morro Cabeça no Tempo e Curimatá, ambos na região sul do Piauí, extremamente ameaçados pela expansão das carvoarias.

Nessas quase duas décadas de movimento, muitas vitórias aconteceram. Desde 2007 que o projeto Energia Verde de produção de carvão vegetal na região foi paralisado pelo Ministério Público Federal (MPF), e a campanha ambiental levou o Governo Federal, em parceria com o Governo do Estado do Piauí, a preservar 300 mil hectares da Serra Vermelha incorporando essa imensa área ao Parque Nacional da Serra das Confusões que, dos 502 mil hectares originais de sua criação, passou a ter mais de 823 mil hectares.

Agora, uma decisão recente da Justiça Federal obriga o Ministério do Meio Ambiente a preservar os últimos 100 mil hectares que ficaram de fora da preservação anterior e onde se localizam os fornos do projeto que iriam transformar as formações de floresta tropical em relés carvão para alimentar as indústrias siderúrgicas.

Nessa nova etapa da campanha o objetivo dos pesquisadores e entidades ambientalistas, é a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha, entre os municípios de Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, como forma de consolidar a conservação da área, incrementar o turismo no Piauí e trazer o desenvolvimento sustentável para o sertão semiárido como aconteceu na Serra da Capivara”

Peça a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha pelo e-mail chefegab@mma.gov.br

+ Confira o PDF da campanha na íntegra

 

O envolvimento da Apremavi

Desde o início dessa luta, em 2006, a Apremavi mobilizou esforços para se somar a outras instituições em defesa da criação do Parque. Desde visitas à área, até a elaboração de matérias para campanhas, foram muitas as ações realizadas pela Apremavi, em conjunto com as organizações locais e em redes. A articulação aconteceu principalmente no âmbito da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), espaço no qual acontece o intercâmbio entre as organizações e suas lutas.

Um dos conteúdos que produzimos na época foi uma série de matérias sobre o Parque: “Por que salvar a Serra Vermelha?” e “Serra Vermelha perto de virar Parque” e em 2008 “Serra Vermelha em Perigo”

Referências:

MMA (2022). Proteção da Serra Vermelha através da ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões, no Estado do Piauí. Resumo Executivo. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/participacao-social/ResumoSerraVermelha.pdf 

Freire & Lima (2013). Uma visão jurídica do conflito principiológico e da comunicação intersistêmica que irão decidir o futuro da Serra Vermelha piauiense. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/24297/uma-visao-juridica-do-conflito-principiologico-e-da-comunicacao-intersistemica-que-irao-decidir-o-futuro-da-serra-vermelha-piauiense

Autores: Thamara Santos de Almeida, Wigold Schäffer e Miriam Prochnow, com informações do MMA, da campanha pela criação do Parque Nacional da Serra Vermelha e de matérias anteriores no site da Apremavi.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: ©️ Miriam Prochnow.

Mata Atlântica sob ataque

Mata Atlântica sob ataque

Mata Atlântica sob ataque

Com informações do Instituto Socioambiental e da SOS Mata Atlântica.

Medida Provisória aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 30 de março contém emenda de Plenário, sugerida pelo deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ex-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que destrói a Lei da Mata Atlântica.

Proposta ainda no governo Bolsonaro, a MP 1.150/2022 tratava apenas da prorrogação do prazo de adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), vencido em 31 de dezembro de 2022. Entretanto, durante a votação de ontem, o relator incluiu no texto final aprovado emendas que alteram na íntegra o texto da Lei da Mata Atlântica enfraquecendo a proteção do Bioma ao abrir brechas para mais desmatamentos no pouco que restou (12%) do bioma mais ameaçado do país.

“A Lei da Mata Atlântica existe há quase duas décadas e foi ela que garantiu que as florestas em regeneração pudessem se restabelecer bem como as poucas áreas de floresta primária pudessem continuar intactas. A MP destrói qualquer chance que o Bioma tenha de continuar preservado e vai na contramão dos acordos e metas assumidas pelo governo em clima e biodiversidade, na contramão do futuro”, afirma Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi.

 
Entenda o que prevê a Medida Provisória:

・A MP prorroga por mais um ano o limite de tempo para os produtores rurais aderirem ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto no Código Florestal. O agravante é que o prazo vale após a convocação dos governos estaduais para essa adesão, mas não foi definido um tempo determinado para essa convocação e apenas seis estados começaram a implantar os PRAs.

・Altera o artigo 14 da Lei da Mata Atlântica para permitir o desmatamento de vegetação primária e secundária em estágio avançado de regeneração. Hoje, a Lei exige que o desmatamento de vegetação primária (nunca desmatada) e secundária (já desmatada) em estágio avançado de regeneração no bioma só pode ser feito se não houver uma “alternativa técnica e locacional”. A MP extingue a exigência.

・Acaba com a necessidade de parecer técnico de órgão ambiental estadual para desmatamento de vegetação no estágio médio de regeneração em área urbana – a decisão sobre a supressão da vegetação será feita pelo órgão municipal.

・ Acaba com a exigência de medidas compensatórias para a supressão de vegetação fora das Áreas de Preservação Permanente (APP), em caso de construção de empreendimentos lineares – como linhas de transmissão, sistema de abastecimento público de água e, possivelmente, até condomínios e resorts;

・Além de acabar com a necessidade de estudo prévio de impacto ambiental e de coleta e transporte de animais silvestres para a implantação de empreendimentos lineares.

・ MP também adia o prazo para direito às anistias por desmatamentos ilegais por meio da inscrição no CAR até dezembro de 2023, para imóveis maiores de 4 módulos fiscais, ou até dezembro de 2024, para imóveis menores de quatro módulos ou familiares. Este prazo venceu em 31 de dezembro de 2020. Essa é sexta vez que a adesão ao PRA é adiada. A questão se arrasta desde 2012, quando o novo Código Florestal foi aprovado.

“A Lei da Mata Atlântica foi debatida, com todos os setores, por longos 14 anos no Congresso Federal antes de ser aprovada. Ver iniciativas que através de um contrabando legislativo (conhecido como jabuti), destroem essa legislação, não é somente trágico, mas vergonhoso e não pode ser aceito pela sociedade. É uma iniciativa capitaneada pelos setores responsáveis pela destruição do bioma e que só tem interesses próprios, movidos por pura ganância. Em tempos de crise climática, precisamos exatamente de movimentos que garantam ainda mais a proteção dos remanescentes de Mata Atlântica, vide os desastres cada vez mais frequentes com a ocorrência de eventos climáticos extremos. A Mata Atlântica preservada é garantia não só de qualidade de vida, mas de garantia da própria vida das pessoas. A Mata Atlântica não pode servir como moeda de barganha política, afirma Miriam Prochnow, conselheira da Apremavi.

A Medida Provisória proposta pela Câmara dos Deputados segue para apreciação pelo Senado. Se for alterada, volta a ser analisada pelos deputados. Se for aprovada na íntegra segue para o veto (!) do Presidente.

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Miriam Prochnow.

Apremavi é eleita para compor conselho do PACTO Mata Atlântica

Apremavi é eleita para compor conselho do PACTO Mata Atlântica

Apremavi é eleita para compor conselho do PACTO Mata Atlântica

Eleito novo Conselho de Coordenação do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica para o biênio 2023-2024

A Apremavi é uma das 25 instituições que vai compor o novo Conselho do PACTO Mata Atlântica. Ao todo, 37 membros de diferentes regiões do país, elos da cadeia da restauração e setores se candidataram para compor o Conselho. O Conselho traz uma novidade com a participação de 12 representantes mulheres, representando um percentual de 46% dos integrantes. Além disso, o biênio conta com uma renovação de 38%, visto que foram eleitos 10 membros que não faziam parte da gestão anterior.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi e representante da instituição no Conselho, comenta que integrar o PACTO não só como Unidade Regional, mas como conselheiros, vem em um momento bem importante para a instituição, que está desenvolvendo projetos com metas ambiciosas de restauração. “O PACTO é uma rede potente de diálogo e construção em prol da tão sonhada escala na restauração da Mata Atlântica e como integrantes do Conselho queremos fortalecer a rede, os diálogos e a cadeia da restauração”, comenta Carolina.

 

Lista de organizações eleitas PACTO Mata Atlântica

Lista de organizações eleitas para o  PACTO Mata Atlântica. Créditos: Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

O Pacto Mata Atlântica

O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um movimento nacional que tem a missão de articular e integrar atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, com benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Estabelecido em abril de 2009, o Pacto atua estrategicamente articulando instituições públicas e privadas, governos, empresas, comunidade científica e proprietários de terras para integrar seus esforços e recursos na geração de resultados em restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.

Atualmente, o movimento prioriza a atuação em três linhas principais: Territórios Certificados, Comunicação e Capacitação e Monitoramento Multidimensional. E sua atuação se dá através das unidades regionais que têm como função atuar no diagnóstico da cadeia de restauração, auxiliando na identificação dos cenários e dos atores locais, bem como na identificação das lacunas de informações e dos elos dessa cadeia.

 

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.
Foto de capa: ©️ Carolina Schäffer.

Apremavi ministra formação sobre sustentabilidade para professores

Apremavi ministra formação sobre sustentabilidade para professores

Apremavi ministra formação sobre sustentabilidade para professores

O ano letivo na rede municipal de ensino de Correia Pinto (SC) iniciou com uma capacitação para professores sobre sustentabilidade ministrada pela Apremavi por meio do Programa Matas Legais.

O evento ocorreu no dia 01 de fevereiro no Centro de Eventos Alexandre Júlio e contou com a participação de 200 professores da Secretaria Municipal de Educação do Município, que agora deverão trocar os conhecimentos acessados na formação com centenas de alunos. 

Segundo as servidoras da Secretaria Municipal de Correia Pinto, Karina Garcia Netto Martins e Nair Luci Felipe Lourenço, a parceria com a Apremavi e a Klabin para a formação de alunos e professores tem rendido bons frutos: “já faz dois anos que temos a parceria da Apremavi para enriquecer nossos projetos educacionais, só em 2022 foram realizadas palestras para as turmas de 3º ao 5º ano sobre temas variados”.

A palestra ministrada neste início de 2023 abordou conceitos como sustentabilidade e equilíbrio ambiental, temas recorrentes em sala de aula. Além disso, foram apresentados os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”.

Daiana Tânia Barth, colaboradora da Apremavi, comenta sobre a alegria em fazer parte da formação em função da importância que um professor tem na vida de um aluno. “Os professores possuem o poder de todos os dias fazer a sua parte para um mundo melhor, por isso ter a oportunidade de estar junto com esse público é um privilégio e nos colocamos sempre à disposição para somar às ações que contemplem a preservação ambiental”, completa Daiana.

 

Formação para professores sobre sustentabilidade ministrada pela Apremavi em Correia Pinto (SC). Foto: Daiana Tânia Barth.

Formação para professores sobre sustentabilidade ministrada pela Apremavi em Correia Pinto (SC). Foto: Daiana Tânia Barth.

Programa Matas Legais

É uma iniciativa da parceria entre a Apremavi e a Klabin que acontece em Santa Catarina e no Paraná. Além de ações de educação ambiental como a de Correia Pinto, o projeto desenvolve estratégias de conservação, e sustentabilidade para o fomento florestal, que ajudam a preservar e recuperar os remanescentes florestais nativos, a melhorar a qualidade de vida da população e a aprimorar o desenvolvimento florestal, tendo como base o planejamento de propriedades e paisagens.

A palavra legal procura traduzir dois sentidos: o de cumprimento da legislação ambiental e o de expressão de um lugar agradável, bonito e bom para viver.


> Conheça o Programa

 

Autoras: Daiana Tânia Barth e Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto, Carolina Schäffer e Mireli Moura Pitz Floriani.
Foto de capa: Registro da formação sobre sustentabilidade para professores em Correia Pinto (SC) 2022 | ©️ Daiana Tânia Barth.

Apremavi realiza oficina técnica do Projeto +Floresta

Apremavi realiza oficina técnica do Projeto +Floresta

Apremavi realiza oficina técnica do Projeto +Floresta

Entre os dias 08 e 09 de março a Apremavi realizou a oficina técnica do Projeto +Floresta para apresentar os resultados dos diagnósticos do meio físico e socioeconômico e complementá-los, visando apoiar a elaboração dos projetos de restauração das oito unidades de implantação do projeto localizadas em assentamentos e uma Terra Indígena.

O evento ocorreu no auditório do Turis Hotel em Abelardo Luz (SC) e contou com a participação de representantes do Ibama, parceiros e comunidade envolvida no projeto.

 

Destaques do primeiro dia

No dia 08 de março foram apresentados em plenária os resultados dos diagnósticos do meio físico e do meio socioeconômico. Além disso, ocorreram duas palestras, a primeira com Leandro Casanova, coordenador de projetos da Apremavi, sobre os usos da Reserva Legal. A segunda foi com Tiago Montagna, professor do PPG em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre Diversidade Genética na Floresta Ombrófila Mista.

Além disso, houve a apresentação da pesquisa sobre reprodução de xaxim-bugio, coordenada pela professora Denise Fernandes do Instituto Federal Catarinense (IFC Campus de Rio do Sul, que é desenvolvida em parceria pelo IFC e a Apremavi no âmbito do projeto.

Para finalizar os trabalhos do primeiro dia de evento, os participantes fizeram uma visita à unidade de implantação da Terra Indígena – TI Toldo Imbu, do povo Kaingang, onde o grupo foi recepcionado pelo Cacique Valdecir e pelo professor Marcos, que falaram um pouco sobre a área. Os participantes também assistiram a uma apresentação de dança típica no bosque cultural da aldeia.

Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi destaca que as palestras realizadas, além da apresentação dos diagnósticos, facilitaram o entendimento  da temática do projeto e o que deve ser observado na restauração florestal. “A integração e entendimento da comunidade é fundamental para o sucesso do projeto a longo prazo”, complementa Edilaine.

 

Destaques do segundo dia

Já o segundo dia do evento contou com uma apresentação sobre “Boas práticas e oportunidades da Floresta com Araucárias” com Natal Magnanti da Associação Vianei de Cooperação e Intercâmbio no Trabalho, Educação, Cultura e Saúde (AVICITECS). Ademais, o dia foi dedicado à complementação dos diagnósticos com apoio dos participantes e a construção dos projetos de restauração, por meio de trabalhos em grupo, foi iniciada.

“Estamos com o desafio de estudar, entender e enfrentar a crise ambiental que vivemos. É por isso que eu quero parabenizar a iniciativa da equipe Apremavi, que além de estar dedicando todos os seus trabalhos em prol da recuperação de florestas, veio contribuir com a nossa região trazendo para os agricultores(as) e comunidade em geral uma importante oficina que ofereceu muito conhecimento sobre o significado e a importância da floresta, sobre o planeta e para as vidas existentes do demais seres”, comenta Silvio de Araújo, morador do Projeto de Assentamento (PA) Roseli Nunes, um dos PAs que fazem parte do projeto.

 

Registro da oficina técnica do projeto +Floresta. Foto: Miriam Prochnow<br />

Registros dos dois dias da oficina técnica do projeto +Floresta. Fotos: Miriam Prochnow

+Floresta

O +Floresta foi lançado para contribuir com a restauração da vegetação nativa na Floresta Ombrófila Mista, no Oeste de Santa Catarina, com o incremento de espécies vegetais ameaçadas de extinção como a araucária, a imbuia e o xaxim-bugio, ambas com histórico de intensa exploração no estado.

Será desenvolvido ao longo de oito anos, de 2022 a 2030, no município de Abelardo Luz (SC), sendo que as unidades de implantação estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária – 13 de Novembro, Bela Vista, José Maria, Maria Silverstone, Recanto Olho D’Água, Roseli Nunes e Volta Grande, e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena – T.I. Toldo Imbu.

O projeto + Floresta é financiado pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.

 

Autora: Marluci Pozzan.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.
Foto de capa: Miriam Prochnow.

Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas com indicações da Apremavi

Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas com indicações da Apremavi

Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas com indicações da Apremavi

O Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas foi instituído pela Lei nº 12.533/2011 com o intuito de ampliar as discussões e conscientizar sobre as mudanças climáticas e seus efeitos. Um dos artigos da lei orienta que a data, 16 de março, seja utilizada pelas escolas para a promoção de atos, eventos, debates e mobilizações relacionadas a medidas de proteção dos ecossistemas brasileiros.

É preciso mais que a reserva da data no calendário para que mudanças efetivas sejam promovidas sobre o tema. O primeiro passo deve ser a consciência plena e o envolvimento dos cidadãos no tema, sabendo quais os riscos, problemas sistêmicos e também oportunidades que o combate estruturado à emergência climática pode criar. 

O Brasil sofre as consequências das mudanças climáticas de forma extensiva, com o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos; como secas, enchentes e deslizamentos de terra. Com o objetivo de ampliar a conscientização e o debate acerca dos efeitos das mudanças climáticas sob as óticas de gênero, social, econômica e biodiversidade, separamos algumas sugestões de conteúdos.

 

Indicações para o Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas

Plataforma educacional EmpoderaClima

A EmpoderaClima é uma plataforma educacional criada para aumentar a conscientização dos impactos desproporcionais que meninas e mulheres enfrentam no Sul Global devido às mudanças climáticas. Os conteúdos, disponíveis em inglês, espanhol, português e francês, promovem a discussão sobre gênero e clima para estudantes, pesquisadores, ativistas e jovens engajados de países em desenvolvimento com foco no Sul Global.

 

Publicação “Quem precisa de justiça climática no Brasil?”

A publicação lançada em 2022 é oriunda de um estudo realizado pelo GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima e profissionais convidados e buscou promover o diálogo e a ação climática a partir da perspectiva de gênero e suas intersecções. Pesquisar e apresentar conceitos e dados sobre o tema no Brasil, sistematizar informações sobre a justiça climática a partir de uma perspectiva interseccional, reunir narrativas para ilustrar a dimensão múltipla do conceito e prática da justiça climática considerando diferentes perspectivas (gênero, raça e lugar social) foram os três objetivos principais do estudo.

 

Relatório “Desigualdade de Carbono em 2030: emissões de consumo per capita e a meta de 1,5°C”

O relatório lançado em 2021 por encomenda da Oxfam estimou as pegadas de carbono das pessoas mais ricas e mais pobres em todo o mundo e verificou a desigualdade presente nessas emissões. Segundo o relatório, o 1% mais rico da população mundial deve emitir 30 vezes mais do que o nível de 1,5°C proposto até 2030, por outro lado, a metade mais pobre da população global vai continuar emitindo bem menos do que o nível proposto de 1,5°C em 2030. Ou seja, uma pequena elite mundial está com passe livre para emitir, enquanto os mais pobres estão fazendo a sua parte para o Acordo de Paris. A publicação aponta que quem está no grupo do 1% teria que reduzir suas emissões em cerca de 97% em relação ao que emite hoje para atingir o nível proposto.

“Nos últimos 25 anos, os 10% mais ricos da população mundial foram responsáveis por mais da metade de todas as emissões de carbona. A injustiça e a desigualdade nesta escala são um câncer. Se não agirmos agora, este século pode ser o nosso último”, diz Antônio Guterres, secretário Geral da ONU em depoimento presente na publicação.

 

Pesquisa “Escuta de Crianças sobre a Natureza e as Mudanças Climáticas”

Entre os anos de 2018 a 2020, os pesquisadores Ana Cláudia de Arruda Leite e Gandhy Piorski do Instituto Alana desenvolveram uma pesquisa de escuta de crianças nas cinco regiões do Brasil. O  ponto de partida foi o interesse em considerar a perspectiva das crianças sobre o impacto das mudanças climáticas em suas vidas e nas futuras gerações. Como resultado os pesquisadores classificaram que as produções das crianças em quatro eixos: “teia da vida” (relação de interdependência nos acontecimentos sobre o meio ambiente e de conexão entre os fatos), “retorno ao primitivo” (ideia de retorno aos estágios primitivos da civilização, como as destruições em massa), “drama geológico” (as ameaças e transformações viriam não dos seres humanos, mas sim do planeta e sua reorganização geológica, ou até do sistema solar e do cosmos) e “drama ético” (responsabilidade dos seres humanos nas consequências negativas e positivas em relação ao meio ambiente).

 

Manifesto “Jovens Pela Educação Climática”

Uma proposta elaborada por jovens brasileiros em 2021 coloca a educação climática nas escolas como urgência. O texto mostra o espaço escolar como o melhor ambiente para que as consequências das mudanças climáticas e o papel da sociedade civil na mudança desse paradigma seja debatido. O Chão da escola também pode ser encarado como terreno fértil para a criação de projetos onde os próprios jovens sejam protagonistas da mudança, como ocorre no movimento #FridaysForFuture

 

Plantar florestas é a melhor forma de mitigar os efeitos das mudanças climáticas

No Brasil, a maior parte das emissões de gases de efeito estufa é gerada pelo desmatamento e mudanças no uso da terra, como por exemplo, a ação de derrubar florestas para dar lugar à pecuária. É o que aponta o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), uma iniciativa do Observatório do Clima, que avalia a produção de estimativas anuais das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no país. Assim, restaurar as áreas desmatadas e manter a floresta em pé é uma das maiores formas de contribuição para a mitigação das mudanças climáticas.

Gráfico de emissão total por setor no Brasil. Fonte: elaborado pelo SEEG e disponível no site da iniciativa.

Gráfico de emissão total por setor no Brasil. Fonte: elaborado pelo SEEG e disponível no site da iniciativa.

Agora que você já tem acesso a diferentes tipos de conteúdo sobre o tema, entenda como ser um ativista e veja abaixo o que a Apremavi tem feito para apoiar a causa.

O papel da Apremavi na mitigação das mudanças climáticas

Desde sua fundação, a Apremavi desenvolve projetos que contribuem para a conservação e restauração das florestas no bioma Mata Atlântica, e consequentemente, com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a Apremavi é ativista nas causas socioambientais. Conheça os projetos em desenvolvimento:

 

Conservador das Araucárias

Visa a restauração florestal com espécies nativas, atrelada à captura de carbono para mitigação das mudanças climáticas, a adequação de propriedades rurais à legislação ambiental e a conservação de mananciais hídricos, do solo e da biodiversidade, bem como a melhoria da qualidade de vida da população inserida no território. É fruto da parceria entre a Tetra Pak e a Apremavi.

Implantando o Código Florestal 

Atua no fomento de políticas, práticas, transparência e governança para a implantação do Código Florestal. É executado através de um consórcio liderado pelo Observatório do Código Florestal e é apoiado pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento – NORAD.

+Floresta

Tem como objetivo contribuir com a restauração da vegetação nativa em Abelardo Luz (SC), área de domínio de Floresta Ombrófila Mista, no Oeste do Estado de Santa Catarina, voltadas ao incremento das populações de araucária (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa) e xaxim (Dicksonia sellowiana), espécies vegetais ameaçadas de extinção com histórico de intensa exploração no estado. É financiado pelo Ibama e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF/SC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina.

Matas Sociais

Atua no fortalecimento econômico, ambiental e social das pequenas e médias propriedades rurais do Paraná e Santa Catarina, é desenvolvido em parceria com a Klabin e o Sebrae,

Matas Legais

Desenvolve ações de conservação, educação ambiental e fomento florestal, tendo como base o planejamento de propriedades e paisagens no Paraná e em Santa Catarina, em parceria com a Klabin.

Bosques de Heidelberg: 

Promove a restauração da Mata Atlântica e a realização de ações de educação ambiental em escolas. Desenvolvido com a ONG alemã Bund für Umwelt und Naturschutz Deutschland – BUND.

Clima Legal:

Realiza plantios de árvores nativas visando a neutralização das emissões de CO2, amenizando os efeitos da crise climática e contribuindo com a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica por meio de adesões de pessoas físicas e institucionais

 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanellato e Carolina Schäffer.
Foto de Capa: Registro do Ato Pela Terra (09/03/2022). Crédito: Gabriela Schäffer.

Lançamento: vozes femininas pela recuperação econômica verde

Lançamento: vozes femininas pela recuperação econômica verde

Lançamento: vozes femininas pela recuperação econômica verde

Aproximadamente 80% das pessoas deslocadas pelas mudanças climáticas são mulheres, de acordo com o relatório Women in Finance Climate Action Group. Em contrapartida, muitas delas mudaram os hábitos para combater as mudanças climáticas, de acordo com o levantamento feito pelo Fórum de Mulheres para Economia e Sociedade (WFES). Porém, mesmo representando a metade da população mundial e sendo as mais impactadas pelos efeitos do aquecimento global, as mulheres não possuem uma representatividade proporcional nas principais esferas de decisão; nem nas possíveis soluções das quais poderiam ser beneficiadas, elas são contempladas.

A partir do olhar de gênero, se quisermos realmente lutar por uma sociedade mais justa e mais verde, para quais questões devemos olhar, e com qual olhar? Estas foram as perguntas que nortearam o livro-reportagem “Vozes femininas pela Recuperação Econômica Verde”, da jornalista do Instituto ClimaInfo Tatiane Matheus e membro do Grupo de Trabalho Gênero e Clima do Observatório do Clima. Entre o final de 2020 e início de 2022 foram entrevistadas diversas mulheres. Como a sociedade que buscamos valorizar, as mulheres deste livro têm diferentes percursos, cores, origens (social e geográfica), idades, formação. Em comum, todas elas dedicam suas vidas e trabalho a causas importantes que trazem como ônus à sociedade mais justiça social e climática.

                                                                + Baixe o livro completo

 

Evento de lançamento do Vozes Femininas

Evento de lançamento da publicação. Fonte: Observatório do Clima

Colaboração da Apremavi

Miriam Prochnow, co-fundadora, conselheira e coordenadora de projetos da Apremavi foi uma das entrevistadas para a publicação. Ela participou da sessão de Soluções Baseadas na Natureza com o texto intitulado “Por que não uma ‘Bolsa Restauração’ atrelada às políticas relacionadas ao gênero?”, onde um pouco da história da Miriam e da Apremavi é apresentada, bem como algumas soluções como a criação de um sistema de financiamento e crédito para que os imóveis rurais e propriedades se tornem sustentáveis.

“Precisamos estimular e ajudar a construir um novo contrato ou pacto social, no qual a equidade de gênero, o combate ao racismo e a proteção da natureza estejam inseridos como questões centrais e inegociáveis”, comenta Miriam para a publicação.

Plantas nativas ornamentais atentam para conservação da Restinga

Plantas nativas ornamentais atentam para conservação da Restinga

Plantas nativas ornamentais atentam para conservação da Restinga

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos de biodiversidade no Planeta, abrigando milhares de espécies de plantas, animais e fungos, muitas delas ameaçadas de extinção em diferentes ecossistemas. Dentre eles destaca-se a restinga, que se estende pela região litorânea do país. A restinga compreende um conjunto diversificado de tipos de vegetação situadas em terrenos predominantemente arenosos, de origens diversas, que em geral possuem solos pouco desenvolvidos. 

Apesar de serem consideradas legalmente como Áreas de Preservação Permanente (APPs) (Lei nº 12.651/2012) a restinga é um dos ecossistemas mais ameaçados da Mata Atlântica, devido à urbanização, especulação imobiliária constante, poluição hídrica e plantio de espécies exóticas como o Pinus sp. Além de estarem ameaçadas, essas paisagens naturais ainda são pouco exploradas por pesquisas

 

Guia de Plantas Nativas Ornamentais de Restinga

Pensando nisso, um projeto desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia Vegetal do Departamento de Ecologia e Zoologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (FLORAM), publicou um guia de plantas nativas ornamentais de restinga. 

Gabriela Goebel, Técnica Ambiental da Apremavi, mestranda em Botânica pela UFSC e uma das autoras da obra, comenta: “as restingas catarinenses possuem uma das maiores diversidades de espécies vegetais do Brasil, mas que, infelizmente, ainda é desconhecida pela maior parte da população. Além disso, muitas dessas espécies possuem potencial ornamental, podendo ser utilizadas no paisagismo que é uma forma de valorização da flora nativa e de promover a conservação dessas espécies, assim como de substituir as espécies exóticas que usualmente são utilizadas”.

Como parte da pesquisa para obterem algumas das informações que compõem o guia, o grupo de pesquisadores selecionou diferentes espécies nativas da restinga de Florianópolis (SC), com potencial ornamental, e realizou, durante um ano, saídas de campo para observar os períodos de floração e frutificação dessas espécies, bem como para coletar sementes para produção de mudas. Esse processo culminou na coleta de informações sobre o cultivo, fenologia e propagação das espécies a fim de incentivar o uso para fins paisagísticos. 

Gabriela destaca ainda que “muitas dessas espécies não tinham informações sobre germinação de sementes, época de produção de flores e frutos, e esse tipo de conhecimento é essencial para produção de mudas e utilização em projetos de restauração e paisagismo, por exemplo”.

 

Guia Plantas Nativas Ornamentais de Restinga
Importância da Restinga

Do ponto de vista da conservação, a restinga exerce diversas funções, como a fixação das dunas litorâneas que protegem o litoral contra eventos de ondas e marés, onde a sua vegetação atua como uma barreira para esses eventos. Além disso, as restingas têm um potencial imenso para o turismo ecológico nessas regiões. 

“A pesquisa realizada pelo projeto foi muito importante por gerar conhecimento sobre espécies nativas da restinga que tem esse potencial ornamental e divulgá-lo à comunidade em geral na forma de um guia ilustrado, com informações acessíveis que podem ser utilizadas por diferentes públicos e regiões do Brasil, já que muitas dessas espécies ocorrem em restingas de outros estados”, ressalta Gabriela.

 

Vídeo feito pela Apremavi que explora a beleza da Restinga.

#GeraçãoRestauração na restinga de SC

O manejo de plantas exóticas invasoras e o desenvolvimento de metodologias para a restauração do ambiente natural da restinga são urgentes, já que o tempo beneficia a dispersão de plantas invasoras, como o Pinus sp. Silvia Ziller, fellow Ashoka e fundadora do Instituto Hórus, estuda e trabalha com projetos relativos ao tema no litoral catarinense há décadas. 

A estratégia do Instituto Hórus envolve disseminar informações, aumentar a conscientização, projetar métodos de controle, desenvolver políticas públicas, criar tecnologias apropriadas e gerenciar ou erradicar a vegetação não-destrutiva. Ela trabalha com os melhores cientistas e especialistas em agricultura de todo o mundo para elaborar planos para a proteção da flora e fauna nativa, além de executar projetos para a remoção das plantas invasoras. Como todas as iniciativas de restauração, o sucesso depende da participação de vários atores locais e regionais, como governos municipais, institutos de pesquisa, lideranças locais e financiadores. 

+ Faça sua inscrição no programa de voluntariado do Instituto Hórus

Um dos grandes parceiros do Instituto Hórus é o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (LEIMAC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O grupo é coordenado pela professora Michele de Sá Dechoum, e se dedica a estudar a introdução (intencional e acidental) de espécies associadas a atividades humanas e os impactos decorrentes, bem como a pesquisar e desenvolver metodologias de restauração em diferentes ecossistemas da Mata Atlântica. Além das pesquisas universitárias desenvolvidas, mensalmente o laboratório promove mutirões de controle de plantas exóticas invasoras nas praias de Florianópolis (SC).

 

Antes e depois de uma das áreas de restinga que recebeu manejo de Pinus sp. e posterior restauração. Foto: Michele de Sá Dechoum

Antes e depois de uma das áreas de restinga que recebeu manejo de Pinus sp. e posterior restauração. Foto: Michele de Sá Dechoum

Autores: Thamara Santos de Almeida, Vitor Lauro Zanelatto e Gabriela Goebel.
Revisão: Carolina Schäffer.

Apaixonar é urgente: causas e soluções possíveis para combater a negligência com as plantas

Apaixonar é urgente: causas e soluções possíveis para combater a negligência com as plantas

Apaixonar é urgente: causas e soluções possíveis para combater a negligência com as plantas

Observe a foto a seguir:

Papagaio-charão

Qual espécie você viu primeiro na foto? Primeiro o papagaio e depois a araucária ou então o todo: o ecossistema da Floresta de Araucárias?

Geralmente as pessoas tendem a ver os animais primeiro, observando as plantas apenas como um cenário na foto sem identificar qual espécie se trata. Em muitos casos, também não conseguem identificar a relação entre as espécies e seu ambiente.

Essa incapacidade ou tendência em não perceber ou ignorar a presença das plantas e sua relação ecológica, seja em uma foto ou ao nosso redor, fez surgir o termo “Cegueira Botânica”, introduzida nos anos 2000 pelos pesquisadores estadunidenses  James H. Wandersee e Elisabeth E. Schussler.

A cegueira botânica é um grande obstáculo para o enfrentamento da crise da perda da biodiversidade e das mudanças do clima; uma vez que, uma menor apreciação pelas plantas pode levar a uma menor preocupação com a conservação e a preservação delas, tornando-as vulneráveis à exploração e à degradação do habitat.

Alteração do termo cegueira botânica para impercepção botânica

Em 2020, a pesquisadora Kathryn Parsley, que possui deficiência visual, chamou atenção para a inconveniência do termo “Cegueira Botânica”, uma vez que tem a conotação capacitista. Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência, que muitas vezes resulta da crença de que as pessoas com deficiências são inferiores ou incapazes de realizar as mesmas tarefas que as pessoas sem deficiências.

Assim, no ano passado, pesquisadores brasileiros propuseram o termo impercepção botânica para o português, que é mais apropriado. Tanto porque as pessoas cegas também podem perceber e identificar as plantas por outros sentidos, como o tato e o olfato, quanto porque nós enxergamos as plantas, mas percebemos menos a existência delas em comparação com os animais que se movem. Assim, vamos tratar do assunto daqui para frente utilizando o termo impercepção botânica.

Causas da impercepção botânica
Educação 

A impercepção botânica pode ter muitas causas, uma das principais inicia ainda no ensino fundamental e pode permanecer durante toda a vida, até mesmo durante a formação dos biólogos. O ensino de botânica na maioria das escolas e universidades é considerado limitado, desestimulante e pouco conectado com o cotidiano dos alunos, ainda muito focado em memorização e nomenclatura, com pouca prática.

Urbanização

A falta de acesso às áreas verdes e a natureza também contribui para a negligência com as plantas, uma vez que, em áreas rurais ou pouco urbanizadas as pessoas percebem mais a existência delas. Possivelmente isso acontece porque nos centros urbanos os alimentos já chegam processados nos supermercados, assim como as frutas e legumes já estão prontas para serem consumidas, inviabilizando a vivência com as plantas que estamos ingerindo. 

Limitações visuais

Uma pesquisa evidenciou que a percepção visual das pessoas tende a detectar mais animais do que plantas em sequências de fotos apresentadas rapidamente, como o exemplo que ilustra o início dessa matéria. Apontando assim que uma das causas da negligência botânica é biológica, mas não excluindo as causas culturais apontadas anteriormente.

Psicologia

Por fim, pesquisas na área da psicologia evidenciam que as pessoas têm mais empatia por seres mais semelhantes a sua espécie e com características em comum, não é à toa que programas de conservação que tem espécies de animais silvestres carismáticos recebem muita atenção e engajamento.

 

Soluções possíveis para superarmos a impercepção botânica

Uma das principais soluções começa pela educação, seja em espaços formais como escolas e universidades, ou espaços não formais, como a educação ambiental em uma trilha, por exemplo. Algumas estratégias são indicadas por pesquisadores, como investir na formação de professores ao oferecer cursos que abordem experiências práticas, inovadoras e que estejam aliadas à realidade dos alunos, utilização de conteúdos que chamem a atenção das pessoas em meios de comunicação e oferecer materiais atualizados para professores.

Outra sugestão apontada recentemente é para projetos de conservação, que podem promover práticas diretas com as plantas enfatizando algumas semelhanças delas com as pessoas e sua importância, além de utilizar a arte para promover a empatia e a contação de histórias.

 

O trabalho da Apremavi

Na Apremavi acreditamos que apaixonar as pessoas pela biodiversidade, em todas as suas dimensões, é urgente. Por isso, há 35 anos já executamos as ações que os pesquisadores recomendaram em artigos recentes, sempre buscamos produzir conteúdos atualizados e interessantes sobre as plantas para todos e oferecemos vivências práticas com elas por meio das visitas no Viveiro Jardim das Florestas e na Trilha da Restauração.

Buscamos tornar as plantas mais conhecidas em todos os projetos que executamos e produzimos matérias mensais no guia de espécies com foco nas espécies de plantas da Mata Atlântica

+ Conheça o Guia de Espécies

 

Referências:

BALAS, Benjamin; MOMSEN, Jennifer L. Attention “blinks” differently for plants and animals. CBE—Life Sciences Education, v. 13, n. 3, p. 437-443, 2014.

BALDING, Mung; WILLIAMS, Kathryn JH. Plant blindness and the implications for plant conservation. Conservation Biology, v. 30, n. 6, p. 1192-1199, 2016.

HERSHEY, David. Plant blindness:” we have met the enemy and he is us”. Plant Science Bulletin, v. 48, n. 3, p. 78-84, 2002

PARSLEY, Kathryn M. Plant awareness disparity: A case for renaming plant blindness. Plants, People, Planet, v. 2, n. 6, p. 598-601, 2020.

PIASSA, Gabriel; NETO, Jorge Megid; SIMÕES, André Olmos. Os conceitos de cegueira botânica e zoochauvinismo e sua consequências para o ensino de biologia e ciências da natureza. Revista Internacional de Pesquisa em Didática das Ciências e Matemática, v. 3, p. e022003-e022003, 2022.

SALATINO, Antonio; BUCKERIDGE, Marcos. Mas de que te serve saber botânica?. Estudos avançados, v. 30, p. 177-196, 2016.

THOMAS, Howard; OUGHAM, Helen; SANDERS, Dawn. Plant blindness and sustainability. International Journal of Sustainability in Higher Education, v. 23, n. 1, p. 41-57, 2022.

URSI, Suzana; SALATINO, Antonio. Nota Científica-É tempo de superar termos capacitistas no ensino de Biologia: impercepção botânica como alternativa para” cegueira botânica”. Boletim de Botânica, v. 39, p. 1-4, 2022.

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

 

Para inspirar mais Meninas e Mulheres na Ciência e onde mais elas quiserem

Para inspirar mais Meninas e Mulheres na Ciência e onde mais elas quiserem

Para inspirar mais Meninas e Mulheres na Ciência e onde mais elas quiserem

Com o objetivo de combater a desigualdade de gênero, reconhecer a contribuição das mulheres e promover a participação delas na ciência, a ONU estabeleceu o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência. A desigualdade de gênero na ciência é um desafio global, onde segundo a UNESCO, apenas 35% dos cientistas no mundo todo são mulheres.

 

O desafio é maior para algumas mulheres

A pandemia da Covid-19 aumentou ainda mais a desigualdade de gênero para além desse recorte. É o que aponta um estudo desenvolvido pelo Parent Science, composto por pesquisadores da UFRGS e outras Universidades, onde eles viram que as mulheres negras e mulheres brancas com filhos (principalmente pequenos) foram os grupos mais afetados pela pandemia em relação a sua produtividade acadêmica. Ou seja, é mais fácil para uma mulher branca que não tem filhos ser “bem sucedida” na ciência, do que para uma mulher que é mãe ou negra, demonstrando como além da questão de gênero o recorte de raça e a questão da maternidade também são importantes de serem considerados.

 

Para inspirar

Precisamos garantir que todas as mulheres tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizagem e de trabalho em condições de igualdade. Acreditamos que essa data representa uma luta por esses direitos, além de trazer a oportunidade de destacar as contribuições de mulheres para a ciência, mas também, em outros espaços que elas desejam estar, na política ambiental, no setor socioambiental, na restauração, na luta pelo direito à terra e moradia e nos espaços de tomada de decisão. 

Confira uma série de iniciativas que separamos para você se inspirar em mulheres que fizeram ou têm feito a diferença em diversos espaços.

 

Maíra Ratuchinski, técnica ambiental da Apremavi manuseando um drone.

Maíra Ratuchinski, técnica ambiental da Apremavi manuseando um drone. Foto: Arquivo Apremavi

Série “Mulheres que Restauram”

A série foi lançada em 2021 pela Apremavi para a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, com apoio do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima. O objetivo foi divulgar histórias de mulheres protagonistas na restauração e no planejamento de propriedades e paisagens, como forma de conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação feminina na mitigação da crise do clima e promover o plantio de árvores nativas e a recuperação de áreas degradadas.

 

Cartilha “Paisagens florestais e o protagonismo das mulheres”

Publicação desenvolvida pelo Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina e do interesse das (os/es) integrantes em colaborar com a pauta dePaisagens florestais e o protagonismo das mulheres gênero no setor florestal. A publicação tem apoio do Diálogo Florestal, na Década da Restauração de Ecossistemas. 

 

Cartilhas “SEMEANDO EQUIDADE: perceptivas de gênero na restauração de paisagens florestais”

Lançado pelo GT de Gênero e Diversidade do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica as as publicações visam fomentar o debate sobre como se ter um ganho de escala na promoção de projetos de restauração que incluam a temática de gênero no Brasil.

 

Projeto “Mulheres na Conservação”

A iniciativa Mulheres na Conservação, idealizado pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa, é uma iniciativa que envolve a produção de podcast, vídeos no YouTube e matérias especiais sobre a história de mulheres que se destacam em grandes projetos de conservação pelo Brasil.

 

Plataforma “Open Box da Ciência

Criado pela organização Gênero e Número, que atua entre o jornalismo e a pesquisa de dados, a plataforma Open Box da Ciência apresenta um mapeamento de 250 mulheres que se destacam na pesquisa científica brasileira em cinco áreas do conhecimento: ciências sociais aplicadas, ciências exatas e da Terra, engenharias, ciências biológicas e ciências da saúde.

 

Teatro “Companhia delas de Teatro”

A Companhia Delas de Teatro é um grupo de produção e pesquisa teatral formado apenas por mulheres, dentro os espetáculos delas alguns contam a história de mulheres cientistas para crianças  e estão disponíveis no YouTube. “Maria e os Insetos” conta a história de Maria Sybilla Merian, ilustradora e entomóloga alemã, que no início do século XVII decide explorar as enigmáticas florestas tropicais do Suriname. “Mary e os monstros marinhos” conta a história da mulher que era caçadora de fósseis e que se tornou uma pioneira da Paleontologia!

 

Publicação “Dossiê Temático: Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência”

A publicação reúne textos extraídos de vivências, depoimentos, entrevistas realizadas ao longo do Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência e conta com a participação significativa de mulheres em espaços de liderança, pesquisa, educação e em áreas essenciais e estratégicas como a comunicação, a informação, a assistência e o planejamento e gestão em saúde.

 

Cartilha “Mulheres na Ciência, Meninas na Escola programa Mulheres na Ciência” 

Uma publicação do Museu do Amanhã e o British Council é destinado aos professores e professoras da educação básica e traz informações e recursos que podem ser usados para incentivar o interesse das meninas e jovens por carreiras nas áreas da ciência

 

Livro “Pioneiras da Ciência no Brasil”

Lançado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência a obra conta a história de mulheres cientistas que foram importantes para o desenvolvimento científico do Brasil.

 

Jogo “Quem são elas? Cientistas que mudaram o mundo” 

Neste jogo para crianças a partir de 6 anos de idade, a Rede Kunhã Asé traz 10 mulheres que fizeram história na ciência, para inspirar meninas e mulheres e mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive fazendo ciência!

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.

Fique legal com o Clima: plante árvores com o Clima Legal

Fique legal com o Clima: plante árvores com o Clima Legal

Fique legal com o Clima: plante árvores com o Clima Legal

Diante do cenário atual de emergência climática enfrentado pela humanidade, a conservação e a restauração de paisagens e ecossistemas tem se tornado prioridade no âmbito internacional. O plantio de árvores é uma das formas mais eficientes de ajudar a combater e mitigar os efeitos da mudança do clima.

Pensando nesse desafio, a Apremavi idealizou o Clima Legal, um projeto que tem o intuito de plantar árvores nativas para amenizar os efeitos da crise climática ao neutralizar emissões de CO², contribuindo com a conservação e restauração da biodiversidade na Mata Atlântica.

Além do plantio de árvores são desenvolvidas atividades voltadas à conscientização e educação ambiental como aulas temáticas, palestras, oficinas e mobilizações sobre a importância da preservação e conservação da natureza.

 

Diferentes modalidades de adesão

O Clima Legal possui 3 modalidades de adesão:

Diferentes modalidades de adesão do Clima Legal
 
Confira a opinião de quem já aderiu

No ano passado, 6.429 novas árvores foram plantadas na Mata Atlântica pelo projeto, e isso só foi possível graças ao apoio de vários aderentes. Dentre eles, Isis Sousa Oliveira, empreendedora da Intrínseca Perfumaria e Cosméticos, uma marca de cosméticos natural, sustentável e vegana, ela comenta: “a iniciativa é muito legal pois possibilita uma participação bastante acessível”.

Além disso, ela pontua que um dos diferenciais que o projeto possui é transparência e envio de um relatório de monitoramento do plantio para os aderentes. “Muita gente pergunta no que a Intrinseca investe; não consigo investir muito, mas faço o que é possível. Algumas pessoas ficam curiosas para saber o que vai ser feito com o recurso doado, e eu sempre indico o trabalho da Apremavi por fazerem questão que a pessoa veja o que é feito com o dinheiro”, comenta Isis.

 

Como aderir ao Programa

Escolha uma das três modalidades: Bosque, Jardim ou Floresta (fique atento às quantidades mínimas de cada categoria), e preencha este formulário de adesão tendo em mente a quantidade de árvores que você deseja ajudar a plantar.

Após o preenchimento do formulário de adesão, você deverá realizar o pagamento para garantir a adesão ao projeto.

  + Confira mais informações na página do projeto

 

Autores: Carolina Schäffer, Miriam Prochnow e Thamara Santos de Almeida.
Foto de capa: Taís Fontanive.

Pin It on Pinterest