Relatório aponta redução de 69% nas populações de animais no planeta nos últimos 48 anos

Relatório aponta redução de 69% nas populações de animais no planeta nos últimos 48 anos

Relatório aponta redução de 69% nas populações de animais no planeta nos últimos 48 anos

O novo relatório “Planeta Vivo 2022: em prol de uma sociedade positiva” publicado em outubro deste ano pela WWF em colaboração com o Instituto de Zoologia ZSL (Sociedade Zoológica de Londres), buscou compreender como as espécies  espécies de animais ao redor do planeta estão respondendo às mudanças climáticas e à perda de biodiversidade causada por mudanças em seus ambientes. 

Foi observado um declínio de 69% na abundância de 32.000 populações de 5.230 espécies de mamíferos, peixes, répteis, aves e anfíbios monitorados entre 1970 e 2018 ao redor do mundo, sendo que, a América Latina é a região com a maior taxa de redução, cerca de 94%. A destruição de habitats ou fragmentação de ambientes naturais de muitas espécies, ocasionada pela mudança de uso e cobertura do solo, é a principal ameaça apontada pela publicação.

A avaliação ocorre desde 1998 e a atual confirma que estamos em meio a uma dupla emergência global: a da biodiversidade e a climática. A publicação também traz oportunidades para agirmos em conjunto. “Todos têm um papel a desempenhar no tratamento dessas emergências, e atualmente a maioria reconhece que as transformações são necessárias. Agora, esse reconhecimento precisa ser transformado em ação” aponta o relatório.

Mata Atlântica ameaçada

Uma nova análise, que utiliza os dados da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas publicada pela IUCN (sigla em inglês para International Union for Conservation of Nature), permitiu sobrepor ameaças como agricultura, caça, exploração madeireira, poluição, espécies invasoras e mudanças climáticas aos vertebrados terrestres do mundo todo. Essa avaliação identifica locais que precisam de prioridade de conservação por possuírem uma intensidade maior de ameaças.

A Mata Atlântica, juntamente com outras florestas e locais ao redor do mundo, foi considerada como uma “áreas de alta prioridade para mitigação de riscos” para todos os grupos taxonômicos em todas as categorias de ameaças. Isso significa dizer que conservar a Mata Atlântica é urgente!

Ainda há tempo de agir, por isso, o relatório buscou trazer vozes, valores e evidências distintas e sugestões de ações individuais e coletivas para mostrar que mudanças diárias e globais podem melhorar a situação de ameaça à biodiversidade, com foco nos sistemas de alimentação, finanças e governança.

> Confira a publicação na íntegra

 

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer.
Foto de capa: Wigold Schäffer.

Mico-leão-dourado, uma história bem-sucedida de conservação

Mico-leão-dourado, uma história bem-sucedida de conservação

Mico-leão-dourado, uma história bem-sucedida de conservação

Provavelmente, você nunca viu um mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) na natureza, mas já deve ter visto ele estampado a cédula de vinte reais. A espécie está ameaçada de extinção e vive nas florestas de baixadas litorâneas da Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro. Especificamente na bacia do rio São João, nos municípios de Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Araruama, Rio das Ostras, Cabo Frio e Macaé.  

Nem sempre foi assim, historicamente a espécie habitava todo litoral do Rio de Janeiro.  Séculos de desmatamento, caça e tráfico, entretanto, fizeram com que na década de 1970, sua população estivesse reduzida a menos de 200 indivíduos. Dentre as ameaças, é possível citar a fragmentação do habitat em decorrência do desmatamento da Mata Atlântica como principal. A competição por recursos por espécies invasoras de saguis (Callithrix jacchus e Callithrix penicillata) também ameaça o mico, além do tráfico e da caça.

 

Uma história bem-sucedida de conservação

Com o objetivo de conservar a espécie, em 1974 foi criada a Reserva Biológica de Poço das Antas para proteger a maior população em vida livre de micos-leões-dourados que existia na época. Os trabalhos de pesquisas e educação ambiental passaram a fazer com que ela fosse conhecida nacionalmente e internacionalmente. 

Desde 1992, os esforços para aumentar a quantidade de animais na natureza e reduzir as suas ameaças são liderados pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD). A implantação de corredores florestais para conectar fragmentos de remanescentes de Mata Atlântica existentes na região é uma das principais estratégias da Associação, tanto é que em 2020, por orientações da AMLD, foi construído o primeiro viaduto vegetado em rodovias federais do Brasil, que permite a conexão entre a Reserva Biológica de Poço das Antas ao local onde hoje é a sede da Associação Mico-Leão-Dourado e o Parque Ecológico do Mico-Leão-Dourado.

Todos estes esforços permitiram que as populações de micos na natureza se recuperassem e chegassem a cerca de 3.700 indivíduos. Entretanto, entre 2016 e 2017, um surto de febre amarela dizimou 1/3 das populações da espécie. Para enfrentar isso, houve o desenvolvimento de uma vacina com esforços da AMLD e da Fiocruz Bio-Manguinhos, que contou com a participação de diversas instituições como o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), a Universidade Estadual Norte Fluminense e o CPB/ICMBio e Centro Brasileiro de Pesquisa e Conservação de Primatas do ICMBio. Até o final de setembro de 2022 a iniciativa já imunizou mais de 300 micos. Confira o documentário produzido pela AMLD sobre a iniciativa.

 

Importância da restauração florestal

A conexão entre as florestas presentes na Mata Atlântica é fundamental para a sobrevivência da espécie. Segundo consta no site da AMLD, “O maior desafio agora é garantir a proteção e conexão das florestas nessa região onde vive o mico. Além da restauração florestal, com plantio de mudas nativas da Mata Atlântica e corredores florestais, a AMLD desenvolve programas de educação ambiental na região”. A Associação, assim como a Apremavi, é uma das unidades regionais do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, em prol justamente da recuperação das florestas não apenas no habitat do mico-leão-dourado, mas em todo o Brasil.

Mico-leão-dourado em vida livre. Foto: Wigold Schaffer

Registros de mico-leão-dourado em vida livre. Fotos: Wigold Schäffer e Carolina Schäffer

Mico-leão-dourado

Nome científico: Leontopithecus rosalia

Família: Callitrichidae

Habitat: Florestas de até 500m de altura, endêmico da Mata Atlântica de baixada costeira do estado do Rio de Janeiro

Alimentação: Onívoros (se alimentam de animais invertebrados como insetos, pequenos vertebrados e frutos)

Peso: 500g a 700g (estimado)

Comprimento: 22 a 30cm

Hábito de vida: monogâmicos e cooperativos

Distribuição: Mata Atlântica (estado do Rio de Janeiro)

Ameaças: tráfico e a caça, fragmentação do habitat, doenças como a febre amarela e espécies invasoras

Status de conservação: Em Perigo de extinção segundo o ICMBio

 

Fontes consultadas:

Associação Mico-leão-dourado 

RAMBALDI, Denise Marçal. Mico Leão Dourado: uma bandeira para proteção da Mata Atlântica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.

Autores: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Duda Menegassi e Carolina Schäffer.

Apremavi apresenta série Mulheres que Restauram no VI Vila ConsCiência

Apremavi apresenta série Mulheres que Restauram no VI Vila ConsCiência

Apremavi apresenta série Mulheres que Restauram no VI Vila ConsCiência

No dia 10 de novembro a Apremavi participou de forma virtual do VI Vila ConsCiência em Porto Alegre (RS) com a apresentação do trabalho da instituição e da série Mulheres que Restauram.

O Vila ConsCiência é um evento que tem como objetivo aproximar a comunidade das temáticas relacionadas à ciência, sustentabilidade e educação, a partir da divulgação e socialização de conhecimentos científicos de maneira inclusiva e acessível. Ele é realizado anualmente pela Apoena Socioambiental, uma empresa de inovação e redução de impacto socioambiental.

Neste ano, o Vila ConsCiência voltou a ser realizado em dois dias de forma presencial na Associação Cultural Vila Flores, com a temática: “Mulheres e Sustentabilidade: elas cuidam do planeta, quem cuida delas?” que buscou fazer uma reflexão e crítica em relação a quem mais cuida do planeta, da casa e dos filhos que ainda é realizado majoritariamente por mulheres. 

Como público o Vila contou com a presença de professores e alunos de escolas públicas de Porto Alegre (RS) e região metropolitana, integrantes de cooperativas de reciclagem de Porto Alegre (RS) e de Canoas (RS), pesquisadores da Unisinos e Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), além da comunidade local.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, participou da abertura do evento apresentando a história da Apremavi, bem como, a série Mulheres que Restauram. “As mulheres da série são exemplos de superação, trabalho e também de sucesso na restauração, que é um dos caminhos para atingirmos a sustentabilidade no Planeta”, reflete Carolina.

Em sua fala, a bióloga destacou ainda que as mulheres, sobretudo as periféricas, são as que mais sofrem as consequências das mudanças climáticas, portanto, além de falar de clima sob a perspectiva de gênero, é preciso também falar justiça climática uma vez que os fatores ambientais e os eventos climáticos extremos reforçam ainda mais desigualdades já existentes. 

 

Apresentação do trabalho da Apremavi e da série Mulheres que Restauram no VI Vila ConsCiência. Foto: Thamara Santos de Almeida

Apresentação do trabalho da Apremavi e da série Mulheres na Restauração no VI Vila ConsCiência. Foto: Thamara Santos de Almeida

“Participar do Vila ConsCiência foi super prazeroso porque, além do momento de troca de saberes com os alunos, é saber que se está fazendo parte de um movimento que corrobora com a visão de que é preciso educar meninas e mulheres para entenderem que podem ser o que elas quiserem. Atingir a equidade de gênero na sociedade depende do papel que cada um de nós desempenha, inclusive os homens, e o debate precisa estar em todos os lugares”, comenta Carolina Schäffer.

 

Exposição “Nós cuidamos do planeta. Quem cuida da gente?”

O evento ainda contou com uma exposição relacionada a vida das mulheres na reciclagem, no trânsito e as múltiplas violências que elas sofrem.  

Por meio da fotografia documental a primeira parte da exposição buscou captar almas, dores, alegrias, anseios e esperanças das catadoras de materiais recicláveis das cooperativas de reciclagem acompanhadas pela Apoena Socioambiental. 

Já a exposição do Vida Urgente “Sou boa no Volante” desmistifica o conceito de “Mulher ao volante, perigo constante”. Por fim, a exposição do Projeto Gradiva, clínica de psicanálise que atende gratuitamente mulheres em situação de violência, propiciou uma atividade auditiva com excertos poéticos e literários relacionados a situações de violência com o objetivo de sensibilizar o público. Além de um jogo sobre violência doméstica e familiar contra a mulher conforme as definições da Lei Maria da Penha.

Registro da exposição “Nós cuidamos do planeta. Quem cuida da gente?” Foto: Leilane Rosa da Silva

Registros da exposição “Nós cuidamos do planeta. Quem cuida da gente?” que ocorreu durante o evento. Fotos: Leilane Rosa da Silva e Thamara Santos de Almeida

Mulheres que Restauram

A série foi lançada em 2021 pela Apremavi para a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, com apoio do GT de Gênero e Clima do Observatório do Clima. O objetivo foi divulgar histórias de mulheres protagonistas na restauração e no planejamento de propriedades e paisagens, como forma de conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação feminina na mitigação da crise do clima e promover o plantio de árvores nativas e a recuperação de áreas degradadas.

> Confira

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto.

RPPN Serra do Pitoco completou 25 anos de existência

RPPN Serra do Pitoco completou 25 anos de existência

RPPN Serra do Pitoco completou 25 anos de existência

Criada pela Portaria Ibama 40/97, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Serra do Pitoco abriga um pequeno, mas importante remanescente de Mata Atlântica, numa região de transição entre a floresta ombrófila densa e mista. É abrigo para várias espécies de animais. Fica na comunidade de Alto Dona Luiza, município de Atalanta (SC) e é atravessada pelo Rio Dona Luiza e uma de suas principais atrações é uma cachoeira de 10 metros de altura.

Cachoeira da RPPN da Serra do Pitoco

Paisagem da RPPN Serra do Pitoco e registro de ação de Educação Ambiental. Fotos: Arquivo Apremavi

Quando criaram a RPPN, os proprietários Miriam Prochnow e Wigold B. Schaffer, tinham como objetivo mostrar que pequenas propriedades e pequenas RPPNs podem contribuir com a conservação da biodiversidade. A reserva tem apenas 3 hectares, mas é um importante refúgio natural.

A propriedade onde está localizada a RPPN foi utilizada como modelo para o conceito de Propriedade Legal – legal porque cumpre a lei e legal por ser um lugar bom de morar, idealizado pela Apremavi, que também desenvolve atividades de Educação Ambiental na reserva. Na RPPN estão expostas peças da turbina de energia da segunda fábrica de óleo de sassafrás do município de Atalanta, que funcionou até o início da década de 1960.

 

Biodiversidade da RPPN Serra Pitoco. Foto: Wigold Schaffer

Biodiversidade presente na RPPN Serra do Pitoco. Fotos: Wigold Schäffer

Além dos trabalhos que desenvolve na RPPN Serra do Pitoco, a Apremavi também criou e mantém a RPPN Serra do Lucindo, com 316 hectares, no município de Bela Vista do Toldo (SC). A RPPN tem uma base que pode ser utilizada por pesquisadores, estagiários e visitantes.

Na RPPN Serra do Pitoco, a visitação pública para o lazer em contato com a natureza, é livre.

 

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural

A maior parte dos remanescentes florestais em Santa Catarina está em propriedades privadas, inclusive em pequenas propriedades, a maioria delas com menos de 50 hectares. Levando em conta que menos de 3% do território catarinense está protegido sob a forma de Unidades de Conservação de proteção integral, isso aumenta a responsabilidade dos proprietários como importantes parceiros na preservação e recuperação do meio ambiente.

Cada proprietário rural é responsável pela manutenção da Reserva Legal em sua propriedade e também pelas Áreas de Preservação Permanente. Além disso, os proprietários podem optar pela criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) são reservas privadas que têm como objetivo preservar áreas de importância ecológica ou paisagística. São criadas por iniciativa do proprietário, que solicita ao órgão ambiental o reconhecimento de parte ou do total do seu imóvel como RPPN. A RPPN é perpétua e também deve ser averbada no cartório, à margem do registro do imóvel.

Diferente da Reserva Legal, onde pode ser feito uso sustentável dos recursos naturais, inclusive de recursos madeireiros, na RPPN só podem ser desenvolvidas atividades de pesquisa científica, ecoturismo, recreação e educação ambiental.

A área transformada em RPPN torna-se isenta do Imposto Territorial Rural (ITR) e o proprietário pode solicitar auxílio do poder público para elaborar um plano de manejo, proteção e gestão da área. Os proprietários também não precisam pagar ITR sobre as reservas legais e áreas de preservação permanente, conforme dispõe a Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996.

Em Santa Catarina, as RPPNs se organizam numa associação, a RPPN Catarinense, que tem como objetivos articular, organizar e assessorar os interesses ambientais e institucionais dos associados, otimizando as importantíssimas ações de proteção da biodiversidade das reservas particulares, no contexto das demais Unidades de Conservação e esforços de proteção da biodiversidade no Brasil e no Mundo. 

> Saiba mais

Autora: Miriam Prochnow. 
Revisão: Carolina Schäffer.

Apremavi ministra palestras sobre restauração florestal no IFC

Apremavi ministra palestras sobre restauração florestal no IFC

Apremavi ministra palestras sobre restauração florestal no IFC

Na última semana de outubro a Apremavi ministrou palestras sobre restauração florestal para alunos do Instituto Federal de Santa Catarina (IFC) nos Campus de Rio do Sul e Abelardo Luz (SC).

O tema foi escolhido pelos estudantes e a palestra no Campus de Rio do Sul fez parte da Semana Acadêmica da Agronomia. Já no Campus de Abelardo Luz, a conversa foi ministrada para técnicos em Agropecuária como parte da programação da II Semana da Agropecuária, além disso, foi feita doação de mudas para recuperação de uma mata ciliar no Campus.

Leandro Casanova, colaborador da Apremavi que ministrou as palestras, percebeu um grande interesse pelo tema por parte dos alunos. “O público foi se encantando com o tema e acredito que isso se dá sobretudo visto que, em alguns casos, a temática pode se tornar campo profissional para futuros técnicos, quer seja pelo domínio das técnicas de restauração ou pela produção de mudas nativas em viveiros florestais”, comenta Leandro.

Palestra sobre restauração florestal ministrada no IFC Campus Rio do Sul. Foto: Daiana Tânia Barth
Palestra sobre restauração florestal ministrada no IFC Campus Rio do Sul. Foto: Daiana Tânia Barth

A restauração florestal deve ser encarada como parte da ciência florestal, considerando que para acontecer o sucesso e o estabelecimento das florestas nativas plantadas há uma série de conhecimentos que devem ser adotados tais como: sucessão ecológica, dispersão de sementes, tratos silviculturais e atratividade à fauna, por exemplo.

Além disso, é importante que a restauração dos ecossistemas seja também sempre considerada uma aliada da produção. “O agronegócio e a agricultura familiar não podem ser dissociados das questões ambientais; para produzir necessitamos de boas práticas e um meio ambiente saudável”, comenta Leandro.

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Doação de mudas do viveiro da Apremavi no IFC Campus Abelardo Luz. Foto: Marluci Pozzan
Doação de mudas do viveiro da Apremavi no IFC Campus Abelardo Luz. Foto: Marluci Pozzan
Autor: Leandro Casanova.
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.

Apremavi participa do Programa Klabin Caiubi de Educação Ambiental em Santa Catarina

Apremavi participa do Programa Klabin Caiubi de Educação Ambiental em Santa Catarina

Apremavi participa do Programa Klabin Caiubi de Educação Ambiental em Santa Catarina

A Apremavi esteve presente na 35ª edição do Programa Klabin Caiubi, com professores das cidades de Correia Pinto e São Joaquim (SC) que ocorreu nos dias 25 e 26 de outubro em Correia Pinto. A iniciativa liderada pela Klabin busca capacitar educadores de escolas públicas e privadas em educação ambiental e incentivá-los a disseminar conhecimento em toda a comunidade.

A programação contou com a palestra “Plantações Florestais Sustentáveis”, ministrada por Mireli Moura Pitz, bióloga da Klabin. O grupo ainda aprendeu sobre a fauna catarinense e sua importância na dinâmica dos ecossistemas na apresentação “Mais do que animais!”, feita pelo médico veterinário Max Farjallat Raffi e o biólogo Dionei Ramos, da Sumatra Inteligência Ambiental.

Leandro Casanova e Daiana Tânia Barth, colaboradores da Apremavi, apresentaram o Programa Matas Legais e a importância da educação ambiental em sala de aula. Além disso, por meio do programa, houve a distribuição de 100 mudas de espécies nativas aos participantes.

Registro da palestra da Apremavi na 35ª edição do Programa Klabin Caiubi. Foto: Daiana Tânia Barth

Registro da palestra da Apremavi na 35ª edição do Programa Klabin Caiubi. Foto: Daiana Tânia Barth.

No segundo dia os professores conheceram o sistema de gestão ambiental da Klabin e dentre outras atividades, visitaram a fábrica e a Trilha Araucária. “O Programa Klabin Caiubi é um orgulho para a empresa, pois seu resultado se potencializa a cada edição ao se aproximar de professores e escolas da região onde atua, discutindo sobre o meio ambiente e tecendo junto a esses disseminadores da consciência ambiental uma rede de parcerias para a sustentabilidade do futuro”, comenta Mireli Moura Pitz, bióloga da Klabin.

Cerca de 54 professores participaram dessa edição, que atua em  terras catarinenses desde 2007. Ao longo de 21 anos, o Programa Klabin Caiubi em Santa Catarina já atingiu 679 escolas, 1710 professores e mais de 229 mil alunos.

Registro de doação de mudas na 35ª edição do Programa Klabin Caiubi. Foto: Daiana Tânia Barth.

Registro da doação de mudas para os educadores. Foto: Daiana Tânia Barth.

O Programa Caiubi

Com início em 2001, o Programa busca capacitar professores em temas associados à atuação da Klabin e para a consciência ambiental. As capacitações ocorrem semestralmente, envolvendo, por edição, aproximadamente 50 professores de escolas públicas estaduais e municipais e particulares. 

As edições são guiadas por um tema principal, escolhido após análise das necessidades e potenciais locais. Também buscamos alinhar os temas à Política de Sustentabilidade da Klabin e aos KODS – Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável, ligados à agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. A jornada é desenvolvida em três etapas:

  • Capacitação: especialistas compartilham seus conhecimentos com educadores, tiram dúvidas e orientam quanto à melhor forma de trabalharem a temática com os alunos, na teoria e na prática. Há sempre uma oficina que incentiva o professor a vivenciar os temas tratados.

  • Desenvolvimento: professores abordam o tema em aulas especiais e colocam os projetos em prática com suas turmas. As ações são planejadas antecipadamente, em reuniões conjuntas entre coordenadores do Programa e profissionais das escolas.
  • Mostra Ambiental: é um dos momentos mais emocionantes da jornada! Nessa etapa, os estudantes compartilham com os colegas das outras turmas, com familiares e toda a comunidade o que aprenderam. As apresentações incentivam o trabalho em equipe e são também uma oportunidade para os alunos exercitarem a autonomia. Crianças e jovens tornam-se verdadeiros multiplicadores de boas práticas ambientais. E a natureza e as gerações futuras agradecem!

> Conheça o Programa

Autora: Daiana Tânia Barth..
Revisão: Thamara Santos de Almeida, Vitor Lauro Zanelatto e Mireli Moura Pitz.

Projeto +Floresta realiza coleta de dados em campo

Projeto +Floresta realiza coleta de dados em campo

Projeto +Floresta realiza coleta de dados em campo

Os meses de julho a outubro foram de muito trabalho para coleta de dados em campo no Projeto +Floresta, que está realizando neste ano os estudos preliminares e planejamento das atividades de restauração de 260 hectares de floresta. 


Nesse período foram levantados os dados para os diagnósticos dos aspectos socioeconômicos (diagnóstico de populações e uso do solo) e do meio físico (hidrografia, morfologia, solo e vegetação) nas unidades de implantação (UIs) do projeto.

As áreas que receberam os estudos estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena Toldo Imbu –  Abelardo Luz, na Região Oeste de Santa Catarina.

Diagnóstico das populações

O levantamento de dados foi realizado pela equipe do projeto entre 25 de julho a 22 de setembro de 2022. Foram entrevistados moradores limítrofes às Reservas Legais e Unidades de Implantação do projeto. No dia 08 de setembro foi realizada uma reunião com cerca de 40 moradores da TI Toldo Imbu, visando a construção do mapa falado pela comunidade. Além disso, alguns moradores do Bairro São João Maria também foram visitados e entrevistados, uma vez que são vizinhos à unidade de implantação da TI Toldo Imbu.

 

Registro da entrevista com a população.

Registro da entrevista com a população. Foto: Maíra Ratuschinski

Uso do solo e meio físico

No período de 06 a 10 de setembro foram percorridas todas as unidades de implantação juntamente com a equipe da Bio Teia Estudos Ambientais para checar informações referentes à hidrografia, morfologia e uso do solo. Na oportunidade, ainda foram coletadas amostras de solo para realização de análises físicas e químicas a fim de auxiliar no diagnóstico dos solos.

Edilaine Dick, coordenadora do + Floresta, destacou a importância das atividades de investigação e pesquisa no território: “nesse período de diagnóstico a aproximação com os moradores locais foi muito positiva, permitindo construir um raio-x o mais próximo possível da situação atual das áreas a serem restauradas pelo projeto. O intercâmbio entre as  equipes de diferentes projetos  traz resultados não somente para o + Floresta, mas para os outros projetos desenvolvidos pela instituição, a partir da troca de experiências e metodologias compartilhadas”.

 

 

Levantamento florístico e fitossociológico

No mês de outubro, a equipe do projeto contou com o reforço das equipes da Apremavi e de outros projetos de Santa Catarina e do Paraná para a realização do levantamento florístico e fitossociológico. Todas as UIs foram amostradas com a alocação de parcelas fixas para análise do componente arbóreo e arbustivo, e subparcelas para análise da regeneração natural. Todos os dados coletados serão processados e seus resultados devem embasar a elaboração dos projetos finalísticos de restauração do projeto + Floresta. 

Mesmo com as intempéries climáticas ocorridas nessa atividade, o levantamento fitossociológico foi um momento fantástico, visto a larga experiência de membros da equipe em identificação de espécies. Foi um momento de não somente identificar as espécies, mas entender a qual família essas espécies pertencem, características físicas que auxiliam na sua identificação e sua região de ocorrência, esses conhecimentos me contribuirão nas atividades do projeto no qual trabalho” comenta Maurício Reis, coordenador de Projetos da Apremavi.

Equipe da Apremavi responsável pelas coletas de campo do projeto +Floresta. Foto: Arquivo Apremavi

Registros das coletas de dados em campo do projeto +Floresta. Fotos: Edilaine Dick e Marluci Pozzan

+Floresta

O +Floresta foi lançado para contribuir com a restauração da vegetação nativa na Floresta Ombrófila Mista, no Oeste de Santa Catarina, com o incremento de espécies vegetais ameaçadas de extinção como a araucária, a imbuia e o xaxim, ambas com histórico de intensa exploração no estado.

Será desenvolvido ao longo de oito anos, de 2022 a 2030, no município de Abelardo Luz, em Santa Catarina, sendo que as unidades de implantação estão localizadas nas Reservas Legais de sete Projetos de Assentamento (PAs) da Reforma Agrária – 13 de Novembro, Bela Vista, José Maria, Maria Silverstone, Recanto Olho D’Água, Roseli Nunes e Volta Grande, e em uma Área de Preservação Permanente da Terra Indígena – T.I. Toldo Imbu.

A iniciativa é financiada pelo Ibama através do Acordo de Cooperação Técnica nº 34/2021 e supervisionado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPSC), pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Justiça Federal de Santa Catarina, na forma da ação n° 5001458-53.2017.4.04.7200/SC.

Autora: Marluci Pozzan.
Revisão:  Edilaine Dick, Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto.

Apremavi realiza expedição para troca de saberes sobre restauração

Apremavi realiza expedição para troca de saberes sobre restauração

Apremavi realiza expedição para troca de saberes sobre restauração

Entre os dias 18 e 19 de outubro técnicos da Apremavi realizaram uma expedição em cidades de Santa Catarina e de São Paulo para troca de conhecimento sobre coleta e armazenamento de sementes.

O primeiro ponto de parada foi a base do Instituto Socioambiental (ISA), na região do Vale do Ribeira, em Eldorado (SP), para conhecer a iniciativa Caminhos da Semente. Em seguida os técnicos tiveram a oportunidade de conhecer uma área em processo de restauração pela Iniciativa Verde César, na cidade de Cajati (SP), que utilizou a técnica de muvuca de sementes e também as instalações do Viveiro Florestal Duffatto em Monte Castelo (SC).

Além de aprender um pouco mais sobre o dia-a-dia e as rotinas de outros viveiros florestais, o grupo trocou saberes com diferentes atores envolvidos na conservação e restauração da floresta.

Rede de Sementes Vale do Ribeira do ISA

Na manhã do dia 18 de outubro a Apremavi visitou o escritório do ISA em Eldorado (SP) para tirar dúvidas sobre como a rede foi iniciada, como os coletores de sementes são preparados, como são precificadas as sementes, além de aprender como é organizada a atividade de coleta de sementes. 

Recebidos pelo Quilombo Nhunguara, a equipe vivenciou um pouco do processo de armazenamento das sementes da Rede de Sementes do Vale do Ribeira e também ouviu sobre como a comunidade ajuda na coleta das sementes.

 

 

Armazenamento de sementes no Quilombo Nhunguara em Eldorado (SP). Foto: Edilaine Dick

Armazenamento de sementes no Quilombo Nhunguara em Eldorado (SP). Foto: Edilaine Dick

Visita na área restaurada com a técnica de muvuca de sementes

No período da tarde a equipe se deslocou à Cajati (SP) para conhecer uma área em restauração onde foi utilizada a técnica de muvuca de sementes. A atividade foi acompanhada pelo colaborador da Iniciativa Verde César, que guiou o grupo por uma trilha da restauração com explicação em campo do uso da muvuca.

Eles relatam que para implantar o projeto foi utilizado um trator com implementos agrícolas, além da utilização de sementes pioneiras juntamente com espécies de cobertura do solo e o plantio com semeadura direta foi implementado há quatro anos.

Área restaurada com a técnica de muvuca de sementes em Cajati (SP). Foto: Marluci Pozzan

Área restaurada com a técnica de muvuca de sementes em Cajati (SP). Foto: Marluci Pozzan

Visita no Viveiro Florestal Duffato

No segundo dia de expedição, a equipe conheceu o Viveiro Florestal Duffatto em Monte Castelo (SC). Uma visita guiada a estrutura do viveiro foi realizada, especificamente nos departamentos de produção de mudas de espécies exóticas, nativas, erva-mate e araucária enxertada.

Visita ao Viveiro Florestal Duffato em Monte Castelo (SC). Foto: Edilaine Dick

Visita ao Viveiro Florestal Duffato em Monte Castelo (SC). Foto: Edilaine Dick

 

Instituto Socioambiental (ISA)

O ISA atua desde 1994 ao lado de comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas, nossos parceiros históricos, para desenvolver soluções que protejam seus territórios, fortaleçam sua cultura e saberes tradicionais, elevem seu perfil político e desenvolvam economias sustentáveis.

 

Caminhos da Semente

A Iniciativa Caminhos da Semente é uma rede com contribuições de mais de 250 atores de 160 organizações, dos setores privado e público, relacionados com a restauração ecológica. O objetivo é dar escala à restauração ecológica no Brasil com foco no método de semeadura direta. 

Entre os benefícios do método estão menores custos e maior facilidade de implantação, com resultados efetivos para restauração da vegetação nativa em processo similar ao natural. A semeadura direta promove ainda desenvolvimento social e econômico, uma vez que envolve comunidades locais na coleta e venda de sementes, base de sua cadeia produtiva. 

 

“Foi gratificante ver na prática que é possível trabalhar em rede com coletores de sementes, que trazem junto com a coleta todo o seu conhecimento e respeito pela floresta. Assim, como trocar experiências com o viveiro Duffatto sobre manejo de viveiro, coleta, semeadura e tantos outros assuntos agregados. A semente foi literalmente plantada e voltamos com várias ideias a serem colocadas em prática para darmos os primeiros passos para a construção de uma rede de coleta de sementes nas regiões de atuação da Apremavi” comenta Edilaine Dick, coordenadora de projetos da Apremavi.

 

 

 

Autoras: Edilaine Dick, Marluci Pozzan e Thamara Santos de Almeida.
Revisão:
Carolina Schäffer.

Apremavi participa de encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Apremavi participa de encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Apremavi participa de encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica

Entre os dias 17 e 21 de outubro a Apremavi esteve presente no Encontro das Unidades Regionais (URs) do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica que aconteceu na sede da Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu (RJ).

O primeiro encontro presencial pós-pandemia contou com apresentações de cada UR sobre o trabalho realizado na restauração dos ecossistemas da Mata Atlântica, bem como conversas sobre como ampliar a escala da restauração, o uso de ferramentas de monitoramento como drones e outras metodologias, e ainda visitas de campo para conhecer áreas de restauração e técnicas experimentais para ampliação da escala, como a muvuca.

Vindas de 15 estados onde há ocorrência da Mata Atlântica, além da Apremavi entre as organizações participantes, estavam a APOENA, Associação Ambientalista Copaíba, Associação Mico-Leão-Dourado, Cepan, Dap Web, ECO OCELOT, Grupo Ambiental Natureza Bela, IBAM, Instituto ÇaraKura, Iracambi Centro de Pesquisas, Mater Natura, Reserva Ecológica de Guapiaçu e SAVE Brasil.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, esteve no encontro e comentou que foi oportuna a troca de saberes: “nada substitui esse contato físico com os ambientes restaurados e com os agentes de restauração; saímos dessas experiências sempre com muita energia e com a certeza de que não estamos sozinhos nos desafios e na busca de soluções”.

 

Apremavi participa de encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Foto: Carolina Schäffer

Registros do encontro das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Fotos: Carolina Schäffer

Mico-leão-dourado um ator da restauração

No terceiro dia do encontro ocorreu a visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado (AMDL), em Silva Jardim (RJ). Na ocasião foram visitadas áreas restauradas pela instituição, remanescentes florestais de propriedades “parceiras do mico” onde foi possível avistar um banco com 12 indivíduos andando livremente pela mata, e também o primeiro viaduto vegetado do país.

A região de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) está localizada entre a cidade do Rio de Janeiro, segunda maior metrópole brasileira, e a Bacia de Campos/Macaé, a mais importante área de exploração de petróleo do país. Em razão do crescimento industrial e para superar a barreira das rodovias em ampliação na região, a AMLD tem trabalhado na implementação de passagens de fauna e na recomposição de áreas degradadas. 

Micos de populações diferentes precisam se encontrar para se reproduzir, mas isso só vai ocorrer se matas isoladas forem conectadas”, afirma Luís Paulo Marques Ferraz, Secretário-Executivo da Associação.

Visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado. Foto: Carolina Schäffer

Visita à sede da Associação Mico-Leão-Dourado. Fotos: Carolina Schäffer

Cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis

Durante o encontro as Unidades Regionais foram apresentadas à nova publicação da Apremavi – a Cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis, lançada virtualmente em maio com apoio da Iniciativa Internacional Clima e Floresta da Noruega (NICFI), num consórcio de organizações não governamentais liderado pelo Observatório do Código Florestal (OCF), no âmbito do projeto Implantando o Código Florestal.

A cartilha é uma ferramenta de conscientização e formação que traz informações sobre a Mata Atlântica e sua importância, trata da adequação ambiental de propriedades rurais, especialmente no âmbito do Novo Código Florestal e da Lei da Mata Atlântica e apresenta diversas soluções baseadas na natureza, para serem implementadas nos diversos territórios.

O lançamento da versão física da publicação está previsto para novembro durante a IV Conferência Brasileira de Restauração Ecológica que acontecerá em Vitória (ES).

+++ Acesse a publicação aqui.

Apresentação da cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis. Foto: Instituto Çarakura

Apresentação da cartilha Planejando Propriedades e Paisagens Sustentáveis. Foto: Instituto Çarakura

O Pacto Mata Atlântica

O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um movimento nacional que tem a missão de articular e integrar atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, com benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Estabelecido em abril de 2009, o Pacto atua estrategicamente articulando instituições públicas e privadas, governos, empresas, comunidade científica e proprietários de terras para integrar seus esforços e recursos na geração de resultados em restauração e conservação da biodiversidade nos 17 estados do bioma.

Atualmente, o movimento prioriza a atuação em três linhas principais: Territórios Certificados, Comunicação e Capacitação e Monitoramento Multidimensional. E sua atuação se dá através das unidades regionais que têm como função atuar no diagnóstico da cadeia de restauração, auxiliando na identificação dos cenários e dos atores locais, bem como na identificação das lacunas de informações e dos elos dessa cadeia.

Mapa das Unidades Regionais do  Pacto Mata Atlântica. Figura:  Pacto Mata Atlântica

Mapa das Unidades Regionais do Pacto Mata Atlântica. Figura: Pacto Mata Atlântica

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Thamara Santos de Almeida.

Apremavi participa da Assembleia Geral do FSC

Apremavi participa da Assembleia Geral do FSC

Apremavi participa da Assembleia Geral do FSC

Entre os dias 9 e 14 de outubro de 2022 a Apremavi esteve em Bali, na Indonésia, para acompanhar a Assembleia Geral do Forest Stewardship Council, o FSC. Enquanto o mundo enfrenta um cenário de crises climática, econômica e social, o FSC se propõe a ser uma plataforma que contribui com soluções para a manutenção de florestas resilientes para todos.

A Assembleia Geral é uma oportunidade que os membros têm de trocar experiências e aprender sobre as melhores práticas para a conservação da natureza e o manejo florestal sustentável. Além disso, é na Assembleia que os membros das três câmaras que compõem o sistema FSC – Ambiental, Econômica e Social – discutem os temas prioritários e votam nas moções que definem os rumos e regras do sistema.

Carolina Schäffer, vice-presidente da Apremavi, comenta que o encontro foi inspirador e de muita aprendizagem. “Passar uma semana na companhia de outras 500 pessoas de todas as partes do mundo, 40 do Brasil, e buscam em conjunto soluções baseadas na natureza para as diferentes crises que o mundo enfrenta é um privilégio e, ainda que cada um tenha o seu ponto de vista e a sua opinião, o objetivo de todos é um só e o poder do diálogo sempre prevalece como deveria ser”, comenta.

Assembleia Geral do FSC. Foto: Carolina Schaffer

Registros da Assembleia Geral do FSC em Bali na Indonésia. Fotos: Carolina Schäffer.

O FSC

O FSC – Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal, em português) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, criada em 1994 para promover o manejo florestal responsável ao redor do mundo, por meio de um sistema de certificação, pioneiro e único, que incorpora, de forma igualitária, as perspectivas de grupos sociais, ambientais e econômicos. Com sede na Alemanha e no México, está presente em mais de oitenta países.

No Brasil, o FSC foi oficialmente estabelecido em 2002, época em que a Apremavi se tornou parte da organização, mas as primeiras florestas certificadas brasileiras são dos anos 1990. As áreas certificadas de manejo comunitário, concessões públicas e empresariais da Amazônia, bem como de plantações florestais no país inteiro, fornecem matéria-prima para diversos setores da economia, como construção civil, papel e celulose, embalagens, alimentos e cosméticos.

 

Autora: Carolina Schäffer.
Revisão: Miriam Prochnow.

Eco-ansiedade: a preocupação com o futuro do planeta tem nome

Eco-ansiedade: a preocupação com o futuro do planeta tem nome

Eco-ansiedade: a preocupação com o futuro do planeta tem nome

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), vinculado à ONU, apontou que as ações humanas estão contribuindo para o aquecimento global e que alguns dos efeitos já estão sendo observados no mundo todo.  

Além das mudanças climáticas, que é uma problemática mundial, temos observado nos últimos anos no Brasil a boiada passar com inúmeros retrocessos ambientais, desde o desmatamento, que explodiu em todos os biomas, até o perdão de dívidas ambientais, crescimento de incêndios criminosos, enfraquecimento das instituições ambientais, dentre outros. Sobram motivos para ficarmos com medo frente a incerteza do futuro que nos espera.

Esse medo crônico frente a destruição ambiental tem nome, é chamado de eco-ansiedade. O termo se popularizou devido ao relatório da Associação de Psicologia dos Estados Unidos, lançado em 2017, que discutiu a saúde mental relacionada às mudanças climáticas. O objetivo da publicação é promover a compreensão sobre as implicações da crise socioambiental e do clima para profissionais da saúde, líderes e demais extratos sociais.

A eco-ansiedade é mais suscetível em grupos que lidam com as questões ambientais, como ativistas climáticos, pesquisadores, estudantes universitários e professores, biólogos, comunidades rurais e populações periféricas. A publicação apresenta algumas formas de manifestação dessa condição: 

“A capacidade de processar informações e tomar decisões sem ser desativada por respostas emocionais extremas está ameaçada pelas mudanças climáticas. Alguma resposta emocional é normal, e até mesmo emoções negativas são uma parte necessária de uma vida plena. No caso extremo, no entanto, eles podem interferir com nossa capacidade de pensar racionalmente, planejar nosso comportamento e considerar ações alternativas. Um evento climático extremo pode ser uma fonte de trauma, e a experiência pode causar emoções incapacitantes. Efeitos mais sutis e indiretos das mudanças climáticas podem adicionar estresse à vida das pessoas em diferentes graus. Os efeitos do clima se traduzem em saúde mental prejudicada que pode resultar em depressão e ansiedade”. 


Adaptado de ‘Mental Health and Our Changing Climate: Impacts, Implications, and Guidance’ – American Psychological Association.

 

A eco-ansiedade pode nos paralisar

Um artigo relatou fatores que podem fazer com que sejamos menos capazes de lidar com as mudanças climáticas, onde a eco-ansiedade resulta em sentimento de frustração e impotência para mudar a realidade, sendo até debilitante. Os fatores citados compreendem limitações cognitivas, como dificuldade de lidar com preocupação distantes, ignorância sobre o que fazer, estar habituado com as notícias a ponto de não se importar, subestimar os riscos futuros, sentimento de impotência frente a um problema muito grande, além de questões ideológicas como a ideia de que uma tecnologia ainda não criada vai nos salvar, entre outros.

Além disso, há evidências que sugerem que as mudanças climáticas exacerbam as graves desigualdades de saúde mental existentes dentro das nações. O estudo utiliza como exemplo a comparação de informações sobre saúde mental dos povos originários inuits do Canadá com outros extratos sociais. 

Historicamente, as populações inuítes experimentam disparidades substanciais de saúde mental em comparação com a população canadense não indígena, como consequência dos impactos duradouros da colonização. As consequências podem ser observadas na saúde mental: as taxas de suicídio entre os inuítes são até 11 vezes maiores do que a média canadense.10 Assim, é claro que a pressão já associada a disparidades pré-existentes de saúde mental será ainda mais exacerbada por futuras mudanças climáticas e ambientais.

Como minimizar a eco-ansiedade?

Confira um compilado de recomendações descritas por especialistas*

– Aprender maneiras de aliviar ou prevenir a ansiedade e a depressão como ataques de pânico, catastrofização ou outras formas paralisantes de ansiedade.
Os especialistas concordam que uma certa quantidade de ansiedade e mau humor serão evidentes no momento atual com a soma de várias crises, mas os níveis de ansiedade podem ser diminuídos e fortes sintomas de ansiedade podem ser ajudados pelo apoio de outras pessoas e pelo autocuidado. Muitos autores dão dicas práticas de habilidades e estratégias que ajudam quando os sentimentos de ansiedade começam a aumentar. Isso inclui respirar devagar, tomar uma decisão consciente para evitar catástrofes e usar distrações saudáveis ​​e meios reconfortantes;

– Desenvolver habilidades emocionais ou habilidades de saúde mental com antecedência, como a canalização da energia emocional e construção de rotinas diárias que aumentam o bem-estar do corpo e da mente;

– Aprender a manter o sentido da vida. Isso está intimamente ligado às discussões sobre esperança;

– Encontrar formas de participar na resolução de problemas relacionados com a crise ecológica. Os autores enfatizam que há ações individuais e coletivas. No entanto, costumam enfatizar que a ação coletiva deve ser acentuada para aliviar essa ecoansiedade, que decorre dos limites individuais e do sentimento de desamparo. Muitos especialistas alertam contra o uso apenas da ação como antídoto para a ansiedade ecológica, pois isso pode facilmente levar ao esgotamento ou a visões irreais sobre a real importância das ações individuais.- Encontrar suporte e apoio profissional;

– Desenvolver e manter uma forte ligação com a natureza.

*Traduzido e adaptado de INGLE, Harriet E.; MIKULEWICZ, Michael. Mental health and climate change: tackling invisible injustice. The Lancet Planetary Health, v. 4, n. 4, p. e128-e130, 2020.

Amar e mudar as coisas

Além das sugestões de como lidar com a eco-ansiedade, devemos buscar melhorar a forma como comunicamos as questões ambientais. É preciso compartilhar soluções possíveis e buscar apaixonar as pessoas, indo além da comunicação da tragédia. Pensando nisso, a IUCN lançou há uns anos uma campanha chamada “Love, not loss” (Amor, não perda) que para além do futuro catastrófico mostra como é importante contar histórias que deram certo na conservação da biodiversidade.

A Apremavi, junto com inúmeros parceiros, mostra na prática que é possível mudar a realidade. Ao longo dos nossos 35 anos de existência trabalhamos pelo fortalecimento das políticas públicas ambientais, pela criação de unidades de conservação públicas e particulares, em ações de capacitação e educação ambiental, além de atuarmos diariamente na restauração e recuperação de áreas degradadas. Amar e mudar as coisas nos interessa mais, que possamos juntos colocar a mão na massa, sem ceder a paralisia e a inércia, seguimos juntos!

Referências:

CLAYTON, Susan et al. Mental health and our changing climate: Impacts, implications, and guidance. Washington, DC: American Psychological Association and ecoAmerica, 2017.

INGLE, Harriet E.; MIKULEWICZ, Michael. Mental health and climate change: tackling invisible injustice. The Lancet Planetary Health, v. 4, n. 4, p. e128-e130, 2020.

PIHKALA, Panu. Eco-anxiety and environmental education. Sustainability, v. 12, n. 23, p. 10149, 2020

STANLEY, Samantha K. et al. From anger to action: Differential impacts of eco-anxiety, eco-depression, and eco-anger on climate action and wellbeing. The Journal of Climate Change and Health, v. 1, p. 100003, 2021.

O presente conteúdo serve apenas para informação geral, sem pretensão de fornecer diagnóstico, orientação especializada ou indicação de tratamento. Estudos apresentados são de responsabilidade exclusiva dos autores.

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Jurubeba-falsa, importante na restauração

Jurubeba-falsa, importante na restauração

Jurubeba-falsa, importante na restauração

A jurubeba-falsa (Solanum variabile), também conhecida como jurubeba ou jurubeba-velame, é uma espécie de arbusto geralmente encontrada em locais úmidos e terrenos elevados. A origem do nome vem do latim “variabile”, variável, pela enorme variação nos pelos e no formato das folhas.

Ocorre no Sudeste e Sul do Brasil nos biomas Mata Atlântica e Pampa, nas formações de Campo de Altitude, Floresta Ombrófila e Floresta Ombrófila Mista, com maior frequência nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É uma espécie arbustiva que pode atingir de 3 a 4 metros de altura.

Por ser uma espécie zoocórica, ou seja, com a dispersão das sementes feita por animais, é importante em áreas restauradas pelo seu potencial já visto de atração da fauna, com destaque para as abelhas nativas sem ferrão. Além do seu crescimento rápido que auxilia na cobertura do solo e na estruturação da floresta.

Em relação ao seu potencial medicinal, um estudo evidenciou, por meio da experimentação em camundongos, a importância dessa espécie para tratamento de úlcera gástrica*. Além disso, em uma determinada concentração a jurubeba foi eficiente em sua ação repelente ao gorgulho-do-milho, pequeno besouro presente na cultura do milho.

Jurubeba-falsa. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Detalhes da flor, fruto e folhas da Jurubeba-falsa, registrada em Imbaú (PR). Fotos:  Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto

Jurubeba-falsa

Nome científico: Solanum variabile Mart.

Família: Solanaceae

Utilização: Uso medicinal, paisagismo e em áreas de restauração

Fruto: possui uma cor verde esbranquiçada quando jovem e amarela quando maduro. Os frutos se desprendem na maturação e liberam as sementes por decomposição de seus tecidos. Cada fruto encerra cerca de 10 sementes.

Flor: branca.

Floração: setembro e novembro.

Crescimento da muda: rápido.

Status na Lista Vermelha da IUCN: pouco preocupante (Least Concern), ou seja, a espécie não está ameaçada de extinção.

 

* Os dados sobre usos medicinais das espécies nativas são apenas para informação geral, onde os estudos foram feitos com propriedades isoladas em uma quantidade específica. O uso de medicamentos fitoterápicos deve ser seguido de orientações médicas

 

Fontes consultadas

Solanaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB14880>. Acesso em: 12 out. 2022

ANTONIO, Jose Marcelino. Atividade antiulcerogenica do extrato etanolico bruto obtido a partir das folhas de Solanum variabile Mart.

PEDOTTI-STRIQUER, Lara; BERVIAN, Cleberson Inacio Baungaertner; FAVERO, Silvio. Ação repelente de plantas medicinais e aromáticas sobre Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 10, n. 1, p. 55-62, 2006.

BECHARA, Fernando Campanhã. Unidades demonstrativas de restauração ecológica através de técnicas nucleadoras: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado e Restinga. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, 2006.

 

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.
Foto de capa: Carolina Schäffer.
Identificação da espécie: Leandro Casanova e Gabriela Goebel.

Apremavi realiza ações em alusão ao dia da árvore

Apremavi realiza ações em alusão ao dia da árvore

Apremavi realiza ações em alusão ao dia da árvore

Com a chegada da primavera e as celebrações do dia da árvore, o mês de setembro sempre é bastante movimentado na Apremavi.

De mutirões de doação de árvores nativas à palestras em escolas, a lista de ações realizadas nas últimas duas semanas no âmbito dos projetos que executamos é extensa. Confira abaixo o que cada um dos projetos executou.

Matas Sociais no Paraná

A equipe do programa Matas Sociais, planejando propriedades sustentáveis participou de ações de educação ambiental junto às secretarias municipais e escolas das cidades atendidas pelo programa. Foram ministradas palestras para alunos e professores com o objetivo de sensibilizar os alunos a respeito das questões ambientais, principalmente sobre o desmatamento ilegal, extinção das espécies e o risco da escassez dos recursos hídricos. Durante a semana, também foram doadas cerca de 2.300 mudas de árvores para os alunos das escolas.

Esta foi uma oportunidade única de aprendizado, pois o trabalho de educação ambiental é imprescindível para a conscientização dos alunos. “São eles que futuramente terão a missão de cuidar da preservação das nossas florestas e do meio ambiente, por isso essas ações de educação ambiental nas escolas são de fundamental importância para a formação dos alunos”, destaca William V. de Castro Ribas, técnico ambiental da Apremavi.

Registros das atividades realizadas pelo projeto Matas Sociais do Paraná. Fotos: Emílio Ribas, Secretaria do Meio Ambiente de Reserva e William V. de Castro Ribas

Matas Legais no Paraná

A equipe do projeto Matas Legais executou atividades com foco principal no dia da árvore envolvendo cerca de 700 pessoas, dentre elas alunos do ensino fundamental, médio e EJA, professores e diretores.

A primeira ação ocorreu na Escola Municipal Doutor Pedro Antonio Zanardi localizada no município de Figueira, onde foi realizada uma palestra com sobre a preservação do meio ambiente e um plantio simbólico. Já em Curiúva, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), foi realizada uma palestra e também uma apresentação de teatro foi realizada pelos alunos, e no Colégio Estadual Jandira Ferreira Rosas também foi realizada uma palestra. Em ambos locais também foram doadas 350 mudas de árvores frutíferas e ornamentais.

Palestra no dia da árvore. Foto: Emilene Bueno Diniz

Registros das atividades realizadas pelo projeto Matas Legais do Paraná. Fotos: Pedro Ferreira, Emilene Bueno Diniz, Silvana Sampaio e Dizone Barbosa Bueno

Matas Legais em Santa Catarina

Em Santa Catarina, o projeto Matas Legais realizou duas ações: uma entrega de mudas com plantio simbólico e uma palestra também com entrega de mudas.

A primeira atividade ocorreu na Creche Pré-Escolar Sepé Tiarajú no município de Lages e envolveu 75 crianças. A atividade foi feita em conjunto com as técnicas da Klabin, empresa parceira do projeto, Rosângela Westphal e Luisa Calian Barra.. Na oportunidade, Leandro Casanova, colaborador da Apremavi e coordenador do Matas Legais em SC, fez um breve relato sobre o programa Matas Legais, e Daiana Tânia Barth, técnica ambiental da Apremavi, fez uma fala sobre a preservação dos recursos hídricos e ressaltou a importância da reciclagem do lixo Como encerramento da atividade ocorreu a distribuição de materiais de educação ambiental e um plantio simbólico com a participação das crianças em uma área de preservação permanente junto a um rio próximo da escola.

Já a segunda atividade ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Eduardo Adolfo Wendel na cidade de Taió. A palestra abordou as temáticas de mudanças climáticas, biodiversidade e água. Silvia Soerensen, professora de ciências da escola, agradeceu imensamente pela atividade: “A atividade foi muito boa, além das minhas expectativas.O trabalho da Apremavi é essencial porque sabemos como é importante criar essa conscientização nas crianças, especialmente porque a maioria dos pais não têm essa visão. Eu tenho muito apreço e muita admiração pelo trabalho de vocês e espero que vocês continuem nessa caminhada com muito sucesso”, comenta a professora.

Ação do Matas Legais em Santa Catarina no dia da árvore. Foto: Lukas Lins Vieira

Registro de parte das atividades realizadas pelo projeto Matas Legais em Santa Catarina. Foto: Lukas Lins Vieira 

+ Floresta

Já o projeto +Floresta esteve presente na Escola Estadual de Ensino Médio Paulo Freire localizada no Assentamento José Maria em Abelardo Luz (SC), área de atuação do projeto. O encontro contou com doação de mudas para plantio na escola e uma palestra sobre a importância da proteção de árvores e florestas. Além da alusão ao Dia da Árvore, a atividade também fez parte da semana de comemoração do aniversário da escola, onde foram realizadas outras palestras de interesse à comunidade escolar.

Parceria que perdura, doação do Archer

Há mais de 20 anos, no dia da árvore, os Supermercados Archer, de Brusque (SC), distribuem para os seus clientes mudas de árvores nativas.

As 30.000 mil mudas distribuídas este ano foram produzidas no Viveiro Jardim das Florestas e a campanha de doação contou com o tema “Uma ideia não nasce sozinha, você precisa plantar”.

Carregamento de mudas para doação da Archer. Foto: Wigold B. Schäffer

Carregamento de mudas para doação do Archer. Fotos: Wigold B. Schäffer

Autores: Daiana Tânia Barth, Marluci Pozzan, Mauricio Reis, Pedro Ferreira, Thamara Santos de Almeida e William V. de Castro Ribas.
Revisão: Carolina Schäffer.

Atividades de implantação da restauração na área piloto do Conservador das Araucárias são finalizadas

Atividades de implantação da restauração na área piloto do Conservador das Araucárias são finalizadas

Atividades de implantação da restauração na área piloto do Conservador das Araucárias são finalizadas

Localizada no município de Urubici (SC), na divisa com o Parque Nacional de São Joaquim, no coração da Serra Catarinense e na área de abrangência da Floresta com Araucárias, a Fazenda Santa Bárbara, propriedade escolhida para implantação da área piloto do Projeto Conservador das Araucárias, tem ao todo 155 hectares, dos quais 52% eram cobertos por pastagens e usadas para criação de  gado até recentemente, segundo o proprietário.

Em 87,16 hectares da área foram utilizadas diferentes metodologias de restauração como o plantio de mudas em área total, em 28,49 hectares, o enriquecimento ecológico, em 9,23 hectares, e a condução da regeneração natural, em 49,44 hectares.

No total foram plantadas 38 mil mudas de árvores nativas de espécies nobres, pioneiras e frutíferas da Mata Atlântica que estão em pleno desenvolvimento (veja galeria abaixo) como araucária (Araucaria angustifolia), pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii), casca-d’anta (Drimys brasiliensis), goiaba-da-serra (Acca sellowiana), erva-mate (Ilex paraguariensis), cambará (Gochnatia polymorpha), bracatinga (Mimosa scabrella), uvaia (Eugenia pyriformis), cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata), guabiju (Myrcianthes pungens), ipê-amarelo-da-serra (Tabebuia alba), cedro (Cedrela fissilis), araçá-vermelho e amarelo (Psidium cattleianum), araçá-do-campo (Psidium myrsioides), aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius), guabiroba-crespa (Campomanesia reitziana), guabiroba-do-campo (Campomanesia guaviroba), guabiroba-lisa (Campomanesia xanthocarpa), guabirobinha (Campomanesia rhombea), tarumã (Vitex megapotamica), imbuia (Ocotea porosa), caroba (Jacaranda caroba), capororoca-branca (Rapanea ferruginea), açoita-cavalo (Luehea divaricata), goiaba-da-serra (Acca sellowiana), coqueiro-jerivá (Syagrus romanzoffiana), pacari (Lafoensia pacari), entre outras.

Mudas em desenvolvimento. Fotos: Arquivo Apremavi.

As atividades foram iniciadas em fevereiro de 2022 e finalizaram em agosto de 2022. A equipe da Apremavi realizou um mutirão para iniciar as atividades de restauração, deste mutirão participaram 11 pessoas ao longo de 12 dias. Depois disso uma equipe terceirizada foi contratada, sempre com a supervisão de técnicos da Apremavi. A equipe contratada envolveu em média cinco pessoas que trabalharam no período de abril a agosto.

Nas condições encontradas na propriedade piloto, uma pessoa consegue plantar em média 100 mudas por dia. É importante destacar que para que o terreno esteja em condições para o plantio das mudas, é necessário fazer coroamento, abertura dos berços, colocação de adubo, hidrogel e estacas. No período do plantio das mudas houve ocorrência de períodos de chuvas, geadas e até neve, fatores que dificultaram o trabalho e atrasaram o cronograma de implementação em aproximadamente 60 dias. 

O plantio das mudas de árvores ocorreu no outono e inverno, períodos em que naturalmente as plantas têm o desenvolvimento reduzido em função do frio que ocorre na região, o que é perfeitamente normal. Nas fotos anexas pode ser observado que as mudas plantadas estão enraizadas e seu crescimento deve se acelerar agora na primavera e no verão vindouro. Estima-se que haja uma mortalidade de aproximadamente 10%, decorrente de fatores climáticos e formigas.

Giem Guimarães, proprietário da área, não mede esforços para garantir o sucesso da restauração da propriedade e espera que sua atitude sirva como exemplo: “Como empresário e defensor da Floresta com Araucárias, que foi praticamente dizimada, tenho muito orgulho em fazer parte dessa iniciativa inédita. O sucesso econômico e a nossa sobrevivência dependem da conservação da natureza. Entendo que é preciso mostrar à sociedade que os negócios e a conservação podem andar juntos”, complementa.

Plantio na área piloto do Conservador das Araucárias. Foto: Arquivo Apremavi

Plantio na área piloto do Conservador das Araucárias. Fotos: Arquivo Apremavi.

Visita de monitoramento

No dia 26 de setembro de 2022 integrantes da Apremavi, da Tetra Pak e da Klabin estiveram na área para ver o resultado dos trabalhos. Os visitantes tiveram a oportunidade de fazer toda a trilha e verificar de perto o crescimento das mudas e também o avanço da regeneração natural.

Para Julian Fox, Diretor de Programas da Natureza da Tetra Pak Internacional, a visita ao local de plantio piloto na Fazenda Santa Bárbara foi muito marcante: “foi gratificante ver as mudas plantadas, sua variedade e que sobreviveram bem ao inverno. Caminhando da pousada em direção ao limite com o parque, foi possível ver diferentes tipos de ecossistemas e as estratégias de restauração e enriquecimento em ação. Esta área é perfeita para demonstrar aos potenciais proprietários participantes como a adesão ao Conservador das Araucárias os ajudará a restaurar a natureza em suas próprias propriedades”, explica Julian.

Visita de monitoramento na área piloto do Conservador das Araucárias: Foto: Arquivo Apremavi

Visita de monitoramento do projeto. Fotos: Arquivo Apremavi

O Conservador das Araucárias

Lançado em abril, o Conservador das Araucárias é um projeto de restauração ambiental que traz um modelo inovador focado na recuperação de áreas rurais degradadas por meio do plantio de espécies nativas, com benefícios para as comunidades locais, fauna e flora da Mata Atlântica e sequestro de carbono.

Desenvolvido em parceria com a Tetra Pak, líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, o projeto tem a ambição de restaurar pelo menos 7 mil hectares da Mata Atlântica em um período de dez anos – o equivalente a 9.800 campos de futebol.

O Conservador das Araucárias conta com o acompanhamento da Conservation International (CI), da The Nature Conservancy Brasil (TNC) e da Klabin, fornecedora de matéria prima da Tetra Pak e parceira de longa data da Apremavi nos Programas Matas Legais e Matas Sociais.

+ Saiba mais sobre o projeto

Autoras: Miriam Prochnow e Carolina Schäffer.

Comitê do Itajaí publica moção contrária à mudança de categoria do PNSI

Comitê do Itajaí publica moção contrária à mudança de categoria do PNSI

Comitê do Itajaí publica moção contrária à mudança de categoria do PNSI

Parlamentares catarinenses, por meio do Projeto de Lei 1797/22, pretendem alterar a categoria do Parque Nacional da Serra do Itajaí em Santa Catarina para Floresta Nacional. No mês de julho, a Apremavi, junto com a Acaprena, Rede de ONGs da Mata Atlântica, Rede Pró Unidades de Conservação e Observatório de Justiça e Conservação, lançou um documentário denunciando esse ataque e as falsas justificativas para essa alteração.

Documentário chama para a ameaça e a importância do Parque Nacional da Serra do Itajaí.

Moção contrária à mudança

No dia 5 de agosto, durante a Assembleia do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Açú, foi apresentada por parte dos membros do comitê a proposta para a elaboração de uma moção contra a recategorização do Parque Nacional.

Leandro Casanova, membro do comitê representando a Apremavi, fez uso da palavra e acrescentou que em exposto a gravidade do tema haveria uma necessidade na agilidade da apresentação da moção, o que veio a culminar na convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para tratar do assunto. “A votação contra a recategorização do PARNA Serra do Itajaí registrou concordância à proposta por unanimidade, evidenciando o consenso da relevância desse patrimônio natural e o que a Unidade de Conservação representa para a sociedade da região. O colegiado promove reuniões periódicas para debater assuntos inerentes à bacia hidrográfica da região do Vale do Itajaí, contando com  representação de 3 setores: Usuários da Água, População da Bacia e Poder Público” destaca Leandro.

Assim, a moção, publicada no dia 1 de setembro, relata diversos motivos para manter a categoria de Parque Nacional: 

  • O PNSI abriga a maior biodiversidade de plantas de SC; 
  • Possui grande potencial de econômico por meio da sua visitação; 
  • A sua estrutura geológica é frágil para interferência antrópica, a abertura de estradas já ocasionou deslizamentos e assoreamentos nos cursos d’água;
  • Não há estudo técnico que apresente os reais impactos de uma possível recategorização do Parque

+ Confira a íntegra da moção

 

Falsas justificativas para alteração da categoria

O principal motivo apontado pelo Deputado Estadual Ivan Naatz (PL), que protocolou o PL, é que a mudança colocaria um fim nos conflitos de indenização com propriedades particulares. Contudo, na moção é apontado que as 10 famílias que residem no Parque já foram indenizadas. 

Além disso, os conflitos não vão acabar somente com a mudança de categoria para Flona, uma vez que segundo §1º do art. 17 da Lei nº 9.985/2000 (Lei do SNUC), a Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, permanecendo a necessidade de indenização.

 

 

Conclusão da moção

A moção é concluída com a defesa da não recategorização do PNSI, da regularização fundiária e justa indenização das propriedades das famílias inseridas totalmente e parcialmente na área do parque e que sejam despendidos esforços para a efetiva implementação do Parque

Sou contra o fim do PARQUE NACIONAL DA SERRA DO ITAJAÍ (57 mil hectares de Mata Atlântica) e DEFENDO o PARQUE NACIONAL como a forma mais adequada de PROTEGER os mananciais fornecedores de água de Classe UM para dezenas de municípios de Santa Catarina, o turismo e a biodiversidade e apoio a justa INDENIZAÇÃO dos proprietários.

Parque Nacional da Serra do Itajaí. Fotos: Cintia Gizele Gruener

O Comitê do Itajaí

O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, denominado de Comitê do Itajaí, é um colegiado formado por organizações públicas e privadas, encarregado de orientar o uso e a proteção da água em toda a bacia hidrográfica. Está vinculado ao Governo de Santa Catarina e funciona como  um parlamento para debater e deliberar sobre as questões relacionadas às águas da bacia do Itajaí. Foi criado pelo Decreto Estadual 2109/97, em conformidade com a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei No 9433/1997) e a Política Estadual equivalente (Lei No 9748/1994).

O objetivo do Comitê do Itajaí é promover a articulação de ações de defesa contra secas e inundações e para garantir o fornecimento de água em quantidade e qualidade adequadas para todos os usos. Esses objetivos serão alcançados mediante a proteção e a recuperação de ambientes fluviais; e o controle da poluição, da erosão do solo e do assoreamento dos cursos de água.

O Comitê do Itajaí é composto por 50 organizações, das quais 10 são órgãos públicos estaduais e federais; 20 são usuários da água; 10 são órgãos públicos municipais; 10 são entidades da sociedade civil. Cada organização é representada por um membro titular e um suplente.

 

Autores: Thamara Santos de Almeida e Leandro Casanova.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto.

Acaprena, ONG que incentivou a fundação da Apremavi, comemora 50 anos

Acaprena, ONG que incentivou a fundação da Apremavi, comemora 50 anos

Acaprena, ONG que incentivou a fundação da Apremavi, comemora 50 anos

Na década de 80, na região da Serra da Abelha, a Terra Indígena Laklãnõ, em Ibirama (SC), estava sendo devastada por madeireiros que atuavam sem restrições. A situação levou Miriam Prochnow e Wigold B. Schäffer, fundadores da Apremavi, a procurar  orientações junto a Lauro Bacca e Lucia Sevegnani, representantes da Acaprena.  Os dois foram os primeiros a mostrar para Miriam e Wigold o que era uma ONG e a incentivá-los a criar uma organização no Alto Vale do Itajaí, dedicada à causa ambiental da região.

Os integrantes da Acaprena ainda visitaram Ibirama e conheceram a Serra da Abelha, ajudando os colegas do Alto Vale a elaborar o parecer que embasou o pedido de criação de uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) no local.

Hoje a Serra da Abelha é uma Unidade de Conservação devido a essa luta coletiva. “O apoio da Acaprena foi fundamental para a criação da Apremavi. Recebemos ajuda não somente com informações sobre como criar uma associação, mas também muito estímulo para que fosse criada uma ONG no Alto Vale do Itajaí. Desde então continuamos trabalhando em conjunto em diversas causas. A Apremavi tem muito orgulho de poder vivenciar os 50 anos de fundação da Acaprena, que é a primeira organização ambientalista de Santa Catarina”, relata Miriam.

 

Vistoria feita na Serra da Abelha pela Acaprena e Apremavi, que na época ainda não tinha sido fundada oficialmente. Foto: Wigold B. Schäffer
Vistoria feita na Serra da Abelha pela Acaprena e Apremavi, que na época ainda não tinha sido fundada oficialmente. Foto: Wigold B. Schäffer
A Acaprena

A Associação Catarinense de Preservação da Natureza (Acaprena) foi fundada em 1973 por um grupo de estudantes de Biologia da Universidade Regional de Blumenau (FURB). A ONG tem uma importante atuação na área de educação ambiental e participou de diversas discussões ambientais em Santa Catarina e no Brasil como um todo.

Apesar de ser a organização ambiental mais antiga de Santa Catarina, atuante em diversas frentes desde a sua fundação, a entidade nunca teve sua história publicada em livro. Assim, para comemorar os seus 50 anos a ONG está elaborando uma publicação  que será lançada em formatos impresso e digital. 

Uma campanha de arrecadação online foi lançada para viabilizar o projeto e arrecadar fundos para custear a publicação do livro “Acaprena 50 anos”. A Apremavi colaborou com a obra e apresentará uma sessão no livro sobre a relação colaborativa entre as organizações na luta pela Mata Atlântica. Garanta seu livro sendo um dos apoiadores!

 

Autor: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Vitor Lauro Zanelatto e Carolina Schäffer.

RPPN Samuel Klabin, um projeto coletivo

RPPN Samuel Klabin, um projeto coletivo

RPPN Samuel Klabin, um projeto coletivo

Uma área de 168,9 hectares em Imbaú, na região de atuação da Apremavi no Paraná, está sendo transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural e deve ser incorporada à lista de reservas da Klabin.

Recentemente a Mata Atlântica ganhou uma nova Unidade de Conservação (UC), uma das principais estratégias para a conservação da biodiversidade. O território que constitui a reserva foi doado por Roberto Klabin, empresário, ambientalista e integrante do Conselho da SOS Mata Atlântica,  para a criação da futura RPPN Samuel Klabin, em memória ao seu pai. 

O projeto de implantação da RPPN contou com apoio de vários profissionais, que conduziram um resgate histórico de informações para a formação do centro de visitantes, projeto arquitetônico e paisagístico e a identidade visual do espaço. O trabalho para implantar as trilhas e promover estratégias para a restauração de áreas degradadas demandou dedicação e milhares de mudas e sementes nativas da Mata Atlântica.

Antes e depois da RPPN Samuel Klabin. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Antes e depois da RPPN Samuel Klabin. Foto: Vitor Lauro Zanelatto

Ao caminhar pelas recém inauguradas trilhas em meio a floresta, é possível vislumbrar o contraste do passado com o futuro; as árvores centenárias estão entre as mudas plantadas há poucos anos pela Apremavi, visando a restauração de parcelas do solo ocupadas anteriormente com espécies exóticas. 

As RPPNs são um instrumento para a criação de reservas naturais regulamentado pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). São criadas por iniciativas espontâneas de proprietários privados, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, e representam um compromisso para a preservação das florestas, dos recursos hídricos e para a proteção das paisagens naturais. Também é possível desenvolver atividades de baixo impacto ambiental, e significativa importância para a sociedade, como projetos de educação ambiental e ecoturismo. 

Apremavi na RPPN

Nos dias 03 e 04 de setembro a equipe da Apremavi esteve na RPPN Samuel Klabin para admirar o resultado de anos de trabalho árduo para a implantação da Unidade de Conservação. A visita fez parte das comemorações dos 35 anos da Associação, que decidiu celebrar os resultados do trabalho visitando reservas e parques no Paraná.

Do alto da torre de observação construída na RPPN os colaboradores da Apremavi puderam contemplar a beleza da restauração das florestas: algumas das mudas produzidas no Viveiro Jardim das Florestas já se transformaram em árvores e a área que estava com o solo nu em 2018 hoje já está preenchida de tons de verde com a copa das árvores plantadas ao longo dos últimos anos. 

A agenda de imersão na natureza e busca por inspiração para continuar inovando nas atividades da Apremavi incluiu também visitas ao Parque Ecológico Klabin (ainda fechado para o público) e ao Parque Histórico de Carambeí. 

Registros da equipe da Apremavi no Parque Ecológico da Klabin e o antes e depois da RPPN Samuel Klabin. Fotos: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto

Autor: Vitor Lauro Zanelatto.
Revisão: Carolina Schäffer.

Mudança de categoria do PNSI ameaça pumas e toda a biodiversidade

Mudança de categoria do PNSI ameaça pumas e toda a biodiversidade

Mudança de categoria do PNSI ameaça pumas e toda a biodiversidade

O Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI) foi criado em 2004 e conserva 57 mil hectares de Mata Atlântica, sendo essa a maior área contínua do Bioma do Estado de Santa Catarina, atuando como corredor ecológico para biodiversidade entre os remanescentes de floresta. O Projeto de Lei 1797/22, que está em tramitação na câmara, pretende alterar a categoria do Parque para Floresta Nacional, abrindo brecha para a sua exploração.

Em julho deste ano, a Apremavi em conjunto com a Acaprena, Rede de ONGs da Mata Atlântica, Rede Pró Unidades de Conservação e Observatório de Justiça e Conservação lançou um documentário denunciando esse ataque e as falsas justificativas para a mudança de categoria.

Puma registrado no Parque Nacional da Serra do Itajaí. Foto: Projeto Carnívoros do Parque Nacional da Serra do Itajaí (CENAP/ICMBio, Instituto Caeté-Açu), Julio Cesar de Souza Junior e Cintia Gizele Gruener
Registros de espécies de carnívoros registradas no PNSI. Fotos: Projeto Carnívoros do Parque Nacional da Serra do Itajaí (CENAP/ICMBio, Instituto Caeté-Açu), Julio Cesar de Souza Junior e Cintia Gizele Gruener

Pesquisas no Parque

A bióloga e doutoranda Cintia Gizele Gruener, desenvolve o projeto de pesquisa “Carnívoros do Parque Nacional da Serra do Itajaí”, com foco nos pumas. Ela utiliza armadilhas fotográficas, que tiram fotos desses animais sempre que eles passam na frente de um sensor, para entender mais sobre a ecologia e conservação da espécie na Unidade de Conservação. Até o momento, os resultados são alarmantes, pois foi constatada uma baixa quantidade desses animais no Parque. A principal ameaça para a população é a caça.

A partir da pesquisa foi possível capturar três animais que foram monitorados por satélite. A foto em destaque é de “Betão”, um dos animais capturados. Foi visto que dois pumas usam quase metade da área do Parque, evidenciando a importância dele para a conservação desses animais e a importância da continuidade desses remanescentes florestais.

 

 

Plano de manejo

Segundo o Plano de Manejo da Unidade de Conservação, instrumento que norteia as atividades a serem desenvolvidas em uma determinada Unidade de Conservação, as principais ameaças dizem respeito a caça de animais silvestres, a extração ilegal de palmito e as atividades realizadas pelas comunidades humanas que ainda vivem no interior do PNSI como pastagens, lavouras e animais domésticos. A mudança de categoria pode ameaçar ainda mais a biodiversidade, uma vez que abre brecha para a exploração da região. Além do do puma, outras espécies ameaçadas de extinção vivem no Parque, como o papagaio-de-peito-roxo, o gato-maracajá e o veado-bororó.

Autora: Thamara Santos de Almeida.
Revisão: Carolina Schäffer e Vitor Lauro Zanelatto.

FF PR e SC lança publicação sobre o protagonismo das mulheres na restauração florestal

FF PR e SC lança publicação sobre o protagonismo das mulheres na restauração florestal

FF PR e SC lança publicação sobre o protagonismo das mulheres na restauração florestal

“Meu trabalho nesta história é para garantir o futuro para o meu filho, e também para os filhos de outras mães” – Fabiana Dallacorte, Bio Teia Estudos Ambientais

Visando promover a disseminação de experiências exitosas na restauração de paisagens associadas à atuação do Diálogo Florestal e do Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina, uma nova publicação foi lançada hoje (15/09), por meio de uma live, fruto da colaboração entre mulheres atuantes em diferentes espaços relacionados à restauração florestal no Brasil.

Seis ensaios dão estrutura à publicação, assinados por mulheres integrantes das organizações que constituem o FF PR e SC:Alessandra Xavier de Oliveira e Gisele Santos Hennig (SPVS), Edilaine Dick e Miriam Prochnow (Apremavi), Fabiana Dallacorte (Bio Teia), Luciane Costa (IFSC Lages) e Mariana Schuchovski (Rede Mulher Florestal). Elas elaboraram ensaios partindo de diferentes perspectivas e territórios, apresentando experiências exitosas na restauração de áreas degradadas, planejamento de paisagens, conservação da biodiversidade e em estratégias de governança e diálogos multissetoriais.

Através de ensaios escritos em diferentes localidades do território que o FF compreende. As colaboradoras buscaram estimular ainda mais o debate sobre a perspectiva de gênero para pautas da cadeia da restauração, como a implementação da Década da Restauração dos Ecossistemas e estratégias de governança no setor. A incorporação de diferentes perspectivas através da contribuição das integrantes está longe de esgotar o debate ou trazer uma visão universal do ser mulher na restauração florestal. Ao contrário, contribui para que o debate cresça e chegue cada vez mais longe.

 

+ Acesse a publicação 


A elaboração da publicação foi coordenada por Vitor Zanelatto e Edilaine Dick, da Secretaria Executiva do FF PR e SC. A revisão conceitual foi realizada por Nara Perobelli, as ilustrações inéditas são assinadas por Isabelle Nogueira e o projeto gráfico é de Carolina Schäffer. A elaboração do projeto, que contou com a colaboração de tantas mulheres talentosas, foi apoiada pelo Diálogo Florestal, na Década da Restauração de Ecossistemas.

Além da versão online, disponível no site do Diálogo Florestal, o Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina irá disponibilizar 1.500 exemplares para as organizações integrantes do Fórum, instituições de ensino e pesquisa e demais interessados. Para o envio de exemplares basta realizar a solicitação através de um formulário.

O evento de lançamento da cartilha ocorreu no último bloco do primeiro evento público do Encontro Nacional do Diálogo Florestal, que também trouxe os resultados do Diálogo Florestal e dos Fóruns Florestais nos últimos quatro anos e um debate sobre paisagens e restauração. Confira:

 
O Fórum Florestal Paraná e Santa Catarina

A primeira reunião da iniciativa aconteceu em julho de 2008. Quatro eixos principais de discussão orientam a organização das reuniões e a realização dos seminários regionais, a saber: Fomento e Certificação Florestal, Ações socioambientais, Planejamento da Paisagem e Conservação e Mudanças Climáticas.

Cada vez mais, o Fórum Florestal promove a produção e trocas de conhecimento, acolhendo os grandes debates do setor de florestas plantadas, da Academia e das organizações ambientalistas, que comungam do anseio em co-construir soluções para conflitos e crises baseadas no diálogo.

Em novembro de 2020, os integrantes do Fórum realizaram de forma coletiva a revisão do Objetivo Geral e específicos da iniciativa para o próximo triênio, definiram oportunidades, ameaças potenciais parceiros e territórios prioritários para a atuação.

Os objetivos específicos do Fórum são:
・Apoiar o planejamento de paisagens sustentáveis através de iniciativas como o Diálogo do Uso Solo.
・Estimular boas práticas voltadas à ações de conservação e restauração de remanescentes da Mata Atlântica e Campos Nativos
・Discutir localmente os efeitos da silvicultura e encaminhar ações que dizem respeito à conservação.
・Constituir um espaço de diálogo e planejamento que influencie políticas públicas socioambientais voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Campanha alerta sobre o prazo para adesão ao Programa de Regularização Ambiental

Campanha alerta sobre o prazo para adesão ao Programa de Regularização Ambiental

Campanha alerta sobre o prazo para adesão ao Programa de Regularização Ambiental

O Novo Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012) que acabou de completar 10 anos, dispõe sobre a proteção da vegetação nativa do Brasil. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA) são ferramentas do Código Florestal que garantem que, em propriedades privadas, alguma vegetação nativa seja conservada e restaurada a fim de salvaguardar a qualidade de vida de toda a sociedade.

O CAR é obrigatório para todas as propriedades e posses rurais e a adesão é por tempo indeterminado. Já o prazo de adesão ao PRA é até 31 de dezembro de 2022, porém somente os proprietários que aderiram ao CAR até 31 de dezembro de 2020 poderão aderir ao PRA e se beneficiar das vantagens do Programa.

Entre outros incentivos, a adesão ao PRA dá o direito dos proprietários rurais de recompor as faixas de Área de Preservação Permanente (APPs) conforme as regras transitórias apresentadas na lei.

Campanha de adesão ao PRA

Desde sua fundação, há 35 anos, a Apremavi trabalha na implantação de políticas públicas ambientais e no cumprimento da legislação.

Por isso, em parceria com o Observatório do Código Florestal, e no âmbito do Projeto Implantando o Código Florestal, apoiado pela Iniciativa Internacional Norueguesa em Clima e Florestas (NICFI, sigla em ingês para Norway’s International Climate and Forest Initiative), lançamos hoje uma campanha para alertar os proprietários rurais sobre o prazo de adesão ao Programa de Regularização Ambiental.

PRA

Nesta página você encontra informações sobre o CAR e o PRA, um glossário de leis ambientais, explicações sobre como saber se você aderiu ao PRA no momento em que fez o CAR e um guia com o passo-a-passo para aderir ao PRA no Estado de Santa Catarina. Além disso, disponibilizamos cards informativos para organizações parceiras e faremos a divulgação da campanha através do contato direto pelo WhatsApp com os proprietários envolvidos nos projetos que executamos.

Você é ou conhece algum proprietário rural ou organização que trabalha com o tema? Faça parte e divulgue essa campanha! 

Autoras: Thamara Santos de Almeida e Carolina Schäffer.

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